Porto Alegre, 01º de agosto de 2024 Ano 18 - N° 4.192
LEITE/CEPEA: Oferta aumenta mais que o esperado, e preço sobe apenas 1,3%
Leite/Cepea - Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostram que o preço do leite captado em junho subiu pelo oitavo mês consecutivo, mas em menor intensidade.
A alta frente a maio limitou-se a 1,3%, em termos reais, de modo que a “Média Brasil” foi de R$ 2,7524/litro – 3,25% maior que a de junho/23. Desde janeiro, o valor do leite pago ao produtor acumula avanço real de 32,1%. Porém, a média do primeiro semestre, de R$ 2,46/litro, fica 14,3% abaixo da de igual intervalo do ano passado (os valores foram deflacionados pelo IPCA de junho).
A perda no ritmo de valorização em junho/24 se explica, sobretudo, pelo aumento acima do esperado da oferta nacional. Mesmo com o atraso da safra no Sul e com a seca no Sudeste e no Centro-Oeste, a produção de leite vem se recuperando devido a investimentos de produtores na nutrição do rebanho, estimulados pelo incremento da margem nos últimos meses. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 4,14% em junho, puxado pela alta média de 7,2% nos estados do Sul e de cerca de 2% nos outros estados da “Média Brasil”.
Além do aumento na produção interna, houve alta de 22% nas importações de lácteos de maio para junho, totalizando cerca de 182 milhões de litros em equivalente leite, segundo dados da SECEX. Mesmo que essa quantidade seja quase 14% menor que a internalizada no mesmo período do ano passado, ao considerar o primeiro semestre do ano, as compras externas ainda estão 1,4% maiores.
Ademais, a dificuldade das indústrias em garantir margem nas vendas dos lácteos ao longo do primeiro semestre é um fator importante que influencia na queda do ritmo de valorização do leite cru. Pesquisas do Cepea apoiadas pela OCB mostram que houve altas de 6,6% no preço médio do UHT, de 4,1% para a muçarela e de 2,5% para o leite em pó fracionado (400g) negociados entre indústrias e atacado em São Paulo em junho. Apesar das variações mensais positivas, é importante ressaltar que as elevações se concentraram majoritariamente na primeira quinzena do mês, visto que, a partir da segunda metade do período, houve aumento da pressão dos canais de distribuição sobre as negociações.
Ainda que a tendência sazonal sinalize a persistência do movimento de alta do leite ao produtor até agosto, é possível que esse não seja o comportamento dos preços em 2024. Diante da continuidade do contexto de mercado citado, a expectativa é de que o terceiro trimestre seja marcado pelo recuo das cotações do leite cru.
Gráfico 1. Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de junho/2024)
(Fonte: Cepea-Esalq/USP)
UE – A produção de leite permanece estável em 2024, de acordo com o USDA
Produção/UE – Em 2024, a produção de leite na União Europeia (UE) permanece relativamente inalterada, de acordo com o mais recente relatório sobre o Mercado e o Comércio Mundial de lácteos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
A melhoria da produtividade animal está sendo ofuscada pelo declínio do rebanho leiteiro. A população de vacas leiteiras caiu abaixo de 20 milhões, continuando a tendência declinante do tamanho do rebanho. Essa queda vem sendo impulsionada por vários fatores, incluindo o baixo preço do leite ao produtor e elevados custos de produção. Esses desafios econômicos levaram à retirada de fazendas menores e menos eficientes do mercado, o que reduziu a capacidade total de produção de leite.
Adicionalmente, regulamentos e políticas ambientais impactam na produção de leite. Iniciativas como a redução das emissões de nitrogênio nos Países Baixos e na Irlanda devem resultar na redução dos rebanhos. As restrições ambientais, combinadas com a renovação geracional – onde os potenciais jovens agricultores estão abandonando a ideia, por não estarem dispostos a abraçar uma profissão difícil e de baixa lucratividade como a pecuária leiteira – contribuem para a consolidação do mercado. Como resultado, as grandes fazendas que têm a possibilidade de manter melhor rebanhos maiores do que os pequenos agricultores, deverão ajudar na redução do número de vacas.
A rentabilidade da produção de leite vem declinando desde o início de 2023, com o preço do leite ao produtor caindo enquanto os custos dos insumos permanecem elevados. Essa compressão das margens afeta as ‘decisões’ dos fazendeiros de continuarem na produção de leite, acelerando o declínio do número de vacas. A captação de leite registrou um crescimento temporário no início de 2024, mas esses ganhos não deverão ser mantidos ao longo do ano, porque os agricultores que postergaram sua saída da atividade em 2023, provavelmente o farão em 2024.
Em 2024, a primavera foi favorável para a produção de leite na maioria das regiões da Europa, com as temperaturas mais elevadas e precipitações adequadas, melhorando as pastagens e a disponibilidade de forragens verdes. No entanto, certas regiões como o noroeste da Europa, as chuvas excessivas causaram dificuldades de acesso aos campos e prejudicaram o crescimento do capim, especialmente em países como a Irlanda, onde predominam os sistemas baseados em pastagens. (Fonte: The Dairy Site\ Tradução livre: www.terraviva.com.br)
Brasil abre mercado para exportação para o Taipé Chinês de pet foods derivados de produtos lácteos
Produtos lácteos - O governo brasileiro recebeu com satisfação o anúncio da aprovação sanitária feita pelo Taipé Chinês para a importação de alimentos para animais de companhia não convencionalmente decorrentes de produtos lácteos.
O mercado de alimentos para animais de companhia não convencionais inclui espécies como tartarugas, papagaios, coelhos, chinchilas, hamsters e outros. Essa aprovação permite ao Brasil expandir suas exportações de produtos lácteos, atendendo a um segmento específico e crescente no mercado global de pet foods.
O Taipé Chinês é um importante destino para os produtos agrícolas brasileiros, que, em 2023, somaram US$ 1,64 bilhão em exportações para aquele mercado. Os principais itens foram cereais, farinhas e preparações, e produtos do complexo soja. No primeiro semestre deste ano, foram US$ 712 milhões.
Com o anúncio, o agronegócio brasileiro alcançou sua 87ª abertura de mercado no ano corrente, totalizando 165 aberturas em 55 destinos desde o início de 2023.
Esses resultados são fruto do trabalho conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE). (Fonte: Mapa)
Jogo Rápido
USDA informa venda de mais de 104 mil t de milho nesta 4ª feira (31)
USDA - O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou uma venda de 104,572 mil toneladas de milho nesta quarta-feira (31) para destinos não revelados. O volume é todo da safra 2024/25. As vendas feitas no mesmo dia, para o mesmo destino e com volume igual ou superior a 100 mil toneladas devem sempre ser informadas ao departamento. Fonte: Notícias Agrícolas