Porto Alegre, 05 de março de 2025 Ano 19 - N° 4.340
A produção de leite na União Europeia (UE) em 2025 deverá declinar em decorrência da redução do número de vacas, margens apertadas, regulamentação ambiental e surtos de doenças.O impacto dessa queda será parcialmente compensado pelo menor consumo de leite fluido, de acordo com o mais recente relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), sobre a UE.A menor oferta de leite forçará as indústrias a decidirem cuidadosamente sobre quais produtos produzir. A previsão é de que a produção de queijo continuará aumentando, impulsionada pelo consumo doméstico, junto com a sólida e contínua demanda de exportação. O maior volume de queijo, em 2025, será em detrimento da fabricação de manteiga, do leite em pó desnatado (SMP) e do leite em pó integral (WMP).
Diminuição da produção de leite
Em 2025, toda a captação de leite da UE está projetada em 149,4 milhões de toneladas, representando baixa de 0,2% em relação à estimativa revisada para o ano, com um declínio marginal da produção de leite de vaca. Margens apertadas, combinadas com restrições ambientais e surtos de doenças nos maiores países produtores continuam empurrado para fora da atividade os pequenos produtores. Em decorrência disso, a expectativa é de que, em 2025, o número de vacas terá um declínio que não será totalmente compensado pelo aumento de produtividade, fazendo com que a captação de leite de vaca seja ligeiramente menor.
A captação do leite de vaca, em 2024, foi estimada em 145,6 milhões de toneladas, 0,3% acima da de 2023. Mas, o consumo doméstico de leite fluido continuará declinando, podendo chegar a 23,5 milhões de toneladas (-0,3%). A redução da produção de leite em 2025, fará com que a captação das indústrias diminua 0,2%, obrigando os processadores a decidir com cuidado a maneira de alocar o leite disponível.
Aumento da produção de queijo em 0,6% Apesar da menor disponibilidade de leite, a produção de queijo na UE27 deverá atingir 10,8 milhões de toneladas, 0,6% a mais em relação a 2024. O aumento do consumo de queijo será impulsionado pelo crescimento da renda e pela melhoria do ambiente econômico, junto com a recuperação do setor de hotéis e turismo.
As exportações de queijo da UE serão beneficiadas pelo aumento do interesse por queijos especiais, e poderão chegar a 1,4 milhões de toneladas em 2025, um aumento moderado de 0,4%, que será limitado pelo crescimento da demanda interna.
Em setembro de 2024, o preço de queijo na UE estava quase no mesmo nível da Oceania, enquanto as cotações nos Estados Unidos da América (EUA) eram significativamente mais altas. Com cerca de 50% das exportações da UE direcionadas para quatro países (Reino Unido, EUA, Japão e Suíça), os exportadores europeus estarão concentrados em fortalecer esses mercados.
A produção de SMP na UE27 deverá atingir 1,4 milhões de toneladas em 2025, registrando queda de 4% em relação a 2024, dada à baixa disponibilidade de leite e a expectativa de que a queda da demanda chinesa continuará pesando nos mercados globais. O consumo doméstico é estimado em 0,68 milhões de toneladas, também 1,4% abaixo do nível de 2024, impactado pela menor oferta de leite cru e aumento da produção de queijo que será beneficiado em detrimento de outros produtos lácteos.
Isso também deve ser provocado pela menor demanda de SMP destinado ao setor de ração, uma vez que haverá redução do número de animais. Em 2025, as exportações de SMP deverão cair 6,8%, após um declínio estimado de 6% das exportações em 2024.
Queda de 5% no WMP
A produção de WMP na UE27, em 2025, está prevista em 580 mil toneladas um declínio de 5%, em relação aos níveis de 2024; a menor oferta de leite irá favorecer a produção de queijo em detrimento do WMP.
O mercado doméstico pode declinar marginalmente, com os altos preços levando ao uso de alternativas ao WMP pela indústria de alimentos. Também haverá queda nas exportações de WMP, em 2025, na comparação com 2024, diante da menor demanda da China e a forte competição com a Nova Zelândia em outros mercados.
Política da UE: Planos estratégicos para cada Estado-Membro
O setor lácteo da UE continua preocupado com a nova Política Agrícola Comum (PAC) e a implementação do Acordo Verde da UE. A percepção da indústria é de que essas duas medidas estão pesando, negativamente, nas decisões dos agricultores em continuar a produção.
De acordo com o relatório do USDA, o fortalecimento das políticas ambientais e mitigação das mudanças climáticas da UE podem precisar de investimentos adicionais, não produtivos e corroer ainda mais a lucratividade da pecuária leiteira. E, devido, em parte, às preocupações dos fazendeiros, novas disposições estão sendo diluídas ou tendo sua implementação adiada.
Em 2025, o impacto da guerra da Ucrânia nos custos de produção deve diminuir. No entanto, a UE mantém seu apoio à Ucrânia, com prorrogação para 05 de junho de 2025, do acordo de isenção de tarifas e cotas para os produtos agrícolas da Ucrânia que entram na UE. Essa disposição, no entanto, tem baixo impacto para o setor lácteo da UE.
Fonte: Dairy Global – Tradução livre: www.terraviva.com.br
GDT - Global Dairy Trade
Fonte: GDT adaptado pelo Sindilat
18ª edição do Fórum MilkPoint Mercado tem 10% de desconto para sócio Sindilat/RS
Os caminhos para melhorar a eficiência operacional em aspectos como logística de captação, gestão de custos e volatilidade de preços para reverter as perdas da indústria láctea, de produtores e do varejo no valor final pago pelo consumidor na aquisição de derivados lácteos é o foco da 18ª edição do Fórum MilkPoint Mercado. Para participarem, associados do Sindilat/RS têm garantido 10% de desconto na inscrição, que pode ser feita no link: https://register.jalanlive.com/forummmercado?ticket=9708 .
A edição deste ano será realizada no dia 18 de março na cidade de Campinas (SP). Com o tema “Gestão e Performance: os desafios da indústria láctea brasileira”, o evento terá dois blocos principais: Cenários de Mercado, com previsões para o setor em 2025, incluindo o impacto do novo governo americano e tendências no Mercosul; e Gestão de Custos e Eficiência Operacional na Cadeia Láctea, explorando logística compartilhada, precificação do leite e novas oportunidades para a indústria.
A programação inclui palestras de especialistas, como Andres Padilla (Rabobank Brasil), Graciela Civolani (Danone), Valter Galan (MilkPoint Ventures), além de uma mesa-redonda com grandes líderes do setor, como Rafael Junqueira (Lactalis do Brasil e Uruguai) e Murillo Secco (Grupo Piracanjuba).
Confira a Programação:
9h - 9h30min - Credenciamento e Welcome Coffee
Bloco 1 - Cenários de Mercado
9h30min - 9h35min - Abertura do Painel
9h35min - 10h5min - Cenário do consumo de lácteos: como fechamos 2024 e como começamos 2025
André Penariol, CEO da BU Rock Conecta
10h5min - 10h25min - Cenário econômico e possíveis impactos do novo governo americano no mercado lácteo no mundo
Glauco Carvalho, Pesquisador da Embrapa
10h25min - 10h55min - Tendências do Mercado Lácteo no Mercosul para 2025
Andres Padilla, Industry Specialist na Rabobank Brasil
10h55min - 11h15min - Proteção de preços de milho e soja: o que já poderíamos ter feito e o que ainda podemos fazer olhando o cenário para 2025?
Alberto Pessina, Fundador e CEO da Agromove
11h15min - 11h45min - Cenários para o mercado lácteo
Matheus Napolitano, Analista de Mercado na MilkPoint Ventures
11h45min - 12h15min - Perguntas e Debate
André Penariol, Glauco Carvalho, Andres Padilla, Alberto Pessina, Matheus Napolitano
12h15min - 14h - Almoço
Bloco 2 - Gestão de Custos e Eficiência Operacional na Cadeia Láctea
14h - 14h30min - Logística compartilhada na distribuição de produtos lácteos: oportunidades e limitações do mercado brasileiro
Graciela Civolani, Diretora de Supply Chain na Danone
14h30min - 15h - Gargalos e oportunidades nos custos da cadeia de abastecimento leite de produtores
Juliana Santiago e Luana Chiminasso, Consultoras de Projetos da MilkPoint Ventures
15h - 15h15min - Espaço Patrocinador
15h15min - 15h45min - Perguntas e Debate
Graciela Civolani, Juliana Santiago, Luana Chiminasso
15h45min - 16h30min - Milk Break
16h30min - 17h - Oportunidades na precificação do leite matéria-prima - onde estamos/dificuldades/oportunidades
Valter Galan, Diretor Técnico e de Novos Negócios da MilkPoint Ventures
17h - 17h15min - Espaço Patrocinador
17h15min - 18h15min - Mesa Redonda: Sistemas de pagamento de leite - para qual direção caminha a indústria?
Armindo José Soares Neto (Alvoar Lácteos), Carlos Soares (Nestlé), Murillo Secco (Grupo Piracanjuba), Rafael Junqueira (Lactalis do Brasil e Uruguai), Ricardo Rodrigues (Scala)
18h15min - 20h - Encerramento e Coquetel.
Jogo Rápido
Os lácteos estão em alta, de acordo com a pesquisa da Innova Market Insights
Os produtos lácteos estão vendo a receita e a renda crescerem em todo o mundo, segundo a pesquisa de mercado Innova Market Insights. Os principais motores desse crescimento são os lançamentos de produtos novos, que cresceram cerca de 2,6% nos últimos cinco anos. A Europa Ocidental responde pela maior fatia dos lançamentos, 36%, e vem seguida pela Ásia e América Latina. Iogurte e queijo, em suas inúmeras variedades, estão entre as categorias mais populares. A principal razão do sucesso dessas categorias ocorre, sem dúvida, pelo fato de abordarem as megatendências de saúde, indulgência e conveniência, e se apresentam continuamente sob novas formas. De acordo com o Innova, “Ingredientes e além”, é uma das tendências centrais para 2025. A qualidade dos ingredientes é o principal critério de compra. Os consumidores querem ingredientes com valor agregado, como benefícios para a saúde, vantagens nutricionais, frescos, maior prazo de validade ou uma característica natural. Um exemplo dessa tendência é o enriquecimento com proteína. A principal prioridade não é apenas o teor de proteína, mas a qualidade da proteína, sua biodisponibilidade e a absorção pelo organismo, diz a pesquisa de mercado. Fonte: Dairy Industries – Tradução livre: www.terraviva.com.br