Porto Alegre, 19 de junho de 2024 Ano 18 - N° 4.161
Oferta e demanda de leite no Brasil em 2023
Um ano com recuperação na demanda, mas com margens muito apertadas, seja para o produtor ou para a indústria. Assim foi 2023, cujos indicadores alertam para a importância de questões ligadas à competitividade do leite brasileiro.
ano passado (2023) foi desafiador para o setor leiteiro brasileiro, sobretudo no âmbito das margens. A queda no preço do leite, motivada pelo elevado volume de importações, acabou apertando a rentabilidade do negócio. Em meados de 2022, houve forte aumento dos preços, do produtor ao consumidor, sustentada por queda acentuada da produção doméstica no primeiro semestre do ano. Naquele momento, houve descolamento do preço dos lácteos no Brasil em relação ao equivalente importado, que ficou mais competitivo. Esse cenário impulsionou as importações que se mantiveram elevadas durante todo o ano de 2023. A produção de leite inspecionado no primeiro semestre de 2023 registrou alta de 2,78% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já na segunda metade do ano, o crescimento foi de 2,29%, refletindo a piora na rentabilidade dos produtores. No total de 2023, o aumento da produção de leite inspecionado foi de 2,53%, fechando o ano com 24,52 bilhões de litros produzidos (Figura 1).
A balança comercial, por sua vez, registrou acentuada entrada de leite no país, contribuindo significativamente para o aumento da disponibilidade interna. O volume importado no ano passado foi o maior desde o pós-Plano Real, sendo ainda o maior valor histórico, em dólares. No total, foram importados 2,18 bilhões de litros, o que correspondeu a 9% da produção brasileira de leite inspecionado. Diante desse cenário de produção e importação, a disponibilidade de leite inspecionado no Brasil foi elevada em 6,1%, com volume de 1,54 bilhão de litros superior a 2022. Do incremento absoluto na disponibilidade de leite em relação a 2022, 58% foram devidos ao aumento da importação. Já a disponibilidade per capita, denominada de consumo aparente, registrou elevação de 5,7%. Portanto, no ano passado houve incremento de 7 litros por habitante, em média, no consumo de leite e derivados no mercado brasileiro (Figura 2).
O desempenho do consumo teve dois pilares básicos:
1) melhora no PIB e no mercado de trabalho;
2) recuo nos preços e inflação controlada. No primeiro pilar, o ano fechou com crescimento de 2,9% do PIB e de 7,23% na massa real de rendimentos. Já no segundo pilar, os lácteos registraram queda média de 3% nos preços ao consumidor. O leite UHT caiu 7,8%, enquanto a inflação brasileira, medida pelo IPCA, registrou elevação de 4,6%. Se por um lado, a queda de preços ajudou no consumo, por outro trouxe dificuldades para os produtores. A rentabilidade média da pecuária de leite piorou 6,7% na comparação com 2022 e gerou insatisfação no setor, levando inclusive, a movimentos de protesto em Brasília. Portanto, 2023 foi um ano com recuperação na demanda, mas de margens muito apertadas, seja para o produtor ou para a indústria.
Contudo, é importante que o setor fique atento a questões ligadas à competitividade do leite brasileiro, buscando ações estratégicas que proporcionem inovações e transformações, conduzindo o leite para o mesmo caminho que outras comodities competitivas internacionalmente. Algumas reflexões sobre a competitividade do leite brasileiro encontram-se em outro artigo neste anuário. (Anuário do Leite da Embrapa 2024 - Adaptado pelo SINDILAT/RS)
GDT: preços da manteiga em alta no mercado internacional
Os preços internacionais dos principais derivados lácteos apresentaram movimentações distintas durante o 358º leilão de lácteos da plataforma GDT, realizado no dia 18/06. O GDT Price Index (média ponderada dos produtos) ficou em US$ 3.893/tonelada, como mostra o gráfico 1, com uma queda de -0,5% em relação ao evento anterior.
Gráfico 1. Preço médio leilão GDT
Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.
As categorias acompanhadas e negociadas durante o evento apresentaram tanto oscilações positivas como negativas. Sendo assim, o destaque ficou para a categoria da manteiga, que obteve uma valorização de 6,2% e foi negociado na média de US$ 7.350/tonelada, atingindo a sua máxima histórica.
O leite em pó desnatado também registrou alta, sendo negociado na média de US$ 2.766/tonelada, representando uma alta de 0,7%, já o leite em pó integral apresentou uma queda de -2,5%, sendo negociado na média de US$ 3.394/tonelada.
Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.
Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 18/06/2024.
Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.
No segundo leilão de junho, o volume negociado continuou apresentando queda. Com um total de 16.787 toneladas sendo negociadas, foi gerada uma diminuição de 4,8% em relação ao volume negociado no evento anterior, como mostra o gráfico 2.
Gráfico 2. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.
Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.
No mercado futuro de leite em pó integral na Bolsa de Valores da Nova Zelândia, as projeções indicam uma queda nos preços do leite em pó integral em comparação com os valores atuais, conforme mostrado no gráfico 3.
Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).
Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2024.
Apesar da redução na captação de leite em importantes países exportadores, como a Argentina, o volume total de produção de leite entre os principais exportadores tem mostrado recuperação no decorrer do ano. Em contrapartida, a demanda mundial tem permanecido estável, com grandes compradores, como a China, não demonstrando sinais de aumento no ritmo de compras, o que tem impossibilitado aumentos mais expressivos nos preços das principais commodities lácteas.
E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e Uruguai, que atualmente praticam preços acima do GDT. Isso se dá pela Tarifa Externa Comum (TEC), que chega a quase 30% para importações de fora do Mercosul.
As importações futuras brasileiras continuarão sendo influenciadas principalmente pela competitividade de preços entre os produtos importados e os produtos locais, além da disponibilidade dos nossos fornecedores internacionais de lácteos (Argentina e Uruguai).
Em relação à competitividade de preços, mesmo com aumento recente da taxa de câmbio e avanço dos preços praticados pelo Mercosul, os produtos importados (especialmente leites em pó e Muçarela) seguem mais baratos do que o nacional, mantendo a atratividade para os compradores.
Em termos de disponibilidade, a Argentina e o Uruguai iniciam o período de crescimento sazonal das suas produções, aumentando a oferta nesses países. Além disso, as vendas ao mercado brasileiro seguem sendo a valores superiores do que os oferecidos por outras regiões, o que colabora para manutenção da disponibilidade de lácteos para envios ao Brasil. (Milkpoint)
Italac é a 4ª marca de bens de consumo massivo mais comprada pelos lares brasileiros
Italac – A Italac é destaque na pesquisa Kantar Brand Foot Print 2024, um importante estudo que revela as marcas de consumo massivo mais compradas nos lares do país. A Italac conquista a 4º posição no ranking, e se mantém pelo quinto ano consecutivo como a marca de lácteos mais escolhida pelos lares brasileiros.
A empresa está entre as Top 5 marcas mais relevantes do ranking.
Com 464 milhões de CRPs, a Italac teve o maior crescimento de CRPs (+85 CRPs) entre as TOP 5 e isso trouxe como resultado estar mais presente nos lares de nossos consumidores.
A empresa tem mais motivos para comemorar, também está entre as Top 5 marcas de bens de consumo mais escolhidas através do e-commerce.
A Pesquisa avaliou 350 marcas, visitou, semanalmente, 11.300 lares em sete praças (Norte+Nordeste, Leste+Interior do Rio de Janeiro, Grande Rio de Janeiro, Grande São Paulo, Interior de São Paulo, Centro-Oeste e Sul), cobriu 82% da população domiciliar, equivalente a 90% do potencial de consumo.
Dentro de um mercado extremamente competitivo e com constantes mudanças, é um desafio para qualquer marca no país se manter em crescimento. Estar mais uma vez entre as marcas mais escolhidas pelos consumidores é uma conquista que deve ser muito comemorada, pois, reflete a confiança que os consumidores têm na marca.
A Gerente de Marketing da Italac Andreia Alvares destaca que este momento traz muito orgulho e motivação, e que essa posição aumenta ainda mais a responsabilidade da empresa que está sempre atenta ao mercado para melhor atender aos seus consumidores. São muitas pessoas envolvidas para fazer com que os produtos cheguem aos milhares de lares brasileiros. “Sabemos que o consumidor só deixa entrar na casa dele marcas as quais confia, e para nós é um orgulho muito grande poder compartilhar esse momento e agradecer a nossa ampla rede de apoio como parceiros, produtores rurais, clientes, consumidores e o um grande time de colaboradores que se dedicam diariamente à empresa de norte a sul do Brasil.
A Italac, de origem 100% nacional, contando com mais de 3.500 colaboradores, possui fábricas, postos de captação e produção, localizados nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rondônia, Pará, Rio Grande do Sul e Paraná, totalizando uma capacidade de produção instalada de 7,5 milhões de litros/dia. (ITALAC)
Jogo Rápido
Receita lista benefícios sob a mira do Fisco
A Receita Federal divulgou uma relação de 16 benefícios tributários que as empresas deverão prestar contas, a partir da criação da chamada Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária (Dirbi). Trata-se de uma nova obrigação acessória instituída com o objetivo de coibir fraudes e auxiliar o governo na agenda de de correção de “distorções tributárias”. A lista dos benefícios fiscais e demais regras estão na Instrução Normativa nº 2.198, de 2024. Estão na mira do Fisco: Perse (setor de eventos); Recap (empresas exportadoras); Reidi (infraestrutura); Reporto (setor portuário); óleo bunker; produtos farmacêuticos; desoneração da folha de pagamentos; Padis (indústria de semicondutores); e créditos presumidos em café, laranja, soja, carnes diversas e produtos agropecuários em geral. (Valor Econômico)