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10/02/2023

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 10 de fevereiro de 2023                                                    Ano 17 - N° 3.839


Informativo Conjuntural 1749 de 09 de fevereiro de 2023

BOVINOCULTURA DE LEITE 
Assim como a baixa oferta de alimentos volumosos a campo, a redução na disponibilidade de água para dessedentação também impacta a produtividade dos rebanhos leiteiros. Em função do estresse calórico causado pelas altas temperaturas e pela baixa umidade do ar, muitos animais deixam de se movimentar em busca de locais com oferta de pasto ou água, reduzindo, ainda mais, o consumo. Os produtores mais tecnificados tem buscado alternativas para minimizar os impactos do calor, como aumento de ventilação, aspersão de água nos animais e maior disponibilidade de locais com sombra. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção de leite continua caindo nas principais bacias leiteiras da Campanha e da Fronteira Oeste. Em Hulha Negra, alguns produtores estão utilizando silagem de azevém para a manutenção das fêmeas jovens, o que vem apresentando bons resultados. Em Caçapava do Sul, são estimadas perdas de até 30% na produção de leite, enquanto que, em São Borja, estima-se 50% de queda e, em Uruguaiana, pode chegar a 80%. Na de Erechim, há grande insatisfação com o mercado, devido à instabilidade dos preços pagos aos produtores, o que dificulta o planejamento e a gestão de custos da atividade. Na de Caxias do Sul, está sendo realizada a ensilagem do milho, inclusive de áreas que estavam destinadas à produção de grãos para evitar a perda. O milho colhido apresentou boa qualidade e produtividade, mas as perspectivas futuras não são promissoras devido aos efeitos da estiagem durante o período crítico de floração. Na de Frederico Westphalen, estima-se uma redução de 20% na produção de leite; há relatos de municípios com perda de até 35% na produção. Na de Passo Fundo, os animais mantiveram o escore corporal, e a produção de leite das últimas semanas seguiu baixa, mas estável. Na de Pelotas, as chuvas não foram suficientes para redução de perdas. Em Capão do Leão, nota-se uma rápida recuperação das pastagens, porém estima-se queda de 40% no volume diário de leite. Em Pedras Altas, muitos produtores que semearam milho para a produção de silagem estão soltando os animais nas lavouras, como forma de aproveitar as plantas. Nos locais onde houve registro de chuvas, aumentaram os problemas com ectoparasitos (carrapato e berne). Na de Santa Rosa, estima-se uma redução de 11.202 litros de leite produzidos por dia devido à manutenção das temperaturas elevadas e da baixa umidade do ar, causando estresse térmico nos animais e queda na oferta de alimentos e de água. Na de Soledade, em função da falta de pastagens de qualidade, os produtores estão aumentando o uso de alimentos conservados, o que está elevando muito o custo de produção.

Milho silagem
A cultura do milho silagem segue sendo afetada pelos efeitos da falta de chuva no Estado. Na semana, a colheita das lavouras alcançou aproximadamente 55% da área total estimada. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, na última semana, assim como para o milho grão, a cultura também apresentou efeitos adversos da falta de umidade no solo. Com a maior parte da área já colhida, os produtores realizaram o plantio da segunda safra, visando amenizar a baixa produtividade verificada na safra principal. A qualidade de forragem é variada. Em regiões onde choveu de forma mais consistente, a produtividade é maior e a qualidade do ensilado, melhor. Na de Frederico Westphalen, a colheita do milho silagem avançou para 95% da área estimada. As lavouras cultivadas com milho silagem sentem a falta de chuva. Além da redução na produtividade, a qualidade do produto também preocupa. As plantas estão secando de forma precoce, ficando desidratadas, com folhas secas. Os grãos de milho ainda apresentam muita umidade, limitando a compactação e reduzindo a qualidade da silagem. (Emater)


UR – O impacto da seca está causando perdas de US$ 100 milhões para o setor lácteo

Custos adicionais de suplementação alimentar e queda na produção de leite podem estar causando prejuízos em torno de US$ 100 milhões para os produtores de leite, de acordo com as estimativas realizadas pelo Departamento de Programas e Política Agropecuária do MGAP (OPYPA).

As perdas por aumento dos custos de suplementação estariam entre US$ 58 e US$ 65 milhões por ano. Enquanto a captação, que pode cair em torno de 5%, representa US$ 40 milhões.


A regional de Canelones, na última reunião da Associação dos Produtores de Canelones (ATC), avaliou que a captação de leite está 7,3% menor em relação ao ano passado. “Aqui está muito difícil financeiramente”, disse à Conexão Agropecuaria Justino Zavala, o diretor da ATC. “Os US$ 100 milhões é uma cifra dentro da realidade”, disse.

Fabián Hernández, da Sociedade de Produtores de Leite de Floria, destacou que “é perder dia a dia e cada dia está pior”, com reservas que acabam aumentando o uso de concentrados, em pleno período de parições. E para que os animais “desenvolvam seu potencial de lactação, não podem tomar conhecimento da seca. É um gasto constante”, disse.

As importações de suplementos em 2022 foram as mais elevadas da história (tanto em volume como em preço), destacou o boletim da Opypa, com US$ 56 milhões de importações de suplementos entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, um salto de 63% em relação ao ano anterior e 49% mais que a média dos três períodos anteriores. (onte: Blasina y Asociados – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

Diversificação de portfólio é um diferencial para a rentabilidade da indústria de lácteos

Nos últimos anos, temos passado por desafios econômicos expressivos a nível global que atravessam todos os setores e indústrias, criam demandas e impõem necessidades.

Entraves logísticos em cadeias de fornecimento, aumento de preço de insumos, oscilações no valor de moedas e medidas restritivas relacionadas à pandemia sendo aplicadas de forma inconstante ao redor do globo são apenas alguns dos fatores que têm estrangulado as margens de diferentes indústrias.

O setor de alimentos e bebidas não é exceção. A indústria láctea tem atravessado tempos difíceis – especialmente no Brasil, em que assistimos a uma alta de preços do leite, decorrente da queda na produção do campo, que, por sua vez, se dá em função de um contínuo aumento no preço dos insumos utilizados nesta produção. Esse cenário tem estreitado as margens, limitando os investimentos na produção do leite e diminuindo o potencial de oferta, o que é particularmente importante quando consideramos o tamanho da indústria láctea nacional: mais de 34 bilhões de litros de leite por ano, uma produção oriunda de quase 100% dos municípios do país.

A cadeia produtiva emprega, atualmente, tanto no campo quanto na cidade, cerca de 4 milhões de pessoas. Na outra ponta, temos vivido mudanças importantes nos hábitos de consumo de alimentos e bebidas no Brasil, direta ou indiretamente ligadas ao longo período de distanciamento social e à alta de preços da maioria dos produtos nas gôndolas. Para manter margens saudáveis para quem produz e agradar aos consumidores, é fundamental que as indústrias lácteas diversifiquem seus portfólios, apostando em derivados do leite, bebidas fermentadas, bebidas lácteas de alto teor de proteína, leite em pó e, sobretudo, queijos. 

Com relação ao queijo, segundo a Embrapa, 97% dos brasileiros consomem algum tipo de queijo, fazendo do produto um dos derivados do leite com maior presença na cesta de compras. Além disso, uma pesquisa da Tetra Pak com a Lexis Research revela que, no Brasil, 46% das pessoas afirmam ter aumentado a ingestão do alimento durante a pandemia. Assim, é fundamental encontrar parceiros adequados para o desenvolvimento de novos produtos, como fornecedores com conhecimento sobre a indústria e as melhores formas de agregar novas opções ao portfólio, garantindo a rentabilidade buscada.

Esse apoio pode vir desde a criação de receitas para os novos produtos até a aquisição de equipamentos e componentes para as plantas industriais, passando por otimizações e melhorias contínuas durante e após a implementação do processo, o que leva a ganhos de escala e eficiência operacional. Trata-se de fazer mais com menos e inovar em tempos de instabilidade.

Sei que o cenário econômico está instável, mas tenho a visão otimista de que a diversificação de portfólio pode trazer ao produtor a rentabilidade que seu negócio precisa, mesmo durante os momentos de crise. E mais do que isso: quando ela surge aliada às tendências de consumo de alimentos e bebidas, à sustentabilidade e ao bem-estar da população, os resultados positivos são consequência direta. (Fonte: Ciência Do leite)


Jogo Rápido 

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO No 06/2023 – SEAPI
A próxima semana terá calor e chuvas expressivas no RS. Na quinta-feira (09), a propagação de uma frente fria no oceano manterá a nebulosidade e pancadas de chuva maior parte do Estado, com tempo firme apenas na Campanha e Fronteira Oeste. Entre a sexta (10) e o domingo (12), a presença de uma massa de ar quente manterá o forte calor, com temperaturas acima de 40°C em diversas regiões. Na segunda-feira (13), o tempo firme e o calor seguirão predominado, porém a aproximação de uma nova frente fria vai provocar chuva, com possibilidade de temporais na Zona Sul, Campanha e Fronteira Oeste. Na terça (14) e quarta-feira (15), o deslocamento da frente fria manterá as pancadas de chuva em todo Estado, com risco de tempestades na maioria das regiões. Os volumes esperados deverão oscilar entre 15 e 20 mm na maioria das localidades do RS. No Extremo Sul, Campanha e Fronteira Oeste os valores oscilarão entre 35 e 50 mm e poderão superar 60 mm em alguns municípios. O boletim também aborda a situação das culturas de soja, milho, arroz, feijão e pastagens, além das criações de bovinos e ovinos. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)


 
 

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