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12/07/2016

Porto Alegre, 12 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.307

 

Indústrias de lácteos com inspeção municipal defendem liberação de FGPP

As agroindústrias do setor leiteiro enquadradas no Sistema de Inspeção Municipal (SIM) enfrentam problemas para obter o Financiamento para Garantia de Preço ao Produtor (FGPP), embora a exigência de inspeção federal tenha deixado de existir a partir da safra 2012/2013, quando foi criada a modalidade de financiamento substituindo o então Empréstimos do Governo Federal (EGF). Esta é uma linha de crédito do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), cujo objetivo é financiar o carregamento de estoques de produtores rurais e agroindústrias para comercialização futura. 

Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios (G100), Wilson Massote, há cinco anos o setor vem demandando mais crédito no FGPP. Ressalta, no entanto, que não houve sucesso até agora e, inclusive, ocorreu retração no volume liberado. "Se o clima for favorável até o final do ano, teremos leite abundante, mas não teremos condições de estocar todo o produto. Não há sensibilidade do governo, para esta questão. Gostaríamos que isso fosse colocado realmente em pauta", alerta. Outro entrave das pequenas indústrias de laticínios para a obtenção de crédito, são as dívidas junto ao INSS que impedem a emissão de certidão negativa. 

O dirigente do G100 afirma que este problema também não permite a participação de muitas empresas no programa Mais Leite Saudável que ajuda a melhorar a competitividade do setor leiteiro e a renda do produtor. Uma das reivindicações da entidade é a utilização de créditos de PIS/Cofins para liquidação automática de débitos de INSS para as indústrias lácteas. "Se isto não ocorrer, a maioria das micro, pequenas e médias empresas de laticínios não terão acesso ao crédito. É preciso uma solução urgente", alerta Massote. As pautas de reivindicação foram objetos de discussões com o governo, em reunião com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, no dia 21 de junho, em Brasília, e de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, proposta pelo deputado federal Alceu Moreira, (PMDB/RS), na quinta-feira passada, dia 7 de julho. (Jornal do Comércio)

 
 
Setor amplia participação

O Relatório do Comércio Exterior do Agronegócio do Rio Grande do Sul, divulgado ontem pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul, apontou um volume comercializado no mês de junho de 2,5 milhões de toneladas, equivalente 1,353 bilhão de dólares. O número, que corresponde a 75% do total de exportações gaúchas, representa um incremento de 10,8% no volume exportado em relação ao mesmo período do ano passado e de 1,65% comparado à maio de 2016. Em maio, o volume de exportações teve um crescimento de 46,6%, confirmando uma tendência de melhora dos negócios a partir do segundo trimestre do ano. De acordo com o documento da Farsul, o resultado positivo no final do primeiro semestre ajudou a amenizar a queda nas vendas, que foram 2,2% menores em relação aos primeiros seis meses de 2015. A China mantém a posição de grande comprador do agronegócio gaúcho, com 36,2% do total comercializado. (Correio do Povo)

O Brasil foi responsável por 60% do faturamento com as exportações de lácteos do Uruguai

O Brasil se transformou no principal destino das exportações de lácteos do Uruguai, representando 60% do faturamento no primeiro semestre do ano, informou a El Observador Mercedes Baraibar, técnica da área de informação econômica e estatísticas do Instituto Nacional de La Leche (Inale). Mesmo sem divulgar a quantidade adquirida pelo Brasil, o valor foi estimado pelo Uruguay XXI em US$ 158 milhões. Brasil e China - apesar do faturamento bem menor que o Brasil - foram destacados no primeiro boletim semestral de monitoramento de mercados que lançou esta semana o Inale. A informação divulgada se concentra nos mercados que são chaves para o Uruguai: Brasil, que importou 60% das divisas obtidas com lácteos; e a China, como mercado potencial no longo prazo, apesar de neste momento não estar tão forte, explicou Baraibar. A análise do Inale considera o comportamento dos mercados nos primeiros quatro meses de 2016 e sua comparação com o mesmo período do ano passado. 

Apesar da situação econômica complicada do Brasil e projeções de retração do consumo em geral - pela inflação e uma economia que crescerá levemente em 2017 - está previsto crescimento considerável das importações. Nestes itens, o Uruguai foi o primeiro ou o segundo fornecedor, dependendo do produto. Por outro lado, a China efetuou compras importantes nos primeiros meses de 2016, mas, a pergunta é se realmente houve recuperação da demanda, ou se está apenas considerando fazer estoques com preços baixos para os próximos meses, ressaltou Baraibar. 

Os Estados Unidos aumenta a oferta a taxas variáveis, mas, abaixo dos preços pagos pelos produtores, esperando que a produção desacelere. Situação idêntica ocorre na União Europeia. Já a Rússia, apesar das dificuldades, é um mercado importante para a manteiga do Uruguai e também tem efetuado compras pontuais de queijo e leite em pó desnatado. Em matéria de perspectivas, nada faz prever alteração na demanda ou retração da produção. Por isso, nada indica quando haverá recuperação dos preços. Mas, todos os analistas dizem que irão melhorar. Alguns opinam que será antes do final de 2016, e outros que será no primeiro semestre do próximo ano. Também é esperada uma desaceleração da produção, embora deva crescer 1,6%, ou a taxas menores. Isto significa um volume extra de leite no mercado, que em alguns lugares como nos Estados Unidos e União Europeia vão crescer nos estoques, dificultando a recuperação de preços, diz Baraibar. (El Observador, Tradução Terra Viva)

Goiás registra queda de mais de 6% na produção de leite no 1º semestre

O criador Gonçalves Costa é produtor de leite em Itaberaí. Foi a primeira vez que antecipou, em um mês e meio, o trato das vacas com silagem e ração. Não chove na região há mais de três meses. O pasto secou bem antes do previsto e para piorar, o milho, importante componente da ração, não rendeu. "De 600 toneladas, colhemos 100 toneladas de material ruim", afirma.

Em maio do ano passado a fazenda produziu 57 mil litros de leite. Em maio deste ano caiu para 41 mil litros, uma redução de 28%. Isso nunca tinha acontecido na fazenda. A fazenda faz parte de uma associação que conta com 60 produtores. Todos estão sofrendo para a alimentar o gado. "Se ele retira ou diminui essa comida, a vaca vai deixar de produzir 30 litros e produzir 20, 22, ou menos. No nosso grupo tivemos uma queda de 30%", comenta Eurípedes Bassamurfo, produtor de leite.

Para a Federação da Agricultura de Goiás, o clima só agravou uma crise que o produtor vem enfrentando nos últimos anos. O número de vacas ordenhadas no estado, caiu 3% em 2015. O produtor estaria descartando animais além do necessário.
"O produtor teve que sacrificar animais para pagar compromissos financeiros lá atrás. Estamos sentindo isso agora. Os preços aumentando, a produção caindo. E não é só Goiás, o Brasil teve uma queda de produção em torno de 8%", declara Edson Novaes, gerente econômico da Faeg. Segundo a Federação da Agricultura de Goiás, a queda da produção no estado nos últimos doze meses ficou em 8,7%, acima da média nacional. (Portal Lacteo)

 
Queijo artesanal em pauta no ministério
O deputado federal Alceu Moreira encaminhou documento ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, sugerindo que a pasta regulamente a produção de queijo artesanal. A ideia é estipular regras específicas para esta modalidade de produto. Moreira é autor de um projeto de lei que visa regulamentar a atividade. A estimativa é de que 80 mil estabelecimentos possam ser beneficiados, especialmente no Rio Grande do Sul e Minas Gerais. (Correio do Povo)
 
 

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