Porto Alegre, 02 de setembro de 2021 Ano 15 - N° 3.493
Argentina: concentração avança no setor leiteiro
Há anos ocorre um processo de concentração da produção de leite na Argentina. As fazendas menores que não podem se expandir, adicionar tecnologia e melhorar a produtividade, estão sendo deixadas de fora da corrida. Em julho passado, pela primeira vez, as menores fazendas leiteiras, com até 2.000 litros por dia de produção, representaram menos de 50% do total.
As empresas com mais recursos apostam no aumento dos estoques de vacas e na obtenção de maiores níveis de produtividade para fugir dos custos crescentes, que estão sempre na esteira das contas dos produtores de leite. É por isso que há um crescimento produtivo da “fazenda leiteira média”.
Segundo dados divulgados pelo Observatório da Cadeia do Leite Argentina (OCLA), existem 460 fazendas leiteiras que produzem mais de 10 mil litros (em julho eram em média 17.521 litros por dia). Eles representam 4,6% de todos os estabelecimentos e contribuem com 25,9% da produção total.
Na outra ponta, as fazendas com menos de 3.000 litros somam cerca de 6.700 e representam 27% da produção. Além disso, de acordo com este relatório existem “5.000 fazendas leiteiras com menos de 2.000 litros por dia, o que é 49,7% do total das fazendas leiteiras, representando 15,1% da produção nacional”.
O processo de concentração que está ocorrendo está refletido nesta tabela abaixo.
Em 2010 não só havia mais pequenas fazendas leiteiras no país, mas também aquelas com menos de 2.000 litros respondiam por 27% do leite enviado às indústrias. Enquanto isso, em julho de 2021, eles mal representavam 15%. Um processo inverso viveu as grandes fazendas.
Longe de se assustarem com esses dados, na OCLA consideraram que “o processo de concentração da produção nas grandes fazendas leiteiras é contínuo, e sem falar que não é para naturalizá-lo, mas para mostrar uma tendência forte e generalizada nas fazendas leiteiras mundiais, que os números marcam (sem fazer um juízo de valor se é bom ou ruim)”.
“Essa concentração na Argentina é expressa, com taxas em torno de 2 a 3% ao ano. De acordo com as informações que publicamos na OCLA com base no relatório da Situação Mundial do Leite da Federação Internacional de Leite 2020 (FIL/IDF), eles mostram uma taxa para os principais países leiteiros do mundo um pouco acima de 4% de redução anual das fazendas leiteiras”, acrescentaram.
Além disso, os especialistas afirmam que apesar da queda no número de estabelecimentos, a maior produção por unidade permitiu o crescimento da oferta de leite: “O tamanho da fazenda leiteira média é de cerca de 3.086 litros de leite por dia para julho de 2021, 3,2% a mais que no ano anterior ”.
O raciocínio é que “se avaliarmos o seu comportamento ao longo do tempo, apesar da diminuição do número de unidades produtivas e do número de vacas, a fazenda leiteira média apresenta no período 2009-2021 uma taxa de crescimento anual acumulada de 3,13%, o que permite, apesar da redução das unidades de produção e do rebanho, a manutenção dos níveis de produção agregada ao nível do país.” (As informações são do Bichos de Campo, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)
Estudo da Kantar relaciona avanço da vacinação com retomada do consumo de alimentos e bebidas fora do lar no final do segundo trimestre de 2021
A segunda edição deste ano do estudo Consumer Insights da Kantar, líder em dados, insights e consultoria, aponta que, com o avanço da vacinação, mais consumidores passaram a consumir fora de casa a partir de abril. A frequência, porém, ainda é menor, e por isso ainda não houve retomada dos volumes.
Os mais jovens retomam o consumo fora do lar associado ao retorno à vida social, enquanto os sêniores ainda se resguardam no isolamento.
Considerando o segundo trimestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado, o consumo fora do lar foi opção majoritariamente dos jovens entre 18 e 29 anos, de classes AB e C, que priorizaram a vida social, principalmente aos finais de semana.
Essa faixa etária foi a única que contribuiu positivamente para o cenário fora do lar (+0,8%) e suas principais escolhas foram os bares, que representaram 4,2% deste crescimento, e fast food (2,7%). Enquanto isso, os maiores de 50 anos se resguardaram, com uma retração em valor de 26,3% no mesmo período.
O mesmo cenário positivo não foi visto nas classes mais baixas. Apesar da prorrogação do auxílio emergencial, a quantidade de famílias que receberam o benefício foi menor, assim como os valores, o que não trouxe um impacto positivo no consumo. E ainda que a taxa de desemprego esteja estável, 17% dos lares brasileiros contam com ao menos uma pessoa que perdeu o trabalho após o início da pandemia, segundo o estudo LinkQ Covid da Kantar. Dentro desse universo, 80% são lares da classe CDE.
“O consumo fora do lar vai voltar, porém vemos que os fatores renda e preço são as novas variáveis que afetam a velocidade e as escolhas na retomada desse consumo, além dos ciclos de lockdown. As estratégias devem considerar a retomada em etapas e será necessário entender o mercado para criar ocasiões de acordo com os diferentes perfis, necessidades, canais e dias de consumo” explica Renan Morais, Gerente de Soluções da Kantar.
(As informações são da Kantar, transmitidas através da AD Comunicação & Marketing, adaptadas pela equipe MilkPoint)
Jogo Rápido
Indústria do leite terá programação na Expointer 2021 O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, informou quais serão os principais eventos do sindicato na 44ª Expointer. Ele destacou o lançamento do Prêmio de Jornalismo da entidade. CLIQUE AQUI para ouvir a entrevista. (Agert)