Pular para o conteúdo

06/12/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 06 de dezembro de 2024                                                Ano 18 - N° 4.280


Balança Comercial de Lácteos: dados de novembro de 2024

No mês de novembro, mesmo com acréscimo das exportações, as importações também apresentaram pequeno avanço. O que esperar para os próximos meses?No mês de novembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo registrado para balança comercial de lácteos foi de -199 milhões de litros em equivalente-leite, em linha com o observado no mês de outubro. Mesmo com acréscimo das exportações, as importações também apresentaram pequeno avanço, mantendo o déficit elevado na balança comercial, conforme pode-se observar no gráfico 1.Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.
 
Exportações em Novembro
As exportações de lácteos alcançaram 4,79 milhões de litros em equivalente-leite, representando um crescimento de 7,9% em relação a outubro. No entanto, o volume exportado segue modesto frente às importações.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Entre os produtos exportados, a manteiga se destacou, com 203 toneladas, registrando um aumento percentual expressivo de 111% em relação ao mês anterior. Os elevados preços no mercado internacional têm gerado algumas oportunidades de exportações para essa categoria.

Por outro lado, outras categorias registraram queda nos volumes exportados, como o soro de leite (-32%) e o leite condensado (-12%). Já os cremes de leite apresentaram crescimento de 19%, atingindo 706 toneladas.

Importações em Novembro
As importações totalizaram 204,3 milhões de litros em equivalente-leite em novembro, registrando uma leve alta de 0,5% em relação a outubro. Quando comparadas ao mesmo mês do ano anterior, o aumento foi de 3,2%. Esse patamar elevado de volume internalizado no último mês ainda reflete um cenário de negociações ocorridas há cerca de 2-3 meses, quando a demanda interna estava mais aquecida, com preços em alta no mercado brasileiro e alta competitividade do produto importado.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Entre os produtos importados, o leite em pó integral segue sendo o maior volume, com  cerca de 13 mil toneladas importadas, um aumento de 2% em relação ao mês anterior. Os queijos, por sua vez, apresentaram um leve recuo de 1%, totalizando 6,7 mil toneladas, mas permanecendo em níveis historicamente elevados. 

Cabe destacar que novembro teve três dias úteis a menos que outubro, limitando crescimentos maiores do volume total do mês, apesar de ter apresentado aumento significativo na média diária por dia útil.

Dados para as diferentes categorias

Abaixo, pode-se observar o equilíbrio entre importações e exportações para as principais categorias de lácteos nos últimos 2 meses.

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em novembro de 2024.

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em outubro de 2024.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.

O que esperar dos próximos meses?

Para os próximos meses, a expectativa é de que os volumes importados permaneçam em patamares elevados, mas com tendência de redução gradual. O mercado internacional segue evidenciados preços altos, como observado no leilão Global Dairy Trade (GDT), aumentando a competição entre outros mercados pelo leite do Mercosul. Além disso, o dólar acima de R$6,00 tende a atuar como um limitador para as importações brasileiras.

Somada a menor competitividade de preços, a oferta sazonalmente menor da Argentina e do Uruguai tende a influenciar negativamente a disponibilidade para o mercado brasileiro, enquanto no Brasil a oferta interna tem crescido, pressionando os preços domésticos para algumas categorias importantes, como temos observado para o Leite UHT e Queijos. (Milkpoint)


Líderes dos blocos anunciam acordo entre UE e Mercosul

Negociações levaram 25 anos. Apesar do anúncio, o acordo não será assinado em Montevidéu e ainda passará por longo trâmite burocrático e análise pelos parlamentos de cada país integrantes dos dois blocosLíderes do Mercosul e da União Europeia anunciaram nesta sexta-feira (6) a conclusão das negociações para o acordo comercial entre os dois blocos. O anúncio foi feito pelo presidente do Uruguai, Lacalle Pou, que comanda interinamente o Mercosul, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que está em Montevidéu, onde acontece a cúcúpula de chefes de Estado do bloco sul-americano.“Foram 25 anos de negociações. Hoje volto para casa mais tranquilo. A soma dos acordos frustrados gerava incerteza. Não é só um acordo comercial. Um acordo desse tipo não é solução, mas não há soluções mágicas”, disse o uruguaio, durante a abertura da reunião.

Apesar do anúncio, o acordo comercial UE-Mercosul não será assinado em Montevidéu. Após o acordo entre as partes, ainda haverá um longo trâmite burocrático, como a tradução para várias línguas e análise pelo Parlamento Europeu e pelos parlamentos de cada país integrantes dos dois blocos.

Em pronunciamento à imprensa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu que o acordo "trará benefícios importantes para consumidores e empresas de todos os lados", já que a Europa é o segundo parceiro comercial do Mercosul.

Para os europeus, detalhou, haverá "processos aduaneiros mais simples e acesso preferencial a matérias-primas fundamentais", que devem beneficiar as 60 mil empresas que atualmente exportam para o Mercosul - das quais 30 mil são pequenas e médias. "É uma situação de ganha-ganha", resumiu. "O acordo vai poupar 4 bilhões de euros às empresas europeias, ao mesmo tempo que expande nosso mercado e abre novas oportunidades para crescimento e emprego para ambas as partes."

A líder europeia, por sua vez, parabenizou os negociadores pela dedicação na busca de um consenso. “Trabalharam de maneira incansável durante anos em prol de um acordo equilibrado e tiveram sucesso. O laço entre Europa e os países do Mercosul é um dos mais fortes do mundo. É um laço que se ancora na confiança e está atravessado por herança compartilhada que acarreta séculos de aprendizado mútuo”, disse ela.

Von Der Leyen também disse que o acordo manda “uma mensagem forte para o mundo”. “Demonstramos que as democracias podem se apoiar mutuamente. Esse tipo de acordo não é apenas uma oportunidade econômica, mas uma oportunidade política”, argumentou, antes de mencionar os principais números da parceria, que cria um mercado de 700 milhões de pessoas.

Segundo ela, o acordo comercial também é um passo para o Acordo de Paris, que trata das mudanças climáticas e voltou a entrar em risco com a expectativa de saída dos Estados Unidos. “O presidente Lula fez esforços para proteger a Amazônia, mas proteger a Amazônia é uma responsabilidade compartilhada”, disse a líder europeia.

Ela afirmou que o acordo garante que os investimentos vão respeitar “de certa forma” o patrimônio natural do Mercosul. “É uma situação na qual há ganhadores de parte a parte. Somos um parceiro comercial do Mercosul, então vocês já sabem como negociamos”, disse a alemã, ao mencionar as 60 mil empresas europeias que exportam atualmente para os países do blovo sul-americano.

Em uma sinalização para os europeus críticos ao acordo, sobretudo no setor agrícola, Leyen disse que os padrões da Europa para aquisição de alimentos e bebidas não sofrerão alterações. “Esse acordo vai poupar 4 bilhões de euros para as empresas europeias. Ao mesmo tempo, expande nosso mercado e abre novas oportunidades para crescimento e emprego em mbas as partes”, completou.

Comunicado
Em comunicado conjunto, Mercosul e União Europeia afirmam que o acordo comercial entre os blocos está "pronto para revisão legal e tradução" e que estão "determinados para conduzir tais atividades nos próximos meses, com vistas à futura assinatura do acordo". Leia a íntegra:

“Os Estados Partes Signatários do MERCOSUL – a República da Argentina, a República Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai – e a União Europeia anunciaram, na 65ª Reunião de Cúpula do MERCOSUL (Montevidéu, 6 de dezembro de 2024), a conclusão final das negociações de um Acordo de Parceria entre as duas regiões, após mais de duas décadas de negociações.

Tomando em conta o progresso realizado nas últimas décadas até junho de 2019, o MERCOSUL e a União Europeia engajaram-se, desde 2023, em intenso processo de negociações para ajustar o acordo aos desafios atuais enfrentados nos níveis nacionais, regionais e global. Nos últimos dois anos, as duas partes realizaram sete rodadas de negociações, , entre outras reuniões, e comprometeram-se a revisar as matérias relevantes.À luz do progresso alcançado desde 2023, o Acordo de Parceria entre o MERCOSUL e a União Europeia está agora pronto para revisão legal e tradução. Ambos os blocos estão determinados para conduzir tais atividades nos próximos meses, com vistas à futura assinatura do acordo. (Valor Econômico)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1844 de 5 de novembro de 2024

BOVINOCULTURA DE LEITE

A transição das pastagens de inverno para as de verão ainda afeta a atividade leiteira em função do vazio forrageiro. O tempo quente e chuvoso tem favorecido o crescimento das pastagens de verão, mas o estresse térmico impacta o consumo de alimentos por parte das vacas e a produção de leite. Embora os animais apresentem boa condição corporal, o aumento da pressão de endo e ectoparasitas exige atenção, como de berne, mosca-dos-chifres e carrapato, para os quais devem ser aplicadas práticas de manejo e controle.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Manoel Viana, os produtores de leite relatam aumento na produção, impulsionado pela maior oferta de pastagens anuais de verão e perenes, o que melhora a dieta das matrizes. Já se recomenda alterar os horários de acesso dos animais aos piquetes para aproveitar os momentos mais frescos do dia como forma de garantir maior ingestão de forragem verde. 

Na de Caxias do Sul, a sanidade dos rebanhos de leite está estável, proporcionada pelo controle eficaz de ectoparasitas. O estado corporal das matrizes segue satisfatório devido à alimentação abundante, principalmente de pastagens de qualidade e silagem. 

Na de Erechim, nos arredores das propriedades e estábulos, diminuiu o excesso de umidade e barro, o que colabora para a redução do risco de doenças, como mastite, de problemas de casco e de lesões, causadas por escorregões e atolamentos. 

Na de Frederico Westphalen, os dias secos e ensolarados favoreceram o desenvolvimento das pastagens, aumentaram o consumo de alimentos e melhoraram o bem-estar animal.

Na de Ijuí, a produção de leite está estável, mas o aumento da temperatura já afeta o consumo animal em decorrência do estresse térmico, especialmente em propriedades com falta de sombra. 

Na de Passo Fundo, os animais apresentaram condições sanitárias e nutricionais adequadas, e as ações de controle de ectoparasitas estão em andamento.

Na de Pelotas alguns produtores precisaram investir em geradores. Em muitas propriedades, o pastejo iniciou nas áreas de pastagens de verão, aumentando a produção de leite. 

Na de Santa Maria, os produtores continuam monitorando infestações de mosca e carrapato e adotando estratégias, como troca de piquetes, homeopatias e uso de carrapaticidas, conforme necessário. 

Na de Santa Rosa, as altas temperaturas exigiram ajustes no manejo das propriedades, e houve redução no tempo de pastejo e fornecimento de alimentos conservados para complementar a dieta. 

Na de Soledade, as pastagens de verão estão oferecendo forragem adequada ao rebanho leiteiro, beneficiadas pelas condições climáticas favoráveis. O manejo adequado das pastagens e do rebanho é essencial para garantir a eficiência da produção leiteira. (EMATER/RS)


Jogo Rápido

Dairy UK celebra esclarecimento de termos de laticínios
O Tribunal de Apelações Britânico concluiu um caso sobre o uso de termos lácteos em marcas registradas, decidindo a favor do setor de laticínios. Comentando, a Dra. Judith Bryans, presidente-executiva da Dairy UK, disse: “Estamos muito satisfeitos que o Tribunal de Apelação tenha decidido a favor da Dairy UK no caso referente à marca registrada, “Post Milk Generation”. Esta decisão unânime restabelece a decisão original do Intellectual Property Office, que declarou a marca registrada inválida para produtos à base de aveia.” Esta decisão esclarece a proteção legal dos termos de laticínios, segundo os quais o termo “leite” é reservado para leite de vaca, exceto em circunstâncias definidas. No cerne da questão legal estava se essas regras se estendem a marcas registradas, e o Tribunal de Apelação agora confirmou que este é o caso. (Dairy Industries)

 
 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *