Porto Alegre, 27 de julho de 2021 Ano 15 - N° 3.465
O valor de referência projetado para o leite no mês de julho é de R$ 1,7086, 1,35% abaixo do consolidado de junho (R$ 1,7319). Os dados apresentados nesta terça-feira (27/07) pelo Conseleite levam em conta os primeiros dez dias do mês e refletem o início da safra aliado a um período de custos elevados no campo e na indústria, o que garantiu estabilidade de preços. Segundo o professor da UPF Marco Antônio Montoya, o cenário de insumos em alta deve segurar os preços em um patamar mais estável durante a safra, garantindo um cenário atípico com dois anos seguidos de valores mais altos (2020 e 2021). “Os gráficos mostram o impacto da pandemia, com valorização do preço do leite puxado pela elevação das commodities no mercado internacionais”, explicou.
Lideranças dos produtores indicam que grãos, silagens, medicamentos e arrendamento de terras tiveram reajustes, prejudicando a margem da atividade leiteira. Situação similar à vivenciada na indústria, com alta de embalagens, insumos, combustíveis e, principalmente, pela necessidade de repasse aos produtores. “Precisamos que os preços do leite ao mercado consumidor permaneçam nesses níveis. Depois de um primeiro semestre operando sem margens na indústria, o setor está no fio da navalha. Não há como voltar ao preço do leite de um ano atrás”, ressaltou o coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra.
As dificuldades de receita fizeram com que muitos criadores deixassem a atividade nos últimos meses o que, de certa forma, deve evitar excedentes demasiados na safra. A opção foi substituir o leite por atividades mais lucrativas, como o cultivo de grãos e oleaginosas.
Enquanto isso, o setor segue o debate na tentativa de enxugar custos.Uma das opções debatidas durante a reunião do Conseleite foi a ampliação do uso de pastagens cultivadas, o que reduziria os desembolsos com grãos e silagem. Apesar da tentativa, os produtores alegam que o desenvolvimento está aquém do esperado em função de fatores climáticos. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)
Commodities: Ainda não é possível falar em superciclo de commodities, afirmam economistas
Preços deverão recuar, mas para patamares ainda elevados
As altas consistentes nos preços dos produtos agropecuários nos últimos anos ainda não são suficientes para constatar a formação de um novo superciclo das commodities, na opinião de economistas e analistas de mercado que debateram o tema em um seminário virtual da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) nesta segunda-feira.
Mas, segundo eles, como as projeções apontam para uma mudança de patamar nas cotações em relação ao período pré-pandemia, é preciso que o governo adote ações necessárias para transformar o “boom” de grãos e carnes em prosperidade econômica para o país.
O economista Otaviano Canuto, membro sênior do Policy Center for the New South e ex-vice-presidente do Banco Mundial, disse que o Brasil precisa “fazer o dever de casa” e aproveitar a alta de preços das commodities para alavancar o crescimento econômico em geral. “Se não fizermos nada para destravar o péssimo ambiente de negócios e a carência de investimentos em infraestrutura, esse boom de commodities não se traduzirá em prosperidade mais ampla no país”, afirmou. Segundo ele, é cedo para afirmar se o mundo vive ou não um novo superciclo das commodities. (Valor Econômico)
A quantidade de dissacarídeo (lactose) nos alimentos lácteos varia entre os produtos; alguns queijos contêm virtualmente zero, enquanto o leite contém a maior quantidade de lactose de todos os laticínios em aproximadamente 4-5% em peso. Como grande parte da população mundial é intolerante à lactose, há uma demanda crescente por leite sem lactose.
O leite geralmente é delactosado por meio da hidrólise da lactose, via conversão enzimática em galactose e glicose. No entanto, esse processo pode aumentar a doçura e alterar a coloração, e pode diminuir o valor nutricional.
Um grupo de pesquisa liderado por Aaron Morelos-Gomez do Global Aqua Innovation Center da Shinshu University investigou agora a aplicação de membranas de nanofiltração à base de óxido de grafeno para leite.
As membranas de óxido de grafeno podem criar uma camada de incrustação porosa; portanto, seu desempenho de filtração foi considerado capaz de ser mantido melhor do que as membranas poliméricas comerciais.
A estrutura química e laminar da membrana de óxido de grafeno permitiu uma maior permeação de lactose e água, rejeitando gordura, proteínas e alguns minerais. Portanto, a textura, o sabor e o valor nutricional do leite foram preservados melhor do que com as membranas poliméricas comerciais.
A concentração de lactose e fluxo de permeado de lactose foi muito maior do que as membranas de nanofiltração comerciais, devido à camada de incrustação porosa e à estrutura laminar da membrana de óxido de grafeno. A incrustação irreversível foi melhorada usando uma membrana de suporte com tamanho de poro de 1 μm para a membrana de óxido de grafeno. Isso causou a formação de uma camada de incrustação porosa que permitiu uma maior recuperação do fluxo de água após a filtração do leite.
A pesquisa demonstrou que a aplicação de membranas de óxido de grafeno proporcionou boa propriedade anti-incrustante e alta seletividade para lactose, tornando-a particularmente adequada para aplicações na indústria de laticínios.
O método tem alto potencial para remover açúcares de bebidas enquanto preserva outros ingredientes, aumentando seu valor nutricional. A alta propriedade anti-incrustante contra uma solução rica em matéria orgânica, como o leite, o torna potencialmente adequado para outras aplicações, como tratamento de águas residuais e aplicações médicas.
O grupo de pesquisa planeja continuar explorando aplicações de membranas de óxido de grafeno.
Para obter mais informações sobre esta pesquisa, o estudo ‘Membranas de óxido de grafeno para leite sem lactose’ pode ser encontrado na Carbon. (As informações são do Foodprocessing.com.au, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint)
Jogo Rápido
No radar
Está autorizada a começar a distribuição das sementes de milho e sorgo do Programa Troca-Troca da Secretaria da Agricultura. Neste momento, as entregas são voltadas a um grupo prioritário de entidades em 125 municípios. A partir da próxima semana, as demais regiões passam a receber. A previsão da secretaria é de que a finalização ocorra dentro de três a quatro semanas. (Zero Hora)