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06/09/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 06 de setembro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.218


RS gera impactos na captação de leite no 2º trimestre de 2024

Os resultados definitivos da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, publicados em 05/09/2024, confirmaram o sutil avanço na captação de leite no 2º trimestre de 2024.
 

Com um total de 5,83 bilhões de litros de leite captados no trimestre, a variação em relação ao 2º trimestre de 2023 chegou a 0,8%, como é possível observar no gráfico 1, um pouco acima do resultado anunciado nos dados prévios, de 0,4%.

Tabela 1. Captação mensal de leite no Brasil.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE, 2024.

Gráfico 1. Captação formal: Variação do volume total em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE, 2024.

Em relação aos resultados estaduais, Minas Gerais, o principal estado produtor do país, seguiu apresentando uma importante variação anual, de +7,1% (+94 milhões de litros) no volume captado no segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2023. Sendo o grande destaque positivo para o trimestre.

Entre os demais estados que compõem os maiores produtores de leite do Brasil, Paraná foi o único, além de Minas Gerais, a apresentar uma variação anual positiva na captação formal de leite no último trimestre, com um resultado de mais 2,1%.

Em contrapartida, Goiás (-1,8%), São Paulo (-1,2%) e Santa Catarina (-0,8%) apresentaram recuos em suas captações no segundo trimestre de 2024, como pode ser observado no gráfico.

Além desses estados, havia uma grande expectativa para a variação da captação formal de leite no Rio Grande do Sul, que passou por severos desastres climáticos no período. De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, a captação formal de leite do Rio Grande no Sul no 2º trimestre caiu cerca de 10,1% (-72 milhões de litros) em relação ao mesmo período de 2023.

A expressiva queda observada na captação de leite no estado foi fortemente influenciada pelas enchentes que ocorreram em maio deste ano, tendo justamente este mês em questão apresentado o menor resultado de captação mensal do estado desde maio de 2011, com apenas 207,1 milhões de litros de leite captados.

A fim de comparação, caso avaliássemos os resultados trimestrais sem o Rio Grande do Sul, o Brasil apresentaria um avanço de 2,3% no segundo trimestre ao invés do resultado de 0,8%, como de fato ocorreu, mostrando a relevância da queda da captação gaúcha nos resultados nacionais observados nos últimos meses.

Ao considerar todos os estados brasileiros, Piauí seguiu obtendo o maior crescimento percentual para captação formal de leite no segundo trimestre, de +35,6%. Outros estados nordestinos também foram destaques nos crescimentos percentuais, como Paraíba (+23,6%), Rio Grande do Norte (+21,4%) e Alagoas (+12,3%).

Em termos de volume de leite, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, os principais crescimentos ficaram com os estados de Minas Gerais (+94 milhões de litros), Paraná (+17 milhões de litros), Sergipe (+7 milhões de litros) e Bahia (+7 milhões de litros).  Por outro lado, Rio Grande do Sul (-72 milhões de litros) e Goiás (-9 milhões de litros) foram os principais recuos em volume.

Gráfico 2. Variação na captação formal dos principais estados produtores entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período de 2023.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE, 2024.

Dentre as regiões brasileiras, o Nordeste obteve o maior crescimento percentual no segundo trimestre de 2024, de +5,7%, seguido da região Sudeste, que apresentou um crescimento percentual de +4,3%. Em termos de volume de leite, o Sudeste (+89 milhões de litros) e Nordeste (+29 milhões de litros) apresentaram os maiores avanços, com a região Sul, mesmo em queda, se mantendo como a maior região produtora do país.

Gráfico 3. Variação na captação formal de leite das regiões brasileiras entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período de 2023.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE, 2024.

O que influenciou no aumento da captação?

De forma geral, pode-se dizer que o resultado trimestral ainda positivo foi influenciado principalmente pelo estado de Minas Gerais e pelo crescimento do Nordeste, visto que os estados do Sul e São Paulo, que já vinha apresentando uma queda gradual em sua produção nos últimos anos, apresentaram recuos em suas captações.

Dentro do estado de Minas Gerais houve um importante crescimento anual no segundo trimestre de 2024, porém, vale ressaltar que esse resultado ocorreu principalmente por conta dos recuos observados no estado no mesmo período em 2022 e 2023, visto que, mesmo com o forte aumento no segundo trimestre deste ano, Minas Gerais ainda apresentou um resultado trimestral abaixo do observado para o segundo trimestre de 2020 e 2021, por exemplo. Ou seja, a base comparativa de 2022 e 2023 são mais fracas dentre o histórico recente para a captação do segundo trimestre dentro do estado.

Expectativas para o restante 2024

Para o segundo semestre de 2024, a região Sul ainda deve apresentar algumas dificuldades em seu crescimento, em virtude dos impactos sofridos com as enchentes em maio e junho. No entanto, ainda devemos observar crescimentos, puxados pelos prováveis avanços de Minas Gerais e do Nordeste.

No atual 3º trimestre, a safra de leite mais fraca no Sul do país e a seca prolongada na região Centro-Norte tem criado um período mais desafiador para a produção. Todavia, para os próximos meses, espera-se que as condições climáticas sejam mais favoráveis, o que deve refletir em um crescimento mais robusto da produção no último trimestre do ano.

É importante destacar que as adversidades climáticas e a possível chegada do La Niña neste restante de 2024 podem impactar os resultados esperados para a produção de leite brasileira. (Milkpoint)


IBGE: Pesquisa Trimestral do Leite - parte 02

O preço médio do litro de leite cru, pago ao produtor no 2º trimestre de 2024 foi de R$ 2,60, valor 4,1% abaixo do praticado no trimestre equivalente do ano anterior. Em comparação ao preço médio auferido no 1° trimestre de 2024, houve acréscimo de 15,6%. (Gráfico I.14). A partir do 2º trimestre de 2024, a Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE passou a incluir o preço do leite cru pago ao produtor em seus resultados completos. Portanto, a partir desta publicação, esse indicador deixa de ter o caráter de estatística experimental. 

Segundo o IPCA, o item Leite e derivados teve alta de 9,57% no acumulado de janeiro a junho de 2024, acima do Índice geral da Inflação de 2,48%. As altas mais significativas foram verificadas para o Leite longa vida (22,84%), Leite condensado (7,68%) e no Leite em pó (3,74%). O único item a apresentar variação negativa foi o Leite fermentado (-1,30%) (Gráfico I.15).  

Gráfico I.15. Percentual acumulado no ano dos subitens de Leite e derivados e Índice geral da inflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - janeiro a junho de 2024

A maior parte da captação de leite foi realizada por estabelecimentos que receberam mais de 150 mil litros por dia, responsáveis por 67,5% do volume captado no 2º trimestre de 2024 (Tabela I.13). 

No 2º trimestre de 2024, participaram da Pesquisa Trimestral do Leite 1 822 
estabelecimentos, 663 (36,4%) registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), 819 (45,0%) 
no Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e 340 (18,7%) no Serviço de Inspeção Municipal (SIM), 
respondendo, respectivamente, por 89,0%,10,2% e 0,8% do total de leite captado. O Estado 
do Amapá foi a única Unidade da Federação a não participar da Pesquisa por não apresentar 
estabelecimento elegível ao universo investigado. (IBGE)

Informativo Conjuntural nº 1831 – 5 set. 2024 - BOVINOCULTURA DE LEITE

Na maior parte das regiões, a produção de leite melhorou em virtude da sequência de dias secos e ensolarados, favorecendo o desenvolvimento das pastagens de azevém e aveia e reduzindo temporariamente a necessidade de silagem e feno. No entanto, o potencial das pastagens de inverno ficou aquém do esperado, exigindo maior suplementação. Os produtores enfrentam desafios para manter a qualidade do leite. Além disso, enfrentam dificuldades adicionais, como estradas degradadas e aumento de casos de mastite nos animais.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Alegrete, a produção de leite se recuperou bem, e as pastagens de azevém e aveia respondem às adubações e proporcionam melhor oferta de volumoso de alta qualidade. 

Na de Caxias do Sul, a produtividade manteve-se estável, e há boa oferta de azevém e aveia, permitindo pastejo de vacas e novilhas. A saúde dos bovinos está adequada em razão do controle eficaz de parasitas, e a qualidade do leite melhorou devido ao clima seco. 

Na de Erechim, a produtividade das matrizes leiteiras aumentou, especialmente em animais a pasto, que apresentam bom estado nutricional e redução de mastite. No entanto, foram relatadas rachaduras nos tetos e doenças respiratórias. 

Na de Frederico Westphalen, a produção de leite estável foi garantida pelo aumento do uso de ração e silagem, e houve leve queda no preço em alguns municípios. 

Na de Ijuí, a produção de leite a pasto está começando a declinar em razão da transição para forrageiras de verão, embora a qualidade do leite tenha sido beneficiada pelas condições climáticas secas. 

Na de Passo Fundo, a estabilidade dos rebanhos e a manutenção do escore corporal têm sido satisfatórias em virtude das condições ambientais, e não há necessidade de tratamentos diferenciados. 

Na de Porto Alegre, o baixo desempenho das pastagens exigiu suplementação com silagem de milho e ração formulada. A sanidade dos rebanhos melhorou em função do controle de mastite. 

Na de Pelotas, a alta umidade do solo dificulta o pastoreio, mantendo a necessidade de suplementação com silagem e ração. O plantio de milho para silagem está em andamento. 

Na de Santa Maria, a oferta de pastagens de aveia e azevém está adequada, mas algumas propriedades ainda enfrentam condições críticas, exigindo suplementação intensa. 

Na de Santa Rosa, a boa oferta de pasto aumentou a produção de leite e reduziu a necessidade de alimentos conservados, melhorando a rentabilidade. As condições sanitárias estão satisfatórias, e os produtores estão preparando áreas para silagem de milho, buscando projetos de custeio pecuário e agrícola. (Emater adaptado pelo SINDILAT/RS)


Jogo Rápido

Semana de 05 a 11/09/2024 no RS: geada, Nebulosidade e estabilidade
A semana será marcada por tempo estável e grande variação de temperaturas no Rio Grande do Sul. Na sexta-feira (06/09), o avanço de um anticiclone poderá trazer geada nas regiões da Fronteira Oeste, Campanha, Campos de Cima da Serra e pontos isolados do Sul. Apesar disso, o tempo será predominantemente estável em grande parte do Estado. No sábado (07/09), a nebulosidade aumentará devido ao transporte de ar quente e úmido da Amazônia, mas as condições se mantêm sem chuva. Já no domingo (08/09), a intensificação do Jato de Baixos Níveis aumenta a chance de precipitação nas regiões Sul, Campanha e Fronteira Oeste. Para os dias seguintes, a tendência é de tempo firme com aumento de nuvens e temperaturas gradualmente subindo, exceto na Serra, onde ainda há risco de geada. As chuvas para a próxima semana se concentram entre 5 e 30 mm nas regiões do Litoral Norte, Serra e Metropolitana, enquanto outras áreas terão volumes menores ou sem acumulados significativos. (Boletim agrometeorológico, adaptado pelo SINDILAT/RS)


 
 
 

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