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17/10/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.763


O cenário para produção de leite na América do Sul é mais positivo
 
Pelo segundo relatório semanal consecutivo, as expectativas sobre a produção de leite são mais positivas. 
 
Apesar da seca e do tempo quente, espera-se que a produção de leite na primavera seja idêntica à do ano passado. No Uruguai, os especialistas avaliam que há sinais claros de um bom começo de primavera.
 
Relatórios da Argentina sinalizam que os agricultores venderam recordes de soja, embora uma boa quantidade tenha sido exportada, principalmente para a China. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) avalia que a safra de soja e milho de 2023 deverá superar a de 2022, se o tempo se mantiver estável.  
 
Estão destinados aos importadores chineses, grande parte do milho brasileiro, bem como a soja argentina, já que os governos brasileiro e chinês assinaram um acordo comercial bilateral no início do ano.
 
O mercado de leites em pó continua se movendo a uma taxa discretamente estável para alta. O leite em pó integral permanece firme, apesar de não haver variação de preços nesta semana. O leite em pó desnatado apresenta um quadro um pouco menos definido. (Fonte: Usda – Tradução Livre: Terra Viva)


Demanda mundial de lácteos continuará crescendo
 
Vivemos num planeta onde a demanda e o acesso a alimentos, de maneira segura e sustentável, cresce vertiginosamente. Apesar da taxa de natalidade mundial estar diminuindo, de acordo com levantamentos da ONU e FAO, a população mundial deve atingir ainda neste ano 8 bilhões de pessoas, podendo alcançar 10 bilhões de habitantes em 2050, o que aumentará a necessidade de produção global de alimentos entre 61% a 71% nos próximos 30 anos.
 
Essa demanda será alavancada especialmente pelas nações mais populosas do mundo, com destaque para os países asiáticos, os quais devem melhorar seu poder de compra, impactando diretamente no aumento do consumo de proteína animal, onde o leite e seus derivados estão inseridos.
 
Análises realizadas pelo instituto IFCN demonstram que entre 2020 e 2050 o consumo de leite per capita no mundo deve crescer em média 19%, aumentando a demanda global de lácteos em 51% (4,5 vezes a produção de leite atual dos EUA), o que representaria um déficit global de 22 mil toneladas de leite equivalente. Atrelado a isso, devido especialmente a questões climáticas e socioambientais, o número de fazendas ao redor do mundo deve reduzir em 61% até lá, com uma redução de 21% no número de vacas e um aumento aproximado de 88% na produtividade.

Diante deste cenário, vislumbramos uma oportunidade enorme para o Brasil aumentar sua participação e relevância no mercado mundial de lácteos. Produzimos cerca de 36 bilhões de litros/ano, ainda exportamos muito pouco, e temos a grande missão de tornar consistentemente nossa balança comercial superavitária. Quando avaliamos nosso mercado interno, responsável por absorver grande parte de nossa produção, apesar de todos os desafios sociais que ainda enfrentamos, o consumo de leite e derivados deverá continuar aumentando. Há uma tendência forte de evoluirmos economicamente e, além disso, nossa população continuará crescendo.
 
Nesse contexto, faz-se necessário a adoção de políticas de apoio ao setor para estimular a produção no campo, o consumo interno e o aumento das exportações. Precisamos investir fortemente em adequações logísticas, melhorar a produtividade, qualidade do leite e sanidade dos rebanhos e agregar mais valor aos produtos lácteos. Somente com o aumento da eficiência, em todos os elos da cadeia produtiva do leite, conseguiremos continuar crescendo de maneira competitiva e sustentável.
 
(Fonte: Por Airton Vanderlinde, médico veterinário, consultor técnico de Bovinos de Leite na Cargill/Nutron e presidente da Comissão Científica do Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite/CompreRural)
 

Emater/RS: temperaturas afetam lavouras, mas ajudam na produção de leite

Apesar do período ser marcado pelo vazio forrageiro primaveril, nas propriedades com áreas de azevéns tetraploides, a produção de leite mantém bons níveis. Já em alguns locais está sendo utilizada a silagem de cereais de inverno para garantir os índices produtivos.
 
Grande parte das lavouras de milho para silagem estão sendo prejudicadas pelo frio fora de época. A ocorrência de baixas temperaturas favoreceu o conforto térmico aos animais. Apesar do registro de chuvas, estas foram de baixa intensidade, não havendo formação de barro e diminuindo a incidência de mastite e contaminação do leite no momento da higiene de ordenha.
 
Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, as lavouras de trigos ou outros cereais para ensilagem estão com bom desenvolvimento. A qualidade do leite se manteve dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação vigente. 
 
Na regional de Frederico Westphalen, a expectativa do preço pago pelo litro do leite é novamente de retração. As empresas sinalizam importante redução, o que levará os produtores a ter maior dificuldade de sustentar a atividade. O mesmo ocorre na regional de Ijuí, onde, apesar da boa produção, a perspectiva de queda nos preços no próximo mês deixa os produtores apreensivos. Na regional de Pelotas, em Santa Vitória do Palmar, os preços pagos pelo litro do leite também tiveram queda em relação ao mês passado.
 
Na regional de Porto Alegre, em função da melhoria do desenvolvimento das pastagens cultivadas, houve diminuição da suplementação tanto de ração quanto de silagem, porém houve discreta queda na produção atribuída aos dias frios.
 
Na regional de Santa Rosa, com o fim do ciclo das pastagens de aveia e azevém comum, aliado ao fato das pastagens de verão ainda não estarem ofertando forragem, há maior necessidade da utilização de silagem e feno com adicional de ração para manter a produtividade das matrizes. (As informações são do Emater-RS, adaptadas pela equipe MilkPoint)


Jogo Rápido 

NZ – Fonterra reduz em 1% previsão de captação de leite
O clima instável da primavera fez com que a Fonterra revisasse a previsão de captação de leite na temporada 2022-2023 de 1.495 milhões de quilos de sólidos (kgMS) para 1.480 milhões. O diretor executivo da Fonterra, Miles Hurrell, disse que as condições adversas do tempo em partes da Nova Zelândia impactaram no início da temporada, com redução da captação. “As condições instáveis do tempo que causaram um início lento nas fazendas continuaram, contribuindo para a redução das coletas até setembro e início de outubro, o que nos levou a reduzir mais uma vez a previsão de coleta. Como resultado, revisamos nossa previsão para 2022-2023 em 1% para 1.480 milhões de kgMS”. A Fonterra já havia reduzido a previsão da captação de leite da temporada 2022-2023 no início de setembro. (Fonte: Farmers Weekly – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
 
 

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