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06/10/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 06 de outubro de 2022                                                      Ano 16 - N° 3.757


Balança comercial de lácteos: importações seguem em alta

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (05/10) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de aproximadamente -190 milhões de litros em equivalente-leite no mês de setembro, uma diminuição de 25 milhões, ou aproximadamente 13,2% em comparação ao mês anterior.

Ao se comparar ao mesmo período do ano passado (setembro/2021), o saldo foi ainda mais negativo, sendo que o valor em equivalente-leite nesse período foi de -73 milhões de litros, representando uma diferença de aproximadamente 117 milhões de litros, ou -61,6%.

Esta foi a quinta variação negativa consecutiva, e o valor é segundo menor da séria histórica, ficando atrás apenas de setembro de 2016, quando o saldo atingiu -193 milhões. Confira a evolução no saldo da balança comercial de lácteos no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos.

As exportações seguiram desestimuladas, e não registraram grandes alterações, passando por uma leve elevação. O período apresentou um aumento de 0,7 milhões de litros no volume exportado, representando um avanço de aproximadamente 10,1%.

Ao se comparar com 2021, o cenário é semelhante, ocorrendo um acréscimo de 0,6 milhões de litros, representando um avanço de aproximadamente 8,6% no volume exportado no período.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

 
Do lado das importações, observou-se um forte avanço nas negociações, frente aos preços internacionais estarem operando em patamares baixos.

O mês de setembro apresentou um aumento de 14,8% nas importações, em relação ao mês anterior, com um acréscimo no volume de importações de 25,4 milhões de litros em equivalente-leite.

Analisando o mesmo período do ano passado, também se nota um forte aumento entre os volumes importados; em setembro de 2021, 80,1 milhões de litros em equivalente-leite foram importados, já em 2022 esse valor teve uma variação positiva de aproximadamente 146,6%, configurando um aumento expressivo de 117,4 milhões de litros em equivalente-leite comparando-se os anos, o que pode ser observado no gráfico a seguir.

Este resultado foi o segundo maior para o volume de importações da série histórica, ficando atrás apenas de setembro de 2016, quando as importações atingiram 225,5 milhões de litros em equivalente-leite.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Esse expressivo aumento nos volumes importados e exportações ainda desestimuladas, sem grandes alterações, ocasionaram o segundo saldo mais negativo da balança comercial de lácteos da série histórica, e o recorde para o mês de outubro, apresentando o resultado mais negativo do ano, até o momento.

Este cenário se formou devido alguns fatores, tais como: os preços internacionais operando em patamares baixos e os preços dos derivados lácteos no mercado interno.

Após passarem por sucessivas quedas, os preços internacionais seguem em baixa. A China, ainda com demanda desestabilizada, associado ao aumento da oferta mundial, frente a sazonalidade de produção, vem impactando nos preços internacionais e ocasionando pressões de baixa.

Um outro ponto que vem atuando para consolidar o cenário baixista dos preços é o risco de recessão econômica mundial, que vem se intensificando, com os Estados Unidos apresentando aumento na inflação, elevando a taxa básica de juros novamente em 0,75 p.p em sua última reunião do Federal Reserve, em uma tentativa de controlar essa questão, e a Europa e China enfrentando desaceleração econômica e problemas energéticos e climáticos, com a Europa enfrentando uma das piores crises energéticas dos últimos tempos, reflexos do clima quente e seco, e a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Esses fatos associados a baixa disponibilidade de leite no mercado interno no 1º semestre, que impactaram nos preços, nos últimos meses, trouxeram um ganho de competitividade para os produtos internacionais, o que refletiu em um maior volume de importações. 

Em relação aos produtos mais importantes da pauta importadora em setembro, temos o leite em pó integral, os queijos, o leite em pó desnatado e o soro de leite, que juntos representaram 95% do volume total importado.

O leite em pó integral teve uma elevação de 11% em seu volume importado. Além do leite em pó integral, os produtos que tiveram maiores variações com relação à importação foram o leite em pó desnatado e o soro de leite, com aumentos de 63% e 41,4%, respectivamente.

Os produtos que tiveram maior participação no volume total exportado foram o leite condensado, o leite UHT, os queijos e o creme de leite, que juntos, representaram 88% da pauta exportadora. O leite UHT e o leite condensado apresentaram avanços de 51% e 136% no volume exportado, respectivamente, enquanto o leite em pó integral recuou cerca de -88%.

A tabela 1 mostra as principais movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de setembro deste ano.

Tabela 1. Balança comercial láctea em setembro de 2022.

(Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT/(Milkpoint Mercado) 


Aliança Láctea defende plano de exportação para escoamento da produção

Frente ao atual cenário de lácteos, a Aliança Láctea Sul-Brasileira, formada por Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, defendeu, na manhã desta quinta-feira (6/10), a necessidade de se desenvolver um plano de exportação. A medida foi apontada pelo o atual coordenador da Aliança e ex-secretário de Estado da Agricultura de SC, Airton Spies, como uma estratégia para expandir a competitividade do segmento. “Para desenvolver o setor precisamos ser estratégicos”, frisou. O dirigente destacou a importância de um alinhamento da cadeia para traçar ações de incentivo e desenvolvimento a fim de efetivar a conquista do mercado externo. O encontro, realizado na sede da Federação da Agricultura do Paraná e de forma on-line, reuniu secretários de Estado, presidentes de federações e sindicatos.

O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Guilherme Portella, reforçou a importância de trabalhar o setor para esse movimento, buscando competitividade de custo e escala. “Temos que desenhar cenários para exportação e alinhar nossa estrutura para alcançar esses mercados. Trabalhando especialmente o custo para alcançar a competitividade necessária”. Pontuou, ainda, a necessidade de se fomentar o aumento de consumo interno como parte de um trabalho de valorização do setor, citando os projetos “Fazenda Doce de Leite” e “Arte na Caixinha”, desenvolvidos pelo sindicato na Expointer e pós-evento. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, complementou que as ações serão desenvolvidas ao longo do ano de 2022 e até dezembro de 2023 para o público de 5 a 10 anos a fim de ampliar o conhecimento sobre a atividade leiteira, bem como sobre o destino correto das embalagens de leite.

Veterinário espanhol Rafael Ortega Arias de Velasco, realizou apresentação sobre “Estratégias para melhorar a competitividade do leite e sua influência no teor de sólidos”, passando questões como nutrição, bem-estar e sanidade dos rebanhos.

Como alinhamento final ficou acertado entre os participantes pontos a serem trabalhados em plano de desenvolvimento da cadeia visando às exportações a fim de que o setor se torne mais competitivo. Sendo o ponto de partida buscar soluções para o grande entrave que é o custo do leite entre os principais exportadores e encontrar alternativa ao atual cenário em que só se consegue exportar diante de um câmbio favorável ou com uma grande valorização dos lácteos no mercado internacional. As propostas serão debatidas em novo encontro agendado para novembro. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Espanha – A captação de leite cai pelo sexto mês consecutivo

A captação de leite na Espanha em agosto foi de 602.011 toneladas, 3,9% menos que em agosto de 2021. 
 
É o sexto mês consecutivo em que a produção cai. Para a organização rural Unión de Uniones (UyU) esta tendência mostra que o setor não recupera, apesar dos incentivos e ligeiros aumentos de preços.
 
No acumulado anual, a produção de leite alcança 4.987.789 toneladas, o que representa queda de 1,62% em relação ao mesmo período do ano passado.
 
A média nacional dos preços, em agosto, foi de 0,476 €/litro, o que representou aumento de 0,013 €/litro em relação a julho de 2022 e 40,83% superior ao valor de agosto de 2021.
 
Ainda assim, o número de produtores continua caindo; em agosto de 2022 foram 10.918, 793 menos que em agosto do ano passado (mais do que a média de perda que era de 700 por ano).
 
Por outro lado, os dados dos preços do leite a nível da União Europeia (UE) divulgados pelo Observatório do Mercado do Leite (MMO), comprovam as denúncias da UyU. O aumento do preço do leite ao produtor, em julho,  (os dados para agosto são provisórios ou estimativas), na Espanha foi de 39% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já a média na UE foi 42%. Entre os seis maiores produtores europeus (Espanha é o sétimo), o aumento de preços, em relação a julho do ano passado, variou entre 18% (França) e 60% (Holanda).
 
Quanto ao setor orgânico, em agosto, o leite declarado por compradores a nível nacional foi de 3.818 toneladas (-9,7% em relação a agosto de 2021), com o preço médio de 0,529 €/litro (11,84% superior a agosto de 2021). No acumulado do ano são 32.878 toneladas. (Fonte: Agrodigital - Tradução livre: www.terraviva.com.br) 


Jogo Rápido 

INSCRIÇÕES ABERTAS: 2º Prêmio Referência Leiteira RS  
Os produtores de leite do RS podem se inscrever até 31/10/2022 no 2º Prêmio Referência Leiteira RS, para as categorias “Propriedade Referência em Produção de Leite – Sistemas à base de pasto” e “Propriedade Referência em Produção de Leite – Sistema de Semi confinamento ou confinamento”. O regulamento e a ficha de inscrição podem ser acessados pelo site do Sindilat. As inscrições serão realizadas nos escritórios municipais da Emater/RS e a divulgação dos resultados e premiação durante a Expointer 2023. Acesse o regulamento e a ficha de inscrição clicando aqui. (As informações são do Sindilat/RS)

 
 
 
 
 
 

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