Porto Alegre, 26 de setembro de 2024 Ano 18 - N° 4.231
Cadeia leiteira: o que é preciso para continuar na atividade?
Relação familiar e busca por conhecimento são apontados como caminhos para a permanência
A bovinocultura de leite precisa se tornar uma atividade atrativa para não perder mais produtores rurais. Entidades ligadas ao setor, como cooperativas e representantes da classe produtiva, reconhecem que a manutenção e a prosperidade da atividade leiteira gaúcha dependem tanto da valorização dos jovens na propriedade, quanto de estímulos da própria família. Aproximar a gestão da propriedade rural da tecnologia é outro ponto observado como determinante para a continuidade das famílias na cadeia leiteira.
Hoje são pouco mais de 33 mil produtores de leite no Rio Grande do Sul ligados à indústria, segundo o último Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite, elaborado pela Emater em 2023 – documento que é lançado a cada dois anos. O próximo levantamento será no ano que vem, quando o relatório completa dez anos. Em 2015, o Estado concentrava 84.199 produtores de leite. A redução desses números tem entre as razões a dificuldade de
sucessão familiar.
A tecnologia impacta todos os setores produtivos, e no ramo leiteiro não é diferente. Em termos de acesso à tecnologia, a distância entre zona rural e urbana é bem mais estreita. Foi-se o tempo em que os produtores rurais lutavam por acesso à energia elétrica. Agora banda larga é um imperativo básico para levar adiante o setor primário. A adaptação de lidar com ferramentas tecnológicas, desde aplicativos de gestão e monitoramento de rebanho a ordenhadeiras robotizadas, está nas mãos da geração atual.
O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, reconhece que as propriedades onde há sucessão familiar se destacam pelos investimentos voltados à tecnologia. “Normalmente as propriedades que têm se destacado na questão de novas tecnologias têm jovens que estão assumindo o gerenciamento”, afirma.
A prova de que a transformação tecnológica dá resultados está nos números da produção de leite que chega até as indústrias. Palharini observa o patamar de produtividade leiteira no Estado. Os dados da Emater apontam o crescimento da produção mesmo diante da queda do número de produtores. Isto coloca o Rio Grande do Sul como terceiro maior produtor de leite do Brasil, segundo dados do Anuário do Leite 2024, elaborado pela Embrapa. “Embora haja diminuição do número de produtores, não tem diminuição da produção de leite. Quer dizer que aqueles que estão ficando na atividade ou fazendo seus investimentos também têm como visão de médio e longo prazo o ganho em escala. Essas propriedades que continuam na atividade têm esse norte de que precisam aumentar sua produtividade, precisam investir em novas tecnologias do que tem hoje disponível para que realmente consigam se manter na atividade e ter lucratividade também”, avalia Palharini. (ABC Mais)
Conseleite/MG projeta variação de 1,3% no valor de referência do leite a ser pago em outubro
A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 25 de Setembro de 2024, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:
a) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Julho/2024 a ser pago em Agosto/2024.
b) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Agosto/2024 a ser pago em Setembro/2024.
c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Setembro/2024 a ser pago em Outubro/2024.
Períodos de apuração:
Mês de Julho/2024: De 01/07/2024 a 31/07/2024
Mês de Agosto/2024: De 01/08/2024 a 31/08/2024
Parcial de Setembro/2024: De 01/09/2024 a 20/09/2024
Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.
As informações são do Conseleite Minas Gerais.
Empresas de apostas online receberam em agosto R$ 3 bilhões de beneficiários do Bolsa Família, mostra análise técnica do BC
Em 2024, os valores mensais de transferências para as chamadas de bets variam de R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões. Estudo estima que aproximadamente 15% do que é apostado seja retido por elas
Apenas no mês passado, 56 empresas de apostas e jogos de azar online totalizaram R$ 20,8 bilhões de transferências recebidas. A estimativa é de que, só em agosto, 5 milhões de pessoas pertencentes a famílias beneficiárias do Bolsa Família (PBF) enviaram R$ 3 bilhões às empresas de aposta via Pix, com média de gastos por pessoa de R$ 100. As informações são de análise técnica do Banco Central (BC) sobre o mercado de apostas online no Brasil e o perfil dos apostadores.
Dentro desse universo de apostadores, 4 milhões são chefes de família, aqueles que de fato recebem o benefício, e enviaram R$ 2 bilhões (67%) por Pix para as bets. De acordo com o estudo, cerca de 17% dos cadastrados no programa apostaram no período.
Em 2024, os valores mensais de transferências para as chamadas de bets variam de R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões. Os dados são referentes a empresas de apostas e jogos de azar que não se identificam no CNAE adequado. Essas empresas, explica o BC, foram identificadas com base em citações na internet e aplicação de filtros com características típicas de transferências de apostas.
Num comparativo entre apostas online e loterias, o BC apresentou os valores mensais arrecadados pelas modalidades em agosto de 2024. No mês, a média mensal arrecadada pelas loterias foi de R$ 1,9 bilhão. Esse valor corresponde a soma dos valores arrecadados em cada sorteio da Caixa Econômica Federal. Segundo o levantamento do BC, o número de CNPJs de casas lotéricas ativas em agosto de 2024 era de 13.559.
No mesmo mês, o BC identificou um total de 520 CNPJs ativos que se classificaram no CNAE correspondente a jogos de azar e apostas, que registraram uma média mensal em agosto de R$ 300 milhões.
"Com base nas transferências que são feitas dessas empresas para pessoas físicas, estimamos que aproximadamente 15% do que é apostado seja retido pelas empresas, com o restante distribuído aos ganhadores a título de prêmio", destaca o BC. O estudo especial, cujo objetivo é mensurar o tamanho do mercado de jogos de azar e apostas online no Brasil, foi realizado a partir de uma solicitação do senador Omar Aziz (PSD-AM).
O estudo destaca que a análise apresenta desafios, pois "muitas empresas que operam jogos de azar e apostas online o fazem sob nomes que não correspondem aos divulgados na mídia e várias delas não estão corretamente classificadas no setor econômico apropriado (CNAE 9200-3/99, relacionado à exploração de jogos de azar e apostas)". Muitas dessas empresas também não atuam exclusivamente no setor de apostas, tornando a análise mais complexa.
"Deve-se realçar que os resultados são estimativas, sujeitas aos riscos dos pressupostos adotados, e são resultados preliminares, dado que o aprofundamento da análise ainda está em desenvolvimento", destaca a análise técnica do BC.
O perfil dos apostadores
A análise feita estima que cerca de 24 milhões de pessoas físicas participaram de jogos de azar e apostas, fazendo ao menos uma transferência via Pix para empresas durante o período analisado. Com relação ao perfil dos apostadores, a maioria tem entre 20 e 30 anos, embora as apostas sejam feitas por indivíduos de diferentes faixas etárias.
Foi identificado ainda que o valor médio mensal das transferências cresce de acordo com a idade. Para os mais jovens, a média é em torno de R$ 100 por mês. Já para os apostadores mais velhos, o valor supera R$ 3 mil por mês, de acordo com dados de agosto de 2024.
"Esses resultados estão em linha com outros levantamentos que apontam as famílias de baixa renda como as mais prejudicadas pela atividade das apostas esportivas. É razoável supor que o apelo comercial do enriquecimento por meio de apostas seja mais atraente para quem está em situação de vulnerabilidade financeira", destaca o Banco Central.
O BC diz estar atento ao tema e que precisa de mais dados e tempo para avaliar com maior robustez as implicações para a economia, estabilidade financeira e o bem-estar financeiro da população.
Confira o estudo completo CLICANDO AQUI. (Estadão conteúdo via GZH)
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