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08/11/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 08 de novembro de 2023                                               Ano 17 - N° 4.019


Balança comercial de lácteos: outubro volta a apresentar aumento nas importações
 
Para o mês de outubro, o saldo da balança comercial de lácteos voltou a ficar mais negativo quando comparado com o mês anterior. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo registrado no último mês chegou a -181 milhões de litros em equivalente-leite, uma queda de 37 milhões em relação a setembro de 2023, conforme pode ser observado no gráfico 1.
 
Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.
 

 
As exportações registraram uma nova alta no último mês. Com um volume de 7,7 milhões de litros em equivalente-leite exportados, outubro encerrou com um avanço mensal de 26,2% (+1,6 milhão de litros) nas exportações, como mostra o gráfico 2. Apesar desse aumento percentual, os volumes exportados permanecem em níveis baixos e também menores quando comparados com o mesmo período de 2022. De janeiro a outubro, o Brasil exportou 44,6% a menos (-49,9 milhões de litros) em comparação com o mesmo período do ano passado.
 
Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.
 

 
Do lado das importações, após o expressivo recuo em setembro, o volume importado voltou a aumentar. Com um total de 188,5 milhões de litros em equivalente-leite importados, o avanço mensal foi de +26,9% (+38,8 milhões de litros de leite), como mostra o gráfico 3. No comparativo anual, o volume de outubro ficou 12,9% superior vs outubro/22. E nos primeiros 10 meses deste ano, o volume importado é 77% maior do que no mesmo período de 2022.
 
Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.
 

 
Analisando a variação para os principais produtos importados, vemos que o leite em pó integral, principal categoria láctea importada pelo Brasil, apresentou um avanço no mês de +23%. As importações de queijos em outubro cresceram 16%, se comparado a setembro. E o principal destaque foi a categoria de leite em pó desnatado, que apresentou variação mensal de +58%.
 
Outras categorias de menor participação no volume importado diminuíram no mês, tais como: iogurtes (-43%), soro de leite (-52%) e outros produtos lácteos (-13%).
 
Já entre as categorias exportadas, o leite condensado teve uma pequena diminuição no mês (-2%), creme de leite (-28%) e leite UHT (-11%). O grupo de soro, que chegou a atingir volume recorde de exportação em setembro, teve um recuo de -13%. Por outro lado, as exportações de queijos cresceram, com um aumento de 82% se comparado a setembro.
 
As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de setembro e agosto deste ano.
 
Tabela 1. Balança comercial de lácteos em outubro de 2023
 

 
Tabela 2. Balança comercial de lácteos em setembro de 2023.
 

 
O que podemos esperar para os próximos meses?
Nos últimos meses, os preços internacionais dos lácteos, incluindo do Mercosul (nossos principais fornecedores) mostraram recuperação, o que tem diminuído a competitividade de preços do produto importado em comparação com o nacional. Além disso, a produção de leite na Argentina e no Uruguai está começando a diminuir, de acordo com o padrão sazonal típico da produção nesses países, o que deve resultar em menor disponibilidade de produtos para novas vendas. Nesse cenário, o volume de lácteos importados pelo Brasil tende a diminuir nos próximos meses.
 

Como lidar com a volatilidade da demanda no setor de laticínios?

Em mais uma edição recorde, o Dairy Vision 2023 teve início nesta terça-feira, 07/11. Neste primeiro dia de evento, a Expo Dom Pedro, em Campinas/SP, recebeu mais de 400 agentes de transformação do setor lácteo. A primeira sessão do evento trouxe perspectivas do que esperar no panorama nacional e internacional no setor lácteo. Mesmo ressaltando a dificuldade na exatidão na resposta, Scott Briggs, Diretor Administrativo na National Milk, Austrália, que teve como tema da sua palestra ”O novo paradigma para a oferta de leite: como a demanda será suprida?”, ajudou o público presente a compreender as implicações na oferta atual. “A inflação e a deflação vão estar cada vez mais presentes, isso vai gerar cada vez mais volatilidade da demanda, o que resulta em volatilidade também, dos produtos lácteos”, explicou Scott, destacando que a oferta deve vir de uma origem que consiga lidar com a volatilidade da demanda. Valter Galan, Diretor Técnico e de Novos Negócios na MilkPoint Ventures, trouxe os principais aspectos de onde e como o leite vai crescer no Brasil. Valter pontuou que os principais fatores associados ao crescimento brasileiro na produção de leite são: condições favoráveis de clima e disponibilidade de água, disponibilidade de grãos e matérias primas para alimentação, cooperativas atuantes e efetivas, aspectos culturais do produtor, proximidade da demanda, benefícios tributários estaduais e regionais e outro, e destacou: “É importante ressaltar que nem todos esses fatores estão associados ao crescimento observado em todas as regiões brasileiras”, destacou Galan. Valter citou também sobre os clusters de produção do país. “O Brasil produz leite em 99% dos municípios, sim, mas a produção vai se concentrar em alguns clusters de excelência da produção”. Os principais clusters citados são: Sul, Centro Oriental, Triângulo Mineiro, Sul MG/ZM, Central/MG, Sul/ GO, Central/GO, Agreste PE, AL, SE e Cearense. “Os clusters representam 60% da produção total de leite do Brasil”, disse. A terceira palestra da primeira sessão visou trazer as perspectivas do nosso vizinho que, embora esteja passando por um momento difícil e de instabilidade, tem tentado contornar a situação e investido na produção leiteira. Com o tema “Argentina: é possível voltar a crescer como antes”, Jorge Giraudo, Diretor Executivo do Observatório Argentino da Cadeia Láctea (OCLA), trouxe as perspectivas para o setor lácteo na Argentina. “Hoje a Argentina tem 1,5 milhões de vacas em produção, com 11,5 milhões de litros sendo produzidos. E apesar do alto consumo, a Argentina exporta cerca de 25% de sua produção”, destacou Jorge, que apontou ainda o desafio de crescimento: “Atualmente, o crescimento na produção é cada vez mais difícil. Cada litro de leite produzido a mais, é mais difícil de conquistar do que nos anos anteriores, mas ainda sim há investimentos, e o principal deles tem sido em genética”, relatou Giraudo, além de citar a intensificação da produção. “Hoje 25% da produção argentina já é intensiva, e tecnologias de monitoramento e automatização também têm crescido no país”, conclui. 

Concluindo o primeiro painel, Mercedes Baraibar, Economista na Área de Informação e Estudos Econômicos, Inale, Uruguai, falou sobre as Mudanças e perspectivas para o setor lácteo no Uruguai. O país tem como base, ser uma produção extensiva com suplementação, alto nível de sanidade, status genético elevado e reconhecido mundialmente, rastreabilidade, cumprimento de exigências internacionais de qualidade e crescente incorporação de tecnologia. 

Mercedes destacou as dificuldades no país. “Por conta do alto volume exportado (cerca de 70% da produção) o Uruguai tem como desafio a grande volatilidade dos preços internacionais”, relatou.

Assim como a Argentina, o Uruguai também tem investido no setor. “Sistemas de produção sustentáveis estão sendo testados e experimentados, assim como há a evolução no monitoramento, na rentabilidade, no balanço de nutrientes, e gases efeitos estufa têm sido temas abordados no país”, destaca. 

O fim da primeira sessão contou com um painel de discussão com todos os especialistas. Os gaps do balanço de oferta e demanda retomaram durante o debate. Scott destacou a importância de criar ferramentas para ajudar com a volatilidade do produto no mercado nacional. Além desse e outros temas, a necessidade de adaptação frente às alterações climáticas e impactos que pode gerar para a indústria foram abordados.  

Confira as matérias sobre os demais blocos do 1º dia:

Estratégia de negócios aplicadas à indústria láctea

Quais as novas fronteiras que o setor lácteo pode alcançar?

As informações são do Milkpoint

NÃO FIQUE DE FORA: Abertas as inscrições para o 3º Prêmio Referência Leiteira

O concurso referência no reconhecimento das melhores práticas na produção leiteira gaúcha já está com as inscrições abertas para a sua 3ª edição. Para participar do Referência Leiteira, que é promovido por Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Emater/RS e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), os produtores devem contatar os escritórios municipais da Emater/RS para acessar a Ficha de Inscrição. A data limite para o protocolo da documentação é o dia 17 de novembro.
As informações precisam ser preenchidas e a Ficha de Inscrição deve ser assinada pelo produtor com o auxílio de um técnico responsável, ou da Emater/RS, ou da indústria ou da cooperativa de laticínios. O passo seguinte é entregar o documento no Escritório Municipal da Emater/RS que vai atestar o recebimento e enviar para o Sindilat/RS.

Podem se inscrever para disputar a premiação na categoria Propriedade Referência em Produção de Leite, fazendas localizadas no Rio Grande do Sul que tenham sistemas de criação a pasto, com suplementação de silagem e ração, ou em semiconfinamento ou confinamento. Para aferição das propriedades vencedoras nestas categorias será considerado o somatório da pontuação em termos de: Produtividade do Fator Terra (litros de leite/hectare/ano), Produtividade do Fator Mão de Obra (litros de leite/pessoa/ano) e Qualidade do leite, baseado nos resultados das análises mensais realizadas em laboratórios oficiais da Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL), além de uma bonificação por certificação de propriedade livre de tuberculose e brucelose.

A premiação, vai distinguir as três propriedades que atingirem os melhores índices em cada um dos dois sistemas. A produção pode ser individual ou coletiva e deve estar vinculada à indústria de laticínios que adquire leite no Estado. Cada vencedor será premiado com um troféu, certificado e um notebook. A divulgação dos resultados e a entrega dos prêmios ocorrerão durante a Expointer 2024.
Para março de 2024, está prevista a abertura das inscrições para as seis categorias de Cases do 3º Prêmio Referência Leiteira: Inovação, Sustentabilidade Ambiental, Bem-estar Animal, Protagonismo Feminino, Sucessão Familiar e Gestão da Atividade Leiteira.

Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS e vice-coordenador da premiação, reforça os objetivos da iniciativa. “O intuito do prêmio seguem sendo a valorização dos produtores de leite do Rio Grande do Sul, o incentivo às boas práticas de produção e ao uso de tecnologias no campo, além de permitir a mensuração dos resultados para que tenhamos um panorama real dos indicadores de produtividade e qualidade do leite no Rio Grande do Sul”, assinala. (SINDILAT/RS)


Jogo Rápido

LACTALIS DO BRASIL INAUGURA QUEIJARIA EM UBERLÂNDIA E AMPLIA PRODUÇÃO DE MANTEIGAS
Uberlândia, 7 de novembro de 2023 – A Lactalis do Brasil inaugurará, nesta quinta-feira (9/11), uma nova fábrica de queijos no Distrito Industrial de Uberlândia, Minas Gerais (MG). Foram investidos R$ 100 milhões na construção da queijaria, contígua à fábrica da Itambé, sua subsidiária integral, que já operava com produção de leite em pó e manteiga. A previsão é processar 1 mil toneladas de queijo ao mês. O investimento também viabilizou a reformulação da fábrica de manteigas, que dobrou a capacidade de processamento de 500 toneladas/mês para 1 mil toneladas/mês. Ao todo, a planta deve aumentar sua recepção de leite para 1,6 milhão de litros por dia e ampliar seu processamento total das atuais 4 mil toneladas/mês para 5,5 mil toneladas nos próximos meses. O evento, marcado para 14h, contará com a presença do Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin, além de outras lideranças e autoridades. Segundo o presidente da Lactalis para Brasil e Cone Sul, Patrick Sauvageot, com a ampliação, a fábrica passará a gerar mais de 500 empregos diretos e 2.500 empregos indiretos. “Com esse investimento, a Lactalis reforça seus elos com a comunidade e produtores rurais da região de Uberlândia, ampliando empregos e gerando renda de forma sustentável”, salienta. Maior empresa de produtos lácteos do mundo, a Lactalis completou 90 anos de atuação em outubro e lançou seu propósito global de “Nutrir o Futuro”. Entre as metas apontadas, está o cuidado com as pessoas e o planeta. Para isso, a empresa está disposta a transformar o seu negócio, métodos e ferramentas de forma a buscar sistemas mais eficientes e com menor impacto ambiental. A meta é que a produção se torne carbono neutro até 2050. Nos planos do grupo francês também estão investimentos em geração de empregos, desenvolvimento de produção local e qualificação dos talentos alinhados com os valores do grupo: ambição, determinação e simplicidade. (Jardine Comunicação)


 

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