Pular para o conteúdo

03/08/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 03 de agosto de 2023                                                       Ano 17 - N° 3.958


Governo comprará leite em pó para equilibrar oferta nacional

Setor enfrenta uma crise com a concorrência de produtos lácteos importados do Uruguai e da Argentina

O governo federal deverá anunciar, na próxima semana, a compra de leite em pó pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) como forma de ajudar o setor da pecuária leiteira nacional, que enfrenta uma crise com a concorrência de produtos lácteos importados do Uruguai e da Argentina, disseram duas fontes.

Apesar da queda nos preços pagos aos produtores brasileiros, o índice não está abaixo do preço mínimo estipulado pela Conab e por isso o governo deverá aplicar a modalidade de Compra com Doação Simultânea.As áreas do governo federal envolvidas no tema ainda discutem os detalhes da medida em Brasília, mas há demanda para aplicação de R$ 100 milhões para a aquisição do leite, de acordo com uma fonte. O valor, no entanto, ainda não está definido. O anúncio deverá ocorrer na próxima terça-feira (08/08).

O leite deverá ser doado em cestas básicas e também destinado ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). "O presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva] determinou que o leite e seus derivados sejam incluídos no PNAE. Vai criar uma demanda enorme por produtos de leite e isso deve equilibrar os preços ao produtor brasileiro", disse uma das fontes.

O preço mínimo do leite no Sudeste e no Sul do país está em R$ 1,88 por litro. No Centro-Oeste, com exceção de Mato Grosso, o preço é de R$ 1,87 por litro. No Norte e em Mato Grosso, o valor é de R$ 1,38 por litro. Já no Nordeste, o índice é de R$ 2,17 por litro.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) , o preço médio no Rio Grande do Sul, Estado em que os produtores têm protestado contra as importações, ficou em R$ 2,35 por litro em junho deste ano. No Brasil, a média de preços pagos aos pecuaristas foi de R$ 2,55 por litro naquele mês.

O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou, na reunião de julho, uma resolução que retira a desoneração para a importação de alguns derivados de leite, como whey protein, aprovada na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Produtos como lactalbumina, incluindo os concentrados de duas ou mais proteínas de soro de leite, terão a tarifa de importação majorada de 4% para 11,2%. Outros complementos alimentares saem de 0% para 12,8%.

"Mas o impacto é pequeno. O grande impacto, para equilíbrio dos preços os produtores, será com a compra de leite pelo governo", disse uma fonte. (Globo Rural / Valor Econômico)


Interleite Brasil 2023 aborda os principais desafios da cadeia leiteira atual

Em sua 21ª edição, o Interleite Brasil 2023, realizado pelo MilkPoint, da MilkPoint Ventures, com os apoios do Sistema FAEG/Senar, Sebrae Goiás e demais parceiros, teve início ontem (02/08), em Goiânia, no Centro de Convenções de Goiânia.  

Além de Marcelo Carvalho – CEO da MilkPoint Ventures, a mesa de abertura contou com a presença de Antônio Carlos de Souza Lima Neto – Superintendente do Sebrae Goiás, Dirceu Borges - Superintendente do Senar Goiás, Jair José Antônio Borges - Presidente do Sindileite Goiás, Geraldo Borges – Presidente da Abraleite, Luís Alberto Pereira - Presidente do Sistema OCB/GO e com o Governador do Estado de Goiás – Ronaldo Caiado. 

Além das autoridades presentes no evento, mais de 1300 pessoas estiveram presencialmente prestigiando o primeiro dia de Interleite Brasil 2023, além de 100 na modalidade online, entre eles, os principais representantes do setor como técnicos, consultores, produtores, empresas de insumos, entidades e estudantes.

O primeiro painel do Interleite Brasil trouxe à tona a pauta melhorando o ambiente de negócios na atividade leiteira. Como ponto de partida, Valter Galan, diretor técnico e de novos negócios no MilkPoint Ventures, abriu o evento com a palestra "Porque é importante olharmos para o ambiente de negócios no leite?". 

“A gente vê a nossa produção há praticamente dez anos praticamente estagnada. Atualmente, vendemos volumes iguais a 2010, 2009". Valter ressaltou que atualmente há uma grande saída de produtores da atividade e que mesmo com o crescimento dos grandes produtores, eles não conseguem suprir o volume dos que estão caindo em produtividade. Ele ainda pontua que não estamos ganhando competitividade no mercado internacional, e continuamos importadores. 

Para facilitar o percurso da cadeia, algumas iniciativas vão na direção de uma maior transparência quanto ao fluxo de informações, como abordado na palestra “Duas experiências diferentes para maior transparência no mercado: câmara de conciliação do leite em Goiás e Conseleite: aprendizados e evolução”.

Paulo Scalco, Professor e Pesquisador na Universidade Federal de Goiás acredita que  “o grande ganho da cadeia foi o aumento da transparência da relação entre produtor e indústria”. Os boletins mensais disseminam a informação de forma pública e como é baseado numa cesta de produtos lácteos, mostra o resultado da indústria no mercado atacadista. Paulo menciona que a volatilidade dos preços aumentou significativamente nos últimos anos e “o principal desafio - para a cadeia leiteira - é a previsibilidade” dos preços a serem pagos.

Vânia Di Addario Guimarães, Professora da Universidade Federal do Paraná, complementou a palestra falando sobre a criação do Conseleite. “A ideia surgiu da crise do relacionamento do produtor e indústria, mas criou um modelo”. A professora reforça que o principal objetivo é gerar valores de referência para a livre negociação entre produtores e indústria. Além disso, destacou que a criação desses valores é decidido entre os representantes e que há paridade de representação entre produtores e indústria.

Vânia ainda destacou a diferenciação entre preço e valor de referência. “Valor de referência não é preço”, é apenas uma previsão do valor que pode ser pago", relata a professora. 

No mesmo âmbito de preços e rentabilidade, Glauco Carvalho da Embrapa Gado de Leite, teve como tema de sua palestra “Instrumentos de mercado para proteção da renda podem fazer sentido no leite?”. 

Glauco explica que a ideia da gestão de risco é reduzir eventos extremos tanto de alta quanto de baixa e que isso pode ajudar na proteção de renda. No entanto, “ter mecanismos de gestão de risco ajuda muito, mas não resolve todos os problemas, muitas coisas estão relacionadas à produção, ao mercado, a sua estratégia e a sua eficiência”, pontua.

As ferramentas de gestão ajudam a diminuir as questões dos extremos e que “antes de mais nada é preciso buscar a eficiência e entender a situação da sua fazenda”. Quanto mais dados e estatísticas levantadas em toda a cadeia leiteira, mais investimentos é possível atrair para o setor. Uma das ferramentas que podem ser usadas para gestão é o controle de custos da nutrição e para isso, é preciso conhecer a quantidade de ingredientes a serem utilizados na produção da alimentação do rebanho.

O Professor da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG Milton Luiz Moreira Lima, para complementar trouxe a temática “Os novos desafios da nutrição proteica usando o NASEM 2021 para simulação de rações”. 

Milton relata a necessidade de entender os novos conceitos e novos números da nutrição proteica. Ele ainda pontua que o foco do novo NRC é a proteína do leite e que é importante tentar combinar os ingredientes uma vez que, “uma combinação infinita de aminoácidos pode levar a possibilidades infinitas de proteína do leite.”

Em continuidade a sessão de palestras, Timotheo Silveira, Superintendente da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa trouxe o tema  “Crescendo no leite em terras altamente valorizadas: fatores para o sucesso dos Campos Gerais do Paraná trouxe a história da raça holandesa no Brasil”. 

Timotheo  destacou a evolução do melhoramento genético. “O melhoramento genético impacta muito mais nos últimos anos do que as melhorias em nutrição, manejo e ambiência dos animais.” O superintendente relata que todo sucesso foi construído ao longo dos anos, foi pensando em melhoramento genético, nutrição, tecnologia e que foi “construído focado na rentabilidade e nas futuras gerações”. Ao final, ele deixa sugestão para que se registre, controle e classifique os animais do rebanho.

Para finalizar o painel, Karolline Fernandes, Gerente do Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas – Goiás apresentou a palestra “Diversificação e qualidade: caminhos para impulsionar o mercado lácteo brasileiro.”

O alto desperdício mundial, incluindo os lácteos, mostrou que um dos caminhos para impulsionar o mercado é inovar, ressaltando que “inovação vem para resolver problemas”. A gerente cita como exemplo, o soro do leite, que há algumas décadas não tinha uma aplicação, com alto índice de descarte e agora tem seu uso difundido na indústria. Para encerrar, Karolline deixa claro que é preciso entender o mercado, o consumidor e o contexto pode ajudar uma empresa a se diversificar. 

No debate final, com a presença de todos os palestrantes do painel e o moderador Marcelo Pereira de Carvalho - CEO da MilkPoint Ventures, a professora Vânia deixa um ponto de reflexão sobre o preço do leite: “Todo mundo fala em preço! Mas não basta só o preço, tem que ver a rentabilidade. O preço pode ser bom para um e péssimo para outro, dependendo do custo de produção. Você tem que saber que preço é bom para o seu sistema.”  (Milkpoint)

Copom define corte na Selic e taxa cai a 13,25%

Redução de ontem foi a primeira desde 2020. Em comunicado, comitê prevê novos recuos para as próximas reuniões

A taxa básica de juros da economia brasileira baixou para R$ 13,25% ao ano. A decisão foi tomada ontem após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). O corte de meio ponto percentual foi o primeiro desde agosto de 2020. A definição de ontem deverá representar o início de um ciclo de queda, segundo analistas. Para a reunião de setembro é esperada nova baixa de meio ponto, assim como para os encontros de novembro e dezembro, movimento que levaria a Selic a 12% no início de 2024. 

O encontro de ontem foi o primeiro com a presença de Gabriel Galípolo, novo diretor de Política Monetária do BC indicado pelo presidente Lula. Ele participou da reunião ao lado do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que vinha sendo criticado por causa do nível elevado do juro. Com a desaceleração da inflação, o governo federal e setores da economia têm pressionado o BC por redução.

“O corte sinaliza que estamos na direção certa. Um avanço no sentido do crescimento econômico sustentável para todos”, afirmou logo depois da reunião o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Conforme nota do Banco Central, “votaram por redução de 0,50 ponto percentual os seguintes membros: Roberto Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso. Votaram por uma redução de 0,25 ponto Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes”. A instituição
ainda destacou no comunicado: “Os membros do Comitê, unanimemente, antevêem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.

“O corte e as esperadas reduções no futuro devem aquecer o mercado de crédito, embora os impactos não sejam imediatos”, ponderou Irio Piva, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre. “Desde a última reunião do Copom o cenário econômico brasileiro avançou. Isso só foi possível devido à continuidade do processo de desinflação e fatores que impulsionaram a queda das expectativas de inflação, como manutenção das suas metas e aprovação da reforma tributária na Câmara”, disse Gilberto Petry, presidente da Fiergs, ao enfatizar que a decisão se justifica. Segundo destacou em nota a Fecomércio-RS, a definição é bem recebida. Ainda que muitos acreditassem em posição mais cautelosa, a queda de meio ponto sinalizou confiança. Iniciada em março de 2021, a escalada da Selic até o maior patamar teve o objetivo de conter o avanço da inflação. Doze altas seguidas resultaram na elevação dos juros básicos de 2% para 13,75% ao ano, nível atingido em agosto de 2022 e mantido até então.

Mesmo com primeira redução na Selic, o Brasil permanece no posto de campeão do mundo de juros reais, descontada a inflação (7,54%), conforme levantamento do site MoneyYou com 40 economias. A taxa real brasileira está acima do México (6,64%) e da Colômbia (6,15%), na sequência na lista. A média das 40 economias é de 0,84%. (Correio do Povo)


Jogo Rápido

EXPOINTER: Site abre venda de ingressos
Começou ontem a venda de ingressos para a 46ª Expointer. A compra é realizada no site ingressonacional.com.br/46expointer. De acordo com a Secretaria da Agricultura (Seapi), o comprador deve efetuar login na plataforma e informar nome completo e CPF de quem utilizará cada entrada. O pagamento pode ser feito por cartão de crédito, boleto bancário ou pix. A venda também ocorrerá na bilheteria física durante a exposição. Os ingressos custam R$ 16 para pedestre, com meia-entrada (R$ 8) para idosos, estudantes e pessoas com deficiência. Crianças de até 6 anos, acompanhadas dos pais ou responsáveis, não pagam. O estacionamento custa R$ 40 e não inclui a entrada do motorista e dos demais passageiros. (Correio do Povo)


 
 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *