Porto Alegre, 30 de outubro de 2024 Ano 18 - N° 4.254
Iniciativa desenvolve ferramenta para seleção genômica de gado leiteiro
Por meio de uma parceria entre a Embrapa e associações de criadores, tecnologia reunirá informações levantadas por programas de melhoramento ao longo de 40 anos
Pesquisadores da Embrapa estão trabalhando com associações de criadores das raças Holandesa, Gir Leiteiro e Girolando para criar uma ferramenta de avaliação genômica baseada nos dados reunidos ao longo de quatro décadas de seleção genética no país.
Em fase de desenvolvimento, a tecnologia está em processo de incorporação dos dados dos respectivos programas de melhoramento em curso com previsão de ser lançada em 2026 a partir de parceria com empresas privadas que atuem no mercado de genética. As companhias interessadas poderão se inscrever em edital lançado pela estatal.
A ideia inicial é avaliar as características de produção de leite em até 305 dias e a idade ao primeiro parto. A reunião das informações das diferentes linhagens genéticas, segundo os pesquisadores, permitirá aos produtores identificar quais os melhores touros Gir Leiteiro para o cruzamento com vacas Holandesas, e vice-versa, visando obter o melhor Girolando a partir de uma análise única de dados dos três programas.
As avaliações contemplarão aspectos genômicos (do DNA dos animais), características que são expressas (chamadas de fenótipos), como produção leiteira, e pedigree, para obter a classificação dos touros de acordo com a composição racial das progênies que se quer obter.
“A avaliação genômica multirracial é um avanço possibilitado pelo conhecimento e pela experiência acumulados nos programas de seleção dessas raças leiteiras,” explica o pesquisador da Embrapa Claudio Napolis Costa.
Desse modo, afirma, será possível mitigar a endogamia e o risco de defeitos genéticos no cruzamento dos animais.
“Isto é particularmente benéfico para características com baixa herdabilidade ou dados limitados em raças individuais, conforme já demonstrado por resultados preliminares obtidos pela nossa equipe”, detalha o também pesquisador da Embrapa, Marcos Vinícius da Silva.
Nos últimos 20 anos, o fator genético foi responsável por um incremento de 28% na produção de leite de vacas da raça Girolando e de 31% entre os animais Gir Leiteiro, segundo números apresentados pelas respectivas associações de criadores.
De acordo com a Embrapa, o Brasil produziu 35,4 bilhões de litros de leite em 2023 com um rebanho de 15,7 milhões de vacas ordenhadas, número semelhante ao existente no início da década de 1980, quando o Brasil produzia apenas 11,2 bilhões de litros. (Globo Rural)
Semana do Leite recebe todos os públicos na Estação Experimental Terras Baixas
O tradicional “Dia de Campo do Leite” foi ampliado e, neste ato, as atividades com foco na cadeia produtiva serão realizadas durante a “Semana do Leite”.
A programação vai de 5 a 8 de novembro na Estação Experimental Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão. Em cada dia haverá um direcionamento para que todos os públicos sejam atendidos, como os pesquisadores e os técnicos, os produtores e também os consumidores.
Além disso, estarão presentes agroindústrias de laticínios para que os visitantes conheçam os produtos.
“É um espaço de discussões das questões ligadas à cadeia produtiva do leite, como políticas públicas e técnicas. Atualizar os produtores e técnicos, mostrar para a população urbana a produção do leite e trazer essa discussão para a Região Sul”, diz o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Waldyr Stumpf Junior, sobre o objetivo da semana e a complexidade que a envolve.
“A ideia também é avaliar a situação atual do setor leiteiro, onde estamos e onde queremos chegar. Isso é muito importante, pois, daqui para frente, chegamos a um ponto que já era difícil, e com a enchente, a situação piorou.
A reconstrução da atividade é o objetivo ao qual queremos chegar, complementa o coordenador regional da Emater/RS-Ascar em Pelotas, Ronaldo Maciel, sobre os assuntos que serão discutidos na Semana do Leite.
Pensando nisso, no primeiro dia (5) ocorrerá o Simpósio “Leite RS 2024: Reconstrução e Renovação”. Com o viés mais institucional, é aberto para todos os públicos.
Devem ser discutidos temas como políticas públicas e as perspectivas do setor com enfoque no produtor e nos sistemas de produção, proposições da pesquisa e assistência técnica, extensão rural e um debate sobre os principais desafios pós crise climática.
No dia 6, acontecerá o “12º Dia de Campo do Leite” com três estações temáticas destinadas aos técnicos e produtores leiteiros.
A primeira é a “Resistir”, que destaca a importância da resistência na cadeia do leite, desde a produção até o consumo, evidenciando os benefícios para toda a sociedade. Já a segunda é a “Reconstruir”, com soluções e tecnologias que permitam reconstruir, recuperar ou remediar os efeitos de crises climáticas.
E a última é a estação “Renovar”, com o propósito de enxergar o que é preciso mudar para que as perdas não se repitam.
O engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Cesar Roberto Demenech, explicou que os produtores enfrentaram tanto fortes chuvas quanto estiagem neste ano, e o Simpósio abordará esses desafios. “Esse primeiro e segundo dia vêm nesse sentido de ‘tivemos problemas, vamos ter problemas, mas podemos nos preparar’”, diz Demenech.
O terceiro dia (7) terá o “Dia de Campo Leite RS: Sustentabilidade, Qualidade de vida para o consumidor” destinado para comunidade urbana.
O intuito é mostrar para o consumidor todo o processo do leite até chegar na mesa de casa. Escolas de Capão do Leão e de Pelotas levarão seus alunos, e os interessados em conhecer mais da cadeia leiteira também podem participar do evento. Ainda no terceiro dia, haverá uma reciclagem sobre as técnicas para inseminadores.
A “Semana do Leite” é uma realização da Embrapa, Emater/RS-Ascar, Coopar, Plataforma Colaborativa Sul, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e governo federal. (Jornal Tradição, via Edairy news, adaptado pelo SINDILAT/RS)
LEITE/AMÉRICA DO SUL: A produção de leite na Argentina e no Uruguai continua caindo na comparação interanual
DEPARTAMENTO DE AGRICULTURA DOS ESTADOS UNIDOS (USDA) RELATÓRIO 43/2024 SOBRE O MERCADO INTERANCIONAL DE PRODUTOS LÁCTEOS AMÉRICA DO SUL - COTAÇÃO DAS PRINCIPAIS COMMODITIES LÁCTEAS
A produção de leite na Argentina e no Uruguai continua caindo na comparação interanual Informações procedentes da Argentina e do Uruguai dizem que a produção de leite está em queda na comparação interanual, nos dois países. Dependendo da área, a redução pode variar de 5% a 10% quando comparada com o período equivalente de 2023.
A produção brasileira, que cresceu significativamente na primavera de 2023, está mantendo os números do ano passado. O clima é o catalisador do declínio. No Brasil, não apenas os produtores enfrentam o tempo muito seco, mas também são impactados pelas fumaças dos incêndios florestais que permanece em algumas áreas do maior país da região.
Os mercados de commodities da América do Sul estão firmes em decorrência da limitação da oferta de leite mencionada anteriormente e as expectativas futuras. Os clientes brasileiros e argelinos continuam comprando leite em pó desnatado (SMP). As queijarias estão ativas, o que reduziu a disponibilidade de matéria seca desnatada, segundo os contatos. Os mercados de gorduras de leite e proteínas de soro de leite estão, particularmente, com notável tendência de alta. Os compradores brasileiros dizem que existem necessidades relacionadas com as festas que se aproximam, em particular para produtos de confeitaria, impulsionando os importadores a aumentar os estoques.
Relatório USDA:
https://www.ams.usda.gov/market-news/individual-dairy-market-newscommodity-reports#International
Tradução livre: www.terraviva.com.br
Jogo Rápido
Associados do Sindilat/RS têm 10% de desconto no Dairy Vision 2024
As indústrias associadas ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) têm 10% de desconto garantido na inscrição para o Dairy Vision 2024. As vendas estão no primeiro lote e seguem abertas até o dia 29 de setembro. O acesso para garantir o benefício deve ser feito clicando aqui. Um dos principais fóruns de estratégia e negócios do setor lácteo brasileiro discute, neste ano, os impactos da chegada no campo de diferentes inovações, entre elas, a Inteligência Artificial. Serão dois dias de palestras e encontros na cidade de Campinas (SP). Os cinco painéis acontecem nos dias 05 e 06 de novembro e tratam de: Desafios e oportunidades para a cadeia do leite no Brasil; A transformação do ambiente de negócios na cadeia do leite; O que há de novo no horizonte? Startups to watch; Um olhar sobre o leite na América Latina; Indo além do leite: o que a ciência está trazendo de inovação; e Inovação aplicada ao segmento de alimentos. As informações do evento e programação completa estão em www.dairyvision.com.br.