Porto Alegre, 18 de outubro de 2024 Ano 18 - N° 4.246
SINDILAT/RS lança cartilha com orientações para o bem-estar animal no verão, em parceria com a UPF
Buscando incentivar a adoção de práticas que visem o bem-estar dos animais e, ao mesmo tempo, a manutenção do volume e da qualidade do leite nos períodos mais quentes do ano, o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (SINDILAT/RS) elaborou em conjunto com a Universidade de Passo Fundo (UPF) a Cartilha de Verão para os produtores de leite, que pode ser acessada clicando aqui.
“Relacionamos um conjunto de medidas na nutrição e no manejo durante o verão que ajudam a evitar variações e a manter a qualidade do leite, inclusive com relação à diminuição nos desvios de crioscopia, comuns nos períodos mais quentes, preservando a qualidade e volume da produção”, explica Darlan Palharini, secretário executivo do SINDILAT/RS.
Conforme Carlos Bondan, médico veterinário, doutor em ciências veterinárias, professor e pesquisador na UPF, a cartilha busca orientar sobre preocupações que ressurgem com a chegada do verão, e que podem diminuir a quantidade e qualidade do leite. “Temos percebido em estudos em parceria com o SINDILAT/RS, que fatores como temperatura, umidade altas e fatores nutricionais estão relacionados a uma diminuição dos sólidos não gordurosos. E o estresse térmico tem uma participação muito grande nesses fatores”, explica.
Na cartilha, as soluções indicadas para garantir o conforto térmico dos rebanhos leiteiros ajudam a minimizar os efeitos do calor e garantir a saúde e a produtividade das vacas. Elas incluem fornecimento de sombra, uso de aspersores e ventiladores, alimentação balanceada, acesso irrestrito à água, manejo adequado da ordenha e monitoramento da saúde do rebanho.
“Os bovinos são muito exigentes quanto à qualidade da água. Gostam de tomar água limpa e com uma temperatura entre 18 e 20 graus. Na alimentação, o desafio é o equilíbrio entre a energia e a proteína. Acredito que a crioscopia vá nessa mesma direção. Então o produtor deve consultar um nutricionista e tentar encontrar o melhor caminho para a suplementação dos seus rebanhos”, recomenda o professor. (Assessoria de imprensa SINDILAT/RS)
Milho apresenta bom desenvolvimento apesar da baixa incidência de radiação solar
O período prolongado de chuvas, além de resultar em alta umidade do solo, limitou o avanço da semeadura do milho, que ficou em apenas 1%, totalizando 65% da área cultivada prevista. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (17/10), apesar da baixa incidência de radiação solar, as lavouras apresentam bom desenvolvimento e adequado estande de plantas. A maior parte das lavouras está em desenvolvimento vegetativo (97%) e 3% estão em floração.
Em algumas regiões, embora a semeadura esteja chegando ao final, ainda está atrasada no Sul e na Campanha devido ao período mais extenso de incidência de chuvas, iniciado ainda em setembro. Nos campos de altitude, especialmente nos Aparados da Serra, a operação não iniciou, pois é realizada de forma mais tardia pelas condições edafoclimáticas inadequadas para operações em períodos mais precoces.
SOJA
O período recomendado para semeadura, conforme o Zarc, teve início em 01/10 no Rio Grande do Sul. Contudo, o plantio foi realizado em áreas limitadas na fase inicial da janela e, durante o período, dificultado pelas constantes precipitações entre 08 e 11/10.
A área semeada até o momento representa menos de 1% da superfície total a ser cultivada, estimada em 6.811.344 hectares pela Emater/RS-Ascar. A continuidade da semeadura deve ocorrer de forma moderada, nos próximos dias, em virtude da priorização de outras atividades, consideradas urgentes, como a colheita de cereais de inverno e a semeadura de arroz. A produtividade média projetada para a safra 2024/2025 é de 3.179 kg/ha.
TRIGO
A colheita do trigo atingiu 3% da área total estimada no estado nas lavouras de ciclo mais curto. Já a maior parte das lavouras de ciclo mais longo ainda estão em processo de maturação (45%) e enchimento de grãos (42%).
A área cultivada, conforme dados da Emater/RS-Ascar, é de 1.312.488 hectares e a produtividade prevista permanece em 3.100 kg/ha.
As condições climáticas que, até a primeira semana de outubro, favoreciam a cultura, sofreram mudanças, gerando apreensão entre os triticultores. A sucessão de precipitações, que se estenderam por até cinco dias consecutivos em parte do estado, resultou em excessiva umidade no solo, limitando o desenvolvimento das lavouras e mantendo água livre sobre as plantas durante quase todo o período. Essa situação beneficiou o desenvolvimento de doenças, sobretudo giberela.
A colheita foi interrompida pela dificuldade de acesso das máquinas, o que pode afetar pontualmente os resultados da safra em razão da degradação das reservas do grão em maturação fisiológica, principalmente nas áreas onde foram aplicados herbicidas para dessecação e uniformização das plantas.
PASTAGENS
As pastagens cultivadas de aveia e azevém apresentam maior disponibilidade de forragem, apesar de estarem no final de seus ciclos produtivos e iniciando a fase de produção de sementes. As pastagens nativas mostram melhorias significativas na disponibilidade forrageira, além de crescimento acelerado, favorecendo a eficiência no manejo dos animais nos piquetes.
BOVINOCULTURA DE LEITE
Os produtores estão focados no manejo das pastagens e na criação de terneiras. Tem sido recomendado o plantio antecipado de milho para silagem, visando garantir uma alimentação adequada para o gado. Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1837 de 17 de outubro de 2024
BOVINOCULTURA DE LEITE
Os produtores estão focados no manejo das pastagens e na criação de terneiras. Tem sido recomendado o plantio antecipado de milho para silagem, visando garantir uma alimentação adequada para o gado.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as áreas de azevém tem apresentado um ciclo mais longo este ano devido às temperaturas amenas, mantendo boa qualidade e volume para a alimentação das matrizes. No entanto, o acúmulo de barro persiste, afetando a sanidade das matrizes e a qualidade do leite.
Em Aceguá, grandes produtores mantêm reservas de silagem e fenos, evitando o acesso aos potreiros para prevenir a degradação das pastagens.
Na de Erechim, as chuvas e as temperaturas amenas não causaram estresse calórico nos rebanhos.
Na de Frederico Westphalen, os dias secos e ensolarados beneficiaram o desenvolvimento das culturas e o bem-estar dos animais, contribuindo para o crescimento de cereais de inverno destinados à silagem e pré-secado.
Na de Passo Fundo, o estado nutricional está satisfatório, e não foram observados problemas sanitários, embora a umidade tenha aumentado. As vacinações de rotina foram realizadas e o controle de moscados-chifres está sendo monitorado em função do aumento na incidência desses insetos.
Na de Pelotas, houve aumento da produtividade do leite em alguns municípios, impulsionado pelo bom volume de pastagens de inverno e pelas condições climáticas favoráveis.
Na de Porto Alegre, o plantio e o preparo das áreas para milho silagem avançam, apesar de atrasos causados pelo clima chuvoso, o que pode resultar em falta de silagem para o próximo inverno. Há demanda por insumos para pastagens de verão, e o plantio de milho está em andamento.
Na de Santa Maria, os produtores estão utilizando pastagens de inverno com suplementação de ração, mantendo rigoroso controle sanitário, incluindo o uso de homeopatia.
Na de Santa Rosa, as temperaturas amenas garantiram conforto térmico, mas a presença de mosca-dos-chifres e berne foi observada, exigindo medidas de controle. Também foram registrados casos de Tristeza Parasitária Bovina (TPB), associada aos vetores ectoparasitas.
Na de Soledade, há boa disponibilidade de pasto para as vacas, resultando em uma relação custo-benefício favorável na produção de leite, e as pastagens anuais de verão estão em fase de semeadura. (EMATER/RS adaptado pelo SINDILAT/RS)
Jogo Rápido
Semana de clima estável no RS, com chuvas leves nas regiões do norte e oeste
O início da próxima semana entre será marcada por tempo firme na maior parte do Rio Grande do Sul, com algumas exceções em regiões próximas à divisa com Santa Catarina. No sábado (19), o cavado ganhará amplitude e atuará sobre o Sudeste do Brasil, permitindo que o anticiclone permaneça sobre o RS e o Atlântico, mantendo o clima estável, com poucas nuvens e temperaturas confortáveis. O domingo (20) seguirá essa tendência, com uma crista em níveis médios intensificando a estabilidade atmosférica, deixando o Estado com céu claro e nuvens esparsas. Já na segunda-feira (21), o cenário atmosférico permanecerá semelhante, ainda que o anticiclone comece a se mover em direção ao Atlântico, resultando em temperaturas um pouco mais elevadas. Na terça-feira (22), um cavado em superfície entre o Paraguai e o RS provocará a volta da instabilidade, trazendo chuvas leves e temperaturas em alta para regiões centrais, Vales, Noroeste, Norte e Missões. Na quarta-feira (23), o cavado em superfície será associado a uma frente estacionária no oceano, causando chuvas fracas a moderadas desde a Fronteira Oeste até a Serra Gaúcha, com um leve declínio nas temperaturas ao longo do dia. Para a semana, o prognóstico aponta chuvas de até 20 mm nas regiões Sul, Oeste, Noroeste e Norte. Nas áreas centrais e no Litoral, não são esperadas precipitações. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (As informações são da SEAPI adaptadas pelo SINDILAT/RS)