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22/05/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 22 de maio de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.143


Fenasul Expoleite é cancelada no Rio Grande do Sul; nova data será discutida

Enchentes que assolam o estado afetaram de forma drástica os produtores gaúchos de leite.

Por meio de nota oficial divulgada nesta terça-feira (07), a comissão organizadora da Fenasul Expoleite comunica o cancelamento da edição 2024 do evento, que estava prevista para ocorrer entre os dias 15 e 19 de maio no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).

A decisão, tomada em conjunto com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), a Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), a Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Fetag) e a Prefeitura de Esteio, organizadoras da feira, foi tomada em decorrência das inundações que assolam o Rio Grande do Sul. “Diante da tragédia humanitária que assola o nosso estado, o momento agora é de união de esforços para preservar e salvar vidas”, destaca a nota.

“Nos solidarizamos com todos os que estão sofrendo e lamentamos profundamente as perdas significativas decorrentes das enchentes, que incluem os nossos produtores rurais e os setores produtivos do estado”, complementa o comunicado.

A comissão organizadora informa que a realização de um novo evento será discutida em momento oportuno, após a superação da crise e a avaliação dos impactos das enchentes.

Prioridade é o auxílio às vítimas

Neste momento, as entidades que compõem a comissão organizadora da Fenasul Expoleite estão focadas em auxiliar as vítimas das inundações. A Seapi, por exemplo, está atuando na distribuição de alimentos, água potável e outros itens de necessidade básica, além de prestar apoio técnico aos produtores rurais que tiveram suas propriedades afetadas.

As demais entidades também estão mobilizadas em ações de solidariedade, como a doação de recursos para entidades que estão atuando no auxílio às vítimas e a organização de campanhas de arrecadação de donativos.

A Fenasul Expoleite reconhece a importância do evento para o agronegócio do Rio Grande do Sul e para a economia do estado como um todo. No entanto, diante da grave situação humanitária que se apresenta, a comissão organizadora entende que o cancelamento da feira é a medida mais responsável e solidária neste momento.

A comissão agradece a compreensão de todos e se coloca à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais.

Fonte: Assessoria Seapi


Lactalis envasa água, acolhe colaboradores e prepara doações

Para atender à demanda de água potável nas comunidades atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, a Lactalis Brasil está envasando emergencialmente água em embalagens plásticas e acartonadas, que normalmente carregam leite. Mais de 1 milhão de embalagens serão distribuídas a partir da unidade de Teutônia, no Vale do Taquari, localidade onde a empresa tem uma de suas maiores indústrias no Rio Grande do Sul. A ação tem apoio da PackSeven, LogoPlaste, Converplast e Tetra Pak. Com dezenas de funcionários atingidos pela calamidade climática, a Lactalis está desde a sexta-feira passada (3/5) com atendimento 24h aos funcionários e colaboradores. O socorro está sendo prestado também aos produtores de leite.

De acordo com o diretor de Comunicação, CSR e Assuntos Regulatórios da Lactalis Brasil, Guilherme Portella, as fábricas estão em operação, e todo o leite possível segue sendo captado no campo para garantir abastecimento da população e minimizar perdas financeiras para as comunidades atingidas, em especial aos produtores de leite que seguem com seus animais em coleta.

Alinhada com sua razão de agir de Nutrir o Futuro, a Lactalis também deu início ao projeto “Todos Pelo Rio Grande – Lactalis Forte & Responsável”. Pela campanha, para cada R$ 1,00 doado por meio do PIX 140494670001-30, a Lactalis colocará novo aporte de igual quantia com limite de R$ 400 mil. O valor será revertido para os colaboradores que tiveram suas casas devastadas. A Lactalis também anunciou antecipação do pagamento do 13º salário aos funcionários desabrigados ou em dificuldades em razão das cheias. “O Rio Grande do Sul é muito importante para a Lactalis, e estamos junto das comunidades no socorro às vítimas e ficaremos ao lado das famílias para a reconstrução de nossas cidades e do Estado”, frisou.

A Lactalis também está preparando cargas de doação de leite UHT e alimentos lácteos para distribuição assim que houver condição de trânsito. Neste primeiro momento, 20 mil litros de leite estão sendo doados no Vale do Taquari e região metropolitana de Porto Alegre. (Jardine comunicação para SINDILAT)

 

GDT: preços internacionais avançam

Os preços internacionais dos principais derivados lácteos apresentaram novos avanços durante o 355º leilão de lácteos da plataforma GDT, realizado no dia 07/05. Com uma variação de 1,8% em relação ao evento anterior, o preço médio das negociações ficou em US$ 3.708/tonelada, como mostra o gráfico 1, sendo este o maior valor médio do leilão desde novembro/22.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Todas as categorias acompanhadas e negociadas durante o evento apresentaram variações positivas. O destaque ficou para a categoria de queijos, que obteve uma valorização de 8,0% e foi negociado na média de US$ 4.257/tonelada.

Os leites em pó também registraram altas. Enquanto o leite em pó desnatado apresentou uma sutil valorização de apenas 0,4%, sendo negociado na média de US$ 2.551/tonelada, o leite em pó integral apresentou uma alta de 2,4%, atingindo o preço médio de US$ 3.350/tonelada.

A valorização observada para a manteiga foi de 2,1%, com o valor médio de US$ 6.593/tonelada para a categoria, o maior patamar desde março de 2022.

Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 07/05/2024.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Após um longo período de queda no volume negociado no evento, o primeiro leilão de maio apresentou um aumento no volume. Com um total de 19.231 toneladas sendo negociadas, foi gerado um avanço de 8,9% em relação ao volume negociado no evento anterior, como mostra o gráfico 2.

Gráfico 2. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

No mercado futuro da Bolsa de Valores da Nova Zelândia para o leite em pó integral, os contratos com vencimento mais longo apresentam um patamar de negociações mais baixo do que o obtido nos meses anteriores, como pode ser observado no gráfico 3.

Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2024.

O cenário global de lácteos segue apontando para uma menor oferta disponível de leite neste ano de 2024. Olhando para os nossos vizinhos, segundo dados do Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA), o primeiro trimestre deste ano encerrou com uma queda de 13,9% na produção total de leite no país, sendo que as fazendas de menor produção estão sendo mais afetadas do que aquelas de maior produção.

Ainda segundo dados da OCLA, as fazendas argentinas que produzem mais de 6 mil litros de leite por dia apresentaram uma queda anual de 4,7% em sua produção total no primeiro trimestre deste ano, enquanto as fazendas que produzem menos de 2 mil litros de leite por dia apresentam uma queda de 16,5% para o mesmo período, sendo, segundo o Observatório, uma consequência principalmente do estresse térmico sofrido no final de janeiro e início de fevereiro, e também devido aos problemas de disponibilidade financeira de muitos produtores para arcar com os custos mais altos da ração.

De forma geral, a situação na produção de leite na Argentina colabora com o cenário global de menor oferta e coloca em xeque a disponibilidade de produtos para o Mercosul.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e Uruguai, que atualmente praticam preços acima do GDT. Isso se dá pela Tarifa Externa Comum (TEC), que chega a quase 30% para importações de fora do Mercosul.

Para os próximos meses o cenário segue bastante semelhante ao mencionado no último leilão, com a possibilidade de os preços no mercado internacional ganharem ainda mais força caso a demanda internacional mostre maior solidez, frente a uma oferta dos principais exportadores ainda baixa. Ressaltando que este cenário poderia fazer com que a Argentina e o Uruguai destinem maior volume de exportações para outros mercados, em detrimento dos envios ao Brasil, ainda mais levando em consideração o menor interesse atual nas compras brasileiras pelos produtos importados. (Milkpoint)


Jogo Rápido

RS decreta operação emergencial para recolhimento de leite de produtores afetados
A situação no Rio Grande do Sul tem se tornado crítica devido às intensas chuvas que assolam o estado, afetando severamente a produção e entrega de leite para as indústrias. Estimativas da Gadolando e do Sindilat-RS indicam que cerca de 40% do leite não está sendo entregue devido a propriedades alagadas e isoladas, impossibilitando o recolhimento do produto. Diante desse cenário, uma operação emergencial para a captação do leite, foi decretada. A Gadolando, em colaboração com o Sindilat e a Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul - Apil, com o apoio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação - Seapi, determinou um acordo que permite a todo produtor de leite do estado a entrega de sua produção à indústria que conseguir acessar primeiro a propriedade, evitando assim o desperdício do produto. Conforme o comunicado enviado pela Gadolando para os produtores, “se tem uma indústria com acesso, que o leite vá para esta até abrir as estradas.” Guilherme Portella, presidente do Sindilat-RS, enfatiza, “Estamos sensíveis à situação, a prioridade é não deixar o produtor sem entregar o leite, e receber por isso”. Guilherme ainda pontuou que é cedo para avaliar questões como desabastecimento ou alta nos preços do leite, já que ainda não há dados contingenciados. “A preocupação agora é tentar captar o leite para não desamparar o produtor”, afirma. Além disso, conforme noticiado aqui, muitos produtores enfrentam dificuldades como a falta de combustível para os geradores, o que resulta em situações extremas, como o descarte do leite ou a redução na ordenha dos animais. A escassez de alimentos para o rebanho, a falta de energia e água agrava ainda mais a situação. (Milkpoint adaptado pelo SINDILAT/RS)

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