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14/11/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 14 de novembro de 2024                                                Ano 18 - N° 4.265


Ata do Copom vê risco fiscal e alerta para alta de juros

Colegiado destaca os gastos públicos e defende a disciplina fiscal

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reforçou o alerta sobre risco fiscal na ata da última reunião divulgada ontem e disse que uma piora adicional das expectativas de inflação pode prolongar a alta de juros. O colegiado do BC destacou que a percepção dos agentes do mercado financeiro sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vem tendo impactos relevantes sobre as expectativas e o câmbio.Ao reforçar a necessidade de sustentabilidade das regras fiscais, o comitê falou em transparência, previsibilidade e compromisso. No comunicado já tinha defendido a “apresentação e execução” de medidas estruturais para o orçamento fiscal. “Uma política fiscal crível, embasada em regras previsíveis e transparência em seus resultados, em conjunto com a persecução de estratégias fiscais que sinalizem e reforcem o compromisso com o arcabouço fiscal nos próximos anos são importantes elementos para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de riscos dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, afirma o documento.No debate, o Copom diz também ter enfatizado o desafio de estabilizar a dívida pública devido a aspectos mais estruturais do orçamento público. Foi mencionado ainda que a redução de crescimento dos gastos, principalmente de forma mais estrutural, pode colaborar para o crescimento econômico no médio prazo por meio de seu impacto nas condições financeiras, no prêmio de risco (rentabilidade adicional cobrada pelos investidores no Brasil) e na melhor alocação de recursos.O colegiado, por sua vez, diz incorporar em seus cenários uma desaceleração no ritmo de crescimento dos gastos públicos ao longo do tempo. Na última quarta-feira, o Copom decidiu, por unanimidade, intensificar o ritmo de alta de juros e elevou a taxa básica (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano. Na ata, o colegiado repetiu que o ambiente externo permanece “desafiador”, apontando como principal fator de incerteza a possível mudança na política econômica nos Estados Unidos, logo após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais.“Com relação aos Estados Unidos, permanece grande incerteza sobre o ritmo da desinflação e da desaceleração da atividade econômica”, diz o colegiado. “Em paralelo, a possibilidade de mudanças na condução da política econômica também traz adicional incerteza ao cenário, particularmente com possíveis estímulos fiscais, restrições na oferta de trabalho e introdução de tarifas à importação”, acrescenta.

Ainda assim, o comitê continua trabalhando com um cenário de desaceleração gradual e ordenada da economia norte-americana. O ciclo de alta de juros no Brasil teve início na reunião anterior, em setembro, quando o Copom optou por um movimento mais gradual, de elevação de 0,25 ponto porcentual - primeiro aumento feito no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). (Jornal do Comércio)


Como termina 2024 e quais as previsões para 2025 para o setor lácteo americano?

A previsão de outubro para a produção de leite nos EUA em 2024 é menor do que a previsão do mês anterior. O tamanho do rebanho leiteiro deverá permanecer inalterado em 9,335 milhões de cabeças, mas a produção de leite por vaca agora está projetada para ser de 10.975 kg (24.195 libras), 2,27 kg (5 libras) a menos do que a estimativa anterior, devido a um crescimento levemente menor na produção por vaca em função de um envelhecimento do rebanho de vacas produtivas e de uma quantidade limitada de novilhas de reposição. 

Essa redução na produtividade por vaca deverá resultar em uma produção total de leite de 102,4 bilhões de kg (225,8 bilhões de libras) em 2024, o que é 45,4 milhões de kg (0,1 bilhão de libras) a menos que a previsão anterior e 254 milhões de kg (0,56 bilhão de libras) a menos que o nível de produção de 2023. Apesar das margens melhorarem para os produtores de leite em 2024, o rebanho leiteiro deverá permanecer abaixo dos níveis de 2023 devido ao rebanho de reposição limitado.

A previsão revisada para as importações de produtos lácteos dos EUA em 2024, com base em gordura do leite, aumentou para 4,22 bilhões de kg (9,3 bilhões de libras), 136 milhões de kg (0,3 bilhão de libras) a mais que a estimativa anterior. A projeção de importações com base em sólidos não gordurosos permanece inalterada em 3,13 bilhões de kg (6,9 bilhões de libras). O aumento na previsão geral de importação se deve principalmente às projeções mais altas de importação de manteiga e queijo, que compensam a menor importação de outros produtos lácteos.

As projeções para exportações de 2024 com base em gordura do leite permanecem inalteradas em relação à previsão do mês passado, em 5,26 bilhões de kg (11,6 bilhões de libras), enquanto as exportações com base em sólidos não gordurosos estão projetadas em 22,32 bilhões de kg (49,2 bilhões de libras), 136 milhões de kg (0,3 bilhão de libras) a mais. Espera-se que o aumento nas exportações de produtos lácteos desnatados e soro de leite em pó compense a redução nas exportações de outros produtos lácteos.

A previsão revisada para o uso doméstico de produtos lácteos dos EUA em 2024, com base em gordura do leite, aumentou para 101,03 bilhões de kg (222,7 bilhões de libras), 45,4 milhões de kg (0,1 bilhão de libras) a mais que a estimativa anterior. A projeção para o uso doméstico com base em sólidos não gordurosos foi reduzida para 83,01 bilhões de kg (183,0 bilhões de libras), 45,4 milhões de kg (0,1 bilhão de libras) a menos que a estimativa anterior. Em 2024, o uso doméstico de produtos lácteos deverá cair em relação aos níveis de 2023, principalmente devido à redução na produção de leite e aos preços elevados dos principais produtos lácteos ao longo do ano.

Previsões para 2025

A previsão para a produção de leite dos EUA em 2025 foi revisada para baixo. Embora a previsão para o tamanho do rebanho leiteiro permaneça inalterada em 9,360 milhões de cabeças, a produtividade projetada por vaca foi reduzida em 9 kg (20 libras), para 11.034 kg (24.325 libras), devido a um crescimento esperado mais lento na produção por vaca. Como resultado, a produção total de leite em 2025 agora está estimada em 103,26 bilhões de kg (227,7 bilhões de libras), 90,7 milhões de kg (0,2 bilhão de libras) a menos que a previsão anterior, mas ainda 861 milhões de kg (1,9 bilhão de libras) acima do nível de produção de 2024.

As projeções para as importações de produtos lácteos em 2025 foram revisadas para cima em relação à última previsão. Com base em gordura do leite, as importações em 2025 estão previstas em 3,99 bilhões de kg (8,8 bilhões de libras), enquanto, com base em sólidos não gordurosos, as importações estão projetadas em 3,31 bilhões de kg (7,3 bilhões de libras). Em 2025, são projetados aumentos nas importações de queijo, manteiga, caseína e concentrado de proteína do leite em comparação com a previsão de 2024.

Com base em gordura do leite, as exportações de lácteos para 2025 estão projetadas em 5,17 bilhões de kg (11,4 bilhões de libras), 45,4 milhões de kg (0,1 bilhão de libras) a mais que a previsão do mês passado. No entanto, com base em sólidos não gordurosos, as exportações de lácteos estão projetadas em 22,45 bilhões de kg (49,5 bilhões de libras), 136 milhões de kg (0,3 bilhão de libras) a menos que a previsão anterior. Espera-se um aumento nas exportações de manteiga e produtos à base de manteiga, enquanto estão projetadas reduções nas exportações de produtos lácteos desnatados, queijo, soro de leite em pó e lactose, devido à menor competitividade de preços nos mercados internacionais.

A previsão revisada para o uso doméstico em 2025, com base em gordura do leite, foi ajustada para 101,65 bilhões de kg (224,1 bilhões de libras), 136 milhões de kg (0,3 bilhão de libras) a menos em comparação com a previsão do mês passado, enquanto o uso doméstico com base em sólidos não gordurosos permanece inalterado em 83,46 bilhões de kg (184,0 bilhões de libras). O uso doméstico de produtos lácteos é previsto para superar os níveis de 2024 em 2025, impulsionado principalmente pelo aumento na produção de leite e pela queda projetada nos preços do queijo e da manteiga.

Preços das novilhas de reposição alcançam níveis muito altos

Comparado a 5 anos atrás, os valores das novilhas Holandesas nos EUA hoje estão de duas a três vezes maiores e continuam subindo. Como exemplo, os preços de outubro de 2019 para novilhas de alta qualidade em Turlock, Califórnia, variavam de US$1.300 a US$1.600 por cabeça, enquanto para o mesmo mês em 2024, os preços estão entre US$2.800 e US$3.600. Mesmo em comparação ao ano passado, os valores das novilhas tiveram um aumento considerável, saltando de US$2.400-2.675 em Pipestone, Minnesota, em outubro de 2023, para cerca de US$3.700-3.850 hoje.

Os preços dos bezerros também passaram por uma transformação impressionante. Em outubro de 2019, bezerras Holandesas estavam praticamente sendo dadas por US$5-50 por cabeça em um mercado de Wisconsin e US$18-26 por cabeça em outro mercado na Pensilvânia. Hoje, os valores das bezerras Holandesas estão consistentemente na faixa de US$300-500 em todo o país, enquanto bezerros cruzados com raças de corte continuam a surpreender, com valores atuais frequentemente excedendo US$1.000 por cabeça. 

As informações são do USDA e Dairy Herd Management, traduzidas pela equipe MilkPoint.

O leite e seus derivados são fontes de vitaminas?

O leite é utilizado na nutrição humana há muitos anos. Atualmente, mais de 6 bilhões de pessoas no mundo consomem leite e produtos lácteos (FAO, 2024). O consumo per capita de leite varia entre os diferentes países ao redor do mundo. A inserção do leite na alimentação é incentivada em função de sua composição nutricional, sendo uma fonte de macronutrientes, como proteínas, carboidratos e lipídeos, além de conter micronutrientes, como sais minerais e vitaminas. O leite é amplamente conhecido por ser fonte de alguns nutrientes específicos, como proteínas e o cálcio. Além disso, o leite possui em sua composição vitaminas que são importantes para a saúde humana.

As vitaminas são substâncias biologicamente ativas que compõem a parte orgânica dos nutrientes do leite, incluindo vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e hidrossolúveis (complexo B e C). As vitaminas hidrossolúveis são encontradas na fase aquosa do leite, como no leite desnatado. Por outro lado, as vitaminas lipossolúveis estão presentes na fração lipídica, como no leite integral, creme, queijos e manteiga (Cimmino et al., 2023). A composição do leite pode ser influenciada por fatores genéticos, como a raça da vaca, e por fatores ambientais, como dieta e variações sazonais. Além disso, a composição das vitaminas do leite pode variar conforme a espécie do animal (Tabela 1).

Tabela 1. Teor de vitaminas do leite de diferentes espécies animais (100 g de leite).

A variação na composição das vitaminas do leite, conforme a espécie do animal, ressalta a importância de compreender o papel das vitaminas para a saúde. Entre os leites mais difundido, está o leite bovino, sendo o foco principal. Assim, iremos abordar as principais vitaminas presente no leite bovino e suas implicações na saúde.

Vitaminas do complexo B

O leite destaca-se pelo conteúdo de vitaminas do complexo B (tiamina, riboflavina, niacina, ácido pantotênico, piridoxina e biotina), fornecendo em média 10% a 15% da ingestão diária remondada para a maioria das pessoas (DRI, ingestão dietética recomendada). As vitaminas do complexo B desempenham funções celulares importantes, atuando como cofatores em diversas reações anabólicas e catabólicas (Cimmino et al., 2023). Elas estão envolvidas na função mitocondrial e no metabolismo do carbono, contribuindo para a síntese de aminoácidos, ácidos graxos e para a síntese de pirimidinas. Também participam no ciclo do folato e da metionina, além do metabolismo da glicose. Além disso, estudos têm demonstrado o papel as vitaminas B na depressão, indicando que a baixa ingestão desses nutrientes, especialmente do folato (vitamina B9) e da vitamina B12, está associada à depressão (Ryan et al., 2020).

Vitamina A

O teor de vitamina A no leite está associado principalmente à concentração de gordura do leite, que é influenciado por fatores como a dieta animal e sazonalidade. A vitamina A atua como mediador em vários processos metabólicos e fisiológicas do corpo. Ela é importante no desenvolvimento e diferenciação celular do corpo, principalmente das células epiteliais e do tecido ósseo. Além disso, a vitamina A é essencial no processo de visão, constituindo um componente da retina do olho. Também atua na espermatogênese, desenvolvimento da placenta e o crescimento embrionário (Wozniak et al., 2022). E a ingestão adequada dessa substância contribui para o funcionamento do sistema imunológico.

Vitamina E

A vitamina E se refere a dois grupos de compostos: os tocoferóis e tocotrienóis. No leite integral, a vitamina E encontra principalmente na forma o alfa-tocoferol (>85%) (Flis and Molik, 2021). A vitamina E é um antioxidante que exerce efeito protetor nas membranas celulares contra processos de oxidação e peroxidação. Além disso, ela também atua na modulação da transdução de sinal e reguladora da expressão gênica. Algumas de suas isoformas influenciam a expressão genética em diversos tecidos e células, sendo importantes na prevenção de doenças cardiovasculares, como a doença arterial coronariana e a aterosclerose (Zingg, 2019; Cimmino et al., 2023).

Vitaminas D

O leite é conhecido por ser uma boa fonte de vitamina D (Pereira, 2014). A vitamina D inclui as formas calciferol (D1), ergocalciferol (D2) e colecalciferol (D3) (Cimmino et al., 2023). Ela é um hormônio esteroide produzido endogenamente pela irradiação da luz ultravioleta na pele e/ou pode ser obtida através da dieta.  A vitamina D contribui para aumentar a absorção de cálcio e fósforo no trato gastrointestinal, auxilia na ossificação e a mineralização óssea, melhora a densidade óssea, reduz o risco de fraturas e previne a formação de cãibras musculares. Além disso, o metabolismo ativo da vitamina D pode exercer efeitos imunomoduladores e antiproliferativos (Wozniak et al., 2022).

Vitamina K

A filoquinona (vitamina K1) e menaquinona (vitamina K2) podem ser encontradas no leite bovino Cimmino et al., 2023), sendo a menaquinonda a principal forma presente. A vitamina K é importante na manutenção da saúde, participando de vários processos biológicos. Ela é fundamental na síntese de fatores de coagulação no fígado, e a sua deficiência está associada a um aumento a tendência ao sangramento (Simes et al., 2020). Além disso, a deficiência de vitamina K tem sido associada a algumas condições patológicas, como doenças cardiovascular, doença renal crônica e alguns tipos de câncer (Cranenburg et al., 2012; Simes et al., 2020, 2019).

Produtos lácteos ricos em gordura, como a manteiga, são boas fontes de vitamina K.

As vitaminas são nutrientes requeridas em pequenas quantidades pelo organismo, mas que são essenciais para uma alimentação e nutrição saudável do ser humano, pois a maioria delas não é sintetizada pelo corpo. Elas desempenham funções fisiológicas fundamentais para o crescimento e manutenção da saúde. O leite e os seus derivados são alimentos ricos em uma variedade de vitaminas, contribuindo significativamente para a promoção e manutenção da saúde.
 
FONTE: MILKPOINT


Jogo Rápido

Desempenho do setor do leite em setembro está na 24ª edição da Revista RS 360
Os dados de setembro do setor do leite estão detalhados na Edição 24 da revista RS360. A análise foi feita pelo auditor-fiscal da Receita Estadual, Felipe Conter Leite, sobre parâmetros de vendas, compras de insumos, compras de bens de capital, valor adicionado e fluxos interestaduais de mercadorias. Eles podem ser analisados acessando a revista, clicando aqui, a partir da página 80.A publicação integra o Programa Desenvolve RS do Executivo gaúcho e os dados serão analisados em live do dia 28/11 às 14h. Para acompanhar, acesse aqui. Pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), participam do encontro o presidente, Guilherme Portella; o 1º vice-presidente, Alexandre Guerra; o diretor-tesoureiro, Ângelo Paulo Sartor; e o secretário-executivo, Darlan Palharini.

 
 

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