Pular para o conteúdo

18/08/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 18 de agosto de 2023                                                       Ano 17 - N° 3.969


Encontro Dos Produtores Brasileiros de Leite debate importações

O Encontro dos Produtores Brasileiros de leite ocorreu durante a tarde de ontem (16/08) no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. Organizado pela Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite (FPPL), o evento reuniu produtores de leite de todo o país, além de federações de agricultura e pecuária, sindicatos e outras entidades representativas do setor.

A mesa foi composta pela Deputada Ana Paula Junqueira Leão, Presidente da Frente Parlamentar em apoio ao Produtor de Leite (FPPL); Deputado Tião Medeiros, Presidente da Comissão de Agricultura Pecuária Abastecimento e Desenvolvimento Rural; Deputado Pedro Lupion, Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária; Elizabeth Nogueira Fernandes, Chefe Geral da EMBRAPA Gado de Leite; Márcio Lopes de Freitas, Presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB); Geraldo Borges, Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite; Rodrigo Rollemberg, Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); Carlos Ernesto Augustin, Assessor Especial do Ministério da Agricultura e Pecuária; Paulo Teixeira, Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Marcela Carvalho do MDIC representando o Vice-presidente Geraldo Alckmin; Rafael Pezenti; Secretário da FPPL; Deputada Marussa Boldrin, Vice-presidente da FPPL e o Deputado Evair de Melo.

Após apresentação da campanha em apoio aos produtores, Ana Paula Leão, Presidente da FPPL, destacou a importância da atividade no país e enfatizou a situação das importações. “Estamos presentes em 99% dos municípios do país, geramos empregos e renda a mais de 4 milhões de famílias brasileiras (...) Não há em nosso país quem possa ganhar com o indigerível cenário das importações predatórias”.

A Presidente da Frente Parlamentar ainda destacou a urgência em valorizar o produto nacional e os prejuízos causados pela importação. “É urgente a valorização, por todas as esferas políticas, do leite nacional, e claro do seu produtor. E hoje, a valorização passa pela defesa comercial, pois existe concorrência desleal que desequilibra, desestrutura e desestimula a produção, a cadeia econômica da atividade leiteira e o nosso mercado nacional. Enfrentamos uma das piores crises da pecuária nacional de leite, a importação predatória do produto, principalmente da Argentina e do Uruguai, superou e muito, a média histórica. O ingresso do volume escandaloso de leite no país provocou, e continua provocando, o súbito recuo dos preços, impactando o produtor nacional. Essa situação exige medidas imediatas”, destacou Ana Paula.

Em linha com a Presidente Ana Paula, todas as entidades e autoridades presentes puderam se mostrar solícitos com a causa e demonstraram estar à disposição para buscar uma solução o mais rápido possível em prol dos produtores e da produção de leite nacional.

Marcela Carvalho, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços que representou o Vice-presidente Geraldo Alckmin e o Ministro Paulo Teixeira, encerraram o primeiro painel do evento citando as medidas já tomadas pelo governo em prol dos produtores, como por exemplo a retirada dos 29 itens da resolução 353, que voltam a ter a tarifa normal, elevação da alíquota de 12,8% para 18% e elevação da alíquota de alguns derivados.

No segundo painel, a voz do produtor de leite no congresso nacional: frente parlamentar em apoio ao produtor de leite, os representantes das entidades solicitaram a fiscalização na forma de produção e nas importações para garantir a paridade burocrática entre os produtores nacionais e estrangeiros.

Deputados e entidades defenderam a proteção do produtor de leite brasileiro e argumentaram que a compra de leite em pó pelo governo federal não vai amenizar a crise do setor leiteiro, que são necessárias medidas extremas e urgentes, além de um plano para médio e longo prazo. (As informações são do MilkPoint, captadas durante a Live de transmissão do evento no YouTube)


A fraca demanda da China pode fazer os preços globais caírem ainda mais 

Elevados estoques de leite em pó integral (WMP), preços internacionais altos e subsídios governamentais para a autossuficiência doméstica impactaram as importações chinesas de lácteos em 2022. A tendência continuou em 2023, com quedas recordes de importações no primeiro semestre do ano em comparação com o ano anterior. A demanda por lácteos declinou em meio a uma onda de calor em todo o país e uma desaceleração no crescimento econômico.Há uma forte correlação entre o crescimento econômico da China e as importações de lácteos. Na primeira metade do ano (janeiro-junho), às importações totais de produtos lácteos caíram 15,2% em relação ao ano anterior.Principais tendências
- Importações chinesas de lácteos continuarão em declínio em 2023
- As importações atuais estão no menor nível em cinco anos
- As importações de WMP recuaram 45%
- A tendência é de que a produção doméstica continue alta
- A disponibilidade domésticas, demanda, margens, clima, e inflação devem continuar sendo monitorados para determinar para onde vão as importaçõesSoro de leite e queijo contrariam a tendência
A maioria das categorias de produtos importados pela China declinaram durante o período, exceção para o queijo e requeijão e produtos de soro de leite, contrariando a tendência. As importações de produtos de soro de leite subiram para alimentar o rebanho de suínos. Com a política de zero-Covid agora suspensa, a demanda por queijo aumentou a partir do setor de hotelaria, e as importações aumentaram 12,8%.

Pós, leite e manteiga declinam
As importações de WMP caíram 44,9% na primeira metade do ano. Compras de Leite e Creme, Manteiga e Butteroil caíram 24,9% e 14,3%, respectivamente.

A falta de demanda por parte do setor de panificação, confeitaria e indústrias de processamento de alimentos pesaram sobre as importações de manteiga. Todos os principais países exportadores viram os embarques de produtos lácteos para a China caírem, exceto os Estados Unidos da América (EUA). A Nova Zelândia continua a ser o maior exportador de lácteos para a China, mas na comparação interanual as remessas despencaram 22,5% no primeiro semestre do ano. As exportações a partir da Austrália declinaram cerca de 20% e a União Europeia (UE) enviou 13,8% menos  produtos. Apenas os EUA mostraram crescimento das remessas, que foi de 19,2% no período.

Aumento da oferta doméstica
Em 2023, a produção de leite da China deverá aumentar 4,6% em relação a 2022 atingindo 41 milhões de toneladas de acordo com as últimas estimativas realizadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em julho. A produção de WMP pela China está prevista para alcançar 1,12 milhões de toneladas, dado o forte crescimento da produção doméstica de leite. Com a oferta de leite ultrapassando a demanda, o governo local alocou recursos para subsidiar a industrialização de WMP nas principais regiões produtoras de leite.

A demanda da China por WMP encontra-se estagnada atualmente. A China é um dos principais importadores de WMP e tem forte influência sobre os preços do mercado global. Essa queda de importação está sendo responsável pela fraqueza observada nos mercados globais.

A contínua queda da demanda da China é importante porque além de ter influência nos mercados globais, impacta também no preço do leite ao produtor no Reino Unido. A queda de 7,4% no último GlobalDairyTrade mostra que pode haver mais fraqueza e os preços caírem ainda mais. (Fonte: Dairy Industries – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
           


Uruguai: Conaprole projeta queda no preço do leite

O diretor da cooperativa de lácteos do Uruguai, Conaprole, Daniel Laborde, declarou nesta quarta-feira à rádio Valor Agregado Carve que a queda no preço do leite para as entregas de agosto será de cerca de US$ 0,10 por litro. A cooperativa pagou um preço médio de US$ 0,45 (17,11 pesos) por litro pelo leite captado em julho.

"O preço de referência para agosto ficará entre 35,5 e 36,5 centavos, mas anunciaremos o valor final no início da próxima semana", anunciou. A confirmar-se este valor, a correção do preço do leite da principal indústria de laticínios do país será da ordem dos 20%. Dada a complexidade dos mercados externos, a cooperativa tomou a decisão de definir o preço do leite mês a mês para a próxima primavera.

Laborde disse que o mercado externo ainda está muito deprimido e com o Brasil "complicado" pelo lobby dos produtores brasileiros para conter as importações. O diretor informou que há dificuldades para cruzar a fronteira com negócios já fechados.

Chegou nesta terça-feira (15/08) a notícia de que a Alimentos Fray Bentos planeja fechar agosto com redução de 40% no preço pago aos seus fornecedores em relação ao valor pago em julho.

No caso da indústria de Claldy, um produtor  comentou que está ciente de que haverá uma redução no preço do leite. “Nas reuniões que tivemos com o Conselho de Administração, eles nos disseram que a queda de preço não será tão abrupta. Ainda não temos nada de concreto", afirmou. Ele acrescentou que certamente haverá uma definição mais clara assim que o Conaprole oficializar quanto será a redução que será aplicada aos seus remetentes. (As informações são do Tardáguila Agromercados, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)


Jogo Rápido

CILeite: Indicadores do Mercado de Leite e Derivados
Indicadores Leite e Derivados - As importações brasileiras de leite alcançaram o equivalente a 180,0 milhões de litros em julho/23, volume bastante elevado apesar de queda em relação ao mês anterior. As exportações sofreram queda de 15,7% na comparação com julho do ano passado. O volume embarcado no último mês foi de apenas 5,8 milhões de litros-equivalentes. No período jan-jul de 2023, o déficit na balança comercial de lácteos foi de US$ 600 milhões, correspondentes ao volume equivalente de 1.189 milhões de litros de leite. O preço internacional do leite em pó integral foi cotado no início de agosto a US$ 2.864/tonelada, queda de 8,3% em relação a julho de 2023. Na mesma base de comparação, o leite em pó desnatado registrou queda de 2,4%, comercializado a US$ 2.454/ tonelada. (Fonte: CILeite/Embrapa)


 
 
 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *