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01/07/2016

 

Porto Alegre, 01 de julho de 2016                                                Ano 10- N° 2.300

 

 Zenith: inovações impulsionam aumento no consumo de leite ao redor do mundo

O mercado global para leite fluido continuou crescendo em 2015, aumentando em 2,4%, para 251 bilhões de litros, de acordo com um relatório recente da firma de consultoria, Zenith International. O leite puro continua, de longe, o tipo mais comumente consumido, capturando 93% do volume total, com o leite com sabor representando os 7% restantes. Ambos os segmentos deverão se fortalecer nos próximos anos até 2020, com um crescimento anual de 2% a 7%, respectivamente.

A maioria do consumo ocorre na região da Ásia Pacífico, com um volume de mais de 130 bilhões de litros, representando 52% do mercado global. Essa região é seguida por Europa Ocidental, América do Norte e América Latina, com uma participação combinada de 35%. As vendas em todas as regiões, com exceção da América do Norte, aumentaram em 2015.

A diretora de inteligência de mercado do Zenith International, Esther Renfrew, disse que o leite está indo relativamente bem. "Sabemos que em alguns mercados, ele não está indo particularmente bem (em mercados maduros) mas está crescendo na Ásia predominantemente". Renfrew frisou que, embora ela estude as tendências dos lácteos, é importante saber como a categoria se comporta com relação a outras bebidas. "Eu tenho que olhar para a categoria de forma mais ampla, porque precisamos entender como o leite se encaixa junto com as bebidas de frutas e carbonatadas, chás e água engarrafada. É uma forma útil de entender em um contexto mais amplo", completou.

"Como categoria, o leite tem na verdade perdido um pouco de participação e isso principalmente devido à água engarrafada. O leite tinha cerca de 13% de participação em 2010 e caiu para 12%. A água passou de 14% para 17% e isso mostra que as pessoas passaram a buscar água para se hidratarem ao invés do leite", pontuou ela.  


Renfrew destacou que as indústrias de leite e água têm similaridades. "Elas estão buscando fornecer aos consumidores algo um pouco mais excitante, e também cobrir as tendências de que os consumidores estão abandonando as bebidas açucaradas em busca de uma hidratação mais saudável. É por isso que estamos vendo ambas as indústrias fazendo muita coisa referente à comunicação e ao posicionamento de suas marcas", comentou. "Analise o leite nos Estados Unidos: há muito trabalho com associações de atletas e  recuperação muscular. As campanhas destacam que é melhor consumir leite após a prática de exercícios físicos ao invés de outras bebidas oferecidas no mercado". O leite FairLife é um exemplo clássico nos Estados Unidos, já que revigora a categoria ao agregar valor ao seu leite e os consumidores parecem entender isso. 

"Nós trabalhamos para tentar entender o lado do consumidor. Desviamos da produção, da captação de leite e das cotas. Avaliamos o que o consumidor está interessado em comprar e quais são as tendências. O desafio no mercado de leite fresco é a sua distribuição e a manutenção do seu resfriamento", completou. Para ela, o desafio é tornar o leite uma bebida excitante. "Há algumas marcas que fazem isso. Elas estão tentando ganhar as pessoas para levá-las a um consumo contínuo de leite. Alguns países estão tendo sucesso fazendo isso e um exemplo são os países escandinavos". 

Esther disse que, na Ásia, o crescimento no consumo é devido ao entendimento da população com relação às propriedades do leite.  "Notamos vários programas de incentivo ao consumo de leite nas escolas da  Indonésia, Filipinas e China. Esses mercados estão crescendo muito rápido porque eles já compreenderam os benefícios funcionais do produto". 

 
Questionada sobre um possível perigo no desaceleramento do consumo da Ásia - como ocorreu com os mercados tradicionais e maduros - ela acredita que isso não venha a ocorrer e acredita que ainda há muitas oportunidades nos mercados maduros. "Sem dúvidas, o que estamos vendo é que algumas inovações estão ajudando, seja inovação em produtos voltados para crianças, produtos enriquecidos com proteínas ou com sabores mais excitantes e incomuns. Esses tipos de inovação estão contribuindo para que a categoria de lácteos cresça".

Na indústria de queijos, produtos como queijos ricos em proteína, queijos com sabor, queijos especificamente para lanches ou queijos em forma de coração estão entre as tendências recentes. Renfrrew disse que, na China, o mercado de queijos está crescendo no setor de food service e que o varejo está crescendo relativamente rápido. "A categoria láctea permite inovações e por isso, você vai encontrar uma variedade de diferentes consumos domésticos em todo o mundo". Ela acrescentou que a indústria de lácteos é nova em alguns mercados da Ásia, o que significa que o futuro pode ser influenciado pelas companhias que estão operando por lá.

A inovação está disseminada na indústria, com os processadores tentando capturar participação de mercado por meio de ofertas de produtos com valor agregado aos consumidores. Tendências de inovação surgiram nos últimos anos, incluindo leites enriquecidos com vitaminas, sabores inspirados em produtos de confeitaria e posicionamento premium para produtos voltados à perda de peso ou focados em algum gênero.

Usando dados de 72 países, o leite está em terceiro lugar na lista de bebidas de crescimento global de 2010-2015, com 19 bilhões de litros, atrás somente do chá (55 bilhões) e água engarrafada (97 bilhões). Em 2010, o leite tinha 13% de participação nos mercados de bebidas, com 216 bilhões de litros, e embora essa participação de mercado em 2015 tenha diminuído para 12%, a quantidade real aumentou para 233 bilhões de litros. Outros desenvolvimentos recentes no setor de lácteos incluem iogurte rico em proteína e iogurtes em embalagens adaptadas para crianças. 

Fique atento:
Em resposta ao sucesso absoluto do Latin America Dairy Congress (LADC), realizado em Novembro de 2015, a AgriPoint, em parceria com a Zenith International, realizará o LADC 2016 - Dairy Vision. A partir deste ano, o evento incorpora em seu nome a visão e a estratégia que norteiam seu conceito.

Mantendo o foco principal, de ser "um evento de líderes para líderes", com a participação dos maiores executivos do segmento lácteo, o Dairy Vision está sendo preparado para repetir e reforçar o sucesso obtido em sua edição inaugural. Sua temática permanecerá voltada a discussões sobre mercado, marketing, inovação, empreendedorismo, consumo, entre outros conceitos fundamentais para o desenvolvimento sustentável da cadeia láctea. Aguarde as próximas novidades!

Para mais informações, acesse: http://www.ladc.com.br/. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

 
Francesa Lactalis pretende ampliar quatro unidades de lácteos no RS

Desde que chegou ao Brasil, há três anos, a francesa Lactalis deixou claro que tinha ambições para crescer no mercado brasileiro de lácteos. Captadora hoje de 22% de todo o leite produzido no Rio Grande do Sul, a empresa pretende investir mais de R$ 120 milhões na ampliação de quatro unidades gaúchas: Teutônia, Santa Rosa, Ijuí e Três de Maio. A concretização ainda depende de incentivos tributários, negociados com o governo estadual.

- Esperamos ter uma definição até o fim de julho, para começar as obras ainda neste ano - adianta Guilherme Portella, diretor de relações institucionais e assuntos regulatórios da Lactalis do Brasil.

A intenção é ampliar as unidades gaúchas para aumentar a fabricação de requeijão, queijo prato e mussarela e também a marca global President - queijo artesanal que deu origem à empresa francesa ainda na década de 1930. Hoje, a multinacional é dona das marcas Elegê, Batavo, Parmalat, Santa Rosa e Galbani.

A francesa entrou no mercado gaúcho em 2013, quando comprou ativos de lácteos da BRF e fábricas da LBR. No Rio Grande do Sul, tem cinco unidades industriais e um centro de distribuição, em Fazenda Vilanova. Em todo o país, possui 17 unidades industriais de leite e derivados. (Zero Hora)
 
Europa aumenta teto de intervenção de leite em pó desnatado

As novas regras aumentando o teto de intervenção pública para leite em pó desnatado - de 218.000 toneladas para 350.000 toneladas - entraram formalmente em vigor na quinta-feira, dia 30 de junho. Essa medida ocorreu em reposta à atual crise de mercado e segue normas excepcionais anunciadas pela Comissão Europeia no Conselho de Agricultura do mês de março.

O aumento no teto de intervenção ocorre em um momento no qual os volumes de leite em pó desnatado comprados até agora nesse ano alcançaram 296.525 toneladas, das quais 218.000 toneladas ocorreram via intervenção com preço fixo e 78.525 toneladas via propostas de intervenção, disse a Comissão.

Foi anunciado que os últimos dados incluem ofertas por 15.127 toneladas de leite em pó desnatado de 12 estados membros que foram aceitas pela Comissão na semana passada sob o sistema de oferta a um preço máximo de €169,8 (US$ 188,18) por 100 quilos (preço de intervenção) - conforme apoiada pelo Comitê da Organização dos Mercados Comuns (CMO) na última quinta-feira. Com o maior teto, as compras de intervenção do leite em pó desnatado agora se reverteram a um sistema de preços fixos.

Em sua fala sobre a situação do mercado no Conselho de Ministros da Agricultura em Luxemburgo, na segunda-feira, o comissário, Phil Hogan, confirmou que a Comissão está trabalhando em um pacote de suporte para o setor de lácteos - com recursos financeiros se necessário. 

"Na concepção de um pacote de suporte como esse, estamos avaliando todas as opções disponíveis que nos ajudarão a trazer equilíbrio ao mercado de lácteos". "Considerando que existem limitações sobre o que pode ser feito para encorajar a demanda, precisamos inevitavelmente focar no lado da oferta da equação. Embora nossas análises ainda estejam sendo feitas, temos que olhar todos os instrumentos disponíveis para nós e considerar se estão ou não disponíveis, além dos termos de acesso à eles".

"Estou consciente de que a crise no setor de lácteos da Europa está ocorrendo em todos os estados membros, mesmo se sentida de forma mais aguda em uns do que em outros. Dessa forma, qualquer novo pacote irá, além de resolver a estabilização e a redução da produção, ser equitativa em seu tratamento dos produtores de leite na União". 

Em 30/06/16 - 1 Euro = US$ 1,10825
0,90232 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com). (As informações são do AgriLand, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
O Mercosul amortece a baixa de preços do setor lácteo uruguaio
Em junho, quase 80% das exportações leite em pó foram para o Brasil, 7 mil toneladas, ao preço médio de uS$ 2.600/tonelada. Em seguida aprecem: Argélia (9%), e Rússia (4,5%), mas ao preço médio de US$ 2.100/tonelada, ou seja, US$ 500 a menos do que foi pago pelo grande sócio do Mercosul. No caso dos queijos, até ontem, tinham sido embarcadas 3.000 toneladas, das quais 47% foram para o Brasil, 16% para a Rússia e 14% para o México. No último Encontro do Inale o subsecretário de Pecuária, Enzo Bench, chamou a atenção da indústria porque considerava que estava havendo uma concentração perigosa das vendas para o Brasil. Estes questionamentos surpreenderam os produtores, industriais, e inclusive autoridades do próprio INALE. Uma fonte do Inale comentou que graças ao mercado e facilidade de acesso em questões alfandegárias, proporcionados ao Uruguai, pelo Mercosul, quando comparado com outros concorrentes é o que vem permitindo as indústrias pagarem aos produtores, neste momento, o preço que estão sendo pagos. Sem esse mercado, seguramente, a conjuntura para a indústria Uruguaia seria ainda mais preocupante. (Tardaguila - Tradução livre: Terra Viva)

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