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20/11/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 20 de novembro de 2023                                               Ano 17 - N° 4.027


Produtores de leite devem ficar atentos à onda de calor

A onda de calor que vem atingindo vários estados brasileiros traz um alerta para cuidados com a hidratação, saúde e bem-estar. Isso vale também para os animais. Em bovinos, por exemplo, o estresse térmico pode causar alterações na frequência respiratória (respiração ofegante), redução na ingestão de matéria seca (menor busca por consumo de alimentos) e, consequente, queda na produção de leite.

O pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Adriano de Souza Guimarães, dá dicas que podem ajudar a diminuir o estresse térmico e dar mais conforto ao gado neste período de temperaturas extremas. O primeiro ponto é a oferta de água, nutriente essencial para a vida humana, animal e vegetal.

“A água deve ser ofertada em quantidade e qualidade”, destaca o pesquisador, lembrando que a necessidade de água varia em função de aspectos intrínsecos como raça, idade, lactação, sexo, alimentação, dentre outros. “Vacas maiores bebem mais água, pois ingerem maior quantidade de alimento. Animais taurinos bebem mais água que os zebuínos (mais adaptados às condições tropicais). Vacas em lactação têm maior exigência hídrica, pois perdem mais água nos processos de secreção do leite e ordenha. Vacas gestantes necessitam de mais água do que novilhas e vacas secas, por exemplo”.

As temperaturas muito acima do normal e a baixa umidade do ar, características da onda de calor também interferem na necessidade de água pelos animais. “Em situações de estresse térmico, o gasto energético dos animais é maior na tentativa de dissipar o calor. Por características de fermentação e fisiologia do rúmen é comum que os bovinos optem por água em temperaturas mais altas (a literatura aponta entre 25ºC e 30ºC) e tendem a reduzir o consumo em temperaturas inferiores a 15ºC, mas, em períodos atípicos, como este que estamos vivenciando, a água um pouco mais fresca, seguramente vai ajudar a amenizar o estresse por calor”, informa o pesquisador.

Adriano Guimarães ressalta a importância de se reduzir o deslocamento do animal na busca por hidratação. “O ideal é que haja bebedouros em diferentes pontos, como nas salas de espera, na saída da sala de ordenha, corredores, currais de alimentação (pista de trato) e piquetes. Também é preciso pensar na higienização dos bebedouros. Já existem mecanismos de drenagem bem eficientes e práticos, como os cochos d’água basculantes para facilitar esse trabalho de limpeza”, acrescenta.

Medidas
Outras maneiras de se garantir o conforto animal diante das altas temperaturas são: proteger os animais do sol, pela opção por locais sombreados, de forma natural (árvores) ou artificial (sombrites); o uso de mecanismos de ventilação e de aspersão (ex. na sala de espera ou linha de cocho) e ou em salas de resfriamento, prática comum em sistemas de confinamento mais tecnificados.

“Pequenas mudanças na rotina de alimentação podem ainda contribuir para amenizar os impactos negativos do estresse calórico de bovinos no que se refere ao desempenho animal. Dividir porções, ou seja, fracionar a dieta ao longo do dia (ofertando mais vezes) tende a reduzir as oscilações de consumo alimentar do rebanho”, completa Adriano Guimarães.

As informações são do Diário do comércio, adaptadas pela equipe MilkPoint. 


Produção de Leite na Região Sul: Uma Visão Abrangente

Produção de Leite - A região Sul, conhecida por sua tradição agropecuária, tem vivenciado variações no setor leiteiro nos últimos três anos. A produção de leite, o tamanho do rebanho e a produtividade são fatores que demonstram a complexidade e o dinamismo desse segmento na região.

Evolução da Produção ao Longo dos Anos

Em 2020, os produtores da Região Sul registraram uma produção de 12.058.038 litros de leite. No ano seguinte, em 2021, esse número apresentou uma ligeira queda, totalizando 11.977.983 litros. O decréscimo continuou, embora de forma sutil, em 2022, quando a produção alcançou 11.695.873 litros. Mesmo que a diminuição não seja drástica, ela reflete desafios enfrentados pelos produtores, que podem estar relacionados a diversos fatores, desde questões climáticas até aspectos econômicos e de manejo.

Destaque dos Estados Produtores

Dentre os estados da região Sul, o Paraná se destacou em 2022 como o maior produtor, com uma expressiva marca de 4.472.406 litros. O Rio Grande do Sul não ficou muito atrás, contribuindo com 4.070.650 litros, enquanto Santa Catarina completou o trio com uma produção de 3.152.817 litros. Juntos, esses estados representam a força leiteira da região Sul.

Dinâmica do Rebanho Leiteiro

Quando olhamos para o número de vacas ordenhadas, a tendência também é de retração. Em 2020, foram ordenhadas 3.300.322 vacas. Esse total sofreu uma diminuição em 2021, com 3.231.455 vacas ordenhadas. Em 2022, o número reduziu ainda mais, chegando a 3.142.536. A redução no rebanho ordenhado pode ser um dos reflexos – e talvez uma das causas – da queda na produção de leite.

A Ascensão na Produtividade

Um ponto de destaque é a produtividade média por vaca, que tem mostrado uma tendência ascendente ao longo dos anos. Em 2020, foi registrada uma produtividade de 3653,6 litros por vaca. No ano seguinte, houve um aumento para 3706,6 litros. E em 2022, esse número cresceu ainda mais, chegando a 3721,8 litros por vaca ao ano. Esse padrão ascendente reflete possivelmente a adoção de melhores práticas, tecnologias e manejo no setor.

Fonte: IBGE/Elaboração www.terraviva.com.br

Go: governo propõe FCO especial para cadeia do leite

Com o intuito de fortalecer a cadeia produtiva do leite em Goiás, o Governo Estadual propôs ao Ministério do Desenvolvimento Regional a criação de uma linha de crédito específica dentro do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) externo para a bovinocultura leiteira. O FCO Leite visa oferecer taxas de juros mais baixas e um período de carência mais longo para pagamento, concentrando-se em financiar projetos que enfatizem o aprimoramento genético dos rebanhos.

A proposta para a criação do FCO Leite está sob análise do Conselho Deliberativo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/Sudeco), órgão responsável pela gestão do FCO. Segundo a sugestão, esta nova linha de crédito terá taxas de juros equivalentes ao FCO Verde, aproximadamente 7% ao ano, e um prazo de pagamento de até 15 anos, incluindo uma carência de quatro anos, período não incluído na quitação do financiamento. Além disso, a proposta contempla uma taxa de juros zerada para aquisição de material genético.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende, destaca: “Nosso foco principal é estimular o avanço genético do rebanho leiteiro em Goiás. Já possuímos algumas fazendas que são referências globais em genética avançada. a esse material. Investir em genética de alto nível significa valorizar o nosso produto, seja o leite ou o próprio animal, e isso é crucial para a sustentabilidade da cadeia."

Para viabilizar esses investimentos, aproximadamente R$ 300 milhões dos recursos disponíveis através do FCO já foram reservados para projetos nesse segmento. César Moura, secretário da Retomada e presidente do Conselho de Desenvolvimento do Estado (CDE), gestor do FCO em Goiás comentou a respeito. "A previsão é atender cerca de 2.500 pequenos produtores goianos com o FCO Leite, uma iniciativa do governador Ronaldo Caiado, que despertou o interesse da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) para ampliá-la a todos os estados da região" ressalta o secretário. (AGROLINK)


Jogo Rápido

ÚLTIMAS VAGAS: 2ª edição do Programa de Formação em Qualidade do Leite está com inscrições abertas
Após grande adesão em sua primeira edição, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) em parceria com a Univates, lança a segunda edição do Programa de Formação em Qualidade do Leite: Formação de Laboratoristas. “Tivemos uma turma lotada e estamos registrando uma grande procura pela formação para melhorar a qualidade do leite tanto no setor da indústria quanto nas fazendas. Este curso foi elaborado para formar laboratoristas altamente qualificados e atualizados nas melhores práticas e legislações vigentes”, aponta Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS. Podem participar da formação profissionais da área agropecuária, estudantes em campos relacionados e laboratoristas que desejem aprimorar seus conhecimentos. Para se inscrever é preciso acessar o link. Para mais informações é possível entrar em contato pelo telefone (51) 99614-5442 ou e-mail comercial@univates.br. O curso será realizado nos dias 27, 28, 29 e 30 de novembro, com aulas no formato virtual síncrono e presencial para prática. O conteúdo está baseado na introdução ao setor leiteiro a até metodologias aplicadas nas análises de plataforma, incluindo questões como legislação e boas práticas, aplicação das leis da propriedade à indústria, noções de boas práticas agropecuárias, análises de plataforma, utilização de equipamentos como crioscópio e medidor de densidade relativa, realização de diversos testes como Alizarol, antibióticos, acidez, autonomia em testes e execução de testes aleatórios em amostras de leite para conferir autonomia aos estudantes. (SINDILAT)


 

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