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07/02/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 07 de fevereiro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.081


GDT: preços internacionais mantêm sequência de altas

O primeiro leilão da plataforma GDT para o mês de fevereiro, realizado hoje (06/02) apresentou continuidade no movimento de avanço dos preços internacionais dos derivados lácteos, mas agora, mais acelerado. Com uma variação de 4,2% em relação ao evento anterior, o preço médio das negociações ficou em US$ 3.571/tonelada, atingindo o maior patamar desde dezembro de 2022.

Sobre as categorias acompanhadas e negociadas no evento, todas apresentaram reajustes positivos. A manteiga segue em destaque apresentando a maior variação, na ordem de 10,3%, sendo negociada na média de US$ 6.516/tonelada, o maior patamar desde maio de 2022. Os queijos tiveram um reajuste de 6,3%, sendo negociados a US$ 4.469/tonelada.

O leite em pó desnatado teve sua maior alta desde junho de 2023, chegando ao valor médio de US$ 2.758/tonelada, 4,6% acima do evento anterior.

O leite em pó integral foi negociado na média de US$ 3.463/tonelada, o maior valor observado desde novembro de 2022, apresentando uma diferença de 3,4% quando comparado ao valor negociado no evento anterior.

Quanto ao volume negociado no evento, no terceiro leilão de 2024 o movimento de queda se manteve, chegando a um total de 24.836 toneladas negociadas, uma queda de cerca de 0,3% em relação ao evento anterior, sendo este o menor patamar desde julho do ano passado para as negociações.

Sobre o mercado futuro do leite em pó integral o cenário sofreu uma leve alteração, segundo os ajustes da Bolsa de Valores da Nova Zelândia.

No cenário global de lácteos, o primeiro leilão de fevereiro da Global Dairy Trade apresentou variações positivas nos preços, refletindo a menor oferta global de lácteos para o ano de 2024. Essa perspectiva está associada às menores rentabilidades na produção de leite ao longo de 2023, com desafios significativos enfrentados pena produção dos principais países exportadores de lácteos. Além do cenário adverso nos principais exportadores, a produção da China (principal comprador de lácteos do mundo) também enfrenta desafios, o que pode incentivar a demanda do país pelo leite importado.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

É importante destacar que, embora o GDT seja o principal indicador de preços de produtos lácteos em todo o mundo, nos últimos meses, nossos principais fornecedores de produtos lácteos para importação, como a Argentina e o Uruguai, continuam praticando preços superiores aos do GDT, devido à Tarifa Externa Comum (TEC) de 28% para importações de fora do Mercosul.

Nesse cenário atual, o aumento dos preços do GDT também deve influenciar na continuidade de altas para os preços do Mercosul, o que tende a tornar as importações mais caras para o Brasil. Todavia, os preços no mercado brasileiro dão sinais de uma sequência de altas nos próximos meses, o que deve manter o preço do produto importado ainda competitivo frente ao nacional.

Via Milkpoint


 

Uruguai: produtores de leite dizem que o negócio não é lucrativo

Os produtores de leite do Uruguai estão passando por uma crise muito longa que começou com a seca e que hoje torna o negócio não lucrativo por causa do preço que recebem. Grãos, concentrados, insumos em geral, fertilizantes e produtos químicos caíram e o negócio não é lucrativo. É por isso que a Sociedade de Produtores de Leite da Flórida (SPLF) convocou os produtores de leite para uma reunião aberta nesta terça-feira, dia 30.

Em entrevista ao Rurales El País, Fabián Hernández, membro da SPLF, disse que a situação "é insustentável e muito preocupante" e informou que há muitos saldos devidos à Conaprole. Além disso, nesses meses de menos leite, os saldos devedores são ainda piores porque não há ferramentas para alimentar o gado adequadamente, especialmente considerando que é o período pré-parto nas fazendas leiteiras, um momento fundamental para uma boa lactação ao longo do ano.

"Portanto, há muitas preocupações porque o negócio não é lucrativo. Não temos margem e estamos trabalhando com custos. Não há possibilidade de investir e já estamos exaustos devido à queda de preços em agosto", disse Hernández.

O preço precisa atingir os valores de antes da queda de preços de julho/agosto. Hoje o preço é de 0,36 centavos de dólar, quando são necessários 3 pesos (US$ 0,077) a mais para recuperar o que foi perdido. "A verdade é que a situação é muito angustiante porque os produtores não têm dinheiro", disse ele.

Novembro é um mês de alta rotatividade e é quando os produtores de leite fazem uma reserva econômica para enfrentar os próximos meses. No entanto, havia 255 registros no vermelho na Conaprole, incluindo parte das rações de outono e da reserva de forragem. Ou seja, quase 48% das inscrições foram pagas com menos de 100.000 pesos (US$ 2582,94).

"Um estabelecimento que cobra 100.000 pesos não é nada, porque você paga a eletricidade e paga alguns salários e não sobra dinheiro nem para comer. Em dezembro, parte da cota foi retirada dos segundos turnos e ainda havia 210 inscrições no vermelho. Não é mais apenas uma questão de efeito da seca, é uma questão de lucratividade, de que o preço não é suficiente", disse ele.

A assembleia de terça-feira está concentrada em pedir um preço e ouvir os produtores. Os produtores de leite acreditam que a Conaprole tem espaço para aumentar o preço, porque quando ele foi reduzido, o leite em pó integral estava abaixo de US$ 3.000 por tonelada, entre US$ 2.600 e US$ 2.800.

"Hoje, o preço do leite em pó integral está em US$ 3.200, e não capitalizamos isso. O leite subiu apenas 0,60 centavos de dólar em novembro, o que é totalmente insuficiente. Achamos que o setor tem espaço para manobras. Não queremos quebrar uma ferramenta como a Conaprole, mas também não queremos que os proprietários da cooperativa e aqueles que a apoiam caiam. Porque uma fábrica sem leite é um monte de ferro. Precisamos não perder o que está caindo mais rápido, que são os pequenos produtores. Temos que tentar impedir isso, que é de 50 a 60 produtores por ano. O negócio não é lucrativo nem atraente. Temos que tentar equilibrar a balança para que o negócio seja lucrativo para todos", concluiu.

As informações são do El País Digital, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.

Conaprole se posicionou como líder em exportação em 2023

Em um ano desafiador, a Conaprole se destaca como líder em exportações, superando com astúcia as adversidades climáticas e econômicas. Com base na qualidade, inovação e sustentabilidade, a empresa conseguiu diversificar os produtos, alcançando 700 milhões de dólares e 170.000 toneladas de produtos lácteos em 2023. 

Em uma conversa exclusiva com o InfoNegocios, Gabriel Váldes, gerente geral da Conaprole, compartilha como a empresa conquistou o cenário internacional no ano passado e antecipa planos de expansão nas exportações até 2024. No longo prazo, a empresa está comprometida em fortalecer seu foco na sustentabilidade, buscando aumentar a conscientização entre os uruguaios.

Como a Conaprole conseguiu se posicionar como uma das empresas com as maiores exportações em 2023?

Em um ano particularmente difícil para o setor, devido à seca enfrentada por nossos produtores e a um cenário mundial com demanda fraca, as vantagens competitivas construídas nos últimos anos permitiram a colocação de volumes significativos de produtos a preços competitivos.                 

Como vem ocorrendo há muito tempo, os três pilares diferenciais têm sido qualidade, inovação e sustentabilidade. Por meio desses três pilares, estamos trabalhando ao longo de 2023, com o objetivo de continuar representando o espírito inovador e empreendedor do Uruguai em mercados de diferentes culturas.

Nossa estratégia de flexibilidade industrial tem um portfólio de produtos que nos permite diversificar nossos mercados e clientes e responder aos padrões de qualidade, segurança alimentar e sustentabilidade, que sustentam uma demanda constante das principais indústrias de alimentos em mais de 60 países.

Quais foram as exportações específicas e quanto elas representam em termos de volume e valor?

A Conaprole exportou quase 700 milhões de dólares e mais de 170.000 toneladas de produtos lácteos para mais de 60 países. Conseguimos consolidar mercados tradicionais e crescer desenvolvendo clientes no Oriente Médio, no Sudeste Asiático, na América Latina e também na África. 

Somos uma empresa que se projeta para o mundo com produtos lácteos processados em nossas fábricas. Nascemos em 1936 e, desde 1980, temos conquistado mercado após mercado com produtos lácteos de alta qualidade que geram um impacto positivo sustentável em todo o mundo.

Como a Conaprole adaptou sua estratégia de vendas para capitalizar a demanda sazonal durante os meses mais quentes?

O mercado uruguaio é o principal destino de nossos produtos, e a satisfação dos consumidores nacionais é sempre uma prioridade para a Conaprole, como cooperativa de todos os uruguaios.

Em outubro passado, iniciamos campanhas abrangentes de comunicação e promoção dos produtos de nosso portfólio que impulsionam os negócios no verão, como sorvetes, iogurtes, leite com chocolate, entre outros.    

Nosso objetivo é sempre oferecer uma proposta adaptada a cada consumidor, em cada época do ano e em cada ato de compra. 

Vocês implementam promoções especiais ou campanhas específicas para a temporada de verão?

Sem dúvida, ativamos nossas marcas diretamente para os consumidores em todo o litoral, com jogos e prêmios, lançamos promoções/descontos no mercado, bônus no cartão de crédito, brindes por meio de nossas mídias digitais.      

Atualmente, por exemplo, estamos convidando os consumidores todas as semanas com ingressos de carnaval para o Teatro de Verão.      

Quais são os produtos mais populares ou procurados durante a estação quente?

O sabor do sorvete no Uruguai é o Conaprole, um clássico do verão por excelência. Também devemos destacar iogurtes, leite com chocolate, sucos e nossa linha de sobremesas congeladas: com salsicha, alfajores maicena, chocolate e sobremesas de paixão. 

Quais são as perspectivas e metas de vendas para 2024?

Esperamos um ano de 2024 com um bom resultado em participação de mercado e vendas, associado a boas perspectivas econômicas e surpresas que estamos sempre pensando para oferecer o melhor aos nossos consumidores uruguaios e reconhecer sua fidelidade à marca.

Por outro lado, desde o início, tem sido uma empresa comprometida com as comunidades e com a sociedade. Essa responsabilidade vai além de ações específicas de RSC e sustentabilidade. Ela tem a ver com uma filosofia de desenvolvimento, que sempre priorizamos por meio de nossas ações e que queremos continuar a promover no futuro. 

Estabelecemos nossas Metas 2030 relacionadas à sustentabilidade, que queremos conscientizar e divulgar a todos os uruguaios e torná-los parte de nosso compromisso. 

Somos a cooperativa de todos os uruguaios e temos orgulho disso. Queremos continuar oferecendo melhores opções para todos os nossos consumidores e, ao mesmo tempo, continuar representando o Uruguai no mundo, conquistando novos destinos e expandindo os que já temos.

Vocês planejam incorporar novas tecnologias no futuro para melhorar processos ou produtos?

A Conaprole é a principal exportadora do Uruguai e estamos sempre trabalhando para nos colocar na fronteira do conhecimento com a mais recente tecnologia em produção, embalagem e propostas de produtos. Inovação e qualidade são áreas de investimento permanente, a fim de desenvolver nosso posicionamento e liderança em cada categoria em que competimos.

As informações são do Infonegócios, traduzidas pela Equipe MilkPoint


Jogo Rápido

UE recua em meta para redução de emissões após protestos de fazendeiros
A União Europeia (UE) desistiu de propor uma meta de cortes agressivos de gases de efeito estufa após protestos de fazendeiros em diversos países da Europa contra os projetos de transição energética proposta pelo bloco, segundo o “Financial Times” (FT). A Comissão Europeia deve apresentar nesta terça-feira (6/2) um projeto que visa o estabelecimento de metas para a redução da emissão de gases de efeito estufa, porém os objetivos do documento devem ser reduzidos ante a resistência de fazendeiros europeus a aceitar as medidas para uma economia mais verde. ,O texto prevê um plano para reduzir em 90% as emissões na UE até 2040, porém a proposta não incluirá mais a meta de redução de 30% das emissões de metano, nitrogênio e outros gases ligados à agricultura, segundo o “FT”.A mudança acontece após grandes protestos de agricultores na França, Alemanha, Bélgica e Itália, em alguns casos com bloqueios de vias importantes dos países exigindo intervenção policial. As metas para 2040 da UE visa garantir que o bloco tenha um caminho para reduzir fortemente as emissões nos próximos anos para que em 2050 os países-membros se tornem neutros na emissão de gases de efeito estufa. As informações são do Globo Rural, adaptadas pela equipe MilkPoint.


 
 

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