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21/06/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 21 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.163


Produção e consumo de lácteos no Uruguai

Parte 02/02: CONSUMO INTERNO DE LEITE NO URUGUAI: 275 L/HABITANTE/ANO 

Além da concentração da produção primária por meio da redução do número de fazendas, as indústrias e cooperativas também trilham o mesmo caminho. Hoje, os laticínios Conaprole, Estancias Del Lago, Alimentos Frei Bentos, Indulacsa-Lactalis e Granja Pocha dominam o beneficiamento de leite no país. O fato de a cadeia produtiva ser concentrada faz com que os custos da logística de coleta e de distribuição sejam também baixos, explicando, em parte, o porquê da elevada competitividade do leite uruguaio. O consumo interno em 2022 rondou a casa de 1 bilhão de equivalente litros de leite, um dos maio res índices per capita do mundo, chegando a 275 l/habitante/ano. Segundo o International Dairy Farm (IDF), quando comparado ao ano 2020, o consumo de leite fluido por pessoa em 2022 foi de 63,4 kg, com crescimento de 6%; 1,6 kg de manteiga, com crescimento de 6,9%; e 9,2 kg de queijo, com crescimento de 5,3%. A renda per capita elevada e a baixa concentração de renda observadas no Uruguai formam um mercado dinâmico para a cadeia produtiva de leite e derivados, que é altamente sensível ao poder de compra da população. A indústria láctea do Uruguai, além de abastecer o mercado interno, é amplamente voltada para exportações. A Tabela 2 mostra o comércio exterior do Uruguai, do qual o Brasil é um grande cliente. 

Os esforços do Uruguai junto ao mercado internacional têm se dado com a oferta de leite em pó integral, que teve crescimento de vendas de 21% em 2023 na comparação com o ano anterior. O Uruguai fornece lácteos para 80 países. A Figura 2 apresenta os principais clientes uruguaios, com destaque para o Brasil, que cresceu sua participação e se tornou o primeiro destino desses produtos, superando a Argélia. 

indústria láctea uruguaia está prosperando e fornecendo produtos de alta qualidade para o mundo. Com rígidos padrões de qualidade, profissionalismo, estreita e estratégica colaboração entre os principais elos da cadeia produtiva, o setor contribui sensivelmente com a economia do país. Essa fórmula de sucesso pode ser exemplo para outros países, na direção de maior competitividade e sustentabilidade da cadeia de lácteos. (Anuário do Leite da Embrapa 2024 - Adaptado pelo SINDILAT/RS)


Câmara aprova projeto que perdoa ou adia parcelas de empréstimos rurais no RS

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que perdoa ou adia o vencimento de parcelas de financiamentos rurais tomados por empreendimentos localizados nos municípios do Rio Grande do Sul com estado de calamidade pública ou situação de emergência reconhecida pelo executivo federal em áreas atingidas pelos eventos climáticos extremos. O texto segue para o Senado.

As medidas constam do Projeto de Lei 1536/24, dos deputados Luciano Zucco (PL-RS) e Rodolfo Nogueira (PL-MS). O projeto foi aprovado na forma de um substitutivo do relator, deputado Afonso Motta (PDT-RS).

Segundo o texto, o perdão será para as parcelas vencidas ou a vencer em 2024 relativas a operações de custeio agropecuário, independentemente da fonte de recursos e da instituição financeira.

Esse perdão não implicará devolução de valores a mutuários e não abrange dívidas liquidadas ou amortizadas antes da publicação do projeto como lei. Também estão de fora os valores já indenizados por meio do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) ou por apólices de seguro rural.

Destruição
Afonso Motta afirmou que as lavouras no Rio Grande do Sul foram condenadas a prejuízos irrecuperáveis. "Em várias localidades, as águas avançaram sobre a produção armazenada, carregaram máquinas e equipamentos, destruíram a infraestrutura produtiva e liquidaram o sistema viário. O cenário é desolador."

Já o deputado Zucco ressaltou que mais de 200 mil propriedades rurais foram afetadas no Estado, um terço do total registrado no último censo agropecuário.

Segundo o parlamentar, a medida é um passo necessário para os agricultores recomeçarem suas vidas. As perdas na agropecuária estão acima de R$ 3 bilhões, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Durante a votação em plenário, o deputado Bohn Gass (PT-RS) elogiou o fato de o projeto favorecer apenas os agricultores que tiveram perdas com as enchentes, e não ser uma anistia irrestrita. Ele lembrou que o governo federal já prorrogou todas as dívidas até 15 de agosto e disponibilizou novos créditos para agricultores gaúchos.

Laudo técnico
Para contar com o benefício, o interessado deverá apresentar laudo técnico no qual se faz o levantamento das perdas materiais. O documento deve ser assinado por profissional ou entidade habilitada.

As áreas contempladas serão determinadas com base em delimitação georreferenciada definida em regulamento, levando-se em conta as propriedades efetivamente atingidas.

Pagamento adiado
Quanto às parcelas vencidas e a vencer em 2024 e relativas a operações de investimento e de comercialização vinculadas ao crédito rural nessas cidades, o projeto adia o pagamento para dois anos após a publicação da futura lei. O adiamento também não dependerá da fonte de recursos e da instituição financeira.

Sobre esses valores com pagamento adiado incidirão os mesmos encargos financeiros vigentes, mas sem multa, mora ou quaisquer outros encargos por inadimplemento ou honorários advocatícios.

O texto especifica que esse adiamento não impedirá o devedor de contratar novas operações de crédito rural e não será motivo para o registro do produtor rural em cadastros restritivos.

De igual forma ao caso de perdão das dívidas, a postergação dos pagamentos não abrange dívidas do Proagro ou cobertas por seguro rural. Poderão ser beneficiados os produtores rurais efetivamente atingidos conforme delimitação georreferenciada pelo regulamento.

O prazo para efetivar o adiamento dos pagamentos será de seis meses após a publicação da futura lei, podendo ser ampliado por decisão do Poder Executivo.

Durante o período da suspensão dos pagamentos, serão congeladas ainda as execuções judiciais e fiscais e os respectivos prazos processuais referentes a essas parcelas.

Custo das medidas
O projeto autoriza a União a assumir o custo das medidas, devendo definir a metodologia e as demais condições para ressarcir às instituições financeiras os custos com o perdão e a suspensão dos pagamentos.

Deverá ainda regulamentar a aplicação das regras a operações de crédito rural contratadas por cooperativas, associações ou condomínios de produtores rurais, assim como as efetuadas na modalidade grupal ou coletiva. (Correio do Povo)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1820, p. 27, 20 jun. 2024

BOVINOCULTURA DE LEITE

As condições do tempo foram favoráveis em algumas áreas, melhorando a disponibilidade de forragem e aumentando a produtividade dos animais. No entanto, outras regiões enfrentam desafios, como estradas de difícil acesso devido a alagamentos, prejudicando o manejo e a produção de leite. A gestão e controle de doenças, como mastite, e de carrapato continua sendo uma preocupação significativa em diversas propriedades.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o tempo seco facilitou o manejo dos animais e o pastejo, que haviam sido prejudicados pela umidade e pelo pisoteio. Há pastagens degradadas e baixa produção em função da umidade. 

Na de Caxias do Sul, a produção de leite nos sistemas à base de pasto melhorou, reduzindo o impacto do vazio forrageiro. 

Na de Erechim, foi retomado o pastejo em áreas onde as variedades de inverno foram implantadas; foram realizadas a aplicação de tratos culturais, adubação de cobertura e melhorias no manejo. 

Na de Frederico Westphalen, o acúmulo de barro nas imediações das salas de ordenha e nos locais onde as vacas dormem tem causado o aumento dos casos de mastite. 

Na de Ijuí, um grande volume de precipitação causou dificuldades no escoamento da produção e resultou em falta de energia elétrica. 

Na de Pelotas, as estradas com baixa trafegabilidade têm elevado os custos de transporte, embora não tenham impedido a coleta de leite. 

Em Rio Grande, os alagamentos persistem em várias propriedades, dificultando o manejo e a ordenha dos animais, além de causar escassez de alimentação e queda na produção de leite. 

Na de Porto Alegre, os produtores estão desmamando os terneiros antes da comercialização em razão do baixo estado das matrizes. A infestação por carrapato persiste, e são realizadas entregas de medicamentos e orientações. 
Na de Santa Maria, as chuvas recentes prejudicaram a higiene nas instalações devido ao barro acumulado. 

Já na de Santa Rosa, os períodos secos facilitaram o manejo dos animais, reduzindo os problemas de saúde associados ao barro. 

Na de Soledade, durante o período prolongado de vazio forrageiro, os volumosos conservados têm sido essenciais na dieta do rebanho. (Emater adaptado pelo SINDILAT/RS)


Jogo Rápido

Previsão do tempo no RS para a semana de 20 a 26 de junho de 2024
A previsão meteorológica para o Rio Grande do Sul na semana de 20 a 26 de junho de 2024 indica mudanças significativas no tempo, com a volta das chuvas e queda nas temperaturas. Sexta-feira (21/06): A chuva retorna ao Estado, especialmente nas regiões da Serra Gaúcha e Planalto, devido ao fluxo de ar quente e úmido da Amazônia, transportado pelo Jato de Baixos Níveis (JBN). Durante o dia, haverá um leve aumento nas temperaturas. Sábado (22/06): Um ciclone extratropical se formará entre o Paraguai e o Uruguai, movendo-se em direção ao Oceano Atlântico. A instabilidade trará precipitação leve em pontos isolados da Região Sul e Fronteira Oeste, com um aumento gradativo nas temperaturas. Domingo (23/06): O JBN volta a atuar, causando chuvas leves na maior parte do Estado, com volumes mais expressivos na Região da Campanha. Uma frente fria vinda da Argentina passará entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira. Segunda-feira (24/06): A entrada de um anticiclone migratório trará estabilidade e queda gradual nas temperaturas. Terça-feira (25/06): O padrão de queda nas temperaturas se intensifica, com possibilidade de geada nas regiões Sul, Fronteira Oeste, Campanha e Serra. Quarta-feira (26/06): O tempo permanecerá estável e as temperaturas mais amenas devido ao deslocamento do anticiclone em direção ao Oceano Atlântico. Para a semana, são esperados acumulados de chuva acima de 30 mm na maior parte do Estado, com volumes de até 100 mm no Centro do Estado e nos Campos de Cima da Serra. Na Fronteira Oeste, Campanha, Extremo Norte e Extremo Sul, os volumes serão menos expressivos, variando entre 10 e 30 mm. Na Serra do Sudeste e sul da Laguna dos Patos, os acumulados podem chegar a 50 mm. (Seapi adaptado pelo SINDILAT/RS)

 

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