Porto Alegre, 25 de outubro de 2021 Ano 15 - N° 3.527
Programa Mais Leite Saudável já beneficiou mais de 80 mil produtores
O Programa Mais Leite Saudável (PLMS) já permitiu que 82,7 mil famílias de produtores de leite fossem beneficiadas com os projetos em várias frentes, inclusive assistência técnica. O resultado é a melhoria na produtividade e na qualidade do leite, bem como na rentabilidade do produtor.
Os números, disponíveis no Painel de Dados Abertos do programa, indicam que 587 empresas já executaram mais de mil projetos que abrangem mais de 2,3 mil municípios brasileiros. Para participar e ter acesso aos benefícios do programa, o laticínio ou cooperativa deve executar um projeto que promova o desenvolvimento de seus fornecedores.
O PLMS permite às agroindústrias, aos laticínios e às cooperativas de leite participantes utilizar créditos presumidos do PIS/Pasep e da Cofins da compra do leite in natura, utilizado como insumo de seus produtos lácteos em até 50% do valor a que têm direito. O Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), lançou uma cartilha para ajudar na elaboração e na execução de projetos do Programa Mais Leite Saudável. O documento aborda a estrutura, os elementos que devem constar do projeto e a legislação aplicável.
Saiba mais aqui. (As informações são do Governo Federal do Brasil, adaptadas pela equipe MilkPoint)
Pequenos penalizados
A vida das famílias que fazem da produção de leite sua principal fonte de renda vive um processo de transformação, não apenas no Estado, mas também no Brasil e em vários países do mundo. O Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no Rio Grande do Sul 2021, divulgado pela Emater/RS-Ascar durante a 44ª Expointer, indica que só vão subsistir os produtores capazes de acompanhar quantitativa e qualitativamente as exigências do mercado. O documento mostra que o número de gaúchos na atividade caiu 52,28% entre 2015 e 2021, de 84,1 mil para 40,8 mil.
Coordenador do estudo, o assistente técnico regional da Emater, Jaime Ries, reconhece que, para aqueles que não conseguem avançar na escala, fica cada dia mais difícil manter a produção. Segundo Ries, há uma projeção apontando que 23% dos agricultores que coletam entre 50 e 100 litros de leite por dia tendem a abandonar o ramo nos próximos anos e apostar em outros afazeres.
Os motivos para a debandada são muitos, a começar pelo alto custo de produção, que somente no último ano ultrapassou os 40% no Estado, por conta dos preços do milho e da soja, que são componentes das rações, e de outros insumos, como adubos e energia elétrica. Quem entrega pouco leite ganha menos, já que a indústria alega que, nestes casos, a logística de captação acaba sendo mais cara e o enfrentamento dos custos se complica. Mas Ries destaca que as razões para a desistência vão muito além disso. “São fatores internos da propriedade que estão determinando a migração de pessoas para atividades mais fáceis e economicamente mais atrativas, como o plantio de grãos e a suinocultura, por exemplo”, analisa. Falta de mão de obra, dificuldades na sucessão familiar e aposentadoria rural, quando a renda recebida mensalmente supera a obtida pela venda do leite, também estão entre as principais motivações.
Ao mesmo tempo em que diminui o número de produtores, a profissionalização daqueles que ficam eleva a produtividade. Em 2015, a Emater apurou que a média diária de produção de leite por propriedade era de 136 litros por dia, volume que em 2021 é 103% maior, chegando a 277 litros por dia. Graças a isso, no mesmo período, a coleta anual caiu apenas 3,15%, de 4,212 bilhões de litros para 4,079 bilhões de litros, embora 44 mil propriedades rurais tenham desistido dela. “Não estamos dizendo que a produção de leite vai deixar de ser atividade presente na agricultura familiar, mas o fator de remuneração, neste caso, é o volume”, complementa Ries.
Especialista em Economia Leiteira, o pesquisador Paulo do Carmo Martins, da Embrapa Gado de Leite, de Minas Gerais, confirma que a evasão de produtores de leite é um fenômeno que não se limita ao Rio Grande do Sul e nem mesmo ao Brasil. Ele observa que isso ocorre em várias partes do mundo e quase sempre pelos mesmos motivos: custos altos, dificuldade de sucessão nas propriedades e falta de assistência técnica que proporcione aos produtores ferramentas de gestão. O pesquisador cita cinco países como exemplo disso. Entre 1997 e 2016, o número de propriedades voltadas à produção leiteira caiu 10% no México, 14% no Chile, 35% no Brasil e no Uruguai e 49% na Argentina. No mesmo período, observa Martins, a produtividade aumentou 70% no México, 112% na Argentina, 139% no Uruguai, 172% no Brasil e 358% no Chile.
“Somente no Brasil, entre 2005 e 2020, os 14 maiores laticínios do país diminuíram de 6.035 para 2.446 o número de fornecedores, ao passo que a produção desses fornecedores saiu de 200 litros por dia em 2005 para 597 litros por dia no ano passado”, compara. Ou seja, o número de fornecedores foi reduzido a quase um terço, enquanto a produção praticamente triplicou. “Se pegarmos os 100 maiores produtores de leite do país, outra medida corrobora o aumento de produtividade: em 2009, este grupo produzia cerca de 11,4 mil litros por dia, quantidade que hoje chega a 23 mil litros por dia”, indica. (Correio do Povo, adaptada pelo Sindilat)
Santa Clara reúne associadas e dependentes no 14º Encontro de Mulheres com Atividade no Leite
Uma tarde repleta de conhecimento e interação. Foi desta maneira que centenas de associadas passaram o dia de ontem, 21 de outubro, quando ocorreu o 14º Encontro de Mulheres com Atividade no Leite da Cooperativa Santa Clara. Neste ano, o evento foi realizado na modalidade on-line. Na abertura, o presidente da Cooperativa, Gelsi Belmiro Thums, deu as boas-vindas a todas as participantes. “Este Encontro é um momento é destinado às associadas que desempenham um papel bem importante na propriedade. Organizamos uma programação bem diversificada”, afirmou.
Após, o diretor Administrativo e Financeiro, Alexandre Guerra, destacou as informações da Santa Clara lembrando o papel de cada uma: “Sempre falamos da importância da família associadas da Santa Clara e esse é o momento de podermos agradecer a tudo que fazem dentro do quadro de associados e homenageá-las”. O Encontro de Mulheres contou com a palestra “Mulheres que transformam”, com a psicóloga Aline Dotta. Já na área técnica, a consultora de Nutrição Animal Géssica Farina e a gerente do Departamento Técnico, Raquel Soletti, explanaram sobre a “Criação de Terneiras”. As participantes também apreenderam a preparar dois pratos típicos da culinária alemã e italiana: a Panna Cotta e o Schnitzel, com o supervisor de food service da Santa Clara, chef Gustavo Grisa. O encerramento da 14ª edição do evento ficou a cargo do Frei Jaime Bettega que trouxe uma mensagem espiritual para todas as associadas e dependentes da Cooperativa.
Sobre a Cooperativa Santa Clara
Em 2021, a Santa Clara completou 109 anos de história, o que a faz a mais antiga cooperativa de laticínios em atividade no Brasil. A sua sede está localizada no município de Carlos Barbosa e está presente, através de seus mais de 5 mil associados, em mais de 135 municípios gaúchos, atuando nos ramos de Laticínios, Frigorífico, Fábrica de Rações, Cozinha Industrial, Farmácias e 27 unidades de varejo, entre supermercados e mercados agropecuários, nos municípios onde possui associados. (Assessoria de Imprensa Santa Clara)
Jogo Rápido
ANTT faz consulta pública sobre preço mínimo do frete rodoviário
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) abriu uma consulta pública para receber propostas de mudança da Resolução nº 5.867, que estabelece as regras gerais, a metodologia e os coeficientes dos preços mínimos de frete no transporte rodoviário de cargas. As contribuições podem ser feitas até o dia 2 de dezembro. A ANTT publicou a tabela mínimo de preços do frete rodoviário com reajustes médios de 4,54% a 5,90%, a depender do tipo de veículo e classe de carga. A Lei nº 13.703/2018, que estabeleceu o piso mínimo para o frete rodoviário, determina que a atualização dos valores deve ocorrer a cada seis meses, em janeiro e julho, ou quando o preço do óleo diesel S10 subir 10% ou mais, de acordo com as publicações a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). (As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint)