Porto Alegre, 07 de fevereiro de 2022 Ano 16 - N° 3.592
La Niña atinge ápice e deve terminar no decorrer do outono
Com o fim do La Niña programado para o início do inverno, a meteorologia diz que ainda é cedo para falar sobre a possibilidade de El Niño
Em atualização no dia 13 de janeiro, a Agência Americana de Meteorologia e Oceanografia (Noaa) indicou que o fenômeno La Niña alcançou sua maturidade. O fenômeno prosseguirá até o outono, aproximadamente o mês de maio, alcançando seu término no início do inverno de 2022. Segundo previsão do tempo, a partir daí, embora exista especulação em torno do aparecimento de um El Niño no segundo semestre, a meteorologia recomenda cautela com a tomada de decisão.
Atualmente, a Oscilação Interdecadal do Pacífico (ODP) em fase fria vem impedindo o aparecimento frequente de El Niños. Nos últimos dez anos, três previsões de El Niño não se confirmaram por conta da ODP negativa. O ano de 2022 será semelhante ao ano de 2012, justamente um dos períodos em que havia previsão de El Niño que não se confirmou.
Para o período entre fevereiro e abril de 2022, a simulação probabilística da Universidade de Colúmbia indica manutenção da chuva abaixo da média no centro, oeste e sul do Rio Grande do Sul, além de boa parte do Uruguai e Argentina, comprometendo o desenvolvimento agrícola. Outras áreas com chuva abaixo da média aparecem no Sudeste, entre São Paulo, sul e leste de Minas Gerais, Rio de Janeiro e sul do Espírito Santo, além do norte do Nordeste, sudoeste do Amazonas e oeste do Acre. No caso do Sudeste, a diminuição da chuva indica que, apesar do aumento significativo do nível dos reservatórios para geração de energia elétrica entre a primavera e início do verão, o mesmo desempenho não será visto até o fim do período úmido.
No norte do Nordeste, a chuva abaixo da média está associada à temperatura do Atlântico. Apesar do La Niña normalmente contribuir com precipitações intensas sobre a região, também há uma grande dependência do Atlântico para que a chuva se confirme. Vai chover intensamente nos próximos meses no oeste de São Paulo, oeste e norte de Minas Gerais, norte do Espírito Santo, em boa parte do Norte e Nordeste, além de Goiás e Mato Grosso.
Apesar da atual onda de calor que domina o centro e sul do Brasil, a tendência é de temperatura próxima da média entre fevereiro e abril. O frio do outono, inclusive, deve chegar mais cedo que o normal em 2022. O calor ficará acima da média entre o Norte e Nordeste, áreas que receberão chuva abaixo do normal no trimestre.
La Niña e segunda safra de milho
Após uma safra de milho frustrante no Sul devido à estiagem, as atenções se voltam para a segunda safra de milho no Brasil. No final de janeiro, a Embrapa Agropecuária Oeste destacou para a chance de 75% de probabilidade de ocorrência de geada em áreas produtoras de Mato Grosso do Sul devido do La Niña. De forma geral, o desempenho do cereal será melhor do que em 2021 por conta de sua instalação bem mais precoce. De acordo com a Conab, 15% das áreas já tinham sido semeadas até o fim de janeiro.
Em fevereiro, o ritmo de instalação deverá ser menor pelo excesso de chuva previsto para Minas Gerais e Goiás. Estima-se chuva acima dos 150 milímetros, o que pode gerar acumulados totais de pelo menos de 450 milímetros em áreas produtoras. Em Mato Grosso e em Tocantins, embora a anomalia de precipitação prevista não seja tão elevada, são esperados longos períodos com tempo nublado e chuvoso. Por outro lado, até o fim de fevereiro, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Piauí vão receber menos precipitação que o normal. No centro e sul do Brasil, o tempo seco será prolongado em meados de fevereiro e a precipitação mais intensa reaparece somente por volta de 20 de fevereiro. Já no Maranhão e Piauí, a chuva fica abaixo da média e não há previsão de invernadas.
Em março, a chuva acima da média será vista em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. No Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, a chance de estiagens regionalizadas aumenta a partir da segunda quinzena do mês. Abril será o período mais seco dos três estados do centro-sul do Brasil, algo que pode comprometer parcialmente o desenvolvimento da segunda safra de milho. A chuva mais intensa vai reaparecer a partir da segunda quinzena de maio. Por outro lado, a precipitação vai prosseguir sobre o centro e norte do Brasil. (Canal Rural)
Com o fim do La Niña programado para o início do inverno, a meteorologia diz que ainda é cedo para falar sobre a possibilidade de El Niño
Em atualização no dia 13 de janeiro, a Agência Americana de Meteorologia e Oceanografia (Noaa) indicou que o fenômeno La Niña alcançou sua maturidade. O fenômeno prosseguirá até o outono, aproximadamente o mês de maio, alcançando seu término no início do inverno de 2022. Segundo previsão do tempo, a partir daí, embora exista especulação em torno do aparecimento de um El Niño no segundo semestre, a meteorologia recomenda cautela com a tomada de decisão.
Atualmente, a Oscilação Interdecadal do Pacífico (ODP) em fase fria vem impedindo o aparecimento frequente de El Niños. Nos últimos dez anos, três previsões de El Niño não se confirmaram por conta da ODP negativa. O ano de 2022 será semelhante ao ano de 2012, justamente um dos períodos em que havia previsão de El Niño que não se confirmou.
Para o período entre fevereiro e abril de 2022, a simulação probabilística da Universidade de Colúmbia indica manutenção da chuva abaixo da média no centro, oeste e sul do Rio Grande do Sul, além de boa parte do Uruguai e Argentina, comprometendo o desenvolvimento agrícola. Outras áreas com chuva abaixo da média aparecem no Sudeste, entre São Paulo, sul e leste de Minas Gerais, Rio de Janeiro e sul do Espírito Santo, além do norte do Nordeste, sudoeste do Amazonas e oeste do Acre. No caso do Sudeste, a diminuição da chuva indica que, apesar do aumento significativo do nível dos reservatórios para geração de energia elétrica entre a primavera e início do verão, o mesmo desempenho não será visto até o fim do período úmido.
No norte do Nordeste, a chuva abaixo da média está associada à temperatura do Atlântico. Apesar do La Niña normalmente contribuir com precipitações intensas sobre a região, também há uma grande dependência do Atlântico para que a chuva se confirme. Vai chover intensamente nos próximos meses no oeste de São Paulo, oeste e norte de Minas Gerais, norte do Espírito Santo, em boa parte do Norte e Nordeste, além de Goiás e Mato Grosso.
Apesar da atual onda de calor que domina o centro e sul do Brasil, a tendência é de temperatura próxima da média entre fevereiro e abril. O frio do outono, inclusive, deve chegar mais cedo que o normal em 2022. O calor ficará acima da média entre o Norte e Nordeste, áreas que receberão chuva abaixo do normal no trimestre.
La Niña e segunda safra de milho
Após uma safra de milho frustrante no Sul devido à estiagem, as atenções se voltam para a segunda safra de milho no Brasil. No final de janeiro, a Embrapa Agropecuária Oeste destacou para a chance de 75% de probabilidade de ocorrência de geada em áreas produtoras de Mato Grosso do Sul devido do La Niña. De forma geral, o desempenho do cereal será melhor do que em 2021 por conta de sua instalação bem mais precoce. De acordo com a Conab, 15% das áreas já tinham sido semeadas até o fim de janeiro.
Em fevereiro, o ritmo de instalação deverá ser menor pelo excesso de chuva previsto para Minas Gerais e Goiás. Estima-se chuva acima dos 150 milímetros, o que pode gerar acumulados totais de pelo menos de 450 milímetros em áreas produtoras. Em Mato Grosso e em Tocantins, embora a anomalia de precipitação prevista não seja tão elevada, são esperados longos períodos com tempo nublado e chuvoso. Por outro lado, até o fim de fevereiro, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Piauí vão receber menos precipitação que o normal. No centro e sul do Brasil, o tempo seco será prolongado em meados de fevereiro e a precipitação mais intensa reaparece somente por volta de 20 de fevereiro. Já no Maranhão e Piauí, a chuva fica abaixo da média e não há previsão de invernadas.
Em março, a chuva acima da média será vista em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. No Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, a chance de estiagens regionalizadas aumenta a partir da segunda quinzena do mês. Abril será o período mais seco dos três estados do centro-sul do Brasil, algo que pode comprometer parcialmente o desenvolvimento da segunda safra de milho. A chuva mais intensa vai reaparecer a partir da segunda quinzena de maio. Por outro lado, a precipitação vai prosseguir sobre o centro e norte do Brasil. (Canal Rural)
RS: bovinocultores de leite trocam experiências em Vale do Sol
Agricultores dos municípios de Passo do Sobrado e Vale Verde participaram na quarta-feira (02/02), na propriedade da família Kretzmann, no município de Vale do Sol, de um Dia de Campo sobre Bovinocultura de Leite. A atividade, promovida pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), visou propiciar uma interação maior entre os participantes. "Por se tratar de grupos menores a prática permite uma melhor discussão e visibilidade do sistema. Além disso, mantemos os cuidados de prevenção à Covid-19, pois a atividade é realizada ao ar livre e em grupos pequenos", pondera o extensionista rural agropecuário da Emater/RS-Ascar, Vivairo Zago.
Na propriedade da família Kretzmann, está implantada uma Unidade de Referência Técnica (URT) da Emater/RS-Ascar na área de bovinocultura de leite. A atividade apresentou o resultado de cinco anos desde a implantação do Sistema de Pastoreio Racional Voisin. "Esta propriedade trabalha um sistema de produção de leite diferenciado. Utiliza-se a pastagem como principal fonte de alimento para o rebanho, suplementação com 3,5 quilos de ração por vaca por dia em média, silagem apenas durante algum período do ano. Além de utilizar genética de animais adequada para esse sistema que é a holandesa de origem na Nova Zelândia", explica Zago. O agricultor Rosmar Kretzmann também utiliza a genética norte-americana, mas sempre escolhendo os animais por aptidão ao sistema a pasto.
A propriedade também foi escolhida para sediar a atividade, pois embora o atual cenário da estiagem, há boa oferta de pastagem ao rebanho, graças ao manejo adequado das pastagens. Foram implantados piquetes diurnos e noturnos, sempre mantendo um residual de pastagem na saída das vacas desses espaços e solo coberto por boa camada de pastagem. Ao todo, são sete hectares de pastagem onde são cultivadas espécies perenes como o milheto, tifton, quiquio, trevo entre outras espécies nativas e plantadas, em uma espécie de "mix de pasto". Essa diversidade de alimento contribui para melhor equilíbrio do sistema resultando, por exemplo, na não ocorrência de pragas na pastagem, além de uma melhor exploração das camadas de solo. "No caso do trevo, por ser uma leguminosa, incorpora naturalmente nitrogênio no solo", comenta Zago.
O rebanho é formado por 25 animais, que apresentam bons índices reprodutivos, poucos casos de mastite e uma média de 19 litros de leite por vaca ao dia. O custo de produção também fica bem em conta, em torno de 55%. Em 2021 a propriedade entregou em média oito mil litros de leite por mês. "O objetivo não é explorar o máximo produtivo da vaca e sim buscar maiores resultados da pastagem", observa o extensionista rural André Macke Franck, que faz o acompanhamento da atividade leiteira na propriedade.
O Sistema Voisin, associado ao Silvipastoril, proporciona bem estar animal ao disponibilizar sombra nos piquetes. Além disso, as áreas de pastagem foram incrementadas com a instalação de pontos de água encanada em todos os piquetes, disponibilizando ao rebanho água de qualidade e em quantidade.
Uma das principais ações realizadas na propriedade foi o cuidado com o solo. O sistema de adubação consiste em cama de aviário e adubo químicos. O solo tem em torno de 3% de Matéria Orgânica (MO) e não apresenta indícios de compactação. Essas características permitem maior armazenagem de água no solo e, consequentemente, a propriedade dispõe de oferta de pastagem, mesmo com chuvas abaixo do normal. O manejo da pastagem com roçadas das sobras também permitem elevação da matéria orgânica em longo prazo, além da ciclagem de nutrientes. "A propriedade apresenta solo descompactado, vida no solo, acúmulo de matéria orgânica, 100% de pastagem perene, nenhum metro quadrado de solo descoberto em toda a propriedade, toda área fazendo fotossíntese", ressalta Franck.
O sistema de pastoreio rotacionado Voisin também permite um maior acúmulo e/ou concentração de dejetos no piquete. Todo esse conjunto de práticas favorecem as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo na área de pastagem.
Franck ainda destaca importantes resultados na qualidade do leite produzido, na sanidade do rebanho e na redução da penosidade do trabalho. "Nessa propriedade existe alta sanidade do rebanho, alta qualidade do leite e percentual de sólidos. Intervalo médio entre partos menor que 365 dias, alta longevidade das vacas, baixo requerimento de mão de obra, sobrando pasto em plena estiagem e sem uso de silagem no momento. Além disso, alto retorno financeiro apesar dos elevados custos e baixa remuneração atual", pondera.
Outros pequenos grupos de bovinocultores de leite com perfis e/ou potencial para implantação do sistema em suas propriedades devem ser recebidos nessa unidade experimental. "Cada propriedade é uma realidade, mas muitas coisas podem ser copiadas dali. E em tempos de custos elevados e escassez de alimentos esse sistema pode ser ideal para muitas propriedades", completa Zago. O próximo grupo deve acontecer no dia 20 de abril. Interessados em participar devem procurar o Escritório da Emater/RS-Ascar do seu município para outras informações. (Emater/RS)
Desempenho da indústria é o melhor em 30 anos
IDI/RS, divulgado ontem pela Fiergs, revelou rescimento de 12,8% em 2021. Resultado compensa reduções trazidas pela crise da Covid
Índice de Desempenho Industrial (IDI/RS) medido pela Federação das Indústrias (Fiergs) encerrou 2021 com crescimento de 12,8% ante 2020, a maior taxa em 30 anos. O recorde se deve à base deprimida de 2020, quando o indicador atingiu pisos históricos na primeira onda da Covid-19. A alta, porém, mais que compensou a redução de 4,8% em 2020, superando em 7,4% o nível de atividade de 2019. “Além da base deprimida, o resultado refletiu o retorno das atividades econômicas, sobretudo o dinamismo dos setores industriais ligados ao agronegócio e às exportações”, lembrou o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
Todos os componentes do IDI/RS cresceram em 2021: compras industriais (+31%), horas trabalhadas na produção (+15,1%), faturamento real (+8,7%), emprego (+6,7%), utilização da capacidade instaladaUCI (+5,7 pontos percentuais) e massa salarial (+4,6%). A expansão anual foi disseminada, chegando a 14 de 16 ramos, e os destaques foram os grupos de máquinas e equipamentos (+32,4%), químicos e derivados de petróleo (+11,1%), veículos (+15,8%), produtos de metal (+17,9%) e couro e calçados (+10,1%). Apenas os itens madeira (-1,2%) e máquinas e materiais elétricos (-0,7%) recuaram.
Em dezembro na comparação com novembro o IDI/RS cresceu 0,5% com ajuste sazonal, repercutindo o desempenho do faturamento real (+1,1%) e das horas trabalhadas na produção (+1,5%). Foi a sétima alta seguida, levando o nível de atividade ao maior patamar desde novembro de 2014, 10,2% acima do pré-pandemia (fevereiro de 2020). Ainda nessa métrica, o emprego e a UCI, com grau médio de 83,4%, ficaram estáveis, enquanto a massa salarial caiu 0,4%. Para 2022 a perspectiva é de avanço de 1,7% na atividade.
As expectativas dos empresários são favoráveis e há confiança e intenção de investir. A reabertura econômica tende a se completar e a demanda externa deve ajudar, segundo o levantamento. Petry observou, porém, que os fatores restritivos de 2021 seguem no radar, sobretudo gargalos na cadeia de suprimentos. “A estiagem que estamos passando, casos de Covid e eleição polarizada também trazem incertezas”, concluiu. (Correio do Povo)
Agricultores dos municípios de Passo do Sobrado e Vale Verde participaram na quarta-feira (02/02), na propriedade da família Kretzmann, no município de Vale do Sol, de um Dia de Campo sobre Bovinocultura de Leite. A atividade, promovida pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), visou propiciar uma interação maior entre os participantes. "Por se tratar de grupos menores a prática permite uma melhor discussão e visibilidade do sistema. Além disso, mantemos os cuidados de prevenção à Covid-19, pois a atividade é realizada ao ar livre e em grupos pequenos", pondera o extensionista rural agropecuário da Emater/RS-Ascar, Vivairo Zago.
Na propriedade da família Kretzmann, está implantada uma Unidade de Referência Técnica (URT) da Emater/RS-Ascar na área de bovinocultura de leite. A atividade apresentou o resultado de cinco anos desde a implantação do Sistema de Pastoreio Racional Voisin. "Esta propriedade trabalha um sistema de produção de leite diferenciado. Utiliza-se a pastagem como principal fonte de alimento para o rebanho, suplementação com 3,5 quilos de ração por vaca por dia em média, silagem apenas durante algum período do ano. Além de utilizar genética de animais adequada para esse sistema que é a holandesa de origem na Nova Zelândia", explica Zago. O agricultor Rosmar Kretzmann também utiliza a genética norte-americana, mas sempre escolhendo os animais por aptidão ao sistema a pasto.
A propriedade também foi escolhida para sediar a atividade, pois embora o atual cenário da estiagem, há boa oferta de pastagem ao rebanho, graças ao manejo adequado das pastagens. Foram implantados piquetes diurnos e noturnos, sempre mantendo um residual de pastagem na saída das vacas desses espaços e solo coberto por boa camada de pastagem. Ao todo, são sete hectares de pastagem onde são cultivadas espécies perenes como o milheto, tifton, quiquio, trevo entre outras espécies nativas e plantadas, em uma espécie de "mix de pasto". Essa diversidade de alimento contribui para melhor equilíbrio do sistema resultando, por exemplo, na não ocorrência de pragas na pastagem, além de uma melhor exploração das camadas de solo. "No caso do trevo, por ser uma leguminosa, incorpora naturalmente nitrogênio no solo", comenta Zago.
O rebanho é formado por 25 animais, que apresentam bons índices reprodutivos, poucos casos de mastite e uma média de 19 litros de leite por vaca ao dia. O custo de produção também fica bem em conta, em torno de 55%. Em 2021 a propriedade entregou em média oito mil litros de leite por mês. "O objetivo não é explorar o máximo produtivo da vaca e sim buscar maiores resultados da pastagem", observa o extensionista rural André Macke Franck, que faz o acompanhamento da atividade leiteira na propriedade.
O Sistema Voisin, associado ao Silvipastoril, proporciona bem estar animal ao disponibilizar sombra nos piquetes. Além disso, as áreas de pastagem foram incrementadas com a instalação de pontos de água encanada em todos os piquetes, disponibilizando ao rebanho água de qualidade e em quantidade.
Uma das principais ações realizadas na propriedade foi o cuidado com o solo. O sistema de adubação consiste em cama de aviário e adubo químicos. O solo tem em torno de 3% de Matéria Orgânica (MO) e não apresenta indícios de compactação. Essas características permitem maior armazenagem de água no solo e, consequentemente, a propriedade dispõe de oferta de pastagem, mesmo com chuvas abaixo do normal. O manejo da pastagem com roçadas das sobras também permitem elevação da matéria orgânica em longo prazo, além da ciclagem de nutrientes. "A propriedade apresenta solo descompactado, vida no solo, acúmulo de matéria orgânica, 100% de pastagem perene, nenhum metro quadrado de solo descoberto em toda a propriedade, toda área fazendo fotossíntese", ressalta Franck.
O sistema de pastoreio rotacionado Voisin também permite um maior acúmulo e/ou concentração de dejetos no piquete. Todo esse conjunto de práticas favorecem as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo na área de pastagem.
Franck ainda destaca importantes resultados na qualidade do leite produzido, na sanidade do rebanho e na redução da penosidade do trabalho. "Nessa propriedade existe alta sanidade do rebanho, alta qualidade do leite e percentual de sólidos. Intervalo médio entre partos menor que 365 dias, alta longevidade das vacas, baixo requerimento de mão de obra, sobrando pasto em plena estiagem e sem uso de silagem no momento. Além disso, alto retorno financeiro apesar dos elevados custos e baixa remuneração atual", pondera.
Outros pequenos grupos de bovinocultores de leite com perfis e/ou potencial para implantação do sistema em suas propriedades devem ser recebidos nessa unidade experimental. "Cada propriedade é uma realidade, mas muitas coisas podem ser copiadas dali. E em tempos de custos elevados e escassez de alimentos esse sistema pode ser ideal para muitas propriedades", completa Zago. O próximo grupo deve acontecer no dia 20 de abril. Interessados em participar devem procurar o Escritório da Emater/RS-Ascar do seu município para outras informações. (Emater/RS)
Desempenho da indústria é o melhor em 30 anos
IDI/RS, divulgado ontem pela Fiergs, revelou rescimento de 12,8% em 2021. Resultado compensa reduções trazidas pela crise da Covid
Índice de Desempenho Industrial (IDI/RS) medido pela Federação das Indústrias (Fiergs) encerrou 2021 com crescimento de 12,8% ante 2020, a maior taxa em 30 anos. O recorde se deve à base deprimida de 2020, quando o indicador atingiu pisos históricos na primeira onda da Covid-19. A alta, porém, mais que compensou a redução de 4,8% em 2020, superando em 7,4% o nível de atividade de 2019. “Além da base deprimida, o resultado refletiu o retorno das atividades econômicas, sobretudo o dinamismo dos setores industriais ligados ao agronegócio e às exportações”, lembrou o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
Todos os componentes do IDI/RS cresceram em 2021: compras industriais (+31%), horas trabalhadas na produção (+15,1%), faturamento real (+8,7%), emprego (+6,7%), utilização da capacidade instaladaUCI (+5,7 pontos percentuais) e massa salarial (+4,6%). A expansão anual foi disseminada, chegando a 14 de 16 ramos, e os destaques foram os grupos de máquinas e equipamentos (+32,4%), químicos e derivados de petróleo (+11,1%), veículos (+15,8%), produtos de metal (+17,9%) e couro e calçados (+10,1%). Apenas os itens madeira (-1,2%) e máquinas e materiais elétricos (-0,7%) recuaram.
Em dezembro na comparação com novembro o IDI/RS cresceu 0,5% com ajuste sazonal, repercutindo o desempenho do faturamento real (+1,1%) e das horas trabalhadas na produção (+1,5%). Foi a sétima alta seguida, levando o nível de atividade ao maior patamar desde novembro de 2014, 10,2% acima do pré-pandemia (fevereiro de 2020). Ainda nessa métrica, o emprego e a UCI, com grau médio de 83,4%, ficaram estáveis, enquanto a massa salarial caiu 0,4%. Para 2022 a perspectiva é de avanço de 1,7% na atividade.
As expectativas dos empresários são favoráveis e há confiança e intenção de investir. A reabertura econômica tende a se completar e a demanda externa deve ajudar, segundo o levantamento. Petry observou, porém, que os fatores restritivos de 2021 seguem no radar, sobretudo gargalos na cadeia de suprimentos. “A estiagem que estamos passando, casos de Covid e eleição polarizada também trazem incertezas”, concluiu. (Correio do Povo)
Jogo Rápido
Petróleo sobe e supera US$92
Previsões dos analistas para 2022 quanto ao preço do petróleo chegar a 100 dólares vão se confirmando. Ontem os contratos futuros encerraram uma semana de ganhos, e o preço do barril subiu 5,37% desde a segunda-feira, alcançando 92,31 dólares na Bolsa de Londres, referência para o preço do combustível no Brasil. Em Nova Iorque a cotação chegou a 86,82 dólares, alta de 6,32% na semana. Tensões entre Rússia e Ucrânia e dificuldades na produção de exportadores africanos impuseram pressão na oferta em um cenário de demanda aquecida. (Correio do Povo)
Previsões dos analistas para 2022 quanto ao preço do petróleo chegar a 100 dólares vão se confirmando. Ontem os contratos futuros encerraram uma semana de ganhos, e o preço do barril subiu 5,37% desde a segunda-feira, alcançando 92,31 dólares na Bolsa de Londres, referência para o preço do combustível no Brasil. Em Nova Iorque a cotação chegou a 86,82 dólares, alta de 6,32% na semana. Tensões entre Rússia e Ucrânia e dificuldades na produção de exportadores africanos impuseram pressão na oferta em um cenário de demanda aquecida. (Correio do Povo)