Porto Alegre, 16 de janeiro de 2025 Ano 19 - N° 4.305
O governo central registrou déficit primário de R$ 4,515 bilhões em novembro do ano passado, ante um saldo negativo de R$ 38,071 bilhões no mesmo mês de 2023, segundo dados do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (15).O resultado, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, foi melhor que o esperado pelo mercado, conforme pesquisa da Reuters que apontava para um déficit de R$ 6,6 bilhões no mês.O desempenho do mês foi decorrente de um aumento real de 16,5% na receita líquida — que exclui transferências para governos regionais — e uma queda real de 6,3% das despesas totais em comparação com novembro de 2023.
A alta das receitas é resultado, principalmente, de um aumento real de 14% das receitas administradas pela Receita Federal, que englobam a coleta de impostos de competência da União.Já as receitas não administradas pela Receita subiram 39,5%, puxadas por ganhos com concessões (de R$ 228,9 milhões em novembro de 2023 para R$ 4,732 bilhões em novembro de 2024) e dividendos (de R$ 3,438 bilhões para R$ 7,763 bilhões).
Os principais destaques nas receitas administradas foram os ganhos mais altos de Pis/Cofins, Imposto de Importação, e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Do lado das despesas, a queda foi impulsionada, principalmente, por menores desembolsos com apoio financeiro a Estados e municípios. O resultado do mês foi o melhor para novembro desde 2021, quando houve superávit de R$ 4,869 bilhões segundo dados corrigidos pela inflação.
No acumulado do ano até novembro, o governo central registrou um déficit primário de R$ 66,827 bilhões. No mesmo período em 2023, foi registrado um déficit de R$ 112,466 bilhões.
A meta de resultado primário para 2024 é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto, o que corresponde a cerca de R$ 29 bilhões.
Os dados de novembro são normalmente divulgados na última semana de dezembro, mas foram apresentados com atraso pelo Tesouro. (InfoMoney)
A prestação de contas referente ao exercício de 2024 do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS foi aprovada nesta quarta-feira (15) em Assembleia Geral Ordinária virtual. Os conselheiros deliberaram sobre os números referentes às arrecadações e aplicações de recursos realizadas ao longo do ano. O Fundesa aportou em 2024, mais de R$13 milhões, entre indenizações e investimentos em prevenção. O volume é 15,7% superior ao aplicado em 2023, que foi de R$ 11,28 milhões.Embora a arrecadação de contribuições tenha ficado dentro da normalidade, a liberação de dinheiro teve algumas diferenças em função das enchentes de maio. O número de processos para indenização da pecuária leiteira, por exemplo, que em 2023 superou R$6 milhões, no ano passado não chegou a R$5 milhões. “Isso ocorreu em função das dificuldades de locomoção e outros problemas enfrentados pelos produtores e pelos técnicos da Secretaria da Agricultura no período da calamidade”, explica o presidente do Fundesa-RS, Rogério Kerber.
Já entre os investimentos em estrutura e aquisição de insumos e equipamentos, um destaque foi para o volume disponibilizado para o Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, que superou R$454 mil. Localizado em Eldorado do Sul, uma das localidades mais afetadas pelas enchentes, o IPVDF registrou perdas de equipamentos e materiais de laboratório, além dos reagentes e produtos de laboratório que necessitam de refrigeração e foram perdidos pela falta de energia elétrica. “Todos os materiais de laboratório necessitam de precisão e garantia de efetividade, por isso, nos casos em que não foi necessária a troca do equipamento, foi preciso realizar calibrações ou aferições”, pontua Kerber.
Ao longo do ano também teve destaque os aportes realizados para o trabalho na avicultura, primeiro com a atuação na prevenção da Influenza Aviária, que chegou a ser registrada em aves silvestres e, depois, na contenção da emergência do caso isolado de Newcastle em Anta Gorda.
O Fundesa encerrou 2024 com um saldo de R$158,1 milhões, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Todos os números relativos à atuação do fundo estão disponíveis no site do Fundesa - www.fundesa.com.br. (Fundesa)
Após um 2024 estagnado, países exportadores de lácteos devem registrar crescimento na produção
O relatório semestral Dairy: World Markets and Trade do USDA, prevê que a produção de leite entre os cinco maiores exportadores mundiais de lacteos crescerá 0,4% em 2025.
A produção global de leite entre os principais exportadores de laticínios está a caminho de crescer em 2025, mas será suficiente para compensar a crescente demanda? Essa é a principal questão para os produtores e analistas de laticínios dos EUA. O relatório semestral Dairy: World Markets and Trade do USDA, divulgado no início de dezembro, prevê que a produção de leite entre os cinco maiores exportadores mundiais de laticínios crescerá 0,4% em 2025, após permanecer praticamente inalterada em 2024.
Monica Ganley, analista do Daily Dairy Report e diretora da Quarterra, uma consultoria agrícola em Buenos Aires, afirmou que um aumento global de 0,4% na produção de leite de um ano para o outro pode não ser suficiente para atender à crescente demanda por laticínios. “Os ganhos na produção de leite serão críticos se a indústria espera atender à demanda global por laticínios, que provavelmente aumentará em 2025, à medida que a população mundial cresce e as condições econômicas em melhoria promovem o consumo de produtos de origem animal”, disse Ganley.
Os produtores de leite dos EUA serão os principais responsáveis pelo aumento global projetado, com um crescimento de 0,7% este ano, em comparação a 2024. O USDA projeta que a produção de leite nos EUA subirá para 103,42 bilhões de quilos, devido a margens melhores e a um rebanho maior de vacas em lactação. “Melhorias nos níveis de componentes do leite este ano impulsionarão ainda mais a produção de produtos lácteos a partir do leite disponível”, observou Ganley.
A produção na Oceania também deve registrar ganhos no próximo ano, e embora os aumentos percentuais da região sejam maiores que o ganho de 0,7% nos Estados Unidos, o volume total será menor. O USDA prevê que a produção na Austrália aumentará 1,1%, enquanto a produção na Nova Zelândia crescerá 0,9%.
“Os altos preços do leite e as condições climáticas favoráveis na Nova Zelândia estimularam a expansão, mas a indústria de laticínios no país continua enfrentando desafios estruturais que limitarão o potencial de crescimento a longo prazo”, disse Ganley.
Já a produção de leite na União Europeia deve continuar sob pressão, com o USDA prevendo uma queda de 0,2% de um ano para o outro. “Os custos de insumos persistentemente altos e as regulamentações ambientais têm desencorajado investimentos no setor de laticínios da Europa e sufocado o crescimento”, observou Ganley. “No entanto, o impacto tem sido desigual e, enquanto alguns países do bloco continuam expandindo, a produção total de leite europeia deve enfrentar dificuldades nos próximos anos.”
Por fim, a Argentina deve registrar o maior crescimento percentual anual na produção de leite em 2025, com 4,7%. “Após um 2024 desastroso, uma perspectiva macroeconômica drasticamente melhorada para o país facilitou novos investimentos e otimismo no setor de laticínios”, acrescentou ela. Isso deve impulsionar a produção de leite.
Impactos no mercado brasileiro
Pensando nos impactos para o mercado brasileiro, segundo a análise do MilkPoint Mercado, o crescimento esperado na produção de lácteos na Argentina merece atenção especial. Isso porque o país é o principal fornecedor de lácteos importados pelo Brasil, respondendo por mais de 60% do volume total.
Apesar da perspectiva de aumento na oferta por parte do nosso principal fornecedor, esse crescimento não deve necessariamente resultar em um maior volume de envios ao Brasil. Isso se deve, em parte, à conjuntura econômica mais equilibrada na Argentina em comparação ao início do ano anterior, o que provavelmente impulsionará o consumo interno de lácteos no país. Além disso, no atual cenário do mercado internacional, como já discutido em análises do MilkPoint, o Brasil tem apresentado um menor poder de compra, enquanto a Argentina tem redirecionado suas exportações para outros mercados mais atrativos.
Diante desse contexto, espera-se que o volume de importações de lácteos pelo Brasil permaneça elevado, mas em patamares inferiores aos registrados em 2024, mesmo com o aumento da oferta na Argentina.
As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint Mercado.
Jogo Rápido
Como funcionam os programas de sustentabilidade nas fazendas leiteiras?
Sustentabilidade vai além da pegada de carbono; envolve os pilares social, ambiental e econômico. Produtores já são recompensados por práticas sustentáveis! Saiba mais com o Dr. Luiz Gustavo Pereira, com o vídeo completo no MilkPlay, clicando aqui. (Milkpoint)