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14/03/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 14 de março de 2023                                                    Ano 17 - N° 3.859


Argentina: seca prejudica safra e produção de leite

A Argentina continua sofrendo as consequências da seca, impactando as safras e a produção de leite do país, afetando os números das exportações e vendo a economia do país afundar ainda mais.

O país está enfrentando seca pelo terceiro ano consecutivo, a pior do país em 60 anos, e recebendo menos da metade da média de chuvas do país, com níveis de água no nível mais baixo em 35 anos.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) continua revisando para baixo suas expectativas sobre a produção de grãos da Argentina em meio à seca. A produção de trigo está chegando perto de cair pela metade em comparação com o ano anterior, com estimativas de produção em fevereiro de apenas 12,50 milhões de toneladas, em comparação com 22,15 milhões de toneladas do ano passado. 

O milho, que deveria superar o desempenho do ano passado no início da temporada com mais hectares semeados, foi revisado para 47 milhões de toneladas, 2,5 milhões de toneladas abaixo da produção do ano anterior e 5 milhões de toneladas das previsões iniciais. Como o milho, esperava-se inicialmente que a soja superasse a temporada anterior, no entanto, a seca reduziu as estimativas de 4,5 milhões de toneladas para 41 milhões de toneladas, 2,90 milhões de toneladas abaixo da produção da temporada passada.

Espera-se que a perda da safra tenha um impacto de US$ 15 bilhões na economia do país, com o JP Morgan revisando sua previsão do PIB da Argentina em 2023 para um declínio de 1,7% com relação ao ano anterior, de um declínio previsto de 0,5% no final do ano passado.

Como esperado, com a redução da alimentação suplementar e o estresse tanto dos animais quanto dos trabalhadores, a produção de leite da Argentina continua em queda. A produção de janeiro caiu 7,3% em relação a dezembro, com o processamento de dezembro diminuindo 2,3% em relação ao ano anterior. 

O preço doméstico do leite continua aumentando em uma tentativa de incentivar os produtores, até 51,57 pesos (US$ 0,26) por quilo de sólidos do leite. Porém, com a inflação e a tendência de queda do peso argentino, quando convertido para dólar americano, o preço do leite permanece estagnado em relação ao mês anterior em US$ 5,17 por quilo de sólidos do leite.

Também é de se esperar que a queda da produção se reflita nas exportações. Os volumes totais de exportação de lácteos da Argentina caíram 21% em janeiro, com um declínio de 17% nos valores totais de exportação de lácteos.

Leite em pó integral (WMP), leite em pó desnatado (SMP), manteiga e soro de leite registraram quedas de 34%, 9%, 39% e 5% em relação ao ano anterior, respectivamente.

Por outro lado, gorduras lácteas anidras e queijos registraram aumentos; embora com volumes baixos, alta de 47% e 8% com relação ao ano anterior. Ambas as commodities foram impulsionadas pelo aumento das compras do Brasil.

Olhando para o futuro, há pouca esperança para o fim da seca. À medida que avançamos no outono e no inverno, a nação espera que as condições de seca continuem, com menos chuva nos meses frios do que nos meses quentes historicamente. 

Enquanto a produção de leite e de grãos luta, é provável que mais produtos sejam cultivados, à medida que os fornecedores de alimentos tentam mitigar os riscos de escassez de alimentos em todo o país. Além disso, os vizinhos Chile e Uruguai, que também produzem leite e grãos, também estão sofrendo uma seca e, historicamente, recorreriam a seus vizinhos em busca de produtos. 

O que isso significa para o mercado mais amplo é que podemos esperar menos dessas commodities disponíveis para compra e, à medida que o hemisfério sul caminha para os meses de inverno, essa não é a notícia que o mercado busca.

Enquanto isso, na América do Norte, a produção de leite dos EUA aumentou levemente.

Os números da produção de leite em janeiro destacam um aumento de 1% na produção de leite de dezembro em todo o país, para 8,57 bilhões de quilos. Esse número foi impulsionado tanto pela produção por vaca quanto pelo número de vacas na fazenda. A produção por vaca aumentou quatro quilos com relação ao ano anterior, para 913,5 quilos em dezembro, enquanto o número de vacas leiteiras na fazenda aumentou 27.000 com relação ao ano anterior, para 9,4 milhões de cabeças, embora 8.000 a menos que em novembro.

Apesar da seca e das inundações subsequentes na Califórnia, o maior estado produtor de leite conseguiu aumentar a produção de leite em 0,3%, com um aumento de 5.000 vacas leiteiras em toda a região. Outros aumentos notáveis vieram da Geórgia, Iowa e Texas, com alta de 6%, 8,9% e 3,3%, respectivamente. Esses aumentos também foram atribuídos ao aumento do número de vacas leiteiras, com o Texas experimentando uma redução no leite por vaca.

O USDA, no entanto, anunciou a previsão de queda de preços do leite em 2023, de quase 15% ao longo do ano, com lucros devendo cair em cerca de 18% no mesmo período. Existe o risco de que isso afete a produção de 2023, com os números de abate de vacas leiteiras dos EUA já mostrando que os fatores estão mudando.

As informações são do Fermers Weekly, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint. 


Valor da Produção Agropecuária é previsto em R$ 1,249 trilhão para 2023

Resultado é o maior da série em 34 anos. Produtividade e preços agrícolas puxam o crescimento

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2023 está estimado em R$ 1,249 trilhão, valor 5 % maior do que o obtido no ano passado. O resultado é o maior de uma série com início há 34 anos. 

O VBP é calculado com base nas informações de safras de fevereiro, divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor das lavouras está previsto em R$ 887,7 bilhões (crescimento de 8,9%) e a pecuária, 361,9 bilhões (retração de 3,4%)

Preços acima da média de anos anteriores e expectativas de boa safra em 2023 trazem contribuição positiva para um grupo amplo de lavouras, com destaque para laranja, cana-de-açúcar, milho e soja. Milho e soja representam 62,0% do VBP das lavouras, e têm participação decisiva nesses resultados. Sua influência também têm sido importante na produtividade de grãos que está sendo prevista com acréscimo de 10%. 

No caso do café, algodão e trigo, o comportamento dos preços e os níveis de produção obtidos reduziram o faturamento desse importante grupo de produtos. 

A pecuária, que vem passando o terceiro ano com taxas de crescimento negativas, ainda passa  por ajustes originados durante a Pandemia do Covid-19, e por redução dos preços internos. Isso tem trazido contrações no VBP de carne bovina e de frango, especialmente.

Os resultados favoráveis principalmente de soja e milho têm contribuído para os ganhos não apenas nos principais estados produtores como os do Centro Oeste e Sul, mas também em vários estados do Nordeste e Norte que também se beneficiam de bons períodos de chuvas. 

VPB LEITE

Prazo de inscrições para o Selo Mais Integridade 2023/24 termina no dia 2 de junho

O prêmio reconhece empresas e cooperativas do agro que adotam práticas de integridade, responsabilidade social, ambiental e ética

As inscrições para participar da sexta premiação do Selo Mais Integridade 2023/2024 já estão abertas e poderão ser feitas até o dia 2 de junho de 2023. Podem se inscrever empresas e cooperativas do agronegócio instaladas no país, dedicadas às práticas agropecuárias e pesqueiras de qualquer natureza.

O Selo é o reconhecimento a organizações que adotam práticas de integridade com enfoque na responsabilidade social, sustentabilidade ambiental e ética.

O regulamento do Selo Mais Integridade 2023/2024 (Portaria Mapa nº 542, de 28 de dezembro de 2022), alinhado com a prática de ESG - Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança, em português), avançou nos temas relacionados à proteção de dados pessoais, gestão de riscos, sustentabilidade ambiental e pautas relativas à transparência e anticorrupção na agroindústria, capitaneadas pelo Pacto Global da ONU no Brasil, parceiro do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na composição do Comitê Gestor do referido Selo.

O atual regulamento traz ainda a previsão para que todas as interessadas que concorrem ao “Selo Amarelo” apresentem como estão contribuindo ou planejando contribuir para a descarbonização de seus processos, sistemas ou cadeias produtivas agropecuárias.

A inscrição pode ser feita no site do Mapa 

Na última edição, 27 organizações foram premiadas, sendo que 11 receberam a premiação pela primeira vez, representada pelo Selo Verde, e 16 alcançaram a renovação do certificado, representada pelo Selo Amarelo.

Sobre o Selo Mais Integridade

Para receber o selo pela primeira vez, a empresa ou cooperativa precisa comprovar que tem programa de compliance, código de ética e conduta, canais de denúncia efetivos, ações com foco na responsabilidade social e ambiental e promover treinamentos para melhoria da cultura organizacional.

É preciso também estar em dia com as obrigações trabalhistas e não ter multas relacionadas ao tema nos últimos quatro anos, não ter casos de adulteração ou falsificação de processos e produtos fiscalizados pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, ter ações de boas práticas agrícolas enquadradas nas metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e não ter cometido crimes ambientais (nos últimos 24 meses).

A documentação dos interessados é analisada pelo Comitê Gestor do Selo, composto por representantes de instituições públicas e privadas, que concede a premiação. (MAPA)


Jogo Rápido 

Dia de Campo na Breunig Agricultura e Pecuária 
A propriedade Breunig Agricultura e Pecuária, localizada na Linha Hermann, que no ano passado destacou-se na Atividade Leiteira recebendo o 1º lugar no Prêmio Referência Leiteira RS, foi sede de um Dia de Campo. O evento foi promovido pela Emater/RS-ASCAR e Secretaria Municipal da Agricultura de Condor, no dia 10 de março, a partir das 13:00 h. Entre os temas foram debatidos: Manejo da Alimentação do gado leiteiro e de corte em períodos de estiagem; 2.  Bioinsumos para pastagens e grãos; 3. Imposto de Renda da Propriedade Rural; 4. Políticas Públicas Municipais para agricultores e pecuaristas; 5. Ordenha Robotizada e Sistema de Produção Leiteira da família Breunig; 6. Paisagismo no meio rural. Confira a reportagem da Rádio Sulbrasileira clicando aqui. (Emater/RS) 

 
 
 

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