Porto Alegre, 11 de maio de 2021 Ano 15 - N° 3.462
Produtores de leite de Serafina Corrêa obtêm maior lucratividade mesmo com alta dos insumos
Lucratividade/RS - Enquanto que a alta nos custos dos insumos desde o ano passado tem impactado as margens de lucro dos produtores de leite, em Serafina Corrêa um grupo de produtores conseguiu elevar a lucratividade aproveitando o aumento no preço recebido pelo leite e aumentando a produtividade ao explorar melhor os alimentos volumosos, como pastagens e silagens, que são de menor custo comparado aos concentrados.
É o que tem constatado a Emater/RS-Ascar a partir do acompanhamento dos resultados de algumas famílias de bovinocultores de leite do município.
Elas participam do Projeto de Gerenciamento Técnico da Bovinocultura de Leite, que iniciou como grupo de trabalho em bovinocultura leiteira (GTLeite). Nele, os participantes têm acesso à assistência técnica, orientações, eventos técnicos e capacitações, além de contar com um aplicativo de gerenciamento mensal de indicadores zootécnicos, econômicos e de qualidade do leite, que leva o nome GTLeite.
Hoje, cerca de 20 famílias participam do projeto em Serafina Corrêa. Destas, 12 já utilizam o aplicativo para envio dos dados de forma consistente desde o início de 2019, quando iniciou o projeto, e sete já com o envio de informações sobre as despesas mensais nesse período. São desses dados que se observam esses resultados, ao comparar os dados médios dos produtores em 2020 e 2019, a margem bruta foi aumentada por litro de leite em 63%.
A margem por vaca ordenhada e por hectare também se elevou em 53% e 55%, respectivamente. Essa elevação pode ser explicada pelo aumento da eficiência da produção de leite dos volumosos e melhor uso dos concentrados, potencializados pelo aumento dos preços recebidos pelo litro de leite, conforme explica o engenheiro agrônomo Leandro Ebert, extensionista rural da Emater/RS-Ascar. Ele conta que as despesas com ração realmente tiveram uma elevação, de R$ 0,39 para R$ 0,56 por litro no período, mas que a diminuição das demais despesas por litro em 25% e o aumento das receitas por vaca e por hectare em 32% permitiram esses resultados. Esse aumento das receitas se deve ao aumento da produtividade média ao ano das propriedades, que foi de 20,5 para 22 l/vaca/dia e de 17,3 mil para 19 mil litros por hectare, somado ainda ao aumento nos preços médios recebidos, que passou de R$ 1,28 em 2019 para R$ 1,72 em 2020.
“Durante esse período, trabalhamos com a lógica de buscar alta produção de leite a partir das fontes volumosas, sem menosprezar o uso inteligente e balanceado dos concentrados”, conta Ebert. Ele explica que todos os meses esses indicadores são monitorados nos relatórios que obtém pelo aplicativo e, a partir daí, os extensionistas fornecem feedback sobre os gargalos encontrados, com orientações para superá-los.
Todos esses produtores, mesmo os que não anotam e ainda não informam as despesas mensais no aplicativo, possuem, através dos dados enviados, dentre outros, o acompanhamento do indicador Receita Menos o Custo da Ração (RMCR), por onde eles avaliam o retorno do uso dos concentrados. “Em 2020, por exemplo, com a pandemia dificultando ações presenciais, foram feitas capacitações online para essas famílias sobre o manejo com dietas de alto volumoso, visando justamente trabalhar para melhorar esse quesito”, ressalta Ebert. E, mesmo com o aumento de 43% nas despesas com ração por litro de leite, o RMCR por litro passou de R$ 0,89 para R$ 1,16 com a elevação dos preços recebidos e, somando ainda os aumentos de produtividade, por vaca/dia passou de R$ 23 para R$28,4 e, por hectare, de R$1,36 mil para R$ 1,74 mil.
“Em 2019, a margem bruta mensal era de R$ 900 por hectare e, em média, essas famílias alcançaram em 2020 cerca de R$ 1,4 mil por hectare, com algumas chegando a R$ 2 mil, o que demonstra que a busca por sistemas de produção de alta eficiência e o uso de volumosos pode viabilizar mesmo pequenas propriedades de 5 a 10 hectares, como algumas que temos acompanhado no projeto”, frisa Ebert. (Emater/RS)
Jogo Rápido
Milho segunda safra pode registrar quebra de 8 milhões de toneladas, diz consultoria Com o clima prejudicando o desenvolvimento das lavouras, a segunda safra de milho do Brasil deve ter uma quebra de 8 milhões de toneladas, é o que projeta o analista de mercado Carlos Cogo. “A transição do Lã Niña para um clima neutro e todo o atraso que ocorreu no plantio e colheita da soja, acarretou em um atraso da plantação da segunda safra de milho e que foi prejudicado pela seca neste período”, explica Cogo. “Estamos com uma projeção de quebra ainda modesta frente a outras consultorias. Começamos o ano estimando 85 milhões de toneladas e agora a expectativa é de um volume a cerca de 76 milhões de toneladas. Mas esse número em breve deve sofrer um novo corte, estamos aguardando apenas o levantamentos das regiões”, explica o especialista. Assista o vídeo clicando aqui. (Canal Rural)