Com vista no aprimoramento da produtividade e da competitividade dos produtos, os países que compõem o Mercosul precisam trabalhar de forma conjunta. Essa foi a tônica da fala do embaixador do Uruguai Guillermo Valles em live realizada nesta terça-feira (RS) pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) e pelo Jornal Correio do Povo com o apoio da Tetra Pak. “Os biomas que compartilhamos, sobretudo com o Sul do Brasil, Argentina e boa parte do Paraguai, indicam claramente que é essa a região geográfica, mas também outras no Centro-Oeste do Brasil, onde fica a reserva natural para alimentar uma população que no ano de 2050 deve ter um acréscimo de 2,5 bilhões de pessoas”, declarou.
Segundo ele, é necessário deixar brigas pequenas de lado e manter o olhar no horizonte. “Temos que conhecer bem quais são as condições de competitividade, quais os problemas de competitividade que temos”, afirmou. Ele ainda ressaltou que é necessário que os países do Mercosul busquem novos mercados como países do Golfo e da Ásia. “Temos que pensar em como podemos melhorar a inserção internacional”, acrescentou. Além disso, o embaixador destacou a importância que a tecnologia terá cada vez mais no campo daqui para frente.
Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o setor produtivo do leite tem evoluído bastante, no entanto, ainda são necessárias ações estratégicas para o crescimento do segmento em termos de produtividade e competitividade. "Se compararmos com a cadeia de suínos e de aves, em tecnologia, eles estão um pouco à frente. Claro que não dá para fazermos uma comparação nua e crua, até porque são realidades diferentes. Mas dentro dessa estratégia de repensar um pouco o setor do leite é preciso termos ações efetivas, como a aproximação com a Embrapa Pecuária Sul, de Bagé (RS), e com os países do Mercosul, como o Uruguai”. Assim como o embaixador, Palharini ressaltou a importância de ultrapassar as situações adversas entre os países do bloco para a expansão do setor. "Cada país do Mercosul acaba olhando para a sua economia, quando na verdade somos um único bloco”.
Pesquisador e chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso, afirmou que a entidade busca levar tecnologia aos criadores a fim de fazer diferença no campo. "Na década de 70, o Brasil era um país eminentemente importador. Importávamos feijão, carne e uma infinidade de alimentos. De lá para cá nós quadruplicamos a produção de alimentos, enquanto aumentamos uma porção de área muito menor, não chegamos a dobrar a área. Isso basicamente pelo uso da tecnologia". A live foi mediada por André Malinoski.
>> Confira a live completa em https://www.youtube.com/watch?v=4wl0XL8CQMM&t=1844s
Foto: Reprodução/ Correio do Povo