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09/04/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 09 de abril de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.122


Leite vê chance de desfecho da pauta tributária nos próximos dias

Próximo a liderar uma viagem para Itália e Alemanha em busca de novos negócios e estreitar laços com esses dois países, o governador Eduardo Leite tem esperança que, antes do embarque para Europa marcado para a próxima sexta-feira (12), possa haver uma definição sobre a mudança tributária que está sendo discutida no Rio Grande do Sul. “Estamos fazendo conversas, com bancadas (de deputados), com setores produtivos e há uma possibilidade de a gente ter uma definição ainda nessa semana, antes da viagem”, afirma o governador.

Em princípio, a intenção do governo gaúcho é confirmar uma elevação de alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de 17% para 19%. Leite comentou rapidamente sobre a questão tributária ao final da instalação da Frente Parlamentar Brasil/Itália, ocorrida nesta segunda-feira (8), no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre.

Na ocasião, o governador também mencionou a missão do governo gaúcho à Europa e enfatizou que, entre outros pontos, a iniciativa tem como meta valorizar os 150 anos de imigração italiana no Rio Grande do Sul, a serem completados em 2025. Outro foco da viagem será expor os vinhos gaúchos. “O Estado está patrocinando um estande na Vinitaly (em Verona), evento dedicado a abrir mercado consumidor para a nossa produção vitivinícola”, ressalta Leite.

Posteriormente, na passagem por Roma, serão realizados encontros com empresas da área de infraestrutura e o foco será convencer esses grupos a investirem em novas oportunidades de concessão rodoviárias e em outras frentes no Rio Grande do Sul. Também será feito o convite ao Papa Francisco, que é jesuíta, para visitar o Rio Grande do Sul em 2026, quando haverá a comemoração dos 400 anos das Missões jesuíticas no Estado.

Na parte da viagem que abrange a Alemanha, além do tópico das comemorações dos 200 anos da imigração germânica, que acontecerão neste ano, serão prospectados novos negócios e haverá a participação na Feira Industrial de Hannover. O embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, considera importante a viagem da comitiva gaúcha à Europa, pois Leite irá apresentar os vinhos do Estado em uma das maiores feiras desse setor naquele continente. “E o vinho do Rio Grande do Sul é uma herança dos italianos que chegaram há 150 anos e ensinaram a cultivar a uva e fazer a bebida”, frisa Cortese.

Ele acrescenta que o vinho gaúcho é de boa qualidade, especialmente, os espumantes. O embaixador ressalta ainda que, politicamente, é muito importante a presença do governador do Rio Grande do Sul na Itália para fortalecer os laços entre as duas regiões. No evento desta segunda-feira, Leite assinou decreto criando o comitê de organização dos festejos de 150 anos da imigração italiana no Estado.

“A partir de agora, de forma oficial, instituições do poder Executivo, do Legislativo e da sociedade civil se reunirão para desenharem todo o calendário de organizações”, comenta o deputado estadual Guilherme Pasin (PP), presidente da Frente Parlamentar Brasil/Itália. O deputado acrescenta que será definido, por exemplo, se será feito um único evento ou se será levada para cada região de imigração italiana no Estado alguma ação e descentralizar os atos da celebração. Ainda no encontro dessa segunda-feira, foi feita a entrega da Medalha da 56ª Legislatura ao cônsul-geral da Itália em Porto Alegre, Valerio Caruso. (Jornal do Comércio)


Argentina: exportações de leite decolaram, mas ainda há medo

Embora em divisas em dólares tenha significado apenas um aumento de 1%, nos dois primeiros meses do ano as exportações em toneladas e litros de leite da Argentina aumentaram 11% e 17%, respectivamente. Em detalhes, nos meses de janeiro e fevereiro de 2024, houve exportações de 70.036 toneladas e 492,6 milhões de litros de leite equivalente.

O número vem de um relatório preparado pelo Ministério da Agricultura, que também destacou que a contribuição do setor foi de US$ 251 milhões. Vale lembrar que, por outro lado, houve uma queda acentuada na produção nas fazendas leiteiras de mais de 15% no mesmo período e, em particular, em fevereiro em relação ao mesmo mês em 2023, foi 17,8% menor. O declínio pode ser maior no mês atual.

O Diretor Nacional de Lácteos, Sebastián Alconada, elogiou a política do atual governo de manter o imposto de 0% da administração anterior - a validade da medida é até 30 de junho - que somada à mudança na taxa de câmbio permitiu que as exportações começassem a "ser negócios".

"A exportação não foi maior devido a uma questão sazonal em que há menos oferta, o que atrapalhou um pouco", disse ele.

O consultor do setor de lácteos, José Quintana, lembrou que, apesar de "uma queda fenomenal na produção em fevereiro passado, as exportações cresceram muito em litros equivalentes". "Estamos exportando 30% do leite produzido e isso é muito bom. Isso foi possível, primeiramente, por causa da eliminação dos impostos retidos na fonte e depois da desvalorização, o valor do dólar oficial agora é completamente diferente. E isso é útil e também ajuda a atividade, porque o mercado doméstico é muito recessivo. Com todos os problemas na economia, com uma queda fenomenal na demanda, se a oferta não caísse, os preços do mercado interno despencariam", disse ele.

Nesse contexto, ele ressaltou que, graças ao crescimento das exportações, os preços internos podem ser sustentados. "Se não estivéssemos exportando tudo o que estamos exportando, os preços internos provavelmente não conseguiriam acompanhar o que está acontecendo e não conseguiríamos ajustar o preço do leite e a queda na produção seria ainda pior. Por isso, eu saúdo o fato de podermos exportar tudo o que é exportado", acrescentou.

Cautelosamente, o presidente da Associação de Pequenas e Médias Empresas de Laticínios (Apymel), Pablo Villano, em termos de produção, foi positivo e disse que a atual escassez de leite terá sua recuperação a partir de maio, quando entrarem os pastos, as reservas e os silos, mas observou que, em um mercado interno com pouco poder de compra, muito pouco é vendido e "está entrando mercadoria de fora".

"Hoje os produtos importados estão com um preço semelhante ou um pouco mais caro. Mas, devido à inflação e aos nossos custos, é muito provável que, em um prazo não muito curto, ultrapassemos os preços estrangeiros e isso será um problema", observou.

Ele disse que no mercado internacional os preços de exportação estão caindo, onde a cooperativa de laticínios Fonterra, uma das maiores do mundo, fez duas cotações com valores em queda.

Nesse cenário, ele explicou que, sem conseguir resolver a questão dos custos internos, os exportadores já estão pedindo uma melhora na taxa de câmbio que agora permanece estável, ou seja, elevá-la para ser mais competitiva no exterior.

"Por enquanto as coisas estão indo bem, você tem que ser competitivo para se adaptar ao preço internacional, o preço internacional não se adapta a você. Agora temos o grande dilema de como repassar os aumentos de custo para os produtos finais, incluindo o leite, que tem aumentado constantemente, e os salários. Com esses preços do leite, as exportações e o mercado interno estão instáveis", disse ele.

Nesse contexto, o presidente do Centro da Indústria de Laticínios (CIL), Ercole Felippa, disse que em 2024 "haverá menos exportações do que no ano passado, porque há uma queda significativa na produção que, embora a partir do segundo semestre mude a tendência, não será suficiente para recuperar de alguma forma o declínio".

"Essa queda na produção se refletirá em menores volumes de exportação. Hoje aquela vantagem inicial dada pela taxa de câmbio não existe mais, porque o aumento de custos que ocorreu engoliu aquela vantagem que lhe deu oportunamente, e se eles voltassem a implementar as taxas de exportação (DEX), claramente pelo menos no leite em pó, que é aproximadamente 50% do que a Argentina exporta, estaria fora da competição", alertou.

"O que aconteceu nos dois primeiros meses do ano foi uma situação pontual, que provavelmente não se refletirá ao longo do ano. Isso também dependerá muito do que for adotado em termos de DEX. Vale lembrar que foram eliminadas as restituições, que é o componente tributário da mercadoria a ser exportada. Foi justamente o setor de laticínios o único para o qual as restituições foram eliminadas, o que significa que esse esquema deve ser revisto, para que seja um sistema equitativo de restituições, para que não acabemos nos tornando exportadores de impostos", acrescentou.

Como ele explicou, "a questão das restituições é uma política, inclusive prevista pela Organização Mundial do Comércio, de que um governo pode devolver a seus exportadores o componente tributário do bem a ser exportado, onde os produtos lácteos tinham isso, e quando o imposto de exportação de 0% foi estendido por seis meses, as restituições também foram eliminadas".

Este verão de exportações tem um "fantasma", que é o fato de que, no final de junho, a suspensão das retenções chegará ao fim. "Esperamos que ninguém pense em voltar a aplicá-las, porque isso seria terrível para o setor. Porque os impostos retidos na fonte, especialmente nos níveis de que eles [o governo] estavam falando, custam cerca de seis centavos de dólar por litro e algo assim, que é uma quantia enorme de dinheiro, nos colocaria de volta em uma crise da qual finalmente parecemos estar saindo. Esperemos que isso não aconteça novamente", enfatizou Quintana. Vale lembrar que o leite em pó pagava 9% de taxas de exportação e o queijo 4,5%.

Nessa linha, o executivo da Apymel destacou a importância do fato de não haver tarifas de exportação, embora tenha enfatizado que essa pausa de seis meses deixa muita incerteza de que "a qualquer momento elas voltarão". Ele disse: "Enfatizamos a importância de não haver retenção de impostos no setor".

Para tranquilizar o público, Alconada garantiu que "não está na agenda" o retorno dos impostos. "A lei omnibus contemplou a eliminação definitiva dos impostos retidos na fonte sobre o setor. Portanto, isso não está em nosso cenário. A ideia é que tudo continue como está e que tentemos exportar o máximo que pudermos. E focar em como vamos produzir mais", encerrou.

As informações são do La Nación, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.

Brasileiro quer comprar produtos sustentáveis, mas não entende rótulos, revela estudo

Um estudo global da consultoria Bain & Company divulgado recentemente aponta que cerca de 80% dos brasileiros são seriamente preocupados com questões envolvendo sustentabilidade e mudanças climáticas. Um nível de preocupação acima da média mundial levantada pelo estudo, que ficou em 65%.

Mas será que esse engajamento é colocado em prática nas compras dos brasileiros? Segundo Daniela Carbinato, que liderou o estudo, ainda existem desafios a serem vencidas nesse sentido.

Segundo a pesquisa, 27% dos consumidores ouvidos apontam como barreira para a compra a falta de informação e transparência sobre a sustentabilidade praticada pelas empresas responsáveis pelos produtos.

“A pergunta que esse consumidor se faz é: ‘esse produto é realmente sustentável, orgânico, vegano ou não?’”, relata Daniela.

Ao mesmo tempo, 19% mencionaram que os rótulos e certificações são confusos. Por fim, 21% indicam que comprariam mais se as empresas fossem mais transparentes sobre seus produtos.

“Há uma preocupação do consumidor de acreditar que faz escolhas saudáveis e sustentáveis, mas que, na verdade, não são”, destaca Daniela.

Além disso, a pesquisa mostra que, no Brasil, quase 60% dos consumidores utilizam as embalagens como principal fonte de informação sobre os produtos, seguido de descrições online, recomendações e anúncios.

“Esses últimos são fundamentais, já que os consumidores pouco entendem o que os selos de certificações realmente significam. É o caso de produtos orgânicos, veganos, rastreáveis, naturais, integrais, entre outros”, defende a executiva.

Sinalização

Os dados sobre necessidade de sinalização em loja também chamam a atenção: 20% dos consumidores brasileiros a classificam como importante fonte de informação, quase 1,5 vez mais do que a média global considerou. “Isso coloca a jornada de compra na loja como importante fator de compra na decisão”, comenta Daniela.

Para ela, a sustentabilidade e a preocupação com a saúde não são mais questões nichadas, abrindo um leque de oportunidades para as empresas. Mas ressalta: facilitar a comunicação é fundamental.

"A informação precisa ser direta e símbolos não resolvem o problema. Os rótulos devem ser explicativos, com comunicação simples, QR Codes devem ser funcionais e práticos, trazendo a informação sobre aquele sele da certificação que aparece na embalagem. Isso é ajudar da educação do consumidor”, avalia.

As informações são do Globo Rural, adaptadas pela equipe MilkPoint.


Jogo Rápido

Ascensão do setor de lácteos na China gera preocupações entre os exportadores
A rápida ascensão da China no setor de lácteos, pronta para reivindicar o título de terceiro maior produtor de leite do mundo, está causando inquietação entre os exportadores globais. De acordo com Keith Woodford, Professor Honorário de Sistemas Agroalimentares da Universidade de Lincoln, o crescente setor de lácteos na China atraiu a atenção dos participantes do setor em todo o mundo. Woodford enfatiza que os principais participantes, como a Fonterra e outras empresas, estão monitorando de perto a situação, reconhecendo as implicações significativas da evolução do cenário de laticínios na China. Com o papel fundamental da China no mercado global de lácteos, os exportadores permanecem vigilantes, atentos aos possíveis riscos associados à dependência excessiva de um único mercado. Qualquer interrupção ou queda na China pode ter consequências catastróficas para os exportadores. No entanto, Woodford observa que a China está diversificando ativamente suas importações de laticínios, mitigando algumas das preocupações relacionadas à dependência de um único mercado. As projeções indicam um aumento substancial de 25% nas importações de lácteos pela China na próxima década, sinalizando oportunidades para os exportadores capitalizarem no mercado em expansão. À medida que a China continua solidificando sua posição como um importante participante do setor de laticínios, os exportadores devem navegar pela dinâmica em evolução desse mercado crucial e, ao mesmo tempo, permanecer atentos aos possíveis riscos e oportunidades no horizonte. (As informações são do The Dairy News, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)


 

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