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17/08/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de agosto de 2022                                                        Ano 16 - N° 3.725


1º Prêmio de Referência Leiteira será entregue na Expointer 
 
Os vencedores do 1º Prêmio de Referência Leiteira serão conhecidos durante a Expointer 2022. A entrega do mérito será realizada no dia 31 de agosto durante evento na Casa da Indústria de Laticínios no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), a partir das 11h. Promovido pela Secretaria da Agricultura, pela Emater/RS e pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), o prêmio visa reconhecer as propriedades que se destacam em termos de eficiência produtiva e qualidade do leite. A 2ª edição do Referência Leiteira será lançada logo após a divulgação dos campeões.  
 
O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, afirma que o prêmio, lançado na Expointer do ano passado, é uma forma de valorizar e incentivar o trabalho dos produtores gaúchos. “Com o mérito, além de reconhecer sua atuação, ressaltamos a importância das boas práticas nas propriedades para garantir maior eficiência, qualidade e rentabilidade. É uma maneira de estimularmos os avanços na produção de lácteos no Estado”, reforça. Palharini comemora o resultado da primeira edição. “Tivemos excelentes resultados nos índices avaliados, o que nos mostra que os produtores estão no caminho certo. Já estamos ansiosos para o ano que vem”. 
 
O gerente técnico da Emater/RS, Jaime Eduardo Ries, ressalta que o mérito visa estabelecer referenciais em termos de produtividade e qualidade para os produtores de leite do RS, através da mensuração da produtividade da terra (litros de leite produzidos por hectare no ano), da produtividade da mão de obra (litros de leite produzidos por pessoa envolvida com a atividade no ano) e da qualidade do leite. “O prêmio reconhece e valoriza o trabalho de excelência realizado pelos produtores gaúchos e demonstra que no RS as propriedades destaque produzem com eficiência igual as regiões mais desenvolvidas na produção de leite no mundo”. 
 
O prêmio avaliou indicadores de tambos gaúchos no período de outubro de 2021 a junho de 2022 nas categorias: Produtividade da Terra, Qualidade do Leite e Produtividade da Mão de Obra. A primeira examinou a quantidade de litros produzidos por ano em relação à área utilizada (litros/hectare/ano). A segunda classificou índices qualitativos do leite como a Contagem de Células Somáticas (CCS) e Contagem Bacteriana Total (CBT). Nesta categoria, a certificação de propriedades como livres de tuberculose e brucelose rendeu pontos extras aos tambos inscritos. Já na terceira foi analisada a correlação a quantidade de litros de leite produzido nas propriedades com o número de pessoas envolvidas, considerando seu grau de dedicação em termos de carga horária e capacidade laboral.
 
Os vencedores do prêmio receberão certificado, troféu e notebook. E quem tiver mais pontos acumulados nas três categorias concorrerá ainda a uma premiação extra. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Aumentam as incertezas no mercado de leite, aponta Embrapa
 
Nos últimos meses o preço do leite e derivados ao consumidor foi assunto em diversos canais de mídia, em todas as regiões do Brasil. Na última divulgação do IBGE, referente à inflação de julho, o leite UHT registrou alta de 25,5% para o consumidor.
 
O grupo de leite e derivados apresentou elevação de 14%, enquanto a inflação oficial recuou 0,68%. Segundo pesquisadores da Embrapa, a causa desse aumento nos lácteos está no desequilíbrio entre oferta e demanda, já que a produção de leite registrou queda de 9% no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo semestre do ano passado, prejudicada pelo incremento de custos e recuo das margens.
 
De acordo com a Embrapa, o período mais complicado em termos de rentabilidade foi o segundo semestre de 2021 e início de 2022. Com pouco leite no campo houve forte competição entre os laticínios na compra do produto, elevando o preço da matéria-prima. Foi também o momento de forçar repasses no mercado atacadista, aproveitando o momento de escassez para recuperar margens. Os meses de maio/2022 a agosto/2022 foram melhores para a rentabilidade no setor. No entanto, o nível de incertezas e a preocupação com os preços vem ganhando espaço nos últimos dias.
 
Cenário internacional
No mercado internacional, o cenário de crescimento econômico piorou, de acordo com o boletim da Embrapa. O risco de recessão dos Estados Unidos aumentou, as previsões de crescimento europeu são piores e a China vem mostrando sinais de desaceleração do crescimento.
 
Os grandes fundos de hedge estão reduzindo suas exposições em commodities, contribuindo para o recuo nas cotações, sejam elas metálicas, energéticas ou agrícolas. O milho teve os preços recuando do patamar de 8 dólares/bushel para cerca de 6 dólares/bushel no mercado norte-americano entre maio e agosto. Os lácteos também recuaram nos últimos leilões da plataforma GDT, com o leite em pó integral sendo cotado em US$3.544/tonelada em 02 de agosto, o menor preço desde 17 de agosto de 2021.
 
Mercado interno
No mercado interno, pelo lado dos custos de produção, a notícia é positiva. Já em relação à tendência de preços e importações, o cenário é mais complicado. O custo de produção, medido pelo ICPLeite/Embrapa, recuou pelo terceiro mês consecutivo. Em 2022, a alta foi de apenas 1,28%.
 
No entanto, comparando a média de janeiro a julho de 2022 com o mesmo período de 2021, chega-se a um incremento de 18,1%. Ou seja, no comparativo anual, os custos ainda estão mais altos, apesar da desaceleração recente. Nos últimos meses a queda de preços dos concentrados, fertilizantes e combustíveis contribuiu para uma pressão menor no custo de produção de leite.
 
No mercado atacadista de lácteos, o comportamento dos preços no início de agosto foi de recuo. O  leite UHT no atacado paulista registrou queda de 13% nos primeiros dez dias de agosto, enquanto o queijo muçarela caiu cerca de 10%, segundo o Cepea. A queda no UHT foi de R$ 0,70 por litro e no queijo muçarela de R$ 3 por quilo.
 
No mercado Spot também houve retração, até porque, neste momento de aproximação da safra os laticínios tendem a dar preferência ao leite de fornecedores próprios. No caso da balança comercial, a importação aumentou em julho, sendo o maior volume mensal do ano. Já as exportações terminaram com o menor volume mensal do ano. A mudança de preço relativo entre o produto no Brasil e a cotação internacional dos lácteos acabou deixando a importação mais competitiva.
 
Perspectiva
Segundo a Embrapa, o mercado segue pouco ofertado e ainda no período de entressafra no Sudeste e Centro Oeste, mas observa-se um ajuste nos preços com tendência baixista. De acordo com o levantamento, a aproximação da safra, o crescimento do volume de leite ofertado na região Sul do Brasil, o aumento das importações e a fraca demanda interna por lácteos são as bases do cenário atual.
 
Vale destacar que os custos seguem elevados e, caso haja quedas mais intensas nos preços ao produtor nos próximos meses, novo desequilíbrio de oferta poderá ocorrer em 2023, seguindo com um mercado de alta volatilidade e de difícil gestão de risco. (Canal Rural)
 

Uruguai: por que 20 fazendas leiteiras fecharam em um mês?

Nos últimos 10 anos, 500 fazendas leiteiras fecharam no Uruguai, uma adversidade que está longe de ser revertida e que encontrou novos motivos, incluindo um conflito sindical que já dura meses.
 
Só em maio deste ano, 20 empresas produtoras de leite fecharam, com base em dados compilados pela Comissão Administrativa Honorária do Fundo de Financiamento e Desenvolvimento Sustentável da Atividade Láctea (Ffdsal).
 
Longe de ser revertido, o fechamento das fazendas leiteiras persiste e isso gera preocupação, uma vez que a produção se concentra em menos propriedades e ao mesmo tempo afeta uma das características mais elogiadas do setor, a capacidade de fixação das pessoas no meio rural.
 
A ausência, em muitos casos, de uma adequada mudança geracional, especialmente devido à falta de sucessão quando um produtor se aposenta, e o desânimo temporário gerado por um conflito no setor que já dura vários meses são algumas das razões pelas quais são produtores de leite que optam por fechar suas fazendas leiteiras e se aposentar ou se dedicar a outra coisa, se tiverem idade suficiente para continuar trabalhando.
 
Fabián Hernández, presidente da Sociedade de Produtores de Leite da Flórida (SPLF), explicou que a referida comissão mantém um controle mensal de quantas fazendas leiteiras estão em operação, já que é responsável por controlar o pagamento do crédito concedido anos atrás.
 
Nos últimos 10 anos, o país perdeu 500 fazendas leiteiras. "É como uma sangria que não para", lamentou o dirigente sindical, que assegurou que para o setor se desenvolver é preciso torná-lo atrativo para as novas gerações, com melhorias nas políticas de desenvolvimento, para que haja margens de lucro atrativas e que também é fundamental trabalhar para um melhor acesso aos mercados, com base no fato de que a grande maioria do leite é industrializado e os produtos exportados.
 
Produção de leite caiu
Justino Zavala, membro da Associação dos Produtores de Leite de Canelones, acrescentou que é "essencial" alcançar um bom resultado para os produtores, em termos de rentabilidade, porque disso dependem as expectativas que os produtores de leite têm em relação ao setor. “Vimos muitos produtores deixarem o setor leiteiro e a produção de leite caiu 6% no último mês. Se com um preço relativamente bom e um clima que não tem sido de todo ruim temos essa evolução da produção e essa saída de produtores, significa que o produtor não está focado nas expectativas de crescimento do negócio”, refletiu.
 
Vinte fechados, três abertos
O presidente do Instituto Nacional do Leite (INALE), Juan Daniel Vago, comentou que embora existam várias razões econômicas para que os produtores deixem o campo, o desânimo também foi gerado entre os produtores de leite devido ao conflito na indústria que os afeta "psicologicamente" e não torna o setor atrativo. Como sublinhou, não se deve olhar apenas para o número de fazendas leiteiras encerradas num mês, mas a sua evolução ao longo do tempo, para que no final do ano seja possível analisar melhor como está o setor. Além dos vinte que fecharam, três abriram em maio. Da mesma forma, o saldo é muito desfavorável, ressaltou.
 
O presidente do INALE salientou ainda que é importante, para recompor o setor, a formação das novas gerações, para que sejam capazes de gerir as propriedades. “É importante treinar pessoas para administrar as fazendas leiteiras. Fechar uma fazenda leiteira leva 15 dias e abrir um leva cinco anos.”
 
Um ruim, um bom
Um fato que nesta semana acentuou o desânimo dos produtores é que o preço médio dos lácteos voltou a cair no mercado internacional. Na plataforma Global Dairy Trade, liderada pela neozelandesa Fonterra, a tonelada considerando todos os produtos ficou em média US$ 3.913, queda de 5% em relação à instância de negociação anterior, há 15 dias. O pior é que é a quarta queda consecutiva, acumulando oito semanas com valores em queda.
 
O positivo são os dados das receitas de exportação: nos primeiros seis meses de 2022, o faturamento recebido das exportações melhorou 25%, com aumentos significativos nos preços de todos os produtos: leite em pó integral e desnatado, queijo e manteiga. A receita acumulada ao final de junho foi de US$ 418,2 milhões, sendo Argélia (30%), China (19%) e Brasil (15%) os principais destinos. (As informações são do El Observador, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)


Jogo Rápido 

Percepção sobre indústria no RS é positiva, aponta Fiergs
Uma pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) apontou que 78% dos gaúchos têm uma percepção positiva sobre o setor industrial no RS. Essa avaliação estaria ligada à "geração de empregos e recursos ao Estado, aumentar o PIB, investir em tecnologia e trazer esperança". - Entre as citações que justificam a imagem positiva, chama atenção o item que coloca a indústria como um setor que "traz esperança". O significado desse resultado é extremamente importante pelo sentido de futuro para a sociedade - afirmou ontem o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, ao divulgar o resultado do levantamento durante almoço comemorativo aos 85 anos da entidade. Para 61,9% dos gaúchos, a influência da indústria no Rio Grande do Sul ajuda muito no desenvolvimento econômico. Constituída em 1937, a Fiergs conta com 109 sindicatos industriais filiados e representa 50 mil fábricas, que geram 850 mil empregos diretos. (Zero Hora)


 
 
 
 
 

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