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17/03/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de março de 2023                                                    Ano 17 - N° 3.862


NASA confirma em estudo que o gado argentino não polui
 
Nos últimos anos, a atividade pecuária global tem sido repetidamente acusada de gerar um impacto ambiental negativo, a partir da emissão de dióxido de carbono.
 
Mas um estudo - neste caso, da NASA - refutou essas afirmações e mostrou que a Argentina é um dos poucos países do mundo com balanço de carbono positivo.
 
Conforme explicam Adrián Bifaretti e Eugenia Brusca, do Instituto para a Promoção da Carne Argentina (Ipcva), a abordagem tradicional para medir essa variável se baseia na medição do dióxido de carbono, a partir da contagem e estimativa da quantidade desse gás emitida. .
 
Como se chegou a esta conclusão? Um estudo publicado na Earth System Science Data usou medições feitas pela missão Orbiting Carbon Observatory-2 (OCO-2) da NASA. O trabalho oferece uma nova perspectiva, acompanhando tanto as emissões de combustíveis fósseis quanto as mudanças totais nos "estoques" de carbono dos ecossistemas, incluindo árvores, arbustos e solos.
 

 
O mapa mostra as emissões e remoções líquidas médias de dióxido de carbono, entre 2015 e 2020.
 
 
Balanço positivo
 
A principal constatação foi que a Argentina é um dos poucos países que aparece com saldo positivo, baseado no sequestro de carbono em florestas, matagais e pradarias. No relatório, elas foram incluídas sob o nome de “pastagens”.
 
Para o IPCVA, a pecuária nacional “faz parte do ecossistema natural e constitui uma das atividades que leva a agricultura argentina a ser um ator essencial no manejo da fotossíntese e na recuperação do dióxido de carbono da atmosfera no ciclo natural do carbono” .
 
Bifaretti e Brusca detalharam que os recursos forrageiros consumidos pelo gado retiravam dióxido de carbono do ar, como parte do ecossistema natural por meio da fotossíntese. “O metano que eles emitem é feito com base no carbono do pasto que consumiram e sua duração é de 10 a 12 anos na atmosfera”, explicaram.
 
Após esse período, o metano é transformado em água e gás carbônico, que é naturalmente absorvido por meio da fotossíntese pelas pastagens. “É assim que o ciclo se repete, é pura natureza”, afirmaram.
 
O mapa verde
 
A cor verde do mapa feito com dados da NASA se encaixa perfeitamente nos sistemas de produção pecuária da Argentina. Neste ponto, o Instituto explicou que, se comparado com outros sistemas pecuários - mais industrializados e intensivos - o gado argentino tem uma base nutricional que se caracteriza por um baixo uso de insumos, agroquímicos e fertilizantes químicos.
 
“Por outro lado, a pecuária argentina é uma das poucas atividades que permite a transformação de proteína vegetal imprópria para consumo humano em proteína animal de alto valor biológico indicada para consumo humano”, detalharam. E acrescentaram: “Se os sensores da NASA forem mais refinados, esses avanços serão fundamentais para verificar quais países cumprem os compromissos assinados na COP 21 e além”.
 
Com essas evidências, eles afirmaram que a pecuária não deve continuar sendo apontada como uma das causas do aquecimento global e das mudanças climáticas.
 
As informações são do Infocampo, traduzidas pela Equipe MilkPoint.


Leite/Europa

A produção de leite continua com o crescimento sazonal em muitos países da Europa Ocidental. Embora o clima adverso iniba eventualmente o crescimento da captação de leite, no geral, a tendência é de crescimento em países do norte europeu, desde o início do ano. 

No entanto, em partes da França e sul da Europa as condições mais secas impediram um forte aumento da produção de leite este ano. De acordo com o site CLAL, dados preliminares sobre a produção de leite no Reino Unido (RU), indicam elevação de 1,9% em janeiro de 2023, em relação a janeiro de 2022. Apesar disso, os dados consolidados de 2022, apontam para queda de 0,5% no volume de leite captado no RU, na comparação com 2021. Análises preliminares indicam que, em 2023, na União Europeia (UE), a produção de leite será idêntica à do ano passado. No entanto, está havendo preocupações com a queda dos preços e da demanda das commodities lácteas, além dos novos regulamentos que deverão manter a produção limitada. Produtores de leite da Bélgica e Holanda ocuparam as capitais com tratores, em protesto contra a proposta de regulamentação das emissões de nitrogênio. As novas regras reduzirão a produtividade animal nos dois países.  

Uma associação do comércio europeu de lácteos divulgou um relatório, mostrando que, em 2022, as exportações globais de produtos lácteos foram 2,2% menores do que as de 2021, o primeiro declínio do comércio global em duas décadas. As exportações de commodities lácteas da UE decresceram em quase todas as categorias, com o leite em pó integral (WMP) caindo mais. De acordo com os analistas, a menor disponibilidade de leite e a baixa competitividade nos mercados mundiais foram as forças responsáveis pelos números de exportação mais baixos. As vendas de lácteos para a China, Indonésia, Malásia, Filipinas e Tailândia caíram entre 17% e 22% no último ano.

A produção de leite de 2022 exibiu forte crescimento em países do leste europeu, como Polônia e República Checa. Sazonalmente, a captação cresce na região. Embora o aumento da captação seja esperado na Europa Oriental, o conflito Ucrânia x Rússia continua prejudicando outras partes. As autoridades ucranianas observam que o aumento dos preços de ração e energia, destruições localizadas de infraestruturas do país, bem como a queda nas cotações das commodities representam desafios significativos. As exportações foram fundamentais para manter a indústria de laticínios ucraniana. No entanto, com a queda dos preços, as exportações estão perdendo a atratividade.  

O acordo para manter os portos do Mar Nigro abertos para o transporte de grãos deve terminar no dia 18 de março, a menos que Ucrânia e Rússia negociem a prorrogação.

Fonte: Usda – Tradução Livre: Terra Viva

Mercado de soro: perspectivas e oportunidades

O soro de leite é uma matéria-prima láctea que vem ganhando cada vez mais aplicações e tornando-se mais valorizado no mercado. O soro é um coproduto da fabricação de queijos, na qual a produção de 1kg de queijo, tem-se uma obtenção média de 8,5 a 9 litros de soro.

Soro em números

Tamanho de mercado, segundo estimativa do MilkPoint Mercado:

Aproximadamente 9 bilhões de litros/ano;
Aproximadamente R$ 13,2 bilhões/ano;
Sendo que, apenas 50% do soro, hoje, é aproveitado.

Principais aplicações do soro de leite

Em um país, como o Brasil, que tem como principal destino do leite cru a produção de queijos, é uma enorme a oportunidade o aproveitamento de soro para as mais diversas aplicações de mercado. Em sua composição, encontramos 55% dos nutrientes do leite, sendo considerado uma excelente fonte de proteína para consumo humano e animal.

A maior demanda por outras fontes de proteína impactou o mercado de soro, que vem ganhando casa vez mais relevância tanto para alimentação animal como para a alimentação humana.

Para produtos de consumo humano, o soro foi sendo bastante popularizado no whey protein. Atualmente, bebidas proteicas, de maior valor agregado e com apelo de saudabilidade, têm ganhado cada vez mais destaque no mercado.

Além da aplicação em produtos de maior valor agregado, outras categorias de compostos lácteos, de menor custo, que utilizam soro em sua composição, também têm crescido nos últimos anos. Além de seu valor nutricional, as proteínas do soro também apresentam grande aplicação na indústria alimentícia, por possuírem diversas propriedades funcionais, como, por exemplo, seu poder emulsificante na fabricação de sorvetes.  

Para nutrição animal, o soro é comumente utilizado na alimentação de suínos e bezerros. É utilizado o chamado “soro feed”, o que faz que quanto mais valorizado e aquecido estiver o mercado suíno, por exemplo, maior será a demanda pelo soro, impactando positivamente nos preços praticados.

Dinâmica de mercado soro
O funcionamento deste mercado e sua dinâmica de preços estão diretamente correlacionados com a produção de queijos e com o desempenho de vendas dos produtos que utilizam soro em sua composição. Quando a produção de queijos está baixa, reflete na diminuição da oferta de soro, o que pode elevar preços.

Em momentos em que a produção está mais alta, a tendência é aumentar a oferta, podendo ocorrer baixa nos preços. Do lado da demanda, momentos em que os mercados que demandam mais soro melhoram, os preços do produto também tendem a subir.

Outro aspecto importante é o mercado internacional, e devemos analisar o volume de importações de soro em pó, por exemplo.

 
Gráfico 1. Importações mensais de soro em kg.

Perspectivas de curto prazo
Após atingir valores recordes em 2022, o soro em pó apresentou correções ao final do último ano, mas ainda segue em patamares elevados, conforme podemos ver no gráfico abaixo:

Gráfico 2. Preço Médio do soro em Pó Desmineralizado (R$/kg).

Para os próximos meses, a expectativa também é de preços firmes, à medida que a produção de queijos tende a diminuir frente ao efeito sazonal da entressafra. (Milkpoint)


Jogo Rápido 

Próximos dias terão calor e chuvas expressivas no RS
Os próximos sete dias permanecerão quentes e ocorrerão chuvas expressivas no Rio Grande do Sul. É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 11/2023, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga. Na sexta-feira (17/03), a presença da massa de ar quente e úmido manterá grande variação de nuvens, com possibilidade de pancadas isoladas de chuva na maioria das regiões. No sábado (18), o deslocamento de uma frente fria provocará chuva em todo o Estado. No domingo (19), o ingresso de ar seco afastará a nebulosidade da maioria das regiões, mas ainda ocorrerão chuvas isoladas nos setores Norte e Nordeste. Na segunda (20) e terça-feira (21), o ar quente seguirá predominado, com tempo firme e temperaturas acima de 35°C na maior parte do Rio Grande do Sul. Porém, a aproximação de uma nova frente fria vai provocar pancadas de chuva e trovoadas na Fronteira Oeste e Campanha, com possibilidade de temporais isolados. Na quarta (22), o deslocamento da frente fria vai provocar chuva em todo o Estado, com risco de tempestades isoladas, sobretudo na Metade Norte. Os volumes previstos deverão oscilar entre ser inferiores a 15 e 30 mm na maioria das regiões do Rio Grande do Sul. No Vale do Uruguai, Missões, Fronteira Oeste, Campanha e Zona Sul são esperados totais mais elevados, que devem oscilar entre 30 e 50 mm, mas poderão superar 60 mm em algumas localidades. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em  www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)

 
 
 

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