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26/04/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 26 de abril de 2023                                                            Ano 17 - N° 3.887


Embrapa gerou R$ 34,70 para cada R$ 1 investido em 2022

Em 2022, a Embrapa registrou um lucro social de R$ 125,8 bilhões, gerados a partir de 172 tecnologias e de 110 cultivares

Nesta segunda-feira (24), o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Celso Moretti, divulgou o resultado do balanço social da estatal, com o impacto das principais tecnologias desenvolvidas e transferidas à sociedade.

Segundo Moretti, em 2022, foi registrado lucro social de R$ 125,88 bilhões, gerados a partir do impacto econômico no setor agropecuário de 172 tecnologias e de cerca de 110 cultivares desenvolvidas por pesquisas da empresa, que completa 50 anos nesta quarta-feira (26). Foram gerados 95.171 empregos.

Em 2021, o lucro social ficou em R$ 81,56 bilhões.

Entre os fatores que contribuíram para aumento do resultado em relação ao ano anterior está o impacto econômico da tecnologia Fixação Biológica do Nitrogênio na cultura da soja, pois os produtores de soja brasileiros economizaram mais de R$ 72 bilhões, em 2022, deixando de comprar fertilizantes nitrogenados.

“Para cada R$1 aplicado na Embrapa em 2022, foram devolvidos R$ 34,70 para a sociedade”, comemorou Moretti.

Embrapa do futuro
Segundo Moretti, o foco da empresa para os próximos anos seguirá no contexto da segurança alimentar, com a adaptação de culturas para as regiões tropicais, com tolerância à seca e maior resistência a eventos climáticos extremos, a pragas e doenças, de maneira sustentável.

“A tendência [para o futuro] é a questão da adaptação e mitigação das mudanças climáticas, e a Embrapa já vem trabalhando em uma série de projetos e pesquisas com o foco em promover a adaptação e resiliência dos sistemas de produção agrícola, pecuária e florestal”, disse.

De acordo Moretti, a empresa vai intensificar as pesquisas nas áreas de biotecnologia (com destaque para a edição genômica), nanotecnologia (como, por exemplo, uso de nanopartículas bioestimulantes para melhorar o desempenho de culturas agrícolas e controlar doenças em animais), insumos biológicos, na intensificação dos sistemas integrados de lavoura, pecuária e floresta.

Atualmente, o Brasil possui em torno de 18 milhões de hectares ocupados por sistemas integrados de lavoura, pecuária e floresta, a previsão da Embrapa é chegar a 35 milhões de hectares ocupados por esse sistema em 2030.

“É um sistema onde se integra, na mesma área, os complementos de lavoura, pecuária e floresta em sistemas de rotação, consórcio ou sucessão. A grande vantagem é que o solo é explorado econômica e sustentavelmente durante todo o ano, aliando produtividade com a conservação de recursos naturais”, destacou.

O presidente da empresa pública ressaltou ainda que os desafios envolvem o avanço na descarbonização das culturas e da intensificação de tecnologias digitais, com o uso de drones, sensores, internet das coisas e inteligência artificial, entre outras.

Moretti disse que ainda que a Embrapa desenvolveu um sistema que permite o rastreamento dos alimentos, desde a sua origem até a prateleira dos supermercados. Batizada de Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar), a ferramenta é atualmente aplicada no processo de rastreamento do açúcar demerara de uma empresa.

Com ele, é possível obter dados como a procedência do produto, sistema de produção, processos industriais, laudos de qualidade até dados sobre logística. As informações são visíveis a partir de QR Code impresso na embalagem.

“Dá segurança para rastrearmos diversos produtos, como açúcar, carne, soja, dentre outras coisas. Cada lote recebe uma assinatura digital que ajuda a combater em casos de adulteração, entre outros”, disse.

A empresa também desenvolveu uma plataforma de inteligência artificial para solos para medir a pegada de carbono.

A tecnologia integra diferentes softwares e sensores avançados que permitem a digitalização do solo e das atividades agrícolas, permitindo financeiramente medir, reportar, verificar e comercializar (MRVC) o carbono na agricultura.

A plataforma também faz a gestão da fertilidade do solo e nutrição das plantas, para o gerenciamento de indicadores de sustentabilidade e produtividade agrícola.

“É realmente uma inovação. É algo que vai apoiar muito o produtor brasileiro”, afirmou Moretti.

“Os nossos clientes vão seguir preocupados em comprar produtos do Brasil, mas que sejam produzidos por sistemas de forma sustentável”, complementou.

O presidente da Embrapa também destacou soluções elaboradas pela empresa para a produção de alimentos a partir da aplicação de bioinsumos em substituição aos agrotóxicos.

O uso dos bioinsumos reduzem assim a dependência do Brasil em relação às importações de produtos químicos.

Outro ponto destacado é o teste de sexagem genética para o pirarucu e para o tambaqui, que permite o aumento da produção de peixes. (Canal Rural)


EUA apresenta leve alta na produção de leite
 
O relatório de produção de leite do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) de março de 2023 mostrou um aumento de 0,5% na produção de leite com relação ao ano anterior.
 
O número de vacas também mostrou um aumento de 31.000 cabeças em relação ao ano passado, mas a produção por vaca aumentou apenas 1,36 quilos.
 
Mike North, presidente da Ever.Ag, disse ao apresentador do AgriTalk, Chip Flory, que, embora haja atualmente um pequeno aumento no número de vacas e no crescimento da produção de leite, o fluxo da primavera começará a diminuir. “As coisas estão definitivamente desacelerando e por razões óbvias”, disse North. “Os custos são altos, mas os preços diminuíram.”
 
O relatório de produção mostra que a Califórnia aumentou 2% e North afirma que o próximo relatório do USDA refletirá algum abrandamento na produção no Golden State. Considere a perda catastrófica de 18.000 vacas da South Fork Dairy no início deste mês, que representa quase 1,8% da produção de leite do Texas, e North disse que o número de vacas também diminuirá. “Isso vai apertar as coisas quando chegarmos no final do pico de primavera”, disse ele.
 
Embora, mesmo quando você combina o incêndio no Texas, as inundações na Califórnia e o aumento no abate de vacas, os preços do leite ainda não aumentarão muito. “Ainda não, simplesmente porque estamos em um ambiente de grande excedente de leite no momento”, explica North. “Essas interrupções ajudaram a diminuir o impacto de um ambiente muito superavitário, mas não nos levou do superávit à escassez.”
 
 
Números de vacas
 
O número de vacas nos EUA aumentou 6.000 cabeças em relação a fevereiro de 2023, embora significativamente menos do que o ganho de 22.000 em fevereiro em relação a janeiro. A produção total, juntamente com as mudanças na produção e nas vacas dos seis principais estados, segue abaixo.
 

 
O impressionante crescimento de Dakota do Sul continua, adicionando outras 13.000 vacas e 10,8 milhões de quilos ao longo de março passado.
 
As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.  "Agroinfluencers": jovens mostram o orgulho de ser do campo nas redes sociais

Bom humor e autoestima elevada são ingredientes dos influenciadores da zona rural do RS e do Brasil

Um estudo preliminar conduzido em 2021 pela professora Marlene Grade, do curso de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), se propôs a quantificar o número de influenciadores digitais que se multiplicaram no Brasil para compartilhar conteúdos do meio rural. Os agroinfluencers caíram no gosto das redes sociais, em especial do Instagram e do TikTok, desde 2018, e cumprem, individualmente, uma tarefa que governos e entidades vêm fomentando, com sucesso relativo, de melhorar a imagem do produtor, de seus meios de produção e da atividade agropastoril.

A partir de uma amostragem de 140 perfis nas redes sociais, a professora Mariane, e seu orientando de graduação Eduardo Marcus Bodnar, identificaram que a maior parte dos agroinfluencers era de mulheres (69,14%), com média de seguidores entre 5 mil e 170 mil. A amostra considerou 21 estados, com concentração de casos nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

O trabalho da UFSC também apontou a variabilidade de níveis socioeconômicos e culturais dos influenciadores, de agrônomos e produtores até professores, comunicadores e universitários. Os pesquisadores destacaram que pelo menos 61,15% dos perfis enaltecem e defendem a agricultura tradicional como um modelo a ser seguidos e que 69% faturam de alguma forma com o marketing de influência, não apenas com produtos ligados à agropecuária (como máquinas e insumos), mas também nos convites para apresentação em feiras do setor e eventos, além de roupas, acessórios e alimentos.

Jaciara Muller, secretária geral e coordenadora estadual de jovens da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), avalia que a pandemia levou os jovens do campo a uma sacada de mestre. “Muitas propriedades sobreviveram à pandemia com o trabalho dos jovens divulgando nas redes”, comenta. Segundo a sindicalista, as redes sociais não apenas mostraram o empenho da juventude em valorizar a profissão de agricultor, como também expressaram a mudança na importância do papel mulher agricultora nas propriedades. “Elas se desafiam e mostram que podem fazer e estar onde quiserem”, ressalta.

Jovens como Marlise Schimitz, Pedro Pastore (na foto), Gabriela Comunello e Bárbara Bedin (com histórias completas na página central) justificam os milhares de seguidores com conteúdos que fogem ao artificialismo, priorizando a simplicidade e a autenticidade no dia a dia. 

Talento que colocou marmeleiro no mapa
Foi correndo atrás de um touro, em 2019, furiosa porque o pai, carinhosamente chamado de "nêne", esqueceu de ligar a cerca elétrica, que Gabriela Regina Comunello, de 21 anos, ganhou as redes sociais. Somando os seguidores do Instagram, do Facebook e do Youtube, a moça, que auxilia o pai em uma pequena propriedade no município de Marmeleiro, no Paraná, ultrapassa os 900 mil seguidores. "Eu postei o vídeo correndo atrás do touro de brincadeira e num instante teve mais de 20 mil visualizações, daí achei que tinha alguma coisa para explorar e comecei", conta. 

Depois de correr o Brasil excomungando o "nêne" por deixar escapar o rebanho, Gabriela decidiu mostrar o trabalho da família e expressar seu orgulho em fazer parte da agricultura familiar. No estabelecimento do pai, são plantados milho e soja, mas a renda principal vem da produção de 35 vacas, cuidadas com apreço pela jovem. "Minhas mimosas são tudo pra mim, e eu aprendi em quatro anos a expor da melhor maneira o meu trabalho com elas", ressalta. O salário de Gabriela é composto pelo ganha no manejo das vacas e o marketing de influência nas redes sociais. 

Ela garante que ser influenciadora lhe deu um conforto, de trabalhar da própria casa levando bom humor e uma visão positiva da mulher do campo. "Nós não estamos nas redes vendendo nosso corpo, estamos mostrando como é bonito o trabalho da agricultura, que pode fazer tudo o que o homem faz. Também gosto de pensar que levo bom humor para as pessoas, que estão na casa delas, às vezes tristes, e podem rir comigo", salienta Gabriela, que viu um incremento significativo de seus seguidores durante a pandemia. Daqui alguns anos, ela pretende retomar os estudos para talvez cursar Agronomia. Por enquanto, está feliz em Marmeleiro, município de 15 mil habitantes. "Me sinto feliz, integrada ao mundo, próxima das pessoas, mais conhecida do que feijão, como diz o pai,” completa.

Aos 21 anos, Gabriela Comunello, de Marmeleiro, no Paraná, aprendeu a produzir conteúdos mostrando o trabalho da família e cenas engraçadas do dia a dia, como quando teve de correr atrás de um touro porque o pai, o “nêne”, deixou a cerca elétrica da propriedade desligada 

Autenticidade na lida dos Bedin
Bárbara Bedin, de 20 anos, mora em Linha Berno, no município de Seara, interior de Santa Catarina. Com conteúdo bem-humorado, ela e os irmãos, Pedro, de 14 anos, e Brenda, de 6, somam mais de 170 mil seguidores no Instagram e 300 mil no Tik Tok. Os perfis geridos por Bárbara mostram situações do cotidiano da família, como a ordenha das 42 vacas, manejo dos suínos, e o plantio de soja e milho. Além dos estudos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) − ela pretende conquistar uma vaga em uma instituição federal no curso de Medicina Veterinária −, Bárbara ajuda o pai, Sidimar, e a mãe, Fernanda, nos afazeres da propriedade. 

Segundo ela, a vida mudou bastante desde que obteve sucesso nas redes sociais. O marketing de influência lhe rendeu, por exemplo, um telefone novo, para melhorar a qualidade de suas postagens. "A maior parte do dinheiro eu guardo para usar mais tarde", diz ela, brincando que "poderá" dividir o dinheiro com os irmãos, coadjuvantes em seus conteúdos. Para Bárbara, as redes sociais trouxeram a possibilidade de levar o que acontece na vida dela e na da família, numa cidade com menos de 20 mil habitantes, tanto a internautas do meio rural quanto do meio urbano. "O que me alegra é saber que com um vídeo meu, ou um vídeo meu com o Pedro e a Brenda, leva felicidade e riso para alguém que pode ter tido um dia difícil na cidade", pontua. 

A influenciadora acredita que a aceitação de conteúdos como o dela chamam atenção pela autenticidade e simplicidade. "A gente posta sem estar arrumado, sem maquiagem, vida real mesmo", brinca. Parceira de Bárbara, Brenda, de 6 anos, é uma dose a mais de espontaneidade para responder às tradicionais perguntas dos internautas. "Bárbara, o que vocês planta?", questiona o seguidor. Sem cerimônias, Brenda responde: "Nós planta soja (sic), mas não é nós não (sic), é o pai que planta!" 

Com a pequena Brenda, de 6 anos, Bárbara Bedin mantém 170 mil seguidores no Instagram e 300 mil no Tik Tok, sem produção prévia, sem maquiagem, “vida real” mesmo, como ela faz questão de dizer 

140 perfis de influenciadores digitais voltados aos agro foram analisados em 2021 no trabalho no curso de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Catarina 69,14% destes perfis eram mantidos por mulheres, com média de seguidores entre 5 mil e 170 mil. A amostragem considerou influenciadores em 21 estados, com concentração de casos nas regiões Sudeste e Centro-Oeste O trabalho da UFSC também identificou os níveis socioeconômicos e culturais dos influenciadores, que variavam de agrônomos e produtores até professores, comunicadores e universitários. 61,15% dos perfis enalteciam e defendiam a agricultura tradicional como um modelo a ser seguidos. 69% dos influenciadores faturaram de alguma forma com o marketing de influência, não apenas com produtos ligados à agropecuária (como máquinas e insumos), mas ainda na forma de convites para apresentação em feiras e eventos do setor. (Correio do Povo)


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