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04/06/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 04 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.150


Mais de 206 mil propriedades rurais foram afetadas pelas enchentes no RS

As chuvas extremas desde o final de abril causaram danos por inundações e deslizamentos em boa parte do território gaúcho. No meio rural, mais de 206 mil propriedades foram afetadas, com perdas na produção e na infraestrutura, e 34.519 famílias ficaram sem acesso à água potável. Esses dados constam no Relatório de Perdas referente à maior calamidade climática que atingiu o Rio Grande do Sul, divulgado na segunda-feira (03/06), pelas secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR).

O documento, que abrange o período entre 30 de abril e 24 de maio, foi elaborado pela Emater/RS-Ascar. Os dados são oriundos do sistema Sisperdas - abastecido com informações de todos os escritórios regionais e municipais da Emater/RS-Ascar.

Durante o período de chuvas intensas, 9.158 localidades foram atingidas no RS. Atualmente, dos 497 municípios gaúchos, 78 estão em estado de calamidade pública (a maior parte no Vale do Taquari e na Região Metropolitana de Porto Alegre), enquanto 340 estão em situação de emergência.

IMPACTO NO SETOR LÁCTEO

Pastagens
Vasta extensão de pastagens foi impactada. Além das áreas de campo nativo, os produtores dependem do cultivo de plantas forrageiras, cujas perdas tanto em termos de área quanto em percentuais impactarão diretamente a produção de leite e de carne nos meses subsequentes ao evento. O número de produtores afetados também é substancial, totalizando 32.409, o que ressalta, ainda mais, a gravidade da situação. A combinação dessas perdas comprometerá seriamente a capacidade de sustento dos rebanhos, refletindo negativamente na economia local e no abastecimento de produtos de origem animal.

Tabela 8 – Área atingida e perdas em pastagens

Animais mortos
As perdas de animais constatadas são substanciais e abrangem vários tipos de criação, conforme detalhado a seguir. As perdas diretas em animais afetaram significativamente 3.711 criadores. A mortalidade incluiu bovinos de corte e de leite, impactando a produção de carne e leite a médio e longo prazo. A morte de suínos e aves afeta substancialmente a cadeia de suprimentos de proteína animal para mercados nacionais, exigindo tempo e recursos para a recuperação. Na piscicultura e apicultura, comprometem principalmente o abastecimento regional. A abrangência dessas perdas destaca a vulnerabilidade dos locais utilizados para criação a eventos climáticos extremos, requerendo ações coordenadas para recuperação ou realocação de estruturas. Em relação a aves, o levantamento se refere a perdas de produtores rurais que fazem a criação de subsistência e recria integrados com a indústria.

Tabela 9 – Número de animais mortos

Produção leiteira
Em relação à produção leiteira, a coleta e a comercialização foram prejudicadas por diferentes fatores. Em alguns casos, houve a impossibilidade de ordenha devido aos danos sofridos pelos animais e às instalações durante o evento climático. Além disso, mesmo para os produtores capazes de realizar a ordenha, a falta de acesso às propriedades, em decorrência da destruição de estruturas, como pontes e estradas, impediu a passagem dos caminhões com tanque coletor de leite. Em várias localidades, esses problemas ainda persistem, pois não é possível realizar a coleta de maneira contínua, o que provoca prejuízos econômicos bem como o desabastecimento.

Tabela 10 – Perdas na produção leiteira

O relatório completo pode ser conferido clicando aqui.

As informações são da Emater/RS adaptadas pelo SINDILAT/RS


GDT - GLOBAL DAIRY TRADE

Fonte: GDT adaptado pelo SINDILAT/RS

 

Leite apresenta a empresários a estratégia do governo para enfrentar consequências da enchente

Cronograma prevê ações de curto, médio e longo prazos, além de comitê no qual governo abrirá espaço para sugestões da sociedade

Por fim, o Estado pretende criar estruturas para receber recursos destinados à reconstrução. A promessa é garantir "governança, visibilidade e credibilidade" a entes privados e bancos multilaterais dispostos a contribuir.

De acordo com o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, a reunião teve clima colaborativo. Ao lado dos institutos Ling e Floresta, a entidade lidera a iniciativa Reconstrói RS, que visa aportar recursos diretamente aos municípios. Conforme Sousa Costa, há disposição de conduzir a iniciativa em sintonia com o governo:

— Temos de sentar e conversar para evitar retrabalho e sobreposição de ações. Se a iniciativa privada já estiver fazendo o projeto de uma ponte, não precisa o governo fazer também — exemplifica.

Referência no setor corporativo, o empresário José Galló afirma que a organização do plano agradou aos empresários. Galló sustenta que os órgãos concebidos pelo governo precisam ter estrutura enxuta e resolutiva e, ao mesmo tempo, caráter duradouro:

— É importante o reconhecimento do governador de que a reconstrução vai levar 10 anos. A sociedade, as entidades e a academia precisam participar e entender que esses comitês devem permanecer. Se vamos atravessar 10 anos, temos que garantir que tudo o que for planejado agora tenha continuidade.

No encontro, Leite ainda apresentou o Mapa Único do Plano Rio Grande (MUP), produzido a partir de imagens de satélite, que identificou os endereços atingidos pela catástrofe climática e cujos dados serão utilizados na formulação de políticas públicas.

Aliás
Na versão mais atualizada do MUP, o governo estadual identificou 597 mil pessoas diretamente atingidas pelo desastre climático, das quais 233 mil de baixa renda, em 262 municípios. O número de CNPJs afetados chegou a 116 mil.

População atingida
No mapeamento, o governo estadual já conseguiu identificar os municípios mais afetados pelo desastre climático. Proporcionalmente, a cidade mais afetada foi Eldorado do Sul, em que 80% da população vive em áreas atingidas.

Na sequência, aparecem Muçum (66%), Canoas (44%), São Leopoldo (40%) e São Sebastião do Caí (36%).

Malha viária
Somente nos 78 municípios em estado de calamidade pública 4,5 mil quilômetros de estradas foram afetados pelo desastre climático. São 2,6 mil na área urbana e 1,9 mil em área rural.

Considerando apenas rodovias estaduais (RSs) e federais (BRs), houve 415 quilômetros atingidos pela mancha da inundação. (Gaúcha ZH)


Jogo Rápido

MILHO/CEPEA: COLHEITA AVANÇA; PREÇOS VARIAM ENTRE REGIÕES
As atividades de colheita da primeira e segunda safras de milho seguem avançando no Brasil, mas agentes continuam incertos quanto à produção da segunda safra em algumas regiões, de acordo com pesquisadores do Cepea. O clima ao longo de maio não amenizou a situação das lavouras, especialmente as do Sul, Sudeste e de partes do Centro-Oeste. Quanto aos preços, levantamentos do Cepea apontam que os movimentos são distintos dentre as praças acompanhadas, refletindo as condições de oferta e de demanda. Em regiões consumidoras, como partes de São Paulo, os valores recuaram, sobretudo devido à retração de compradores. De modo geral, pesquisadores do Cepea explicam que o que prevalece é comprador sinalizando ter estoques e no aguardo de um maior volume para negociar. Do lado vendedor, a maioria analisa a situação local para disponibilizar novos lotes. Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br)

 

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