Porto Alegre, 01 de setembro de 2023 Ano 17 - N° 3.979
Estado tem 33 mil produtores de leite na ativa
O número de produtores de leite no Rio Grande d o Sul despencou 60,78% em quase uma década, tendo recuado de 84.199 em 2015 – data do primeiro diagnóstico realizado pela Emater/RS-Ascar – para 40.182 em 2021 e 33.019 neste ano. Com isso, o rebanho leiteiro gaúcho encolheu 34,47% no período, de 1.174.762 de vacas em 2015 para os atuais 769.812 animais. Os indicadores são do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no RS – 2023, apresentado pela empresa de assistência técnica nesta quinta-feira (31), dentro da programação da Expointer, em Esteio.
Os dados para o levantamento foram coletados em julho passado. Segundo o zootecnista e assistente técnico da Emater Jaime Ries, a pesquisa, que é bianual, é focada apenas em produtores que entregam leite a laticínios ou mantêm indústrias legalmente formalizadas. Somadas, as propriedades rurais leiteiras produzem hoje 3,836 bilhões de litros de leite por ano, volume 8,91% inferior aos 4,212 bilhões registrados em 2015 e também abaixo do total verificado na pesquisa de 2021, de 4,079 bilhões de litros anuais. O desempenho dos rebanhos, no entanto, aumentou no período analisado, como resultado da profissionalização da atividade e do uso de técnicas modernas de manejo.
A produtividade média das vacas leiteiras teve um avanço de 39,01%, de 11,7 em 2015 para 16,3 litros diários neste ano. O volume médio produzido em cada estabelecimento rural reflete um salto de 132,29%, de 137 para 317 litros por dia na mesma base de comparação. “É um aumento grande: menos propriedades, mas com uma média maior de vacas e com vacas mais produtivas”, destacou Ries. Esse resultado em 2023, porém, ainda ficou abaixo da expectativa, se considerada a tendência apontada pelos quatro levantamentos anteriores. “Se (o setor) tivesse seguido o mesmo ritmo, seriam 352 litros (diários). Então, temos boas notícias, mas elas poderiam ser melhores. (Nos últimos dois anos), tivemos estiagem, aumento de custos de produção e a questão das importações”, ponderou Ries, referindo-se à disparada das importações de leite e lácteos de países do Mercosul neste ano.
A concorrência com os itens importados, que entram no Brasil com preços mais competitivos, vem causando dificuldades ao setor e motivando protestos dos pecuaristas. Entre os dados apresentados, chama atenção também o aumento de 67,1% no número de vacas por propriedade, que era de 13,95 em 2015 e passou para 23,31 neste ano. “À medida que diminuiu o número de produtores, os que ficam (na atividade) têm mais animais”, disse Ries. Novamente, com base no ritmo de aumento dos quatro anos anteriores, observou o zootecnista, a expectativa apontaria para uma média de 25 animais por propriedade. O levantamento também traz dados sobre o padrão genético predominante no rebanho leiteiro. Em 67% das propriedades, são criadas vacas holandesas. Outros 16% dedicam-se à raça Jersey e em cerca de 16% estabelecimentos as duas raças estão presentes – o restante dos pecuaristas mantém animais das raças Gir Leiteiro, zebuínas e outras. (Correio do Povo)
A próxima semana terá umidade, chuva e temperaturas amenas no RS
Na quinta-feira (31/8), o tempo permanecerá seco e quente em todo Estado. Entre a sexta (01/9) e o domingo (03/9), o deslocamento de uma área de baixa pressão e uma frente fria provocarão chuva em todas as regiões, com possibilidade de temporais isolados, associados a fortes rajadas de vento e queda de granizo em áreas isoladas.
Na segunda (04), a nebulosidade seguirá predominando, com chuva em todo Estado e risco de temporais isolados, e o ingresso de ar frio provocará o declínio da temperatura. Na terça (05), ocorrerão pancadas de chuva nos setores Norte e Nordeste, com tempo firme e frio nas demais regiões. Na quartafeira (06), o tempo firme e frio vai predominar em todas as regiões. Os volumes previstos são muito elevados e oscilarão entre 70 e 100 mm na maioria das áreas do RS.
No Alto Uruguai e no Planalto os totais deverão variar entre 125 mm e 140 mm e poderão superar 160 mm em diversas localidades. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)
Na Expointer, Uruguai afasta possibilidade de Brasil taxar lácteos do Mercosul
O ministro da Agricultura do Uruguai, Fernando Mattos, afastou a possibilidade de o Brasil taxar a importação de lácteos do país. “Não podemos estabelecer regras de restrição porque estamos no Mercosul integrado, não podemos aplicar aspectos legais que vão contra o espírito de livre circulação de bens e de pessoas. Seria, portanto, uma contradição o Mercosul pedir liberalização de mercados e estabelecermos regras restritivas internas”, argumentou, durante visita à casa do Grupo Record RS na Expointer.
A certeza provém também de reunião com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, realizada na sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), após encontro com o setor lácteo gaúcho, nesta quinta-feira, na Expointer.
De acordo com Mattos, a reunião com Fávaro resultou na designação de dois pontos focais de trabalho para “evitar o aviltamento da oferta (de leite) na próxima primavera de acordo com todas as normas de transparência”. “Vamos propiciar, dentro dos acordos empresariais, que as empresas possam dialogar entre si para que haja regras claras e o comércio contribua ao correto abastecimento ao mercado brasileiro”, afirmou.
Isso porque o país vizinho é tradicional fornecedor de leite ao Brasil que, segundo Mattos, não supre a própria demanda interna. “O Brasil precisa de fornecedores confiáveis. Não podemos levantar o dedo acusador a quem tem sido, historicamente, o grande fornecedor para esse déficit. É também a importação que regula o mercado, evita a disparada dos preços e evita que a pressão inflacionária ocorra quando a produção brasileira diminui”, disse.
Outro foco está no desenvolvimento de campanhas de estímulo ao consumo de leite no Brasil, a exemplo do que, há 80 anos, ocorre no Uruguai, onde as escolas têm no leite e nos lácteos produtos insubstituíveis na merenda escolar. Além de regular o mercado interno, a oferta às crianças cria hábitos que perduram de geração a geração, fortalecendo uma cultura de consumo. “Transmitimos ao Fávaro que o Uruguai consome quase 50% a mais de leite per capita que o Brasil, na proporção de 240 litros per capita/ano para 160 litros per capita/ano. Essa poderia ser uma estratégia para desafogar o produtor e enriquecer a alimentação das crianças com alto valor nutricional, melhorando, inclusive, seu desempenho cognitivo e escolar”. argumentou.
Além do que chamou de busca por “soluções construtivas por meio do diálogo para que ambos os países tenham uma mútua compreensão de suas realidades, inclusive na questão social”, Mattos revelou que pediu interferência de Fávaro para solucionar entraves relativos à certificação de qualidade do leite uruguaio nas fronteiras brasileiras. Disse que, por meio de um compromisso pessoal do ministro brasileiro, ouviu o compromisso de criar um grupo de trabalho para estabelecer critérios comuns de avaliação e certificação no Mercosul para garantir a transparência e a confiabilidade das operações comerciais. (Correio do Povo)
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