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03/10/2016

 

 

Porto Alegre, 03 de outubro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.363

 

Espera-se que crescimento na demanda de lácteos continue até 2025

De acordo com a nova perspectiva sobre lácteos, a longo prazo, da IFCN [International Farm Comparison Network] Dairy, um crescimento global na demanda de leite, de mais de 20 milhões de toneladas por ano, deverá continuar até 2025. A IFCN estima aumento na demanda global de leite de 25% ao longo de 10 anos ou 2,3% por ano. O fator-chave para este aumento é a crescente população mundial, bem como o aumento do consumo de leite por pessoa. Torsten Hemme, diretor administrativo da IFCN, comentou: "Haverá um bilhão a mais de consumidores neste planeta que terá demanda por produtos lácteos". "Globalmente, cada pessoa vai consumir 13 kg a mais em equivalente de leite ao longo de dez anos (ou seja, 127 kg por pessoa em 2025). Portanto, o nível de oferta global de leite também vai continuar a crescer, desde que os consumidores ainda tenham preferências positivas por leite e que a situação econômica e política global esteja estável." Um fator essencial para a futura oferta de leite é, sem dúvida, o preço do leite médio a longo prazo, que os produtores são capazes de produzir. 

 
A IFCN estima este nível de preços do leite em US$41/100 kg de leite (leite corrigido para energia em 4,0% de gordura, 3,3% de proteína); um nível de preços que é substancialmente mais elevado do que os preços observados em 2015 e 2016. Com este preço, é esperado aumento na produção de leite de 208 milhões de toneladas, o que representa 8,5 vezes a produção de leite atual da Nova Zelândia. Nos próximos dez anos, haverá também mudanças significativas no número e tamanho de fazendas. A principal constatação é que em 2025 haverá menos, mas maiores fazendas em nível global. Até então a IFCN espera que haja no mundo 103 milhões de fazendas leiteiras, uma queda de 17,5 milhões de fazendas em dez anos a partir de agora. Apesar disso, o número de vacas e também da produção de leite devem aumentar. Numericamente, representa um aumento na produção global de leite por fazenda de 47% até 2025. (The Dairy Site- Tradução Livre: Terra Viva)
 
 
Produção de leite cresce, mas país está distante dos líderes no setor

A produção nacional de leite atingiu 35 bilhões de litros no ano passado, um volume bem acima dos 24 bilhões de há dez anos. Nesse mesmo período, a produção média por vaca subiu para 1.609 litros por ano, ante 1.195 em 2005. 
São números do IBGE e parecem animadores quando se olha para a evolução percentual da produção: 46% mais. Esses números estão, no entanto, bem distantes dos de outros países produtores. A média mundial de produção por vaca é de 3.527 litros por ano, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Alguns países --como os Estados Unidos-- chegam a ter média de 10,4 mil litros por vaca. Em alguns Estados brasileiros, como o Rio Grande do Sul, a produtividade é bem melhor e atinge 3.073 litros por ano por vaca. Só agora a pecuária leiteira começa a se estruturar. O potencial é grande, mas, graças à letargia dos anos anteriores, o país ainda é importador de leite. Essa organização do setor passa, inclusive, por mudanças de importância das regiões produtoras. 

O Sul desbancou o Sudeste desde 2014 e lidera com uma participação de 35% da produção nacional. Na região Sul, o Paraná assume a liderança, deixando para trás o Rio Grande do Sul. Duas das principais cidades produtoras de leite do país são paranaenses: Castro e Carambeí. A primeira, líder, produz 240 milhões de litros por ano, segundo o IBGE. Wagner Hiroshi Yanaguizawa, pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) diz que o melhor desempenho da região Sul se deve às raças mais produtivas e ao clima mais favorável. Acima de São Paulo, o gado passa por um estresse térmico, segundo ele. Nos últimos 30 anos, os Estados do Sudeste saíram de uma produção anual de 6 bilhões de litros de leite para 12 bilhões. Já os do Sul evoluíram de 2,5 bilhões para 12,5 bilhões no mesmo período. Na avaliação do pesquisador, falta modernidade ao campo. Grande parte dos produtores de leite não tem um controle de custos. Operam, inclusive, com um baixo nível técnico. 

A evolução na cadeia ocorre a passos lentos, e a ausência de um planejamento deve levar a uma maior concentração, tanto da produção como na industrialização nesse setor. Sem controle de custos, esses produtores terão, no médio e longo prazos, seus ativos depreciados. Sem renda, vão abater matrizes, complicando ainda mais o seu desempenho, segundo o pesquisador do Cepea A expectativa é que o produtor faça essa transição do sistema atual para uma produção mais comercial para conseguir sobrevivência. O pesquisador cita o exemplo de 2015, quando os produtores tiveram uma forte pressão dos custos, vindos de energia elétrica, combustíveis e da alimentação do gado. Com isso, tiveram as menores receitas dos últimos cinco anos, devido à crise econômica, mas com custos crescentes. O impacto dessa situação adversa de 2015 continua em 2016, quando a produção deverá ser menor do que os 35 bilhões de litros apontados pelo IBGE para o ano passado, segundo Yanaguizawa. (Folha de SP)

Novacki reforça na FAO compromisso da agricultura brasileira com a preservação ambiental

A produção agropecuária brasileira se baseia na preservação ambiental, tecnologia, inclusão social e consciência do produtor, destacou o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, ao participar de reunião de ministros na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, nesta segunda-feira (3).

"Tudo isso sem os subsídios que distorcem o comércio internacional e agravam o abismo entre os países desenvolvidos e aqueles que querem chegar lá", disse Novacki.  A Argentina apoiou a iniciativa brasileira de criticar os subsídios agrícolas e defendeu a ampliação das discussões sobre o tema. Durante o encontro que tratou de tendências de longo prazo dos preços das commodities e o desenvolvimento sustentável da agricultura, o secretário-executivo salientou que o Brasil preserva 61% das suas terras e apenas 28% do território é utilizado para produzir alimentos. De acordo com o Código Florestal, assinalou Novacki, os produtores são obrigados a preservar entre 20% e 80% da vegetação nativa, dependendo da região.
Segundo ele, a preservação ambiental se dá às custas do produtor e precisa ser reconhecida pela comunidade internacional. "Buscamos a agregação de valor aos produtos brasileiros", enfatizou o secretário-executivo. Lembrou ainda que sistema produtivo brasileiro tem um dos mais elevados padrões de segurança fitossanitária do mundo.
Novacki também falou sobre o Plano Agro +, que até agora já recebeu 335 demandas do setor produtivo para desburocratizar normas e procedimentos do ministério. Do total, 87 foram resolvidas - entre elas, a agilização do processo de registro de produtos de origem animal e a reinspeção nos portos. "Estamos trabalhando em ritmo acelerado para resolver os gargalos", acrescentou. (MAPA)

Mudanças na ordenha de leite ajudam a economizar água, aponta Embrapa

Uma pesquisa da Embrapa de São Carlos (SP) descobriu que manejos simples, mudança de hábitos e qualificação da mão de obra podem economizar até 30% de água em instalações de ordenha. O objetivo foi quantificar o consumo para melhorar a eficiência do uso da água no processo de ordenha, promovendo a gestão do recurso. O investimento do produtor é baixo.

Uma fazenda localizada em Descalvado possui 60 vacas e cada uma produz em média 15 litros de leite por dia. Para garantir a produção, os animais precisam beber bastante água. Lá, os bebedouros ficam espalhados pela propriedade e a água para matar a sede dos animais e para a limpeza do espaço saem de um posto artesiano.

Higienização
Para deixar a sala de ordenha limpa, são gastos por dia entre 1,2 mil a 1,3 mil litros de água. "Você tem que higienizar, afinal a gente está produzindo alimentos. Se você não higieniza, problemas surgirão mais na frente na cadeia", disse o produtor Mario Dotta e Silva.

A fazenda também adotou a prática do reuso. A água utilizada na limpeza vai para uma fossa e depois é usada para irrigação e adubação do pasto. A sustentabilidade é regra na propriedade. "Essa água tem que ser reutilizada de alguma forma para gerar eficiência", afirmou Silva. 

Redução de 30%
Toda essa mudança pode ter um impacto positivo no uso da água, já que a economia nos locais onde são feitas as ordenhas pode chegar a 30%. A Embrapa monitorou os três hidrômetros por 18 meses.

O pesquisador constatou que na limpeza da sala de ordenha onde se gasta mais, em média 48% do total, 37% vão para o processo de ordenha e limpeza dos equipamentos e apenas 10% para o consumo dos animais. Medidas simples podem ajudar bastante na economia como fazer a raspagem do solo para só depois lavar.

"Muitas vezes para acontecer mudanças a gente precisa de dinheiro, precisa por a mão no bolso. Isso não é totalmente verdade quando se fala em meio ambiente. Se a gente fizer algumas mudanças culturais, ou seja, se eu uso água sem pressão e passo a usar com pressão, isso vai contribuir para a eficiência hídrica. Uma torneira pingando, naquele segundo aquele pingo não é nada, mas em 24h do dia, aquele pingo é uma grande quantidade", explicou o pesquisador da Embrapa Júlio Palhares.

Cisterna
O produtor também pode investir em uma alternativa para garantir água de graça. Uma cisterna, por exemplo, que capta água da chuva e armazena em uma caixa d'água de 10 mil litros. O sistema custa aproximadamente R$ 7 mil.

"A cisterna foi instalada em dezembro de 2015 e até a data de hoje, nós já conseguimos economizar em torno de 75% da água que nós utilizávamos para lavar o piso depois da ordenha", acrescentou Palhares.

Para ele, é preciso cuidar bem dos recursos naturais, principalmente nos dias de atuais. "Nossas fontes de água, os nossos solos, o nosso ar que hoje se fala tanto, também precisam ser cuidados - também precisam ser inseridos no dia a dia da nossa produção", concluiu Júlio Palhares. (G1)

 

ABIGEATO PERSISTE
Mesmo com a criação de força-tarefa para conter o abigeato no Rio Grande do Sul, as ocorrências continuam assustando os pecuaristas. Na semana passada, a Cabanha Solé, de Cerrito, no sul do Estado, teve quatro vacas prenhas da raça angus carneadas na propriedade. Os animais estavam sendo preparados para serem julgados na exposição de Pelotas, no próximo dia 12. - Eram animais superiores dentro da geração, resultado de anos de melhoramento genético. O prejuízo é inestimável - lamenta o produtor Ismael Solé Filho, que em julho do ano passado também foi alvo de abigeato. E a insegurança no campo não tem se resumido ao furto de gado. Quadrilhas organizadas têm invadido fazendas também para roubar insumos e máquinas. (Zero Hora)
 

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