Porto Alegre, 29 de agosto de 2022 Ano 16 - N° 3.734
Semana começa com teatro na Casa da Indústria de Laticínios
A Casa da Indústria de Laticínios recebeu, nesta segunda-feira de Expointer, as primeiras escolas a prestigiarem a peça de teatro “Na Fazenda Doce de Leite”.
O espetáculo reuniu cerca de 720 crianças ligadas à rede pública de ensino de Sapucaia do Sul para conhecerem de forma lúdica todo o trabalho que o setor lácteo faz para que o leite chegue à mesa do consumidor. Os estudantes das escolas EMEF Alfredo Juliano, EMEF Professora Rosane Amaral, EMEF Alfredo Adolfo Cassel, EMEF Pref. João Freitas filho, EMEF Hugo Gerdau, EMEF Vanessa Ceconet, EMEF Profª Maria da Glória, EMEF Lourdes Fontoura, EMEB João de Barro, EMEF Afonso Guerreiro Lima, EMEF José Plácido de Castro, EMEF Francisco Greiss, EMEF Professora Aurialicia também puderam interagir com vacas das raças Jersey, Gir, Girolando e Holandês no espaço Recanto das Terneiras.
O projeto é uma realização do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) com apoio da Embrapa e busca levar informações às crianças sobre a produção leiteira, os cuidados necessários para manter o equilíbrio com o meio-ambiente e bem-estar animal. O teatro segue diariamente ao longo da Expointer e pode ser conferido na Quadra 46 do Boulevard no Parque de Exposições Assis Brasil tanto de manhã quanto de tarde.
Durante a Expointer 2022, a Casa da Indústria de Laticínios conta com o apoio de Tetra Pak, Sicoob, Embrapa e Universidade de Passo Fundo (UPF). (Assessoria de Imprensa Sindilat/RS/Foto: Jéssica Aguirres)
Sindilat e Apex preparam missão ao Chile para prospectar exportações
Os laticínios gaúchos estão prospectando novas exportações de produtos para o Chile. O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) prepara uma comitiva de empresas associadas para participar da Espacio Food & Service, feira da indústria alimentícia em Santiago. O projeto tem apoio da Apex Brasil. “É uma alternativa para agregar valor a nossos produtos”, salientou o vice-presidente, Alexandre Guerra, que já sinalizou o interesse da Cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa(RS), de aderir à missão.
Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a expectativa é levar laticínios para abrir tratativas, tanto com o mercado chileno, quanto com outros países da América Latina. “Algumas empresas já vêm negociando com o Chile, Venezuela e Argentina. São mercados próximos e com potencial excelente”, salientou durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (29/08) na Expointer. A feira será realizada de 27 a 29 de setembro.
A exportação de lácteos é vista como alternativa para reduzir a dependência que o setor tem, hoje, da demanda interna. “Conseguir abrir mercado em países da América Latina é uma forma importante de dar início a esse processo que depende não apenas da indústria, mas da competitividade de toda a cadeia produtiva”, completou Palharini.
Em 2021, o Brasil exportou 2,57 mil toneladas de produtos lácteos para o Chile. Desse total, 887 toneladas foram produzidas no Rio Grande do Sul, um percentual de 34,48%. As exportações nacionais ganharam velocidade no primeiro semestre de 2022: o Brasil exportou 2,35 mil toneladas. Contudo, o crescimento não foi acompanhado pelo RS, que seguiu com embarques no mesmo patamar: 422 toneladas de janeiro a junho. O produto mais exportado pelos gaúchos ao país chileno é o queijo muçarela.
Prêmio de Jornalismo
Durante a coletiva realizada na Casa da Indústria de Laticínios do RS, o Sindilat também lançou a 8ª edição do Prêmio Sindilat de Jornalismo. As inscrições começam nesta segunda-feira (29/08) e vão até 1º de novembro. O objetivo é valorizar o trabalho da imprensa que cobre o agronegócio e mostra a realidade da produção de leite nas diferentes esferas.
Referência leiteira
Os vencedores do 1º Prêmio de Referência Leiteira serão conhecidos durante a Expointer 2022. A entrega do mérito será realizada na quarta-feira (31/8) durante evento na Casa da Indústria de Laticínios no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), a partir das 11h. Promovido pela Secretaria da Agricultura, pela Emater/RS e pelo Sindilat, o prêmio visa reconhecer as propriedades que se destacam em termos de eficiência produtiva e qualidade do leite. A 2ª edição do Referência Leiteira será lançada logo após a divulgação dos campeões.
Palharini afirma que o prêmio, lançado na Expointer do ano passado, é uma forma de valorizar e incentivar o trabalho dos produtores gaúchos. “Com o mérito, além de reconhecer sua atuação, ressaltamos a importância das boas práticas nas propriedades para garantir maior eficiência, qualidade e rentabilidade. É uma maneira de estimularmos os avanços na produção de lácteos no Estado”, reforça. O secretário-executivo do Sindilat ainda comemora o resultado da primeira edição. “Tivemos excelentes resultados nos índices avaliados, o que nos mostra que os produtores estão no caminho certo. Já estamos ansiosos para o ano que vem”.
Durante a Expointer 2022, a Casa da Indústria de Laticínios conta com a parceria da empresa Tetra Pak, do Sicoob, da Universidade de Passo Fundo (UPF) e da Embrapa. (Assessoria de Imprensa Sindilat/Foto: Carolina Jardine)
Perguntas que refletem desafios enfrentados pelo agro no Estado
Há desafios de longa data e outros mais recentes entre os apontados pelo agronegócio no Painel RBS com candidatos ao Piratini, realizado na Expointer. Representantes de entidades do setor foram os protagonistas das perguntas no evento mediado pela colunista Rosane de Oliveira. Das atividades mais tradicionais, como a ovinocultura, às mais recentes, como a olivicultura e a produção de biocombustíveis, existem obstáculos a superar.
A questão tributária apareceu mais de uma vez, na condição de redutor da competitividade. Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips), destacou a redução gradual do percentual de crédito presumido para as indústrias de proteína animal: 5% neste ano, 10% no próximo e 15% em 2024.
- Se já tínhamos fragilidade, agora começou a pesar - disse à coluna Kerber, acrescentando que a medida tem relação com o plano de recuperação fiscal.
A lógica, explica, é a de que a desvantagem para outros Estados sem essa redução de créditos se amplia. Até em razão do custo logístico para atender o mercado consumidor interno - mais de 60% da proteína animal produzida no Rio Grande do Sul se destina a outras unidades da federação.
- Nos últimos 10 anos, o Rio Grande do Sul tem perdido o segundo lugar como produtor de leite para o Paraná. Santa Catarina vem crescendo, e o RS está muito mais próximo de perder o terceiro lugar do que assumir o segundo. A questão tributária tem sido danosa para o setor lácteo - reforçou Darlan Palharini, diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat-RS).
Para Kerber, nesse cenário, o horizonte é "olhar para o mercado externo ou encolher a produção". E, para o caminho do acesso global, acrescenta, é preciso um maior protagonismo do governo. Como na efetiva abertura de novos mercados a partir do status sanitário do RS de livre de aftosa sem vacinação. Os paranaenses, que obtiveram o reconhecimento internacional junto com os gaúchos, estão construindo agendas de visitas internacionais.
Também no arroz, a tributação aparece como fator de preocupação. Anderson Belloli, diretor jurídico da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), falou sobre o efeito colateral da guerra fiscal entre Estados, em que o produto beneficiado do RS tem levado a pior. A alíquota de ICMS zerada nas operações internas em Estados do Sudeste, para onde vai 70% do cereal gaúcho, abriu espaço para o importado.
- Minas Gerais importava 4 mil toneladas de arroz do Paraguai em 2004, hoje importa 400 mil - reiterou o dirigente.
O pedido por mudança no regime tributário do RS foi reforçado em julho deste ano, como publicou a coluna. (Zero Hora)
Jogo Rápido
Expointer recebe 154 mil pessoas no primeiro fim de semana
Público é considerado recorde pelos organizadores. CLIQUE AQUI e acompanhe a visita do Jornal do Almoço à Casa da Indústria de Laticínios. (Fonte: Jornal do Almoço)