Porto Alegre, 11 de março de 2025 Ano 19 - N° 4.344
Com foco na discussão sobre a pegada de carbono na cadeia leiteira, a 20ª edição do Fórum Estadual do Leite será realizada no dia 12 de março com duas palestras dedicadas ao tema. A “Pegada de carbono na pecuária de leite: estágio do conhecimento e oportunidades”, será debatida por Gustavo Ribeiro, doutor e professor na Universidade de Copenhagen (Dinamarca). Já a “Visão geral do mercado de carbono na Europa”, ficará a cargo de Maria Reis, médica Veterinária e gerente de Marketing da Cargill da União Europeia.“A questão da redução das emissões de carbono dialoga, de um lado, com consumidores cada vez mais atentos e preocupados com o meio ambiente e, de outro, com a adoção das melhores práticas no campo incrementado inovações no setor leiteiro que contribuem também para a melhoria da qualidade da produção”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), Todas as atividades estarão concentradas no auditório central da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). A programação terá início às 8h30min com a abertura oficial e também contará com espaço para a discussão dos temas e também com a palestra a "Conjuntura da cadeia láctea no Sul com foco em sólidos", ministrada por Valter Galan, engenheiro Agrônomo e diretor técnico do MilkPoint Ventures em Piracicaba/SP.
Fórum é uma realização da CCGL e Cotrijal, com patrocínio de BRDE, Sindilat/RS, Sicredi e Senar, e apoio de Sistema Ocergs, RTC, SmartCoop, FecoAgroRS e Expodireto Cotrijal. (Sindilat)
Entre as iniciativas, serão repassados R$ 46,7 milhões, por meio do Fundo a Fundo, a municípios afetadosDurante a abertura da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, nesta segunda-feira (10/3), o governador Eduardo Leite anunciou o repasse, por meio do Fundo a Fundo, de R$ 46,7 milhões a municípios afetados por estiagem, além da publicação de dois decretos relacionados a estratégias de mitigação desse fenômeno, que possibilitarão melhorias no Sistema de Outorga de Água e estabelecerão novas regras para a segurança de barragens. Esses documentos serão publicados no Diário Oficial do Estado ainda nesta semana.
O governador disse que a Expodireto é um espaço privilegiado para encontros do agronegócio, para a pesquisa e o desenvolvimento do setor. “Por isso, aqui precisamos disseminar as informações mais importantes sobre o momento que estamos vivendo. A superação da estiagem se dará com a proteção das nossas lavouras com irrigação. O Rio Grande do Sul tem feito nos últimos anos ajustes para desburocratizar ao máximo a emissão de licenças para sistemas de irrigação e reservação de água. E hoje fazemos mais anúncios nesta direção, além da liberação de mais recursos para os municípios que já estão vivenciando as dificuldades das estiagens para mitigar o impacto do fenômeno nestas comunidades”, afirmou Leite.
O presidente da Cotrijal, Nei Mânica, destacou as oportunidades para os expositores e visitantes desta edição da feira. “Nossa 25ª Expodireto está como sempre voltada para a inovação no agronegócio. Oportunizamos para os produtores do Rio Grande e até do exterior que possam vir aqui buscar mais conhecimento, oportunidades de negócios e relacionamentos. Temos a certeza de que todos os setores terão muitos ganhos em geração de negócios e aumento de produtividade”, afirmou.
No caso do Fundo a Fundo, a Defesa Civil iniciará nova rodada de transferências aos municípios. Dessa vez, os valores poderão subsidiar ações de resposta e restabelecimento nas cidades afetadas por estiagem, que estejam em situação de emergência ou estado de calamidade.
Foram estabelecidas faixas de valores disponíveis a cada cidade, de acordo com o índice populacional, sendo: R$ 250 mil para municípios com até 20 mil habitantes; R$ 300 mil para municípios entre 20.001 até 50 mil habitantes; e R$ 350 mil para municípios com mais de 50 mil habitantes.
O coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Luciano Boeira, frisou que essa iniciativa visa apoiar os municípios que estejam sofrendo os efeitos da estiagem para que possam atender às necessidades mais urgentes dentro de seus territórios. “A celeridade na avaliação dos requerimentos e na liberação dos recursos garante que o tempo de resposta seja menor, como já fizemos com sucesso nos últimos desastres”, destacou.
As verbas podem ser empregadas em ações de resposta e de restabelecimento pelas prefeituras municipais em situação de emergência ou estado de calamidade pública.
As ações de resposta compreendem aquisição de cestas básicas, kits de higiene pessoal e coletiva, ração animal, água mineral, combustível para caminhões-pipa ou transporte de logística humanitária, contratação de soluções temporárias de acumulação de água para comunidades ou famílias isoladas (assentamentos, povos tradicionais e quilombolas), reservatórios flexíveis, locação de banheiros químicos, máquinas, caminhões-pipa, bombas d’água e geradores de energia, entre outros itens.
As ações de restabelecimento abrangem: montagem ou reinstalação de redes de água para o abastecimento de comunidades afetadas em área rural; conserto e reparo de geradores para máquinas, como bombas d’água ou motobomba para abastecimento de água a comunidades afetadas e tratamento de poços artesianos contaminados.
O Fundo a Fundo é um mecanismo de transferência de recursos financeiros que permite que os municípios recebam recursos diretamente do Fundo Estadual de Proteção e Defesa Civil do RS (Fundec/RS), com o objetivo de aplicá-los em áreas atingidas por desastres naturais.
Sistema de Outorga de Água e segurança de barragens
Os dois novos decretos anunciados pelo governador abordam a gestão de recursos hídricos e a segurança de barragens. Essas ações estão sendo coordenadas pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).
Uso de recursos hídricos
O primeiro decreto regula o uso de recursos hídricos no Estado. A principal mudança é a previsão da automatização do processo de outorga, em determinadas situações, que permitirá a análise de projetos de açudes e barragens em menor prazo. A validade das outorgas poderá ser de até 35 anos, conforme o tipo de empreendimento.
O decreto também cria a outorga emergencial, destinada a situações específicas, como calamidade pública por eventos meteorológicos e secas, e dispensa de outorga de empreendimentos de baixo impacto, que deverão se cadastrar apenas no Sistema de Outorga de Água (Siout-RS). Além disso, obras que visem à segurança das barragens serão dispensadas da necessidade de autorização. O corpo técnico da Sema ficará responsável pela elaboração de um manual para orientar os procedimentos.
Segurança de barragens
O segundo decreto estabelece regras para a segurança de barragens, alinhando-se à Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB). A Sema, por meio do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS), será responsável pela regulamentação e fiscalização de reservatórios artificiais no Estado, incluindo açudes e barragens com altura superior a 15 metros ou capacidade superior a 3 milhões de metros cúbicos. Também abrange barragens de alto risco ou com alto potencial de danos, e é aplicável às barragens de usos múltiplos, exceto aquelas destinadas ao aproveitamento hidrelétrico, que são outorgadas pelo Estado.
O decreto institui o Programa Barragem Segura, que prevê a elaboração de um diagnóstico situacional dos reservatórios, um cronograma de implementação das novas normas e estratégias de articulação com os Comitês de Bacia e outros órgãos competentes. Para assegurar a participação da sociedade gaúcha, serão realizadas consultas públicas para a revisão periódica das regulamentações.
Irriga+RS está com edital aberto
Além dessas medidas, desde 2023, o governo vem investindo em ações com o lançamento do programa de irrigação Irriga+RS. A primeira fase, que teve edital vigente de agosto a novembro de 2023, destinava ao produtor rural uma subvenção de 20% do valor do projeto, limitado a R$ 15 mil por beneficiário. A fase dois teve início em março de 2024 e segue com edital aberto até 30 de abril de 2025 para receber projetos de irrigação. Neste edital, o teto da subvenção subiu para até R$ 100 mil por produtor.
Até o momento, são 720 projetos de irrigação recebidos, em ambas as fases, com potencial de subvenção de R$ 25 milhões e mais 9.659 novos hectares irrigados. São projetos recebidos de 173 municípios em que os produtores investirão cerca de R$ 197 milhões em sistemas de irrigação em suas propriedades.
A 25ª edição da Expodireto Cotrijal segue até sexta-feira (14/3), das 8h às 18h.
As informações são da Seapi
Valor Bruto da Produção do agro alcançou R$ 1,41 trilhão em janeiro
Crescimento representa 11% em comparação à safra de 2024
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária referente à safra 2025, com base em janeiro deste ano, alcançou R$ 1,41 trilhão, um aumento de 11% sobre a safra 2024 (R$ 1,27 trilhão).
Os produtos que tiveram maior aumento foram café (46,1%), mamona (40,5%), cacau (25,0%), amendoim (23,8%), milho (16,7%) e soja (13,4%). As variações negativas mais significativas foram da batata-inglesa (-61,1%), tomate (-20,0%), banana (-9%), trigo (-8,2%) e arroz (-7,2%).
Na atividade de pecuária, a bovina teve maior evolução (21,8%), seguida por aves (6,5%), suínos (4,6%) e leite (2,2%). Já os ovos tiveram redução de 5,6%, não tendo sido captado, neste período, o recente reajuste nos preços.
A atividade de lavoura, considerando as 17 culturas levantadas, teve aumento de 11,0%, e a pecuária bovina, suína, frango, leite e ovos, de 10,9%.
Quanto aos valores da produção, a soja segue tendo a maior participação, respondendo com R$ 341,5 bilhões, seguida do milho com R$ 147,0 bilhões, cana-de-açúcar com R$ 121,6 bilhões e café com R$ 116,4 bilhões. Esses quatro produtos somados representaram 51,8% do total do VBP apurado.
Na pecuária, a bovinocultura responde por R$ 206,1 bilhões, avicultura R$ 113,0 bilhões e leite R$ 69,3 bilhões, sendo que a bovinocultura representou 14,6% do total do VBP.
O fator mais relevante no resultado deste levantamento, para os seis principais produtos que tiveram aumento na participação do VBP, foi o crescimento no preço para café, cacau e milho e o aumento na produção para mamona, amendoim e soja. Na pecuária, o aumento de preço foi o fator mais relevante, exceto para ovos, cujos preços deflacionados tiveram queda de 5,6%.
O Valor Bruto da Produção é calculado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa, representando o faturamento bruto na propriedade rural, com base na produção informada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e nos preços vigentes no período, levantados pela Conab e pelo Cepea/Esalq, deflacionados pelo IGP-DI da FGV, com base em janeiro de 2025.
Jogo Rápido
Preços globais dos alimentos subiram 1,6% em fevereiro, aponta a FAO
Os preços mundiais dos alimentos subiram em fevereiro, pressionados pelo aumento dos açúcares, laticínios e óleos vegetais, mostram dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O índice da entidade — que monitora os preços globais de uma cesta de alimentos básicos — teve uma média de 127,1 pontos em fevereiro, um aumento de 1,6% em relação a janeiro. O indicador ficou 8,2% acima do registrado em fevereiro de 2024 e pouco menos de 21% abaixo de sua máxima histórica, atingida em março de 2022, logo após o início da invasão russa à Ucrânia. Em fevereiro, os preços do óleo vegetal subiram 2% em relação ao mês anterior. Segundo a FAO, esse aumento reflete principalmente os preços mais altos dos óleos de palma, canela, soja e girassol. Os preços dos açúcares subiram 6,6% no mês, quebrando três meses consecutivos de declínio, embora permaneçam 15,8% mais baixos na comparação anual. “O aumento de fevereiro foi motivado por preocupações com a oferta global mais restrita, com perspectivas de produção em declínio na Índia e preocupações com o recente clima seco no Brasil, juntamente com o fortalecimento do real brasileiro em relação ao dólar americano”, disse a FAO, em relatório. Os preços dos laticínios subiram 4% na comparação mensal. Isso reflete um salto nos valores do queijo, devido à forte demanda internacional. Os preços da manteiga se recuperaram, enquanto o leite em pó desnatado registrou um aumento moderado. Os preços dos cereais subiram 0,7% no mês, de acordo com a FAO. O trigo foi responsável por grande parte da variação devido à oferta russa mais restrita e às preocupações com condições desfavoráveis de safra na Rússia, União Europeia e EUA. Enquanto isso, os preços do milho aumentaram, devido à oferta sazonal brasileira mais restrita. Os preços da carne caíram marginalmente 0,1% no mês. (Valor Econômico)