Pular para o conteúdo

30/04/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 30 de abril de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.455


Próxima semana terá muita chuva em diversas regiões do RS
 
A próxima semana terá volumes elevados de chuva em diversas regiões no Rio Grande do Sul, de acordo com o Boletim Integrado Agrometeorológico nº 17/2021, divulgado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), em parceria com a Emater-RS e o Irga. Na quinta (29) e sexta-feira (30), a presença do ar seco e frio manterá o tempo firme em todas as regiões, com temperaturas baixas e possibilidade de geadas isoladas no amanhecer, principalmente no Planalto e Serra do Nordeste.

No sábado (1º), o tempo seco seguirá predominando e o enfraquecimento do ar frio favorecerá a elevação das temperaturas.

No domingo (2), o ingresso de ar quente e úmido provocará maior variação da nebulosidade, com possibilidade de pancadas isoladas de chuva nas faixas Norte e Noroeste.

Na segunda-feira (3), as temperaturas superarão 30°C na maioria das localidades e a aproximação de uma frente fria poderá provocar pancadas de chuva na Fronteira Oeste e Campanha. Na terça (4) e quarta-feira (5), o deslocamento da frente fria vai provocar chuva em todas as regiões, com possibilidade de temporais isolados. Os valores esperados deverão oscilar entre 15 e 35 mm na maioria das áreas da Metade Norte.

No restante do Estado, os totais deverão variar entre 50 e 70 mm, podendo superar os 80 mm na Fronteira Oeste.

O boletim também avalia as condições atuais das culturas de soja, pastagens, bovinos de corte, ovinos e arroz. O documento completo pode ser consultado em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPDR)


Governo estimula plantio de milho para aumentar a oferta do grão

Medidas para estimular o plantio de milho da safra 2021/2022 foram aprovadas ontem (29/04) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). As propostas, que incluem a oferta de mais crédito e mecanismos de apoio à comercialização para apoiar os agricultores no incremento da produção do milho e também do sorgo, foram encaminhadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 

“As medidas são uma resposta à forte demanda mundial por alimentos e à desvalorização do Real, que seguem dando impulso às exportações de grãos do país. Desta forma, reduziu a disponibilidade local de produtos básicos e insumos para ração animal”, enfatizou Wilson Vaz de Araújo, Diretor de Crédito e Informação da Secretaria de Política Agrícola do Mapa. 

O CMN decidiu aumentar o limite de financiamento de custeio, a partir de 1.º de julho deste ano, de R$ 3 milhões para R$ 4 milhões por produtor, para a produção de milho e de sorgo. Além disso, a partir de 1° de julho, os médios produtores rurais poderão ter acesso ao custeio para plantio dos dois cereais, no limite de R$ 1,75 milhão. Antes o teto era de R$ 1,5 milhão. Outra medida permite, excepcionalmente, no âmbito da fonte de recursos obrigatórios, o financiamento de Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor (FGPP) para a aquisição de milho e de sorgo, limitado a R$ 65 milhões por beneficiário, admitindo o preço de mercado como referência ao invés do preço mínimo. 

A instituição financeira é obrigada a direcionar recursos de 27,5% da sua movimentação para aplicar em operações de crédito rural. A Conab estima que a produção total de milho do Brasil na atual temporada deve ficar em torno de 109 milhões de toneladas e a de sorgo em 2,6 milhões de toneladas. (As informações são do Mapa, adaptadas pela Equipe MilkPoint)





Rentabilidade na cadeia láctea: gerenciar e inovar para durar!

O segundo dia do Fórum MilkPoint Mercado, que ocorreu ontem (28/04), envolveu discussões sobre rentabilidade e gestão de propriedades leiteiras e de indústrias lácteas, contando com exemplos de fazendas de destaque do País.

Além disso, com um olhar voltado para as oportunidades e aumento de margens na indústria de laticínios, foram abordados temas que envolvem novas tendências de mercado e possibilidades de inovação para agregar valor aos produtos.

A tarde iniciou-se com Thiago Francisco Rodrigues, Assessor Técnico da CNA, falando sobre os resultados do projeto Campo Futuro e aplicando-os na realidade das bacias leiteiras do país. Thiago falou sobre a importância dos dados coletados no programa, que conta com 21 estados e está em vigor desde 2008, contendo mais de 120 matrizes de custos de produção, o que ajuda muito a entender a realidade da produção de leite brasileira.

“Os dados suprem a lacuna de informações quanto aos custos de produção e podem ser usados para elaboração de artigos científicos, subsidiando argumentações técnicas para solicitações de políticas públicas que podem beneficiar o produtor”, enfatizou.

O trabalho da CNA mostra que há uma diferença grande no estoque de capital investido por litro de leite. Sistemas mais eficientes trabalham próximos a R$ 1.000 investidos/litro/dia, ao passo que há produtores com valores em média 6x maiores, o que coloca em risco a sobrevivência dos modelos de menor produtividade dos fatores de produção.

Para o técnico, os principais gargalos da produção de leite no Brasil nos últimos 10 anos são os custos com concentrado e a mão-de-obra. Segundo os dados apresentados, o concentrado consome cerca de 35 a 40% da receita das propriedades, tendo grande impacto na rentabilidade da atividade.

Para ilustrar a situação atual dos produtores quanto à rentabilidade, Thiago expôs dados sobre a elevação dos custos para produção de leite, aumento este decorrente principalmente dos elevados custos com concentrado para alimentação dos animais. Isso acaba refletindo na margem líquida por litro de leite, a qual, segundo Thiago, está em torno de 20% menor do que em janeiro de 2017.

Neste cenário não tão favorável, o produtor precisa, cada vez mais, entender o seu negócio e controlar aquilo que está “em suas mãos”. Nesta perspectiva, Matheus Balduino, Médico Veterinário e Técnico do Ideagri, mostrou em sua palestra o que os produtores mais eficientes estão fazendo para manter a produção e garantir um bom retorno financeiro.

Matheus apresentou um fluxograma baseado nos seguintes passos: planejar, fazer, monitorar e ajustar. A atividade exige que o produtor se planeje em vários níveis — curto, médio e longo prazos — e, para isso, uma boa gestão é fundamental.

Para ele, alguns questionamentos devem ser feitos antes de se iniciar o planejamento, como: Qual o potencial do negócio? Onde estou perdendo dinheiro? Onde eu posso ganhar mais dinheiro? “Conhecer o negócio, os dados e os resultados que sua propriedade apresenta faz com que você se planeje melhor e tenha melhores resultados”, ressaltou o técnico.

O Médico Veterinário destacou ainda a saúde da glândula mamária e a qualidade do ambiente dos animais como pontos de atenção para o produtor, além dos índices relacionados apenas com rentabilidade. “Muitas vezes, o produtor tem receio em investir em ambiência, mas quando são colocadas as informações do quanto ele está perdendo dinheiro, a perspectiva muda”, comentou.

Além das palestras do Matheus e do Thiago, a tarde também contou com uma mesa redonda com grandes nomes da pecuária leiteira do país, entre eles Marcelo Branquinho da Fazenda Cobiça, Maurício Silveira Coelho do Grupo Cabo Verde, Roberto Jank da Agrindus e Rodger Douglas da Agropecuária Sete Copas. Vale ressaltar que, todas estas propriedades fazem parte do Top 100 2021 do MilkPoint.

As discussões da mesa redonda giraram em torno dos limitantes e oportunidades nos sistemas de produção de leite no Brasil. No decorrer do bate-papo, todos participantes pontuaram quais os indicadores, em sua opinião, que devem ser monitorados para obter sucesso no negócio.

Entre os citados, estão: retorno sobre o custo alimentar, indicador de contagem de células somáticas (CCS), taxa de reposição, eficiência reprodutiva, estoque de capital, taxa de conversão alimentar e produção de leite por hectare.

Roberto Jank levantou um ponto interessante: hoje, com a facilidade do sêmen sexado, gerar fêmeas não é um problema, mas carregar esse estoque adicional pode ser, especialmente se a produção de leite durante a vida útil da vaca não for a esperada, resultando em elevado custo de reposição por litro.

Os produtores avaliam que não há receita universal, mas que, no Brasil, os sistemas confinados têm ganho relevância em detrimento do pasto e, dentro do confinamento, o compost barn tem se destacado, pela maior facilidade de manejo.

Para Rodger Douglas, da Agropecuária Sete Copas, que trabalha com pasto, se o Brasil fosse se tornar exportador de leite com base em pastagens, isso já teria acontecido: “temos particularidades em nosso sistema de produção que fazem com que sejamos bem sucedidos, mas talvez não um modelo para o restante do Brasil”, pondera.

Já Maurício Silveira Coelho observou que a atividade leiteira em sua propriedade está conectada com outras atividades como a suinocultura, e que a produção de dejetos desta última é utilizada de forma muito eficiente na pastagem. “Há que se analisar o sistema e a integração como um todo”, disse ele, que completou dizendo que o pastejo sem disponibilidade de irrigação, esse sim, terá dificuldades de sobrevivência.

Ainda na discussão sobre sistemas, Roberto Jank ponderá que, ao contrário do que se pensa, o investimento fixo por vaca ou por outro de leite é menor no confinamento do que nos sistemas a pasto, já que a produtividade é maior e se dilui os custos. “A fragilidade do confinamento está nos custos operacionais, principalmente nesse momento de custos elevados de grãos”, explica.

Marcelo Branquinho, da Fazenda Cobiça, coloca que o free stall, embora uma instalação que permite eficiência tanto quanto o compost, tem uma certa complexidade. “O manejo de dejetos precisa ser bem feito, caso contrário o sistema pode colapsar”, disse ele.

Todos concordaram que, conforme colocado por Roberto Jank, independente do sistema, é preciso escala para ter eficiência, não só dentro da porteira, mas também fora dela, visando rodar menos km para coletar o mesmo leite.

No segundo bloco do evento, os temas extrapolaram as porteiras das fazendas e foram diretamente para a indústria, envolvendo principalmente inovações, comportamento no consumo de lácteos e como as indústrias têm gerenciado seu portfólio de produtos buscando a inovação e o aumento de margens.

Márcio Gomes, Analista de Mercado Sênior da Doremus, trouxe uma visão voltada para os consumidores sêniores. De acordo com dados expostos durante sua apresentação, pessoas acima de 65 anos correspondem a 17% dos 5% da população mais rica do Brasil. Além disso, em 2030, o Brasil será o quinto maior país com idosos.  

Frente a isso, ressaltou que “é preciso repensar o perfil da terceira idade, as marcas devem se adaptar”. Dessa forma, para Gomes, os produtos precisam se encaixar às necessidades deste público-alvo, “com maior protagonismo e sem estereótipos”. Este nicho de consumidores busca principalmente por benefícios de saúde cerebral, saudabilidade e produtos com maior valor agregado.

Márcio disse, ainda, que os lácteos já têm uma grande vantagem quando o assunto são produtos benéficos para a saúde, a começar pelo teor de cálcio naturalmente presente no leite. Contudo, ressaltou o receio que as indústrias ainda têm em apostar em inovações com formulações enriquecidas, como os leites UHT’s.

Ele enfatizou que, ao contrário da ideia de que os produtos enriquecidos envolvem processamentos complexos e com margens difíceis de se trabalhar, o custo de produção é cerca de 0,5% a 1% maior. Em contrapartida, o valor desta categoria de produtos enriquecidos chega aos pontos de vendas 20 a 30% mais caros quando comparados aos “leites tradicionais”.

Seguindo na linha de produtos com apelo à saudabilidade, Andrea Moura, Diretora de Vendas e Marketing da Rousselot na América Latina, comentou sobre o boom de produtos enriquecidos com colágeno. De 2016 a 2020, os lançamentos destes produtos aumentaram em duas vezes. Estas inovações, de acordo com ela, são possíveis em diversos formatos e sabores.

Segundo a palestrante, o Brasil lidera o lançamento de produtos com colágeno no mundo. “Embora ainda sejam produtos de nicho de mercado pequeno (menor que 1% de todos os produtos lácteos lançados globalmente), é um mercado não saturado, que pode ser bem explorado”, enfatizou. Para a Diretora de Vendas e Marketing da Rousselot, os produtos com colágeno permanecem em alta em 2021 e esta tendência seguirá nos próximos anos.

Não é possível falar de tendências sem pensar em inovações. Neste contexto, Marcelo Leitão, Gerente de Negócios Lácteos da Arla Foods Ingredients, comentou sobre o uso de proteínas lácteas para diversificação, redução de custos e aumento de rendimento dos processos de fabricação nas indústrias.

De acordo com ele, “muitas vezes as aplicações das proteínas lácteas não são amplamente conhecidas”. Durante sua apresentação, Marcelo destacou as aplicações mais comuns, sendo elas em produtos com alto valor proteico, sêniores e com apelo de saudabilidade. Ou seja, a utilização de proteínas nos processos produtivos vai de encontro com as tendências de consumo atuais e futuras, como citado nas palestras do Márcio Gomes e da Andrea Moura.

Além de ir ao encontro com as demandas dos consumidores, o uso de proteínas lácteas permite a redução de custos, uma vez que apresentam baixa necessidade de investimentos. Para exemplificar, Marcelo citou que estas proteínas podem ser utilizadas para substituir o leite em pó na fabricação de sorvetes e sobremesas lácteas, proporcionando uma redução nos custos de produção.

No que diz respeito ao aumento de rendimento, o Gerente de Negócios pontuou a fabricação de queijos. De acordo com ele, isso é possível por meio da adição de concentrado proteico no leite. “É possível produzir mais queijo com menos leite ou a mesma quantidade de queijo com menor quantidade de leite”, ressaltou.

Além destes pontos, Marcelo abordou a elaboração de produtos que possuem como base o soro ácido e proteína funcional, como cream cheese e sobremesas lácteas, auxiliando no reaproveitamento deste tipo de soro. “É possível produzir um produto com 100% de rentabilidade, tudo que entra sai no produto final”, salientou.

Dando continuidade à temática de inovação em produtos lácteos, a tarde encerrou com as palestras de Luís Gennari, CEO da Vigor e de Roberto Hegg, Diretor comercial da Tirolez. Ambos trouxeram a importância da inovação e diferenciação dos produtos para agregação de valor e aumento de margens. Luís destacou a importância do olhar do consumidor perante as futuras inovações e ressaltou que “o consumidor é o início e o fim do processo de inovação, tudo tem que estar baseado no foco dele.”

Roberto seguiu a mesma linha e falou de inovação atrelada às tendências atuais, com foco em produtos saudáveis e práticos. “Devemos olhar para todo o público envolvido na cadeia, desde as emoções que envolvem o público até as tendências, como o vegetal based e encontrar um equilíbrio ouvindo opiniões de especialistas, como os nutricionistas”.

Como observamos, o Fórum MilkPoint Mercado 2021 trouxe discussões importantíssimas para o setor lácteo. Tratou de assuntos que envolveram desde o mercado de grãos, passando pela produção no campo, indústria e tendências de consumo, trazendo insights sobre o cenário atual e projeções para médio e longo prazos.

O evento contou com 380 participantes, fazendo com que o Fórum MilkPoint Mercado chegasse à sua décima edição com quantidade recorde de inscritos. A equipe AgriPoint agradece todos os participantes e parceiros que apoiaram o evento. Nos vemos no próximo Fórum MilkPoint Mercado!

Vale ressaltar que, ainda dá tempo de se inscrever no Fórum MilkPoint Mercado e ficar por dentro de todas as questões que permeiam o setor lácteo, desde o mercado de grãos até as tedências de consumo atuais e futuras. Os conteúdos ficarão disponíveis por 30 dias! Não perca esta oportunidade de traçar estratégias competivivas para o seu negócio! Entre no site, confira o conteúdo completo e se inscreva! (Milkpoint)
 

Jogo Rápido  

Conversa com o Extensionista
No dia 05 de maio, às 17h a Conversa com o Extensionista Leandro Ebert, será com o Secretário-Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini. O assunto abordado será “O Mercado e o Produtor de Leite.” A exibição será através da Página do Facebook da Prefeitura de Serafina Corrêa.  
Acompanhe clicando aqui! (Facebook – Serafina Corrêa) 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *