Porto Alegre, 10 de março de 2025 Ano 19 - N° 4.343
Evento no norte do RS é considerado uma das principais referências para o agronegócio brasileiro, reunindo empresas do setor, produtores e visitantes
Os olhares do agronegócio brasileiro se voltam para o norte gaúcho a partir desta segunda-feira (10) com a abertura dos portões do Parque da Expodireto, em Não-Me-Toque. Com expectativa de circulação intensa de público e oportunidades de negócios, a edição deste ano celebra os 25 anos da Expodireto Cotrijal.Em diferentes espaços do parque com mais de 600 expositores, os temas da produção vegetal e animal, sustentabilidade e inovação estarão entre as discussões e atividades que integram a programação até sexta-feira (14). A abertura oficial acontece às 9h, no Auditório Central.— A Expodireto é feita não só para vender na hora, mas para mostrar o que se tem, o potencial, as tecnologias, tanto na parte de máquinas quanto também em outras áreas, na produção vegetal, produção animal, além do conhecimento nas palestras e debates. Há 25 anos, não imaginávamos que avançaríamos tanto na tecnologia para o campo, daí o papel tão importante da feira — afirma o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder.Apesar de não projetar números para a edição, a organização trabalha com os recordes atingidos em 2024, quando a feira reuniu 377 mil visitantes e movimentou mais de R$ 7,9 bilhões em negócios.Economia e desenvolvimento
Na terça-feira (11), o destaque é o 35º Fórum Nacional da Soja, que vai abordar a influência de países como Índia e China no setor, além de prospecções para os mercados de soja e milho na safra 2024/2025. As discussões também devem girar em torno do clima, diante de um cenário de falta de chuva que impacta o Estado.
— Estamos preparados para receber nosso público mesmo em meio ao calor, com arborização e espaços de conforto. O público não ligado ao agronegócio também tem a oportunidade de participar da programação e entender a importância do setor — destacou o presidente da Cotrijal Nei Manica, em entrevista à Rádio Gaúcha.
No espaço da Emater-RS, o turismo rural ganha destaque com programação diária sobre as tendências do setor, que conquista espaço como economia alternativa e opção de lazer. Além disso, a Arena Agrodigital promete inovações e debates sobre as possibilidades da inteligência artificial no campo.
A Expodireto Cotrijal também será palco de Audiência Pública do Senado, na qual deve ser discutida a securitização de operações de crédito rural para produtores afetados por eventos climáticos extremos. O objetivo da iniciativa é renegociar as dívidas com prazos e juros compatíveis.
— Estaremos ao lado dos produtores para encontrar uma solução diante desse cenário de dificuldades. Fomentar esse debate e levá-lo adiante é de grande importância neste momento — completa Schroeder.
Pavilhão Internacional
O Pavilhão Internacional receberá representantes de 70 países e terá a maior quantidade de empresas estrangeiras expositoras na história da Expodireto Cotrijal, com destaque para a participação de empreendimentos de China, Itália, Alemanha, Índia, Polônia e Uruguai.
A grande novidade da área é a participação inédita de uma delegação da Índia, que também contará com um estande na Área Internacional da Câmara de Comércio e Indústria Indo Brasil.
O Pavilhão Internacional também sediará o 6º Seminário China/Brasil da cadeia de suprimentos da Agricultura, Pecuária e Alimentação. O auditório do International Point também terá uma série de eventos e debates, com palestrantes do Brasil e do Exterior.
Agricultura Familiar
O Pavilhão da Agricultura Familiar contará com 222 expositores, sendo 75% agroindústrias e 25% empreendimentos de artesanato. Entre os expositores, também encontram-se produtores de flores e plantas, além de comunidades indígenas.
Os visitantes poderão encontrar no pavilhão uma grande variedade de produtos, incluindo pães, geleias, sucos, salames, queijos, mel, vinhos e cachaças.
Programação
A abertura da feira está marcada para as 9h, no Auditório Central. Devem participar autoridades entidades representantes do agronegócio e delegações internacionais.
Atrações já consagradas como o Pavilhão da Agricultura Familiar, Arena Agrodigital, estações da Emater e Pavilhão Internacional também terão programações próprias, além de fóruns, debates, premiações e palestras. É possível conferir a agenda completa no portal da Expodireto. (Zero Hora)
O saldo da balança comercial de lácteos seguiu recuando ao longo do mês de fevereiro. Entenda como ficam as importações dos lácteos aqui!O saldo da balança comercial de lácteos seguiu recuando ao longo do mês de fevereiro. Com um total de -203,9 milhões de litros em equivalente-leite, fevereiro apresentou um recuo de 6,3 milhões de litros em relação ao mês anterior, com o avanço nas importações de lácteos ainda influenciando neste resultado.Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.
Em fevereiro, as exportações de lácteos somaram 6,03 milhões de litros em equivalente-leite, apresentando um importante aumento de 27,5% em relação a janeiro, mas, com uma queda ainda expressiva quando comparada a fevereiro de 2024, de -63,5%, como pode ser observado no gráfico abaixo.
Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.
As importações totalizaram 209,9 milhões de litros em equivalente-leite em fevereiro, mantendo a tendência de aumento observada até o momento em 2025, com uma variação mensal de 3,7%. No comparativo com fevereiro de 2024, o crescimento foi ainda maior, em 16,5%, como mostra o gráfico 3.
Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.
Entre os principais produtos exportados, o soro de leite, que havia apresentado um aumento significativo no mês anterior, apresentou em fevereiro um recuo de 43% em suas exportações. O creme de leite também apresentou um recuo no último mês, de 33%. Enquanto, em contrapartida, outros produtos relevantes como o leite UHT (+33%) apresentaram avanços em suas exportações.
O maior destaque nas exportações ficou para o leite em pó integral, que teve um crescimento expressivo em relação a janeiro e atingiu um volume total de 200,6 toneladas exportadas, sendo o maior volume exportado da categoria dos últimos sete meses.
Para as categorias com maior participação nas importações, as movimentações observadas foram mais sutis. O leite em pó integral continuou obtendo destaque, com um crescimento mensal de 3%, totalizando 14,4 mil toneladas importadas. Já os queijos tiveram uma sutil retração de 1%, praticamente mantendo o volume importado em 4,8 mil toneladas no último mês.
Além do leite em pó integral, o leite em pó desnatado também apresentou aumento em suas importações em fevereiro, com um avanço de 11% em relação a janeiro deste ano.
As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de fevereiro e janeiro de 2025.
Tabela 1. Balança comercial de lácteos em fevereiro de 2025.
Tabela 2. Balança comercial de lácteos em janeiro de 2025.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.
O que podemos esperar para os próximos meses?
Ao longo do mês de fevereiro algumas importantes movimentações no Mercosul foram observadas para o mercado dos derivados lácteos. O primeiro ponto foi o aumento das compras de outros importantes países compradores, como a Argélia, que em seu último leilão de compra de lácteos focou suas importações principalmente em produtos do Mercosul ao invés de outros fornecedores, como a Oceania, colocando assim outros grandes compradores em concorrência com o Brasil pelos derivados lácteos da América do Sul.
Além desse fator, outro importante ponto começou a reverberar de maneira mais relevante: a disponibilidade de leite dos principais países fornecedores do Mercosul. O período atual é marcado justamente pelo momento onde a produção de leite de países como Argentina e Uruguai estão diminuindo de maneira sazonal, diminuindo assim a disponibilidade de leite para as exportações dos países em questão - sendo eles, justamente, os principais fornecedores de leite ao Brasil.
Dessa forma, levando em consideração esses pontos e o aumento dos preços internacionais diminuindo a competitividade dos derivados lácteos importados em relação aos produtos locais (principalmente para os leites em pó), se torna mais provável que as importações brasileiras apresentem uma tendência de diminuição nos próximos meses. Porém, o patamar deve se manter ainda considerado elevado, devido a proximidade comercial entre os compradores brasileiros e os vendedores do Mercosul que foi criada ao longo dos últimos anos.
As informações são do Milkpoint
Piracanjuba vai investir R$ 150 milhões na produção de biogás
Recursos são provenientes do Fundo Clima do BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a liberação de R$ 150 milhões via Fundo Clima para financiar a produção de biogás pelo Grupo Piracanjuba em quatro unidades industriais.
Segundo a instituição financeira, o valor será destinado para a implantação de Estações de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEs) com produção de biogás nas unidades de Araraquara (SP), Três Rios (RJ), Carazinho (RS) e São Jorge D´Oeste (PR).
Os recursos também serão aplicados para substituir caldeiras que atualmente consomem combustível fóssil nas unidades de Araraquara e Três Rios. Segundo comunicado do BNDES, os projetos vão transformar a gestão de resíduos líquidos em uma fonte valiosa de energia limpa.
“As intervenções presentes no projeto aprovado pelo BNDES têm como finalidade a descarbonização, a redução na geração de resíduos sólidos e a substituição de combustíveis fósseis por renováveis como fonte de energia da empresa. Objetivos que integram a política de transição energética do governo do presidente Lula e que são possíveis a partir do Novo Fundo Clima, que destinou R$ 10 bilhões a projetos com essa finalidade em 2024”, disse, em nota, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
No comunicado, Luiz Claudio Lorenzo, presidente do Grupo Piracanjuba, disse que o biogás será utilizado nas novas caldeiras, que terão alternativas mais sustentáveis de geração de calor nas unidades da empresa, que produz lácteos. (Globo Rural)
Jogo Rápido
O impacto das importações de lácteos no Brasil e as perspectivas para 2025
No ano de 2024 as importações brasileiras de lácteos representaram cerca de 8,4% de toda a disponibilidade de leite do país. E para 2025, o que esperar? No ano de 2024 as importações brasileiras de lácteos representaram cerca de 8,4% de toda a disponibilidade de leite do país. Esse foi o maior percentual já registrado, superando ligeiramente os 8,2% de 2023 e evidenciando a crescente influência do mercado externo no abastecimento interno de lácteos. Quando analisamos a origem dessas importações, percebemos que Argentina e Uruguai foram responsáveis por cerca de 90% de todo o volume importado pelo Brasil. Esses dois países desempenham um papel fundamental na formação da disponibilidade e dos preços do leite no mercado brasileiro, tornando essencial acompanhar de perto suas dinâmicas produtivas e comerciais. Com a chegada de um novo ano, torna-se fundamental entender as tendências do mercado de leite no Mercosul, pois elas desempenham um papel determinante no planejamento estratégico da produção, comercialização e precificação do leite no Brasil. Por isso, no dia 18 de março, em Campinas - SP, Andres Padilla, Industry Specialist na Rabobank Brasil, estará presente no Fórum MilkPoint Mercado, para discutir sobre o tema: Tendências do mercado lácteo no Mercosul para 2025. Para participarem, associados do Sindilat/RS têm garantido 10% de desconto na inscrição, que pode ser feita clicando aqui. (Milkpoint editado pelo Sindilat)