A assinatura pelo governador Eduardo Leite do decreto que atualiza a Lei 14.379 (que criou o Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite - Fundoleite) marca o início de um novo momento para a produção de leite no Rio Grande do Sul. A medida, resultado da articulação histórica de parlamentares, entidades e do governo do Estado, deve viabilizar a injeção de recursos em fomento ao campo, abrindo espaço para uma virada de competitividade capaz de recolocar o Rio Grande do Sul na rota de expansão de produção. A expectativa foi manifestada nos discursos durante a cerimônia virtual realizada no início da tarde desta terça-feira (25/05).
Em 2013, quando da criação do Fundoleite, a produção gaúcha era de 4,51 bilhões de litros/ano, valor que atingiu seu pico em 2014 (4,68 bilhões) e caiu para 4,27 bilhões de litros em 2019. “A possibilidade que hora se cria de investir os recursos do Fundoleite no produtor rural, para que se melhore a produtividade, a sanidade e a qualidade do leite no campo é de suma importância para a competitividade de empresas, de cooperativas e para a perenidade do setor no Estado”, pontuou o presidente do Sindilat, Guilherme Portella, lembrando que o leite gera renda para mais de 100 mil famílias em 457 dos 497 municípios gaúchos.
Mas é necessário fazer mais, completou o executivo. “Precisamos avançar e fazer o leite gaúcho competitivo não só dentro do Brasil como em outros países. E isso é possível. Se foi possível para aves e suínos, porque não pode ser possível para nós? Se é possível para Uruguai e Argentina, porque não pode ser possível para nós?”, questionou Portella. Posição compartilhada pelo presidente da Farsul, Gedeão Pereira, ao lembrar que a produção do arroz só obteve maior estabilidade quando “achou o caminho do Porto de Rio Grande”.
Segundo Portella, a partir de agora, o Fundoleite dá condições a indústrias, produtores e cooperativas de construírem uma produção forte, respeitada, que proteja seu próprio mercado. “Que consigamos abraçar essa oportunidade para criarmos novas possibilidades, sermos mais competitivos de forma que ninguém consiga competir conosco aqui dentro por nossos próprios méritos e que possamos devolver e desenvolver produtos inovadores, de grande qualidade, a preços acessíveis para toda a sociedade”.
A posição foi reforçada pelo governador Eduardo Leite. “Passo a passo vamos trilhando esse caminho para dotar nossa agropecuária de melhores condições de competitividade por meio do entendimento de que os fundos possam permitir investimentos, melhorando qualidade e produtividade para competir no mercado nacional e internacional”, ponderou o governador, lembrando que o propósito do Fundoleite é “desenvolver a cadeia em benefício de todos”. Uma construção que só foi possível com articulação ampla capitaneada pelo deputado federal Covatti Filho, que ao longo dos últimos anos, tratou pessoalmente do assunto quando esteve à frente da Secretaria da Agricultura.
A ideia de expansão e desenvolvimento também foi a tônica do discurso da secretária da Agricultura, Silvana Covatti, que lembrou que o RS é o terceiro maior produtor nacional de leite. “Que a cadeia possa crescer mais e comemorar esse alimento que é universal”, disse. Agradecimentos também presentes na fala de lideranças dos produtores. Falando em nome das cooperativas, o presidente da Fecoagro, Paulo Pires, garantiu que o momento é de comemoração. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, lembrou do amplo debate travado para construir o acordo do Fundoleite e reforçou ser ele o agente para uma virada de página que será essencial no fortalecimento do setor leiteiro, um segmento de alta relevância para a agricultura familiar.
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