Porto Alegre, 18 de março de 2025 Ano 19 - N° 4.349
Acréscimo é de 4,6% em relação ao 4° trimestre de 2023, e aumento de 6,7% em comparação com o trimestre imediatamente anterior.No 4º trimestre de 2024, a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária (Federal, Estadual ou Municipal) foi de 6,79 bilhões de litros, acréscimo de 4,6% em relação ao 4° trimestre de 2023, e aumento de 6,7% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. Trata-se da maior aquisição de leite nesses estabelecimentos nos últimos quatro anos, performando a segunda maior aquisição da série histórica, superada apenas pela ocorrida no quarto trimestre de 2020. No Gráfico I.12 é possível perceber um comportamento cíclico no setor leiteiro, em que os 4 os trimestres regularmente apresentam pico de produção em relação aos trimestres anteriores, impulsionado pelo período de safra em algumas das principais bacias leiteiras do País. O mês de maior captação dentro do período foi dezembro, no qual foram contabilizados 2,34 bilhões de litros de leite.
No comparativo do 4º trimestre de 2024 com o mesmo período em 2023, o acréscimo de 295,7 milhões de litros de leite captados, em nível nacional, é proveniente de aumento de produção registrado em 12 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. Em nível de Unidades da Federação, os acréscimos mais relevantes ocorreram em Paraná (+121,25 milhões de litros), Minas Gerais (+98,64 milhões de litros) e Santa Catarina (+43,29 milhões 27 de litros). Em compensação, as reduções mais significativas ocorreram em Rondônia (-19,15 milhões de litros), Goiás (-12,19 milhões de litros) e Espírito Santo (-11,92 milhões de litros). Minas Gerais continuou liderando o ranking de aquisição de leite, com 25,2% da captação nacional, seguido por Paraná (15,9%) e Santa Catarina (12,8%) (Gráfico I.13).
O preço médio do litro de leite cru pago ao produtor, no 4º trimestre de 2024, foi de R$ 2,76, valor 31,4% acima do praticado no trimestre equivalente do ano anterior. Em comparação ao preço médio auferido no 3° trimestre de 2024, houve decréscimo de 1,4%. (Gráfico I.14)
Segundo o IPCA, o item Leite e derivados teve aumento de 10,37% no acumulado de janeiro a dezembro de 2024, superior ao Índice geral da inflação de +4,83% no mesmo período. Dos oito subitens desta lista, as maiores variações no período foram verificadas no Leite longa vida (+18,83%), Leite em pó (+9,26%) e Leite condensado (+8,46%). (Gráfico I.15).
A maior parte da captação de leite pelos laticínios brasileiros foi realizada por estabelecimentos de grande porte, que receberam mais de 150 mil litros de leite/dia (6,4% do total de estabelecimentos) e foram responsáveis por 68,2% do volume de leite cru captado no 4º trimestre de 2024 (Tabela I.13).
No 4º trimestre de 2024, participaram da Pesquisa Trimestral do Leite 1 927 estabelecimentos, 678 (35,2%) registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), 830 (43,1%) nos Serviços de Inspeção Estadual (SIE) e 419 (21,7 %) nos Serviços de Inspeção Municipal (SIM), respondendo, respectivamente, por 88,3%, 10,5% e 1,2% do total de leite captado. O Estado do Amapá foi a única Unidade da Federação a não participar da Pesquisa, por não apresentar estabelecimento elegível ao universo investigado.
(Fonte Indicadores IBGE: Estatística da Produção Pecuária - Aquisição de Leite, editado pelo Sindilat)
Inteligência artificial na produção leiteira
Universidade de Passo Fundo prepara-se para desenvolver pesquisa inédita no Rio Grande do Sul, a qual pretende monitorar a saúde animal a partir do uso de algoritmos e tecnologias que analisem amostras do leite
No campo, cada detalhe faz a diferença para reduzir as perdas, aumentar a produtividade e a rentabilidade. Com olhar voltado para o futuro, a Universidade de Passo Fundo (UPF) prepara-se para utilizar a inteligência artificial como ferramenta estratégica em uma pesquisa inovadora. A iniciativa pioneira da universidade no Rio Grande do Sul foi contemplada com R$ 2 milhões em recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a montagem do laboratório multidisciplinar que vai utilizar algoritmos combinados com tecnologia para diagnósticos antecipados da saúde das vacas, por meio da coleta de amostras de leite.
O coordenador do curso de Medicina Veterinária da UPF, professor Carlos Bondan, lidera o projeto de pesquisa e explica que o leite é um fluido orgânico, a exemplo do sangue que é utilizado para apurar doenças através da análise de laboratório.
“Vamos analisar inclusive parâmetros que não são muito frequentes e solicitações por parte dos produtores”, adianta, acrescentando que as novas avaliações têm potencial de identificar problemas nas fêmeas leiteiras, principalmente aqueles relacionados ao metabolismo e, às condições nutricionais, além das doenças infecciosas.
“É um primeiro passo desafiador. Porque vamos precisar de amostras individuais por vaca e atualmente o controle leiteiro no Brasil não é realizado de uma forma tão intensa e corriqueira como em outros países”, explica Bondan. Segundo ele, isso já é comum no Canadá, Estados Unidos e alguns países da Europa. “Na Holanda, uma vez por mês, os produtores coletam o leite das vacas em ordenha para esse tipo de análise, tendo informações individuais de cada exemplar. Então consegue-se, por vezes, até antever um problema sanitário prestes a ocorrer”, sublinhou.
Com o projeto, o coordenador do curso de Medicina Veterinária da UPF antecipa que se quer ir além, inclusive, com um prognóstico de uma doença subclínica nas fêmeas em virtude de indicadores já existentes. “A intenção é mostrarmos problemas que irão resultar em perdas. Seja de bem-estar, produtiva ou de qualidade do leite”, explica. Bondan, ressalta que as variações do clima e do solo em que o alimento foi cultivado (para as vacas leiteiras) são alterações que também podem trazer comprometimentos para a produtividade, a qualidade e a saúde dos animais. “Por isso, criaremos um banco de dados onde iniciaremos com as mais diferentes informações. É aí que entra a inteligência artificial, avaliando estatisticamente um problema que vamos determinar”, detalha.
De acordo com Bondan, o objetivo final do projeto é bem audacioso se a cadeia láctea se somar a ideia, que é fazer com que o Rio Grande do Sul seja positivamente diferenciado no setor. “Tornar o nosso leite conhecido como o melhor em termos de qualidade, produção e rentabilidade do Brasil”, afirmou. Para isso, a intenção é criar uma ferramenta em que todos os atores do sistema produtivo gaúcho possam ter acesso, tanto o produtor, quanto os técnicos e a indústria.
Nessa direção, o professor Carlos Bondan adianta que será criada uma inteligência artificial específica para o projeto. “Não compraremos nenhum software ou metodologia. Serão desenvolvidos única e exclusivamente pela Universidade de Passo Fundo”, garante.
Bondan detalha que as equipes de trabalho já estão formadas e que a iniciativa aguarda apenas a licitação para a aquisição de equipamentos de alto valor. “O projeto em si tem um orçamento de R$ 5 milhões, mas com os recursos que obtivemos com a Finep já conseguiremos iniciá-lo”, pontuou.
O coordenador do curso de Medicina Veterinária da UPF antecipa ainda que a expectativa é de que as primeiras conclusões e resultados do projeto sejam apurados no período de dois a cinco anos.
“Vai depender muito da aderência da cadeia láctea porque eu não consigo produzir informação se não tenho dados, análise de leite. E não é avaliação do tanque refrigerador do leite, embora esse também seja importante, mas não mais do que as análises individuais”, sublinhou.
Bondan destaca que quanto mais propriedades leiteiras participarem mais robusto será o banco de dados e mais assertiva será a inteligência artificial. “Precisaremos de rebanhos distribuídos em diversas regiões do Rio Grande do Sul. Existem muitas diferenças edafoclimáticas (de clima e solo) que compreendem desde a temperatura, o índice pluviométrico, o solo, as plantas. As condições particulares de uma determinada região ou microrregião influenciam o leite”, explica.
O professor acredita que o conjunto de informações do banco de dados e suas correlações poderá auxiliar na tomada de decisões do produtor rural para entregar um leite ainda melhor. “Temos uma preocupação muito grande com o setor produtivo do leite. Entendemos que é muito importante para as economias locais e do Estado do Rio Grande do Sul”, conclui. Bondan chamou atenção para o fato de o alimento gaúcho possuir qualidade e sua produção seguir uma série de legislações rígidas, estabelecidas por órgãos federais, estaduais e municipais. “Queremos torná-lo ainda melhor. Tudo evolui e o produtor não pode ficar obsoleto no uso de tecnologia pois isso pode refletir diretamente na sua receita e ganho”, finaliza. (Correio do Povo)
Fórum MilkPoint Mercado: É AMANHÃ! Confira a programação completa
Acontece amanhã, em Campinas, a 17ª edição do Fórum MilkPoint Mercado. Confira a programação completa e participe!
O Fórum MilkPoint Mercado 2025 está chegando. A sua 17ª edição acontece amanhã, 18 de março, em Campinas/SP.
No evento, vamos discutir os principais desafios e oportunidades para a indústria láctea em 2025, trazendo insights estratégicos sobre temas essenciais. Confira a programação completa:
Bloco 1 - Cenários de Mercado
Abertura do Painel - Valter Galan, Diretor Técnico e de Novos Negócios da MilkPoint Ventures
Cenário do consumo de lácteos: como fechamos 2024 e como começamos 2025 - André Penariol, CEO da BU Rock Conecta
Cenário econômico e possíveis impactos do novo governo americano no mercado lácteo no mundo - Glauco Carvalho, Pesquisador da Embrapa
Do Campo ao Mercado: Sustentabilidade, Gestão Financeira e Logística no Setor Lácteo - Ben French, Diretor Associado do Programa de Suprimentos Sustentáveis VIVE na Czarnikow e Tom Soutter, Trader Sênior na Czarnikow
Tendências do Mercado Lácteo no Mercosul para 2025 - Andres Padilla, Industry Specialist na Rabobank Brasil
Proteção de preços de milho e soja: o que já poderíamos ter feito e o que ainda podemos fazer olhando o cenário para 2025? - Alberto Pessina, Fundador e CEO da Agromove
Cenários para o mercado lácteo - Matheus Napolitano, Analista de Mercado na MilkPoint Ventures
O futuro da produção de leite no Brasil - Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da MilkPoint Ventures
Perguntas e Debate
Bloco 2 - Gestão de Custos e Eficiência Operacional na Cadeia Láctea
Logística compartilhada na distribuição de produtos lácteos: oportunidades e limitações do mercado brasileiro - Graciela Civolani, Diretora de Suply Chain na Danone
Gargalos e Oportunidades nos custos da cadeia de abastecimento de leite de produtores - Juliana Santiago, Consultora de Projetos da MilkPoint Ventures e Luana Chiminasso, Consultora de Projetos Jr. da MilkPoint Ventures
Uso de Instrumentos FOSS para otimização dos processos lácteos adicionando valor a cadeia - Priscila Tortelli, Diretora Geral da FOSS no Brasil
Perguntas e Debate
Milk break
Oportunidades na precificação do leite matéria-prima - onde estamos/dificuldades/oportunidades - Valter Galan, Diretor Técnico e de Novos Negócios da MilkPoint Ventures
Desbloqueando a Performance por meio da Digitalização da Cadeia de Suprimentos - Fede Lang, Head of Customer Success, MADCAP
Perguntas e Debate
Mesa Redonda: Sistemas de remuneração do leite: para qual direção caminha a indústria?
Armindo José Soares Neto, Diretor Executivo de Captação na Alvoar Lácteos
Edney Murillo Secco, Diretor de Compra de Lácteos no Grupo Piracanjuba
Rafael Junqueira, Diretor de Captação de Leite - Lactalis do Brasil e Uruguai
Ricardo Rodrigues, Diretor Compras de Leite & Agropecuária na Scala
Roberto Victor Hegg, Diretor de Supply Chain na Tirolez
Encerramento e Queijos & Vinhos
Estes e outros temas serão abordados por especialistas do setor, reunindo os principais players da cadeia láctea para um dia de muito conhecimento e networking.
Se não puder estar presencialmente, você ainda tem a chance de acompanhar todas as análises estratégicas e debates do Fórum MilkPoint Mercado na modalidade online, com transmissão ao vivo e acesso às gravações por 30 dias.
Se você ainda não garantiu sua participação, essa é a sua última chance! Acesse o site oficial do evento e inscreva-se agora. Não fique de fora do debate que definirá os rumos do mercado lácteo! Associados do Sindilat garantem 10% de desconto clicando aqui.
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Jogo Rápido
MILHO/CEPEA: Estoques baixos e demanda aquecida sustentam alta de preços
Os preços do milho seguem em alta na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Dados da Conab indicam que os estoques iniciais da temporada 2024/25 são de apenas 2,04 milhões de toneladas, inferior às 2,1 milhões de toneladas apontadas em fevereiro/25. Os preços do milho seguem em alta na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o impulso vem da combinação de estoques baixos com a demanda aquecida pelo cereal. No encerramento da semana passada, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) se aproximava dos R$ 90/saca de 60 kg, patamar nominal verificado pela última vez em abril de 2022. Dados da Conab indicam que os estoques iniciais da temporada 2024/25 são de apenas 2,04 milhões de toneladas, inferior às 2,1 milhões de toneladas apontadas em fevereiro/25 e bem abaixo das 7,2 milhões de toneladas da safra 2023/24. O atual estoque representa apenas 2,4% do consumo anual do milho pelo mercado interno, estimado pela Conab em 86,97 milhões de toneladas em 2024/25. (Terra Viva)