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21/02/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 21 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.088


GDT: alta mais sutil nos preços internacionais

O segundo leilão da plataforma GDT para o mês de fevereiro, realizado hoje (20/02) apresentou a manutenção do movimento de alta nos preços internacionais dos derivados lácteos. Com uma variação de 0,5% em relação ao evento anterior, o preço médio das negociações ficou em US$ 3.664/tonelada, atingindo o maior patamar desde novembro de 2022, como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Sobre as categorias acompanhadas e negociadas no evento, diferentemente do evento anterior, foram observados alguns reajustes negativos. A categoria dos queijos apresentou uma variação na ordem de -7,6%, sendo negociada na média de US$ 4.143/tonelada.

O leite em pó integral foi negociado na média de US$ 3.388/tonelada, apresentando um recuo de 1,8% quando comparado ao valor negociado no evento anterior.

Em contrapartida, o leite em pó desnatado seguiu apresentando alta, chegando ao valor médio de US$ 2.788/tonelada, o maior patamar dos últimos 11 meses e 1,3% acima do evento anterior.

Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 20/02/2024.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Quanto ao volume negociado no evento, no quarto leilão de 2024 o movimento de queda se manteve, chegando a um total de 24.306 toneladas negociadas, uma queda de cerca de 9,9% em relação ao evento anterior, sendo este o menor patamar desde junho do ano passado para as negociações, como mostra o gráfico 2.

Gráfico 2. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Sobre o mercado futuro do leite em pó integral o cenário sofreu uma leve alteração, segundo os ajustes da Bolsa de Valores da Nova Zelândia, como pode ser observado no gráfico 3 abaixo.

Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2024.

No cenário global de lácteos, este último leilão de fevereiro da Global Dairy Trade apresentou, majoritariamente, variações positivas nos preços, refletindo a menor oferta global de lácteos para o ano de 2024. Quando comparados os dois volumes negociados nesse mês, o valor chegou a cair aproximadamente 10%.  Esse cenário é o reflexo da baixa rentabilidade na produção de leite no ano passado. Além disso, somam-se os desafios de produção enfrentados pelos principais países exportadores de lácteos.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e Uruguai, que atualmente praticam preços acima do GDT. Isso se dá pela Tarifa Externa Comum (TEC), que chega a quase 30% para importações de fora do Mercosul.

No entanto, diante do contexto de redução da oferta internacional de lácteos, o aumento dos preços do GDT pode influenciar na manutenção do movimento de altas para os preços do Mercosul. Assim, as importações tendem a sair mais caras para o Brasil. Porém, uma vez que as projeções do mercado apontam para alta nos preços brasileiros nos próximos meses, pode ser mantida a competitividade do produto internacional.

As informações são do Milkpoint


Você sabe a diferença entre creme de leite e manteiga?

O creme de leite é o produto obtido pelo processo de desnate do leite, podendo ser comercializado como produto lácteo ou ser utilizado como matéria prima para obtenção de outros derivados lácteos, como a manteiga, por exemplo.

De acordo com seu regulamento Técnico de Identidade e Qualidade, presente no Anexo IV, da Portaria 146 de 1996 do Ministério da Agricultura, o creme de leite é o produto lácteo relativamente rico em gordura retirada do leite por procedimento tecnologicamente adequado, que apresenta a forma de uma emulsão de gordura em água.

De acordo com sua RTIQ, a classificação dos diferentes tipos de creme de leite pode ser baseada no teor de gordura e no tratamento térmico (UHT ou pasteurização) ao qual o produto foi submetido. De acordo com o teor de gordura, o produto é classificado como: Creme de baixo teor de gordura ou creme leve (entre 10 a 19,9 g de gordura por 100 g de creme), como Creme (entre 20 e 49,9 g por 100 g de creme) e como Creme de alto teor de gordura (>50 g de gordura por 100 g de creme). Ainda de acordo com a RTIQ, em relação a sua denominação de venda, o creme de leite poderá ser chamado de duplo creme ou de creme para bater, quando tiver, respectivamente, 40 % m/m e 35 % m/m de gordura.

A produção do creme de leite compreende as seguintes etapas:

Separação - onde o creme é separado do leite por meio da centrifugação;
Padronização - onde o teor de gordura é reajustado afim de classificar o produto de acordo com seu teor de gordura;
Tratamento térmico - podendo ser aplicado os processos de pasteurização e ultra alta temperatura (UAT), visando inativar microrganismos e aumentar seu shelf life;
Homogeneização - processo que visa a redução do tamanho dos glóbulos de gordura, evitando assim, a separação de fases do produto, principalmente do creme de leite submetido pelo processo UAT.
Vale ressaltar, que para produção de chantili e de manteiga, deve-se utilizar o creme pasteurizado não homogeneizado, uma vez que a homogeneização reduz o tamanho dos glóbulos, dificultando a formação de espuma do chantilly e o rendimento da manteiga.

A manteiga constitui um dos derivados lácteos mais consumidos no país. De acordo com a Portaria 14 de 1996 do MAPA, a manteiga é o produto gorduroso obtido exclusivamente pela bateção e malaxagem, com ou sem modificação biológica do creme pasteurizado derivado exclusivamente do leite de vaca, por processos tecnologicamente adequados. A matéria gorda da manteiga deverá estar composta exclusivamente de gordura láctea.

Ainda de acordo com a Portaria, a manteiga pode ser classificada como:

Manteiga Extra: é a manteiga que corresponde à classe de qualidade I da classificação por avaliação sensorial, segundo Norma FIL. 99A 1987;
Manteiga de Primeira Qualidade: é a manteiga que corresponde à classe de qualidade I da classificação por avaliação sensorial segundo Norma FIL. 99A 1987. Além disso, o produto pode apresentar como denominação de venda: “Manteiga” ou “Manteiga sem sal”; “Manteiga salgada” ou “Manteiga com sal”; “Manteiga maturada” (adição de fermentos láticos).
Em relação ao teor de gordura da manteiga, a RTIQ estabelece teor mínimo de 82 % m/m de gordura, sendo que, para manteiga salgada a percentagem de matéria gorda não poderá ser inferior a 80 % m/m. Outro ponto relevante é que o regulamento permite no máximo 2g por 100g de sal para produção de manteiga salgada.

Em resumo, a produção de manteiga envolve diferentes etapas, como:

Maturação (opcional) - ocorre através da adição do fermento lácteo, permitindo assim a maturação da manteiga em condições controladas (em torno de 15°C por 15 horas);
Batedura - realizado em batedeiras ou mantegueiras, como objetivo de separar os grãos de manteiga e o leitelho;
Malaxagem - com objetivo de pulverizar a parte aquosa que ainda está presente nos grãos, evitando assim, a oxidação da manteiga.

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Agradecimentos a CAPES, CNPq, FINEP, FAPEG e IF Goiano pelo apoio a realização da pesquisa.

Autores
Leandro Pereira Cappato
Kamilla Rezende de Pinheiro Santos
Marco Antônio Pereira da Silva

Referências
BRASIL. Mistério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Portaria Nº 146. Aprovar os Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade dos Produtos Lácteos em anexo. Brasília, DF: 7 DE MARÇO DE 1996. Diário Oficial da União, Brasília, 1996

AR – Aumentou o número de vacas em 2023, embora o rebanho tenha caído 35% em relação ao recorde de 2006/07

Produção/AR – O rebanho leiteiro da Argentina cresceu levemente no ano passado, revertendo a tendência negativa dos últimos três anos.

O documento divulgado pela consultoria Mi Lechería relata a evolução do rebanho leiteiro dos últimos anos e a importância do manejo nas fazendas leiteiras na sustentação da atividade.

No ano passado foram contabilizadas, segundo o documento, 1.588.902 vacas nas fazendas da Argentina, o que representou incremento de 4% em relação a 2022. Este dado se opõe à versão alarmante, que em meio da crise de rentabilidade da produção de leite, dava conta de que houve a liquidação de muitos rebanhos leiteiros.

O recorde de animais em produção das últimas décadas ocorreu em 2006 e 2007, quando foram contabilizadas 2.150.000 cabeças, ou seja 35% a mais de vacas em ordenha do que existe atualmente.

Apesar da queda, o nível da produção nacional se mantém e até registrou um leve aumento em relação àqueles anos, graças à maior produtividade animal. De qualquer forma, esta produtividade tem limites biológicos, sendo, portanto, fundamental aumentar o número de animais em ordenha.

Segundo os engenheiros agrônomos Francisco Candioti e Javier Baudracco, integrante da Mi Lechería e docentes da Faculdade de Agronomia de Esperanza, “qualquer empresa de produção leiteira deve ter como um dos objetivos centrais, manter um crescimento genuíno e sustentável do rebanho no tempo (crescer todos os anos) e conseguir a cada ano a maior taxa de crescimento possível”.

Disseram que o crescimento do rebanho tem diferentes leituras. “Existe um crescimento vertical no qual as novilhas ficam na mesma propriedade com aumento da carga animal, permitindo a otimização de recursos e a diluição de alguns custos, até o limite que se considere conveniente. E existe outro horizontal, que vem depois de esgotado o crescimento vertical, e as novilhas excedentes são enviadas para outras fazendas que irão replicar o modelo de sucesso do primeiro”.  

Os especialistas recomendaram “vender novilhas excedentes quando, eventualmente, for alcançado o crescimento horizontal ótimo, agregando mais renda através da venda de carne procedente de fazendas leiteiras”.

O aumento da quantidade de vacas e novilhas nas fazendas deve ter estrita relação com o processo de concentração em unidades produtivas maiores e mais eficientes.

Esse mesmo processo de concentração e melhora da produtividade animal foi o que permitiu sustentar a quantidade de leite produzida na Argentina, em torno de 11 bilhões de litros anuais, conforme mantido nas últimas décadas.

“A produção anual de leite por vaca cresceu e compensou, em termos físicos, estes anos de queda no número de vacas”, explicou Candioti e Baudracco.

“O crescimento do rebanho leiteiro nacional é realizado em cada estabelecimento. É um desafio para toda a leiteria argentina”, consideraram. “Para que o rebanho leiteiro nacional aumente, o número de vacas deve crescer anualmente nas fazendas leiteiras, em percentual suficiente para compensar (ou ainda reverter) o desaparecimento paulatino das fazendas leiteiras, fenômeno que, assim como na Argentina, vem ocorrendo em outros países com sistemas de produção de leite mais desenvolvidos”, acrescentaram.   

Fonte: Bichos de Campo – Tradução livre: www.terraviva.com.br 


Jogo Rápido

Piracanjuba anuncia sua nova marca corporativa, o Grupo Piracanjuba
Com o propósito “Cuidado que alimenta a vida”, o Grupo Piracanjuba chega para consolidar a estratégia de governança da empresa, que em movimentações recentes tornou-se uma S.A., constituindo uma presidência e efetivando seu Conselho Consultivo, além de criar uma política de investimentos contínuos na formação de pessoas. O Grupo Piracanjuba, agora, reúne as marcas Piracanjuba, LeitBom e as licenciadas Almond Breeze, Ninho e Molico (leite longa vida), abrangendo as áreas de lácteos, bebidas vegetais, agricultura e formação técnica de produtores de leite. “Desde 1955, conquistamos o respeito de todos fazendo sempre o melhor para as pessoas, para os nossos parceiros e para o planeta, porque simplesmente somos apaixonados por fazer isso. Temos o privilégio de colocar na mesa de tantas famílias os melhores alimentos”, conta Luiz Cláudio Lorenzo, presidente do Grupo Piracanjuba. “Tudo isso levando em consideração que somos uma empresa genuinamente brasileira, que gera milhares de empregos e renda, e que prioriza entregar a máxima qualidade”, ressalta. A expectativa é que o Grupo Piracanjuba possa alcançar segmentos para além dos lácteos, ampliando a conexão com o consumidor e permitindo o desenvolvimento em outras categorias, marcas e negócios. “As mudanças foram devidamente planejadas, já que não abrimos mão da história e da conexão com os parceiros que construímos até aqui. Analisamos oportunidades do mercado, necessidades do consumidor e estamos abertos à novas aquisições e parcerias estratégicas que façam sentido para o Grupo Piracanjuba”, completa o presidente. O projeto de branding é assinado pela FutureBrand São Paulo, consultoria global de branding e experiência de marca. “Levamos o DNA familiar e o calor brasileiro, que fazem parte da essência da marca Piracanjuba, para o novo grupo. Com isso, fortalecemos as raízes ao passo em que miramos o amanhã, com oportunidades de crescimento e inovação”, analisa Ewerton Mokarzel, CEO e sócio da FutureBrand São Paulo. (As informações são do Grupo Piracanjuba)


 
 

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