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01/12/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 01 de dezembro de 2022                                                  Ano 16 - N° 3.793


Os desafios dos setores de aves, suínos e leite

Questões políticas, econômicas e sanitárias estão entre os desafios colocados à mesa pelo setor de proteína animal nos debates do Avisulat 2022. Do evento, que terminou ontem na Capital, saem temas considerados essenciais para o desenvolvimento da produção de aves, de suínos e de leite. Na atividade da avicultura, um deles é o reforço das medidas preventivas à influenza aviária.
 
A doença, nunca registrada no Brasil, é vetor de prejuízos mundo afora. E chegou mais perto do país - o Peru emitiu alerta sanitário de 180 dias após a confirmação de três casos em pelicanos. Manter o vírus longe do território é assegurar um ativo que deu ao país um status de segurança, permitindo o acesso a 150 mercados.
 
- É importante que a produção adote todos os requisitos para evitar ao máximo a entrada do vírus - destaca José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
 
Na suinocultura, o assunto sanidade do plantel também é de grande importância, mas o diretor-executivo do Sindicatos das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips), Rogério Kerber, elenca outra meta traçada. É a digitalização do segmento, a ser alcançada até meados de 2023:
 
- A informatização agilizará, trará dados objetivos fora do papel, em um sistema que poderá ser consultado, gerar relatórios. São informações que vão contribuir na própria gestão do sistema produtivo.
No caminho do leite, competitividade e segurança de margem são bandeiras.
 
- Precisamos ter uma garantia para que o produtor não saia da atividade - pontua Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat-RS. (Zero Hora)


Instabilidade no preço do leite exige inovação por parte da indústria

O leite está consolidado há muito tempo como um dos itens mais básicos da dieta dos brasileiros, sendo amplamente consumido em todas as regiões do país em sua forma pura e por meio de derivados. Apesar disso, a indústria nacional de lácteos tem passado por grandes instabilidades nos últimos anos, decorrentes sobretudo de efeitos da pandemia e outros movimentos macroeconômicos que têm impactado negativamente os hábitos de consumo de produtos lácteos no Brasil.
 
No último ano, o preço dos insumos para a produção do leite subiu significativamente, o que estreitou a margem dos produtores e os desencorajou a trabalhar com o produto. Os motivos para a alta incluem a desorganização das cadeias produtivas que resultou da COVID-19 e a guerra no Leste Europeu, que tem impactado o preço de fertilizantes, combustíveis e commodities agrícolas no mundo.
 
Com a queda na oferta, o leite e seus derivados encareceram significativamente, com uma alta acumulada que superou 60% em um ano – entre os meses de julho de 2021 e de 2022 –, tornando o produto um ícone da inflação no mercado alimentício. Naturalmente, os consumidores reagiram a este movimento por meio de suas escolhas nas gôndolas: segundo um estudo recém-publicado pela Mintel sobre o consumo de leite de vaca e leites alternativos no Brasil, 25% dos brasileiros estão consumindo menos leite este ano em comparação com 2021 e migrando para produtos mais baratos. É claro que este impacto é particularmente intenso entre classes com menor poder aquisitivo, que são mais vulneráveis às flutuações de preços.
 
Embora recentemente a alta de preços do leite tenha desacelerado, com o aumento na produção do campo em função da chegada do período de chuvas e a queda na demanda, o impacto negativo deixado pelo último ano no consumo do produto tende a continuar surtindo efeitos no curto prazo, demandando soluções inovadoras por parte da indústria de lácteos – tanto em termos de comunicação, com um reforço os atributos nutricionais da categoria e sua adequação a diferentes momentos e situação de consumo, como em termos de diversificação de portfólio.
 
O estudo da Mintel aponta diferentes – e complementares – caminhos para a superação dos desafios pelos quais a indústria está passando.
 
A aposta em leites vegetais seria um deles, mas precisaria ser dirigida e comunicada a uma parcela de consumidores das classes A e B que têm sustentabilidade e saudabilidade como prioridade, visto que são ainda mais caros que o leite de vaca tradicional (embora o encarecimento deste esteja encurtando a distância de preço das categorias).
 
Leites saborizados são um caminho para a nutrição infantil, mas com preferência para produtos de rótulo limpo e saudáveis, visto que os pais estão cada vez mais críticos em relação aos produtos que oferecem aos seus filhos. Leites semidesnatados podem se apresentar e comunicar como opções que entregam saudabilidade sem perda de sabor, textura ou nutrientes.
 
Em resumo, inovar em portfólio é a chave, o que também passa por fabricantes ampliarem seus horizontes para além do leite puro, considerando desbravar segmentos com boa rentabilidade, tais como iogurtes, bebidas lácteas com alto teor de proteína, queijos e mais.
 
Na Tetra Pak, já temos sentido o crescimento dessa busca por novos caminhos dentro do universo de produtos lácteos: no que diz respeito às embalagens, de 2018 para cá, registramos um crescimento de 36% no volume de embalagens vendidas para categorias novas e emergentes, que incluem queijo em caixinha, bebidas à base de whey protein, leites fermentados e mais.
 
Muitos são os caminhos, mas todos partem de uma certeza: a de que, em tempos de instabilidade e grandes oscilações de preço, a indústria de lácteos não pode ficar inerte e achar que sua segurança está dada pela tradição do leite.
 
Os hábitos de consumo estão mudando e, para atendê-los, a indústria deve inovar, acompanhando as transformações, aproximando-se das novas demandas em termos tanto de produtos, com novas formulações e aposta em novas categorias, e de comunicação, reforçando os atributos dos produtos lácteos e sua relevância para as nossas dietas.
 
Em um cenário de recuperação econômica, estimado para daqui três a cinco anos, se navegarmos por essa instabilidade com consciência e fazendo as escolhas certas, tenho certeza de que teremos preços mais estáveis e mais espaço no mercado tanto para o leite de origem animal como para cada vez mais derivados e alternativas.
 
Até lá, marcas devem aprimorar sua comunicação, apostar em novas categorias e formas de levar valor agregado para os consumidores, que estão cada vez mais informados, críticos e suscetíveis aos movimentos macroeconômicos. (Autor: Danilo Zorzan - Diretor de Marketing da Tetra Pak Brasil/Milkpoint)

 
NZ – A China controla o preço do leite ao produtor neozelandês

Os preços dos lácteos no GlobalDairyTrade (GDT) caíram nos últimos meses diante dos bloqueios estabelecidos pelo Governo chinês em importantes cidades, como parte da política de Covid-Zero.
 
No entanto, no último GDT a sequência de três quedas foi quebrada: o índice de preços GDT subiu 2,4%, enquanto o leite em pó integral (WMP) teve crescimento de 3,1%.
 
O Índice geral dos preços e a cotação do WMP, no entanto, permaneceram 18% e 19%, respectivamente, abaixo dos valores de um ano atrás.
 
O economista sênior do banco Westpac, Nathan Penny, disse que é um resultado positivo levando-se em consideração as restrições estabelecidas na China. Ele observa que a demanda chinesa de lácteos veio caindo progressivamente durante o ano em decorrência do fraco crescimento econômico do país.
 
“No entanto, o abrandamento recente das restrições à Covid podem ser um sinal de uma abordagem mais pragmática adotada pelas autoridades chinesas”.
 
Quando a economia chinesa está em crescimento, os agricultores da Nova Zelândia são beneficiados.
Penny tem a expectativa de que a economia chinesa crescerá 6% em 2023, depois do fraco desempenho de 3,5% em 2022.
 
Ele disse que a recuperação da economia chinesa e o abrandamento das restrições à Covid devem se traduzir em melhora na demanda chinesa de lácteos no próximo ano.
 
Mas o economista do banco ASB, Nathaniel Keall acredita que os preços dos lácteos não irão se recuperar, até que a economia chinesa volte a um firme crescimento. “Minha expectativa é de que os preços tenham uma recuperação mais sustentável até que a demanda chinesa retorne – e isso não parece ser iminente”.
 
Keall observa que uma oferta global muito apertada, e compras agressivas pela China ajudaram os excepcionais ganhos dos produtos lácteos no início de 2021. O nível elevado foi mantido na primeira parte do ano, de modo que a subsequente ausência da China fez muita falta.
 
“Como destacado em numerosas publicações, a falta da demanda chinesa foi decorrente do ambiente doméstico: medidas de isolamento por causa da Covid que resultaram na desaceleração mais ampla do crescimento econômico, refletindo no consumo dos lares da China, com retração considerável”.
 
O banco ASB revisou a previsão do preço do leite ao produtor de NZ$ 10/kgMS, [R$ 2,50/litro], para NZ$ 9,40/kgMS, [R$ 2,35/litro]. O banco Westpac prevê NZ$ 8,75/kgMS, [R$ 2,19/litro] para esta temporada e de NZ$ 10/kgMS para a próxima. (Fonte: DairyNews – Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Jogo Rápido 

Anuário reafirma posição da Languiru entre as maiores cooperativas de produção do RS
No dia 29 de novembro o Grupo Amanhã e a PwC Brasil anunciaram o novo ranking 500 Maiores do Sul, tomando como referência o desempenho das empresas no exercício de 2021 e publicado em 2022. A Languiru segue entre as maiores cooperativas de produção do Rio Grande do Sul; entre as 100 maiores empresas do Estado, cooperativas ou não, está na 55ª colocação; em se tratando da região Sul (RS/SC/PR), ocupa a posição 128. O presidente Dirceu Bayer valoriza o desempenho da Languiru no ranking, considerando as dificuldades de 2021 com a pandemia, estiagem, alto custo de produção e poder aquisitivo do consumidor fragilizado, cenário que se tornou ainda mais desafiador em 2022, especialmente para a indústria de transformação do segmento das carnes. “O momento é de cautela, mas, apesar de tudo, a Languiru não parou, vislumbramos na adversidade novas oportunidades. O ano de 2021 foi extremamente desafiador e nos mostrou o quanto o desempenho da Languiru nos anos anteriores foi importante, com reservas que neste momento dão sustentação aos negócios”, destaca. Por outro lado, ele ressalta que 2022 é um dos anos de maior investimento na história da Languiru. “A projeção para 2023 segue sendo de instabilidade, porém, com as obras nas unidades industriais concluídas, a expectativa é de que possamos incrementar o desempenho no segmento das carnes, com novos produtos e cortes que agregam valor à matéria-prima, além de voltarmos nossa atenção ao segmento de grãos”, afirma, valorizando a diversidade de negócios da Cooperativa. (Assessoria de Imprensa Languiru)

 
 

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