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09/08/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 09 de agosto de 2022                                                        Ano 16 - N° 3.720


Balança comercial de lácteos: importações seguem ganhando força

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (08/08) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de -98 milhões de litros em equivalente-leite no mês de julho, uma diminuição de 23 milhões, ou aproximadamente 31% em comparação ao mês anterior.

Ao se comparar ao mesmo período do ano passado (julho/2021), o saldo deste ano também foi mais negativo, sendo que o valor em equivalente-leite nesse período foi de -61 milhões de litros, representando uma diferença de aproximadamente 37 milhões de litros, ou 60,7%. Esta foi a terceira variação negativa consecutiva, e o valor é o menor desde fevereiro de 2021. Confira a evolução no saldo da balança comercial de lácteos no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos.

Novamente ocorreram recuos nas exportações, porém, desta vez a queda foi mais amena que as duas últimas registradas.
 
O período apresentou um decréscimo de -0,6 milhões de litros no volume exportado, representando um recuo de aproximadamente 7,7%. Ao se comparar com 2021, o cenário é ainda mais destoante, ocorrendo um decréscimo de -4,2 milhões de litros, representando um recuo de aproximadamente 36,8% no volume exportado no período. Desta forma, o cenário desfavorável às exportações se perpetuou em julho, ocorrendo decréscimos no volume exportado de produtos lácteos, pelo terceiro mês consecutivo.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Por outro lado, as importações seguiram ganhando força no último mês, frente a elevação da vantagem competitiva dos produtos internacionais.

O mês de julho apresentou um aumento de 26,7% nas importações, com um acréscimo no volume de importações de 22,2 milhões de litros em equivalente-leite.

Analisando o mesmo período do ano passado, também se nota um aumento entre os volumes importados; em junho de 2021, 72,5 milhões de litros em equivalente-leite foram importados, já em 2022 esse valor teve uma variação positiva de aproximadamente 45,4%, configurando um aumento expressivo de 32,9 milhões de litros em equivalente-leite comparando-se os anos, o que pode ser observado no gráfico a seguir:

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Esse aumento nos volumes importados e recuo das exportações ocasionaram um saldo mais negativo da balança comercial de lácteos para o mês de julho, apresentando o resultado mais negativo do ano, até o momento, e o menor valor desde fevereiro de 2021. Este cenário se formou devido alguns fatores, tais como: os recuos apresentados nos preços internacionais, a baixa disponibilidade de leite no Brasil e os elevados preços dos derivados lácteos no mercado interno.

Em meio a um cenário geopolítico conturbado, as tensões internacionais vêm emplacando quedas nos preços internacionais. A situação da covid-19 na China ainda não foi resolvida, e novos lockdowns vem ocorrendo, diminuindo a demanda de um dos principais players no mercado internacional. Além da demanda chinesa, temos conflitos em diferentes regiões do globo, como por exemplo, a guerra entre Rússia e Ucrânia, e as divergências entre China e Estados Unidos, impulsionadas por razões diplomáticas envolvendo a ilha de Taiwan.

Um outro ponto que vem atuando para consolidar o cenário baixista dos preços é o risco de recessão econômica mundial, com grandes potências, como Estados Unidos, e Europa apresentando entraves em suas economias, elevando os temores de uma possível recessão.

Em meio a essas tensões internacionais, os preços do leilão Global Dairy Trade passaram por mais uma variação negativa no último evento realizado. Os preços médios do leite em pó integral atingiram o menor valor desde fevereiro de 2021.

Esses fatos associados a baixa disponibilidade de leite no mercado interno, que impactaram nos preços, nos últimos meses, trouxeram um ganho de competitividade para os produtos internacionais, o que refletiu em um maior volume de importações. Desta forma, mesmo em meio ao dólar ainda operando em patamares elevados, o mês de julho se mostrou favorável as negociações de importação e manteve a janela de exportações fechada.

Em relação aos produtos mais importantes da pauta importadora em julho, temos o leite em pó integral, os queijos, o leite em pó desnatado e o soro de leite, que juntos representaram 93% do volume total importado.

O leite em pó integral teve uma elevação de 22% em seu volume importado. Além do leite em pó integral, os produtos que tiveram maiores variações com relação à importação foram o leite em pó desnatado e os queijos, com aumentos de 68% e 21%, respectivamente.

Os produtos que tiveram maior participação no volume total exportado foram o leite condensado, o leite UHT, o creme de leite e os queijos, que juntos, representaram 83% da pauta exportadora. Os queijos apresentaram um recuo de 15% em seu volume exportado.

A tabela 1 mostra as principais movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de julho deste ano.

Tabela 1. Balança comercial láctea em julho de 2022.

(Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT)


RANKING MUNDIAL: TOP 20 PROCESSADORES DE LEITE

Os 20 maiores processadores de leite, listados abaixo de acordo com o relatório publicado pela IFCN, são responsáveis por aproximadamente 40% da oferta mundial de leite cru sendo processado em fábricas.
 
Essas empresas e cooperativas aumentaram sua capacidade de processamento de leite em 50 milhões de toneladas nos últimos 10 anos, o que corresponde à metade da produção anual dos EUA.
 
Os produtores de leite da América dos EUA novamente encabeçaram a lista das 20 maiores empresas leiteiras que recebem mais leite a nível mundial. Seguiram-se o Lactalis da França e o Fonterra da Nova Zelândia.
 
Mas antes, mostramos quais marcas são as mais utilizadas por continente:

 
Os 20 maiores processadores de leite coletam 212 milhões de toneladas de leite, e a lista mostra que mais de 25% do leite produzido no mundo inteiro é processado a partir dos 20 maiores gigantes leiteiros. Esta tendência continua a se consolidar ano após ano, com os produtores leiteiros da América no topo da lista com uma ingestão em litros de 28,6 bilhões de litros, cerca de 3,5% do mercado total.
 
O poderoso grupo cooperativo Dairy Farmers of America está sediado em Kansas City, Missouri, e tem dezenas de fábricas em todo o país. É uma cooperativa agrícola que representa aproximadamente 14.000 produtores leiteiros.
 
As empresas Lactalis (com sede na França) com 21,7 milhões de toneladas de leite, Fonterra (Nova Zelândia) com 18,7 milhões de toneladas e Arla Foods (Dinamarca-Suécia) com 13,7 milhões de toneladas, seguem em ordem de importância, quinta é a gigante suíça Nestlé (13,6 milhões de toneladas), sexta é a Friesland Campinas (11,8).
 
Depois disso vêm Saputo com 10,5, Amul (Índia) com 10,3, os gigantes chineses Yili (9,6) e Mengniu (9 milhões de toneladas), Grupo Glanbia dos EUA, Califórnia Dairies, Danone, Agropur, DMK, Muller (Alemanha/UK), Leprino, Land O’Lakes, Savencia e Sodiaal, sendo os dois últimos franceses. (Fontes: eDairy News – Todo Lecheria)

 

Uma saída para manter o Auxílio Brasil em R$ 600

Está nos mapas de risco para 2023 a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600, que começa a ser pago hoje. Qualquer que seja o resultado da eleição, não se imagina que, tal definido na PEC Eleitoral, dure só até dezembro.

Apesar do quase consenso sobre a necessidade de elevar o valor diante do salto da inflação, o problema é como financiar o benefício maior sem endividar ainda mais o país. Um grupo de economistas especializados em temas tributários defende mudanças em regras que teria capacidade de gerar arrecadação extra ao redor de R$ 84 bilhões.

Além desse alvo, há outro: aumentar a chamada progressividade, ou seja, distribuir a carga de forma mais equilibrada entre quem ganha mais e quem tem menos renda. Hoje, o sistema tributário nacional é considerado regressivo, ou seja, quem ganha menos acaba pagando mais, por distorções no formato de cobrança, falta de correção na tabela do Imposto de Renda (IR) e um conjunto de isenções que acaba beneficiando a alta renda.

A correção da tabela do IR chegou a ser anunciada e aprovada, mas nunca saiu do papel. Segundo Manoel Pires, coordenador do Observatório de Política Fiscal do Ibre/FGV, caso tivesse sido reajustada a faixa de isenção para R$ 2,5 mil, como prometido, a tabela só voltaria para o patamar que estava em 2018. Às vésperas da eleição, o assunto foi retomado, mas ainda não está definido.

Um dos instrumentos da mudança seria a cobrança de imposto sobre lucros e dividendos, que acabou derrubando a reforma no ano passado. Rodrigo Orair, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), admite que o assunto é complexo, mas pondera que o tema envolve não só justiça tributária, mas competitividade, porque a alíquota sobre o ganho das empresas é elevado, de 34%:

- Para investidores internacionais, conta mais a alíquota sobre a empresa, não sobre os dividendos, cobrados da pessoa física. Vários países estão mudando e integrando a cobrança entre pessoa física e jurídica. Os que tinham isenção de dividendos estão mudando. (Zero Hora)


Jogo Rápido 

Expointer
Já tem data para o lançamento oficial da 45ª Expointer. Será na próxima segunda-feira, no espaço Multiverso Experience, no Cais Embarcadero, na Capital. Na ocasião, serão apresentados os detalhes da feira agropecuária que ocorrerá de 27 de agosto a 4 de setembro, no parque Assis Brasil, em Esteio. Um deles é que, neste ano, não haverá mais limitação do número diário de visitantes. (Zero Hora)


 
 
 

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