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23/11/2016

 

 

Porto Alegre, 23 de novembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.396

 

Qualidades nutricionais do leite são alvo de profissionais de saúde e produção


Crédito: Carolina Jardine - Na foto1: Olga Amancio                   Na foto2: Carlos Alberto Werutsky

Profissionais da área da saúde reuniram-se com representantes do setor leiteiro na tarde desta quarta-feira (23/11) para debater a relação entre a qualidade nutricional e o processo produtivo e os mitos relacionados à intolerância à lactose. Ao abrir o evento, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, ressaltou que a indústria está atenta às novas demandas da população e que os produtos funcionais lançados são reflexos de investimento em inovação. "Estamos aqui para debater um aspecto importante da produção. Que sejamos divulgadores desses assuntos de forma a gerar um efeito multiplicador", pontuou. O evento, promovido pelo Sindilat e pela Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), ocorreu no Centro de Eventos da Fiergs dentro da programação do 5º Avisulat.

Em sua palestra, a presidente da SBAN, Olga Amancio, salientou que se vive um modismo relacionado ao leite. Segundo ela, há diversas causas que ocasionam os mesmos sintomas relacionados à intolerância à lactose. Mesmo assim, citou ela, o que se vê é a exclusão do leite da dieta de muitos adultos. "A pessoa não se sente bem e faz um autodiagnostico de intolerância", disparou. 

Falando sobre as qualidades nutricionais do leite, ressaltou que o alimento é uma rica fonte de cálcio. Um exemplo é a comparação entre o leite e os vegetais com alto teor de cálcio. Segundo Olga, para obter a mesma quantidade de cálcio presente em um copo de 200 ml de leite, seria necessário ingerir 4 porções e meia de brócolis ou 1,3 quilo de espinafre. "Apesar do aumento do consumo de leite, ainda verificamos inadequação da ingestão de cálcio entre a população", salientou.

Segundo o organizador do simpósio, médico nutrólogo Carlos Alberto Werutsky, é fundamental unir academia e setor produtivo em debates como este. "Há pesquisas constantes que analisam a importância de determinados alimentos e a tolerabilidade de diferentes faixas etárias, especialmente em crianças. Portanto, há a necessidade de avaliação individual," enfatizou.  O evento ainda reuniu autoridade do setor de saúde no RS. O chefe do serviço de Nutrologia do Hospital Ernesto Dornelles, Paulo Henkin, destacou a importância das gorduras na dieta. Apresentou dados que confirmam que não se pode estabelecer uma relação direta entre o consumo de gorduras saturadas e doenças cardiovasculares. "Há uma diferença enorme entre os estudos científicos e os protocolos, e não se fala nisso". 

O encontro teve ainda a apresentação das especialistas Márcia Terra, que abordou a questão das pesquisas e a relação entre a indústria e a academia; Ana Lúcia Barretto Penna, que falou sobre as propriedades nutricionais do leite pasteurizado e leite UHT; e Geórgia Castro, que destacou a questão dos lácteos fortificados. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Sindilat quer políticas públicas que resguardem a produção


Crédito Carolina Jardine

"Temos a convicção de que 2017 precisa ser um ano diferente. O mercado de leite não pode seguir a mercê das estratégias de outros países. Precisamos de uma legislação que resguarde a produção". O apelo foi feito pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, durante a abertura do 5º Avisulat, na noite de terça-feira (22/11), na Fiergs. Ao lado de dirigentes do setor industrial e empresarial, Guerra ainda falou sobre o pacote de cortes anunciado pelo governador José Ivo Sartori. "Apesar da situação financeira do Estado, não há espaço para onerar o setor lácteo, pois o que temos hoje de incentivo é somente para concorrer com os demais estados", ressaltou. Ao finalizar sua fala, destacou a ação conjunta do setor lácteo, avicultura e suinocultura na promoção do Avisulat.  "Se estamos juntos no Avisulat, é porque sabemos que, juntos, somos mais fortes e temos mais voz. Sigamos assim, de mãos dadas por uma produção competitiva, que alavancará a economia do nosso Rio Grande para fora dessa crise e, sem dúvida, trabalhará por um Brasil melhor". 

Com a presença do secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, as autoridades fizeram discursos de união e ressaltaram as dificuldades que o agronegócio deve ter pela frente. "Tivemos dificuldade, mas assumimos o compromisso de fazer mais um evento para promover os setores. Agradecemos todas as empresas que estão aqui, pois valorizam a parceria. O Avisulat é um evento estratégico porque ocorre no final do ano e muito do que será falado aqui é uma preparação para o próximo", afirmou o coordenador Geral AVISULAT, José Eduardo dos Santos.
O presidente da Fiergs, Heitor José Müller, também exaltou o conceito de união do Avisulat. "O evento é um belo exemplo da união dos setores, uma conjugação de interesses que deveria servir de exemplo para nossos políticos".   
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, Fábio Branco, representou o governador José Ivo Sartori e parabenizou os organizadores pelos esforços em realizar o evento. Branco comentou a situação econômica do Estado e afirmou que é necessário, mesmo na crise, que o governo seja atuante junto ao setor para modernizar ainda mais a produção. "Eventos como esse são importantes para trazer sugestões, ideias, informações e oportunidade de conhecimento para o país multiplicar as ações em sanidade", afirmou. 
O Avisulat segue até amanhã (24/11). Na agenda desta quinta-feira, destaca-se o 3º Fórum Itinerante do Leite, que debaterá os rumos da competitividade. Na área de exposição, há empresas de todo o Brasil, além de China e França. Os Encontros Internacionais de Negócios reúnem 9 países que vieram conhecer o mercado brasileiro. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Regularização de agroindústrias esbarra em apoio municipal


Crédito: Carolina Jardine

A regularização de centenas de pequenas agroindústrias no Rio Grande do Sul esbarra na falta de apoio por parte dos municípios gaúchos. Sem recursos, as administrações públicas locais têm dificuldade em oferecer estrutura básica de pessoal para implementação do Sistema Municipal de Inspeção (SIM), pré-requisito para que as empresas possam aderir ao Sisbi/Suasa. O impasse foi abordado na manhã desta quarta-feira (23/11), durante encontro de lideranças municipais promovido pelo Sindilat no Avisulat, em Porto Alegre. "As agroindústria precisam de resposta rápida e os municípios querem desenvolver esse setor. O problema é que não há condições para contratação dos veterinários que o sistema exige", pontuou o coordenador para a Agricultura da Famurs, Mário Nascimento.
 
Uma das alternativas para amplificar atendimento às agroindústrias pelo SIM é a adoção de sistemas de consórcios públicos que permitam contratação de veterinários privados pela CLT para realizar as inspeções em diferentes municípios.  Nesse modelo, o veterinário público ficaria encarregado de fiscalização, com poder de polícia. Já a inspeção ficaria a cargo desses veterinários contratados por um conjunto de municípios. O modelo de consórcios é bem visto pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag). Segundo o assessor de Política Agrícola da Fetag, Márcio Langer, que também participou do debate, as ações não avançam porque os municípios e o Estado têm pouca estrutura.  "Temos muitos desafios pela frente", concluiu. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, ressaltou a importância de debates como este para lançar novas ideias e projetos de desburocratização da cadeia produtiva em linha com o projeto Agro+. 

A autorização de equivalência entre as inspeções municipal, estadual e federal também deve ajudar a estimular a expansão das agroindústrias. O PL 334/2015, que delega a estados e município a incumbência pala inspeção de produtos de origem animal, está em tramitação em Brasília e já foi aprovado pela Comissão de Agricultura da Câmara.  A relevância dos diferentes tipos de inspeção foi tema da manifestação de Roberto Lucena, do Ministério da Agricultura, que também participou do debate.

A engenheira de alimentos e coordenadora do Programa Estadual de Agroindústria Familiar da Emater, Bruna Roldan, acrescentou que o importante na avaliação dos estabelecimentos é se estes garantem ou não a realização de processos e operações de fabricação seguros.  De acordo com ela, é preciso enfatizar a "analise de perigos" como foco da inspeção, ao invés de se tratar com tanto afinco as questões relacionadas meramente às instalações das empresas que, na verdade, não é o que, ao fim, garante a sanidade dos processos. E destacou a força da produção da agroindústria familiar. "Queremos manter a agricultura familiar e a agroindústria familiar como uma maneira de manter a cultura alimentar.  São alimentos carregados de tradição. " 

Durante o painel, a fiscal da Secretaria da Agricultura, Karla Oliz, ainda falou sobre a Lei do Leite e a regulamentação que está em curso. "A gente sabe que ela necessitará ser aperfeiçoada e ainda podemos mudar alguns pontos. Meses de discussão é pouco". (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Mudanças no ICMS preocupam setor industrial

Entre as diversas medidas que integram o pacote de combate à crise fiscal do Estado, anunciado pelo governador José Ivo Sartori na segunda-feira, as que mais preocupam os setores industriais gaúchos são as que mexem no ICMS. A intenção do Executivo é dar regime de urgência ao PL 214, parado desde o ano passado, que limita os benefícios de crédito presumido em 70%, além de antecipar em nove dias o recolhimento do imposto. Os sindicatos patronais argumentam que já trabalham sem margem e que, com as medidas, perderão vendas e reduzirão empregos. O projeto de maior impacto entre os dois, o PL 214, já foi enviado pelo Piratini à Assembleia Legislativa em 2015. O texto, porém, está parado na Comissão de Constituição e Justiça, que não deu parecer sobre o projeto. O documento determina que os benefícios de crédito presumido seriam limitados, até 2018, a 70% do concedido. 

O instrumento consiste, na prática, na redução das alíquotas de ICMS para setores específicos, com o objetivo de igualar a carga tributária com os concorrentes de outros estados. Em 2015, somando todos os setores, o total de créditos chegou a R$ 2,5 bilhões, 31% de todas as desonerações concedidas pelo Estado. Segundo o governo, a medida geraria um impacto de R$ 300 milhões por ano aos cofres públicos. Com o regime de urgência, o projeto entra na pauta da Assembleia Legislativa 30 dias após ser protocolado e deve ser votado antes dos demais. O documento ainda deixa aberto à decisão de o Executivo estabelecer exceções à medida. Entre os representantes de diversos segmentos, porém, a preocupação é que mudanças na área retirarão competitividade da indústria gaúcha. "O crédito presumido é uma questão de vida ou morte para as empresas. Já estamos atuando sem margem nenhuma, e no caso de onerar mais a produção, teremos muitas dificuldades", afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado (Sicadergs), Ronei Lauxen. 

O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), Rogério Kerber, salienta o objetivo do instrumento, que é de equalizar a situação com os outros estados, para defender que, na prática, a medida poderia gerar um efeito contrário ao desejado. "Isso pode acelerar a perda de competitividade com os concorrentes e, assim, levar à redução na arrecadação em curto prazo", projeta. Nessa linha, o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat), Darlan Palharini, é ainda mais enfático. "Isso vai invariavelmente levar à migração do parque industrial para outros estados, que cobram uma alíquota menor", projeta. Na visão dos industriais, embora reconheçam a situação precária das finanças gaúchas, o sentimento é de que o setor produtivo já deu a sua contribuição ao absorver o aumento da alíquota geral do ICMS de 17% para 18%, no início do ano. "Estamos cientes da situação de ajuste fiscal do Estado, mas já contribuímos ao abrir mão de parte do benefício no início do ano", acrescenta o representante do Sindicato das Indústrias de Vestuário (Sivergs), Henrique Vieira Gonzales. 

O empresário se refere à mudança na alíquota do setor têxtil, que, na última renovação do benefício, concordou em aumentá-la de 13% para 13,5%. Outros setores são mais cautelosos na análise. O vice-presidente da Associação das Indústrias de Móveis (Movergs), Rogério Francio, argumenta que não é possível fazer um julgamento, mesmo que a indústria seja prejudicada. "Lamentavelmente, a situação exige um remédio, que às vezes é amargo", afirma, acrescentando torcer para que o pacote funcione. O presidente da Fiergs, Heitor José Müller, também ressalta a necessidade das medidas, que, na sua opinião, foram adiadas por muito tempo por seu custo político. "Por outro lado, faz com que a gente tema por uma recessão maior do que esperávamos", argumenta. (Jornal do Comércio)

 
Fundesa faz repasse à OIE
O Fundesa, fundo criado no Rio Grande do Sul para complementar ações de desenvolvimento e defesa sanitária animal, anunciou ontem o repasse de 80 mil dólares à OIE. O ato aproveitou a presença da diretora-geral da entidade, Monique Eloit, no 5˚ Avisulat, em Porto Alegre. O aporte ajudará a fomentar ações desenvolvidas globalmente para combater enfermidades. Monique lembrou que investir em ações em outros países evita a propagação das doenças, inclusive retornos. (Correio do Povo)
 
 

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