Porto Alegre, 26 de janeiro de 2024 Ano 18 - N° 4.074
EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1799 de 25 de janeiro de 2024
BOVINOCULTURA DE LEITE
Em diversas regiões, os temporais ocasionaram consideráveis danos às infraestruturas das propriedades, como destelhamentos, queda completa de galpões, árvores caídas, além de danos às redes elétricas internas e externas que abastecem as localidades. A interrupção no fornecimento de energia elétrica acarretou prejuízos significativos à cadeia leiteira, impactando não somente as propriedades, cujo leite se deteriorou devido à falta de energia elétrica, mas também a coleta do produto, pois as indústrias deixaram de receber e foram obrigadas a descartar leite de alguns silos armazenadores.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Uruguaiana, mesmo em pequenas propriedades que exploram campos nativos com baixa suplementação de concentrados, observa-se tanto estabilidade na produção quanto aumento. Em Manoel Viana, a produção está em alta em razão da abundância e da qualidade das pastagens formadas por anuais e perenes de verão.
Na de Caxias do Sul, nas propriedades que utilizam a alimentação à base de pasto, a mitigação do calor inclui a permanência em áreas sombreadas durante as horas mais quentes, além do fornecimento de água nos piquetes.
Na de Erechim, as chuvas intensas causaram prejuízos ao desenvolvimento das pastagens de verão. A formação de lamaçais e o acúmulo de água nos piquetes, associados ao pisoteio dos animais, teve impacto negativo no crescimento das plantas forrageiras.
Na de Frederico Westphalen, os produtores estão conseguindo controlar os custos de produção em função da melhoria na oferta de forragens e da redução dos preços da ração.
Na de Ijuí, a produção leiteira evidencia incremento gradual, sendo mais proeminente em estabelecimentos que adotam o sistema de produção a pasto.
Nas de Lajeado e Porto Alegre, a chuva intensa com vento provocou diversos danos às propriedades leiteiras, trazendo prejuízos aos produtores.
Na de Passo Fundo, os produtores permanecem apreensivos em relação à baixa remuneração recebida por litro de leite na propriedade.
Na região de Pelotas, em Canguçu, as pastagens de verão e o campo nativo apresentam excelente desenvolvimento, e os pecuaristas estão realizando roçadas. Várias propriedades estão envolvidas na elaboração de silagem.
Na de Santa Maria, as condições sanitárias estão dentro das expectativas para o período, embora seja necessário monitorar a presença de carrapato em alguns municípios.
Na de Santa Rosa, os dias de calor têm resultado em maior exposição das matrizes a locais com água acumulada, prejudicando a manutenção da qualidade do leite em decorrência do aumento de contato dos tetos com áreas sujas.
Na de Soledade, segue a necessidade de suplementar a alimentação dos rebanhos em produção.
As informações são da EMATER/RS adaptadas pelo SINDILAT/RS
O ano de 2024 chegou e precisamos ficar de olho nos principais comportamentos do consumidor para adequar melhor nossas ofertas de produtos lácteos. O ano passado terminou com um cenário desafiador para os produtores (preços baixos de leite, retração na margem do negócio e relatos de prejuízos em muitas fazendas), além de dificuldades para o mercado como um todo, com alto volume de importações que alteraram a dinâmica do setor e estagnação no consumo.
Porém, mesmo diante das dificuldades, é preciso se reinventar e acompanhar as diferentes tendências de consumo projetadas para 2024. Mudanças comportamentais não acontecem de uma hora para outra, muitas destas tendências já vêm se manifestando ao longo dos anos e, quando repetidas e assimiladas pela sociedade, deixam de ser tendência e passam a ser novos comportamentos adquiridos.
A empresa WGSN, especialista global em tendências e comportamento do consumidor, publicou um profundo estudo, baseado em uma metodologia própria, apontando quais tendências de consumo já estão se tornando realidade.
Para começar a entender essas mudanças, listamos os 4 sentimentos do consumidor do futuro:
4. Encantamento – As pessoas estão valorizando experiências autênticas e significativas. Maior conexão com a natureza, outras culturas e história local. Isso gera um sentimento de encantamento e descoberta.
A partir destes 4 sentimentos a WGSN elaborou o perfil de 4 tipos de consumidores que devem influenciar o consumo nos próximos anos. Vamos explorar um pouco o perfil destes consumidores e fazer algumas correlações com nosso mercado lácteo.
● Selos e certificações que conferem credibilidade e confiança ao produto
Nessa linha, recentemente vimos o lançamento do primeiro clube de assinaturas de produtos lácteos do Brasil. O consumidor se cadastra e recebe mensalmente uma caixa com diversos produtos lácteos em sua casa. Iniciativa, essa, bem alinhada com as últimas tendências mercadológicas e que também estimula o consumo mais segmentado de produtos do nosso setor. Compras utilizando apenas comando de voz também ganharão força, como a assistente virtual Alexa, sem que o consumidor precise acessar sites através de seu celular ou computador.
3 . Construtores de memórias
Este grupo busca focar mais no presente, ter maior conexão com a família e mudar a forma com que trabalham. O intuito é envelhecer bem, mas não por questão de vaidade. Querem mais simplicidade, tempo de qualidade e melhores escolhas para a saúde. A estratégia para se conectar com este grupo seria a economia do cuidado. Nesse sentido, vemos uma interessante oportunidade para os produtos lácteos. O mais recente posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) e da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), reforça a importância nutricional do leite de vaca para a saúde, trazendo evidências científicas para garantir que o leite é um alimento completo e seguro para consumo humano. Garantir o respaldo científico para nosso produto é de suma importância nesse momento, já que vemos muitas inverdades sendo publicadas nas redes sociais, como o discurso negacionista dizendo que leite de vaca não foi feito para consumo humano, entre outros absurdos que muitas vezes não conseguimos contrapor de forma assertiva para a grande massa. Pesquisas apontam que os consumidores confiam na opinião de médicos e cientistas na escolha de produtos. Por isso, estes profissionais são importantes porta-vozes para garantir credibilidade e segurança na geração de demanda por produtos lácteos.
4. Neo-sensorialistas – o melhor de dois mundos
Diferente de outros tipos de consumidor, eles querem a internet de tudo. O consumidor neo-sensorialista é híbrido. Ele quer pagar o jantar presencial com criptomoedas e veem esperança na tecnologia. Em 2024, as empresas precisam investir em tecnologias que permitam sentir o metaverso, com recompensas digitais, recursos de olfato e novos meios de pagamento.
3. Querem comodidade na escolha e entrega dos produtos. Diversos produtos lácteos com alto valor agregado se enquadram nas novas necessidades de consumo da sociedade, sejam eles na linha premium ou voltados à prática esportiva. Temos oportunidade em inovar nos canais de distribuição para atender essa demanda de forma diferenciada.
Jogo Rápido
Sindilat avalia linha de crédito para cooperativas de leite
Vamos continuar repercutindo aqui no AgroMais a linha de crédito emergencial no Plano safra 23/24 para cooperativas de produtores de leite. Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat, Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul, reclama que nem todos os produtores do setor têm acesso aos empréstimos. Veja aqui. (youtube agromais)