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29/04/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 29 de abril de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.454


Conseleite/SC: alta de 0,92% na projeção do preço do leite entregue em abril
 
A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida hoje (29/04), atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprovou e divulgou os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Março de 2021 e a projeção dos valores de referência para o mês de Abril de 2021. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, conforme os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.
 
 
O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. Vale ressaltar que o Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (As informações são do Conseleite/SC, adaptadas pela Equipe MilkPoint)


 
Taxa zero para importação de milho não alterou preços
 
Anunciada na última semana e válida a partir desta terça-feira, a suspensão do imposto de importação de milho de países de fora do Mercosul até o fim do ano não surtiu efeito no mercado interno do país, de acordo com analistas consultados pelo Valor. 
 
A expectativa da indústria da carne era de que, com a mudança, os preços do grão, matéria-prima utilizada para produzir ração para os animais, caíssem. No entanto, com as fortes altas do milho no mercado internacional, o impacto da medida foi nulo. De acordo com o monitoramento de preços da consultoria StoneX, entre os dias 16 - data de seu último levantamento antes do anúncio da medida - e 23 de abril, a cotação do grão subiu em praticamente todas as praças que a empresa monitora no país.
 
A maior alta, de 5,13%, ocorreu em Lucas do Rio Verde (MT), onde o preço passou de R$78 a R$ 82 por saca de 60 quilos. Na sequência apareceu a região da Mogiana (SP), na qual o aumento foi de 3,16%, de R$ 95 para R$ 98 a saca. O maior valor nominal, de R$103 a saca, foi registrado em Maringá (PR) - o aumento foi de 3%. Em Rio Verde (GO), o preço da saca passou de R$ 88 a R$ 90 (+2,27%), e em Passo Fundo (RS) ele ficou estável, em R$ 95 a saca.
 
“Temos preços elevadíssimos em Chicago (os maiores em oito anos), estoques apertados e um alto custo logístico. O milho de fora do Mercosul não chega em um patamar tão atrativo”, afirma João Lopes, analista da StoneX.  O governo federal suspendeu a cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC), e voltaram a cair as tarifas de 8% sobre as importações de soja em grão e de milho, de 10% sobre óleo de soja e de 6% sobre farinha e pellets.
 
Não foram estabelecidas cotas para as compras. “Esperava-se um efeito de baixa ou, pelo menos, de interrupção das altas para que, em um segundo momento, os preços se estabilizassem. O que se viu é que a medida não conseguiu nenhuma das duas coisas”, diz o analista de mercado Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio.
 
Segundo cálculos da consultoria, a paridade de exportação do cereal dos EUA - hoje o fornecedor mais viável - não está mesmo atrativa para os criadores brasileiros. Enquanto seria possível trazer milho da Argentina por cerca de R$ 100 a saca de 60 quilos, o grão americano chegaria aos compradores do Brasil custando em torno de R$ 108 por saca. Além dos custos, há restrições ao milho dos EUA, já que algumas variedades plantadas pelos americanos não são autorizadas no Brasil.  A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa a Sadia (BRF) e a Seara (JBS), tenta desde 2016 obter da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) a liberação desses grãos exclusivamente como ração, até agora sem sucesso.
 
Outra alternativa seria utilizar o trigo como ração, em substituição ao milho. Porém, em meio à valorização dos grãos em Chicago, os preços do cereal também estão altos, além de a oferta no mercado interno ser muito pequena. As incertezas da safrinha de milho relacionadas ao clima e o forte movimento de vendas antecipadas, que passam de 50% da produção prevista, também dão suporte aos preços do grão. (Valor Econômico)
 
 
Cenário do mercado lácteo: o momento pede cautela, mas pode reverter!
 
Na terça-feira (27/04), foi realizado o primeiro dia do Fórum MilkPoint Mercado, uma tarde marcada por discussões e perspectivas sobre o mercado brasileiro de lácteos em 2021, bem como fatores que envolvem toda a cadeia, como os comportamentos e as tendências de consumo neste início de ano, os custos de produção (e os mercados das commodities milho e soja), o cenário econômico do país e do mundo para este ano e as perspectivas do mercado internacional de lácteos. Mais de 370 participantes envolvendo indústrias, empresas de insumos para o produtor e para a indústria, produtores de leite, técnicos e pesquisadores estão participando daquela que é a maior edição dos 10 anos do evento (neste ano online).
 
A primeira palestra foi ministrada por Roberto Padovani, economista do Banco Votorantim. Durante sua apresentação, Roberto destacou que os derivados lácteos são sensíveis à variação de renda dos consumidores. No atual contexto de pandemia, para ele, à medida que a vacinação da população avançar, teremos uma lenta redução do desemprego, ainda que haja expectativa para recuperação econômica. Embora a economia brasileira não esteja caminhando para uma nova recessão, o crescimento dos lácteos é defasado em relação ao PIB, ou seja, o momento é de cautela. Apesar disso, Padovani se mostra relativamente otimista, em especial pelo cenário externo, que pode continuar ajudando a economia brasileira pelas exportações mais altas. Dando continuidade às discussões do evento, Mikael Quialheiro, New Business Manager da Nielsen. Em sua palestra, ele pontuou que a segunda onda inesperada da Covid-19 interferiu nos planos anteriores de retomada da economia.
 
Por exemplo, em termos de comportamento de consumo, os consumidores perderam a confiança e tiveram o poder de compra afetado devido à alta da inflação. Como pontos interessantes (e de certa forma, surpreendentes), mostrou, para os dois primeiros meses deste ano, um crescimento de volume de vendas em algumas categorias lácteas, como leite asséptico (o UHT) e iogurtes; por outro lado, cai, neste início de ano, o volume de vendas de leites em pó de acordo com os dados da Nielsen.
 
Por outro lado, Mikael destacou que o chamado “Varejo moderno” tem apresentado números positivos na crise, sendo o atacarejo o principal canal de crescimento. Além disso, destacou o crescimento do volume de iogurtes, podendo estar atrelado à tendência da procura por saudabilidade. Segundo ele, a pandemia reforçou a busca por produtos saudáveis, sendo uma tendência relevante. A terceira palestra do dia contou com insights de como se diferenciar no mercado de maneira rentável. Expondo sobre esse tema, Luis Eduardo Ramirez, gerente executivo de marketing de lácteos da Tetra Pak Brasil, pontuou que a decisão de compra do consumidor está baseada, principalmente, no tipo de leite. Os grandes drivers vieram para ficar: produtos que reforçam o sistema imunológico e aumentam o bem-estar, bem como origem e autenticidade.
 
Para ele, a regra do jogo é clara: diferenciar para inovar, atendendo às dores do mercado consumidor e agregando valor ao produto. Também foram discutidas as perspectivas para o milho e a soja em uma palestra ministrada por Paulo Molinari, consultor sênior da Safras & Mercado. Segundo ele, as importações destas commodities podem ser necessárias. Em sua apresentação, Paulo ressaltou que Peste Suína Africana, câmbio, safra norte-americana, exportações brasileiras, clima na América do Sul são fatores fundamentais que interferem no mercado de grãos.
 
A tendência é que os preços dos grãos continuem em patamares elevados. Posteriormente, o evento contou a participação de Andres Padilla, analista sênior do Rabobank Brasil, falando sobre o cenário internacional. Assim como Paulo Molinari, ele reforçou o cenário macro favorável para elevação de commodities, com soja e milho em patamares elevados. Um ponto importante destacado por Padilla foi a elevação dos custos com os fretes, que também contribuem para o aumento nos preços dos grãos. Padilla mostrou que, apesar dos custos mais altos das commodities usadas na alimentação e dos fretes, os preços aos produtores de leite no mercado internacional não reagiram ainda. Isso, aliado à expectativa de crescimento de 7% este ano para a economia americana e cerca de 8% para a China, cria um ambiente favorável à manutenção dos preços do leite.
 
Padilla alerta, no entanto, que a diferença de preços internos da China para o mercado internacional vem caindo, o que pode sinalizar uma redução das importações de leite por esse país, esfriando um pouco o mercado. “Pode haver alguma retração no quarto trimestre”, pondera.   Após a palestra de Padilla, conhecemos um pouco mais sobre a evolução dos sistemas de refrigeração de lácteos em uma palestra ministrada por Luciano Schiavinatto, supervisor de engenharia de vendas da Mecalor. Em sua apresentação, ele traçou um paralelo entre os sistemas tradicionais e os sistemas atuais de refrigeração que, em sua opinião, são mais compactos e econômicos.
 
Por fim, para encerrar o primeiro dia de evento, Valter Galan, sócio da AgriPoint Consultoria e responsável pelo serviço MilkPoint Mercado, expôs os possíveis cenários do mercado lácteo nacional em 2021. Além de questões relacionadas ao mercado de grãos, Valter ressaltou que a demanda interna pela cesta de lácteos começou o ano em desaceleração. Este aspecto, aliado a importações ainda resilientes, um aumento da oferta de leite e custos elevados, criou um cenário desafiador para produtores e indústrias. Há, porém, a percepção de que possamos estar no fundo do poço, com um cenário mais promissor à frente, fruto da seguinte conjunção de fatores: importações pouco competitivas e exportações começando a aparecer; desestímulo à oferta, aliado à época de retração sazonal de produção; possível retomada da economia à medida que a vacinação avança (e pandemia regride); cenário externo favorável.
 
“Nessa situação, podemos ter uma curva invertida neste ano, com subida de preços a partir de meados do ano”, explica Valter. Esse, inclusive, era o cenário mais provável trabalhado em dezembro de 2020 pela equipe do MilkPoint Mercado. (Milkpoint)

Jogo Rápido  

Campo tem maior geração de empregos no primeiro trimestre desde 2007

Só no mês passado, houve abertura de 3.535 postos de trabalho no campo. O saldo do mês de março não era positivo desde 2011. "Este ano está se consolidando como um dos melhores para o emprego na agropecuária", diz a entidade em comunicado técnico feito a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério da Economia. De acordo com a CNA, apenas o Nordeste, que registrou o fechamento de 7.530 vagas, não teve geração de empregos no acumulado dos três primeiros meses de 2021. As regiões Sudeste (44.477 postos), Centro-Oeste 1(1.688), Sul (10.194) e Norte (1.766) tiveram saldo positivo. O Estado de São Paulo liderou a geração de empregos mais uma vez, com 36.146 vagas, o que representou 60% do saldo total do setor agropecuário. Apesar do resultado negativo da região Nordeste, a Bahia encerrou o trimestre com geração de 3.085 postos. As três atividades que mais contribuíram para o bom resultado foram o cultivo de soja, com abertura de 12.656 vagas, a produção de frutas de lavoura permanente, exceto laranja e uva, com 10.722, e a criação de bovinos, com 9.782. Juntas, elas representam 54,7% do total de empregos gerados no setor de janeiro a março deste ano. (Valor Econômico)

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