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07/10/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 07 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.758


O que podemos esperar para o próximo mês?

Após o leilão Global Dairy Trade (GDT) passar por correções nos preços, e avançar no mês de setembro, devido ao aumento da demanda de países emergentes, como a Argélia e o Marrocos, que aproveitaram os preços em baixa, os preços voltaram a recuar neste início de outubro, e seguem em níveis baixos.

A demanda chinesa segue aquém do esperado e a oferta começa e se elevar, frente a sazonalidade de produção, ocorrendo pressões de baixa nos valores praticados. Impulsionando este cenário tem-se o risco de recessão econômica mundial, com novos dados norte-americanos trazendo um cenário pessimista para o mercado e a Europa enfrentando crise econômica e energética, frente a problemas climáticos e a guerra da Ucrânia.

Todos estes fatores impactam negativamente nos preços dos produtos internacionais, contribuindo para estimular as importações.

Em contrapartida, os preços no mercado interno passaram por sucessivas quedas nas últimas semanas, frente a demanda ainda desestabilizada e aumento da oferta. Este cenário contribui para desestimular as importações.

Sendo assim, para os próximos meses, com a produção interna de leite aumentando e com preços de vendas das indústrias em patamares inferiores aos vistos meses atrás, as importações devem começar a perder força, e a janela de exportações, pelo menos a curto prazo, ainda deve se manter fechada. (Milkpoint Mercado) 


Resfriamento de vacas pauta segundo dia de discussões do Fórum Tecnológico do Leite de Teutônia
 
O auditório central do Colégio Teutônia esteve praticamente lotado na quarta-feira (05/10), para a segunda etapa da 16ª edição do Fórum Tecnológico do Leite, de Teutônia. Na ocasião um público de cerca de 300 pessoas – entre agricultores, técnicos, representantes de entidades ligadas ao setor e estudantes – acompanhou palestras, relatos de experiências, debates e oficinas que tiveram como tema central o resfriamento das vacas como alternativa que garanta estabilidade na produção durante todo o ano, inclusive no verão, e bons números zootécnicos.
 
A respeito do assunto principal da atividade, o coordenador do Centro de Treinamento de Agricultores de Teutônia (Certa) e extensionista da Emater/RS-Ascar Maicon Berwanger salienta que ele observa a realidade local dos bovinocultores de leite, estabelecendo ainda diálogo com as principais demandas e gargalos da cadeia produtiva regional. “O tema resfriamento de vacas ainda é relativamente novo no mercado atual e ele parte de estudos e diagnósticos feitos pelo coletivo que planeja o fórum e que busca trazer conteúdos que sejam relevantes e que impactem o dia a dia dos participantes”, comenta.
 
Berwanger observa ainda o fato de outros temas, como alimentação do rebanho, genética, qualidade do leite, equipamentos e outros já terem sido discutidos anteriormente. “Só que hoje em dia o conforto animal parece carecer de uma atualização, dada a sua relevância”, explica, justificando a escolha do médico veterinário e consultor técnico Top Leite Adriano Seddon como palestrante. Seddon, uma das referências quando o assunto é o bem-estar do rebanho, apresentou o painel “Como resfriar suas vacas e não perder dinheiro neste verão?”, trazendo dados técnicos e informações sobre o assunto.
 
Em sua manifestação, o palestrante partiu de um dos principais gargalos da produção de leite em regiões quentes e úmidas – como é o caso do Vale do Taquari – para ressaltar a importância dos cuidados com a temperatura dos animais para que seu estresse pelo calor seja minimizado e a produtividade seja preservada. Apresentando cálculos na prática, Seddon destacou como a adoção de tecnologias de baixo investimento podem representar grande retorno financeiro para as propriedades. “Uma vaca resfriada é uma vaca estabilizada, com menos problemas metabólicos, mais eficiência e mais qualidade na matéria-prima”, frisou.
 
Durante a palestra, instigou o público a refletir sobre qual seria a “vaca mais importante da propriedade”, dando como resposta a vaca “pré-parto”. “Seguida pela seca, pela pós-parto e aí sim a que está em lactação”, comentou. Esta quebra de paradigmas evidencia o fato de que resfriar vacas que estejam próximas do parto garantirá bom desempenho das gerações seguintes. “Nesse sentido, mitigar o estresse térmico, tiras as vacas do sol, adotar espaços de deslocamento do rebanho sombreados e adotar a combinação ‘vento e água’ será fundamental para um melhor desempenho”, afirma.
 
Cases apresentam bons resultados
Ainda dentro da programação, dois produtores de leite apresentaram cases com resultados satisfatórios no que diz respeito ao resfriamento das vacas, sendo eles Fabrício Balerini, de Vespasiano Corrêa e Edemar Follmann, de Boa Vista do Buricá. Balerini, um dos agraciados com o Prêmio Referência Leiteira na última Expointer, comentou os caminhos que levaram as atuais 100 vacas em lactação a produzirem cerca de 4.200 litros de leite ao dia, o que também dialoga com investimentos em tecnologias que visam promover o conforto animal do rebanho.
 
Ele descreveu os caminhos na implantação de sistemas que buscavam minimizar o estresse térmico, em um período em que não tinham muita clareza sobre os tipos de investimentos que seriam necessários para o atendimento desta demanda. Em sua fala, apresentou gráficos que evidenciavam o aumento da produtividade de leite com a implantação de seis ventiladores no free stall. “O que se pode perceber foi que o sistema se pagou em menos de seis meses, o que garante ainda uniformidade, padrão de manejos e um ótimo efeito cumulativo”, pondera.
 
A fala do Follmann foi ao encontro da de Balerini. “Muitas vezes a gente tende a esperar o problema chegar para somente aí pensar em uma solução”. O produtor valorizou a implantação do sistema de resfriamento de vacas, que fez com que a produção no verão, que antes tinha uma queda de quase 50%, fosse mantida. “Em linhas gerais, durante todo o ano, a média no aumento da litragem por animal chegou a sete litros, sendo 12 litros de incremento no verão”, pontuou. “Assim, é importante dar valor a quem nos apresenta tecnologias eficientes”, finalizou.
 
Autoridades elogiam
Presente no evento, o presidente da Emater/RS, Alex Corrêa, valorizou a oportunidade de troca de conhecimentos entre os envolvidos e a busca por tecnologias de baixo investimento que possam resultar em um retorno satisfatório. “Nesse sentido, estamos ao lado dos agricultores na busca incessante por fortalecer a atividade rural”, analisou. Já a coordenadora do curso Técnico em Agropecuária do Colégio Teutônia, Cristiana Terra, comentou a evolução constante da cadeia produtiva do leite e os impactos regionais nesta que é a base de renda de muitas famílias da região. A mesa das autoridades também contou com o Prefeito de Teutônia Celso Forneck.
 
Com o tema “Tecnologias que impactam na rentabilidade da atividade leiteira”, o 16º Fórum Tecnológico do Leite teve início na noite de 29 de setembro, com transmissão online de dois cases de criação de terneiras. O vídeo já foi visualizado por quase duas mil pessoas desde o seu lançamento. Alusiva ainda aos 70 anos do Colégio Teutônia, a programação contou com o apoio da Prefeitura de Teutônia, patrocínio ouro de Certel Artefatos de Cimento, Top Leite, Duagro, Gestor RP, Select Sires e Milkparts; patrocínio prata de Languiru, Dália Alimentos, Sindilat/RS, Machado Agropecuária, Samaq Massey Ferguson, Comercial Agrícola Maná, Nutron, Tangará, Cooperagri, Sicredi Ouro Branco, Fábio Guilhermano e Launer Química. (Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Lajeado)


BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº 39/2022 – SEAPDR
 
A próxima semana permanecerá com muita umidade e temperaturas amenas no RS. Na quinta (06), o deslocamento de uma área de baixa pressão vai provocar chuva em todo estado, com risco de temporais isolados, granizo e fortes rajadas de vento. No sábado (08), a presença de ar quente e úmido favorecerá a elevação das temperaturas, sem previsão de chuva em todo Estado. No domingo (09), a rápida propagação de uma frente fria vai trazer o retorno da chuva em todo estado. 
 
Na segunda-feira (10), a presença de uma massa de ar seco e frio manterá o tempo firme, com ligeiro declínio das temperaturas e nevoeiros ao amanhecer. Na terça (11), o deslocamento de uma nova área de baixa pressão entre o RS e SC vai provocar chuva em todo estado, com possibilidade de temporais isolados. Na quarta-feira (12), a chegada de uma nova massa de ar seco e frio afastará a nebulosidade e manterá as temperaturas amenas. 
 
Clique aqui e acesse os Boletins oficiais sobre clima e culturas elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Emater-RS e Irga. O documento conta com uma avaliação das condições meteorológicas da semana anterior, situação atualizada das culturas do período e a previsão meteorológica para a semana seguinte. (SEAPDR)


Jogo Rápido 

Boletim CILeite_Custo de produção de leite cai em setembro. Variação foi de -0,9%.
 Queda significativa no custo de produção de volumosos, motivada pela queda do óleo diesel e dos adubos. O trimestre julho a setembro, que marcou pico da entressafra no Brasil Central,  registrou volatilidade de preços dos insumos. A inflação acumulada no ano é de 3,4%. No acumulado de doze meses a variação dos custos de produção atinge 8,0%. Os dados e análises você encontra no Boletim ICPLeite/Embrapa do CILeite: https://www.cileite.com.br/sites/default/files/ICPLeite_setembro_2022.pdf
(Fonte: CILeite/Embrapa)

 
 
 

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