Porto Alegre, 19 de janeiro de 2024 Ano 18 - N° 4.069
Reflexões para o Dia Mundial do Queijo
O Dia Mundial do Queijo, celebrado em 20 de janeiro, é uma data importante para debater a importância do bem-estar e da sanidade dos rebanhos para que os produtos lácteos cheguem à mesa do consumidor com a devida qualidade.
No cenário desafiador da produção leiteira, a atenção meticulosa aos cuidados com a alimentação e o controle de doenças é vital para assegurar a qualidade e a produtividade do leite. Nesse contexto, profissionais como médicos-veterinários e zootecnistas emergem como peças-chave, orientando os produtores rurais em cada etapa do processo e, desta forma, garantindo que o leite, principal matéria-prima do queijo, passou por todas as etapas e testes necessários.
Isso começa na fazenda, com o manejo nutricional de rebanhos leiteiros, responsabilidade dos zootecnistas. São eles que proporcionam uma alimentação balanceada que resulta em leite de qualidade e rico em nutrientes. Ao melhorar as condições de áreas de sombra e ventilação onde as vacas são confinadas, contribuem para a redução do estresse, aumentando assim a produtividade leiteira, diminuindo o gasto energético dos animais e garantindo o bem-estar animal.
Já aos médicos-veterinários cabe desenvolver programas permanentes voltados ao monitoramento da qualidade do leite produzido e industrializado. Isso inclui aspectos técnicos, como a contagem de células somáticas e a contagem bacteriana, por exemplo.
Além disso, conhecimentos aprofundados em bioquímica e microbiologia são essenciais para compreender as transformações que ocorrem durante a maturação dos queijos. Também é responsabilidade dos profissionais da Medicina Veterinária incentivar boas práticas da produção ao manejo, o que inclui a ordenha, higiene do ordenhador e armazenagem do leite.
A sinergia entre esses profissionais desempenha um papel de total importância na garantia da sanidade do rebanho, no controle de qualidade e na implementação de boas práticas de produção. Portanto, cada vez que você consumir um queijo, vai lembrar dos profissionais que estão por traz desta cadeia produtiva para que o produto chegue até você com o melhor sabor e qualidade.
(Fonte: Artigo para Jornal do Comércio de Mauro Moreira, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul)
Produtores rurais relatam estragos substanciais em propriedades do Estado
Apuração das perdas
De acordo com dados preliminares da Emater, além de Cruzeiro do Sul, municípios como Estrela, Lajeado e Poço das Antas também tiveram estragos mais substanciais em propriedades rurais. As instalações de suinocultura foram as mais atingidas na região, de acordo com Cristiano Laste, gerente do escritório regional da Emater em Lajeado (RS). “Instalações desabaram com o vento, implodiram com os animais dentro”, relata.
Também houve vários casos de quedas de árvores e de interrupção de energia elétrica, deixando muitas propriedades sem comunicação. Outro setor afetado é a produção de leite, tendo em vista que a falta de energia elétrica inviabiliza o armazenamento do produto na fazenda. “Hoje estamos fechando 48 horas sem energia em algumas localidades, dessa maneira, o produtor tem que descartar o leite”, ressalta Cristiano.
Somente os produtores que possuem gerador próprio de energia estão com o andamento normal da produção. O escritório ainda trabalha no levantamento dos dados das perdas. Darlan Palharini, secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat) do Rio Grande do Sul, afirma que o último temporal não chegou a atingir de maneira representativa a captação de quase 11 milhões de litros de leite por dia no Estado. “Há problemas de captação pontuais e as perdas devem ser de um percentual muito pequeno, não chegando a 1%”, acredita.
Ele destaca que o produtor de leite, hoje, tem infraestrutura, o que inclui gerador próprio de energia. Além disso, a captação pode ser feita em até 48 horas. Mas admite que o pequeno produtor pode ter perdas mais significativas.
“O produtor de leite já tem uma margem de lucro ajustada, então, nesse caso, fica difícil, porque ele acaba tendo que arcar com o prejuízo”, observa.
A Secretaria de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul informa que a Emater está trabalhando no levantamento das perdas nas propriedades rurais, por meio do sistema de registro de perdas (Sisperdas), no qual os extensionistas rurais do órgão lançam informações referentes aos municípios de atuação. “Ainda temos situações de falta de energia elétrica e de internet o que prejudica os lançamentos”, explicou à reportagem a assessoria de imprensa da Emater-RS.
Outro município gaúcho com registros de perdas nas propriedades rurais é Venâncio Aires. Ornélio Sausen, presidente do Sindicato Rural da cidade, conta que o temporal deixou consequências “desastrosas”. De acordo com ele, houve danos em lavouras de milho e de fumo e prejuízos em galpões de avicultura instalados na região, incluindo a perda de animais.
Sausen calcula em torno de 25% de perdas nas lavouras de milho e de 20% de perdas nas plantações de fumo, mas adverte que os percentuais ainda serão apurados. “Em algumas lavouras, a situação está bem crítica”, pontua.
Na propriedade de Cássio Fernando Hermes, localizada na área rural de Venâncio Aires, o vendaval chegou a arrancar um eucalipto com cerca de 80 anos. “Agora vamos usar a madeira para cerca”, diz. E completa: “foi aterrorizante o vendaval. Só tivemos a dimensão exata quando o dia amanheceu”. Na lavoura, onde produz fumo e milho, assim como com a criação de gado de corte, o produtor não registrou problemas dessa vez.
Cristiano Laste, do escritório regional da Emater em Lajeado, enfatiza que o produtor gaúcho está passando por um período de adaptação ao clima. “O produtor terá que se moldar, conforme a necessidade e as adversidades do clima. Daqui para frente, terá que haver uma organização muito grande nas propriedades para evitar prejuízos”, alerta.
O especialista sugere atenção a fatores como reservas alimentar e financeira nas propriedades e investimentos em equipamentos como gerador próprio de energia. “Ele terá que buscar segurança para a produção”, afirma. E, ainda, rever o planejamento de áreas com reflorestamento, considerando um manejo adequado e propondo a substituição de espécies de árvores maiores próximas a redes de energia, por exemplo. “Em alguns casos, é indicada a substituição por árvores de porte menor, com uma estrutura mais adequada”.
A Defesa Civil divulgou na manhã desta quarta-feira (17/01) que ao menos 49 cidades do Rio Grande do Sul registraram estragos causados pelo temporal que atingiu o Estado na noite de terça. Os danos são consequência da chuva e vento fortes, queda de granizo e descargas elétricas. Em Cachoeirinha, uma pessoa morreu e mais de 100 pessoas ficaram desalojadas. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Teutônia o vento chegou a 126,7 km/h. (Globo Rural adaptado pelo SINDILAT/RS)
EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1798 de 18 de janeiro de 2024
BOVINOCULTURA DE LEITE
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a oferta de água para dessedentação permanece de boa qualidade nos açudes, que estão com níveis elevados. As temperaturas também estão adequadas para o bem-estar das matrizes.
Já na de Caxias do Sul, as altas temperaturas seguem prejudicando o bem-estar animal, reduzindo o consumo e impactando a produtividade dos rebanhos.
Na de Frederico Westphalen, os produtores estão conseguindo manter sob controle os custos de produção graças à melhoria na disponibilidade de forragens e à diminuição dos preços da ração.
Na de Passo Fundo, os animais têm mantido o volume de produção e o escore corporal, assim como o estado sanitário. Os produtores continuam a utilizar alimentos conservados, complementados com rações, conforme as necessidades nutricionais.
Na de Pelotas, as altas temperaturas estão causando estresse térmico, afetando a produção leiteira e a reprodução dos animais.
Na de Santa Maria, a oferta adequada de forrageiras aos animais, complementada por ração e silagem, tem garantido produção satisfatória.
Na de Santa Rosa, na temporada de pastagens de verão, os custos de produção de bovinos de leite são reduzidos pela maior oferta forrageira, embora seja necessário tratar ectoparasitas devido à proliferação de mosca-dos-chifres, berne e carrapato nos rebanhos.
Na de Soledade, a abundância de pasto impulsiona a produção de leite, diminuindo os custos, mas a necessidade de complementação com concentrados mantém a lucratividade no setor limitada.
As informações são da EMATER/RS, adaptadas pelo SINDILAT/RS
Jogo Rápido
PREVISÃO METEOROLÓGICA (19 A 21 DE JANEIRO DE 2024)
Os próximos sete dias permanecerão com umidade e calor no RS. Na sexta-feira (19), ainda ocorrerão pancadas de chuva nas faixas Norte e Leste, com tempo seco no restante do Estado. No sábado (20) e domingo (21), o tempo permanecerá firme, com grande variação de nuvens e temperaturas próximas de 30°C na maioria das regiões, apenas nas seções Noroeste e Norte são esperadas pancadas de chuva. Na segunda (22) e terça-feira (23) as temperaturas estarão amenas, com grande variação de nuvens e pancadas isoladas de chuva na maioria das regiões. Na quarta-feira (24) o tempo seco vai predominar em todo Estado. Os totais previstos deverão oscilar entre 35 e 50 mm na maior parte do Centro-Leste do Estado. Na Campanha, Missões e Alto Uruguai, os volumes serão mais elevados e deverão oscilar entre 50 e 80 mm. Na Fronteira Oeste os valores estimados deverão superar 100 mm e poderão alcançar 150 mm em algumas localidades. (SEAPI)